Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
É também um assunto que, pese os constrangimentos que pressupõe, não quero deixar de opinar.
Não que tenha qualquer simpatia pelo PAN, que não tenho. Animais de estimação nos restaurantes, sem sequer se definir quais são os animais de estimação! Nem lhes ensinar previamente a comerem de faca e garfo! (Estranhamente foi aprovado na Assembleia!)
Este é um assunto demasiado fraturante a todos os níveis da sociedade, que separa, divide os mais diversos contextos: familiares, vizinhança, amizade, estruturais, tradicionais... O que os partidos menos querem é criar divisões no seu próprio seio. E são demasiado conservadores…
Mesmo a nível pessoal, individual, as pessoas, cada pessoa tem, por vezes, visões simultaneamente contrárias no assunto e como tal contraditórias.
Mas que este é um assunto que é preciso “pegar pelos cornos”, é!
Mais tarde ou mais cedo há que ser analisado. E tem que sê-lo, pelo lado que é premente que seja. Objetivamente, nas touradas os animais são torturados selvaticamente e sem qualquer necessidade. E este é o ponto fulcral da questão.
Os motivos invocados pelos Senhores e Senhoras Deputados/as não os vou analisar especificamente.
Referir somente, e considerando-os genericamente, e invocando-os, que ao aceitá-los e defendê-los, não teria sido extinta a Pide, nem abolido o Fascismo, nem extinta a Tortura, nem a Escravatura, nem a Pena de Morte, nem a Inquisição, nem os Autos de Fé, nem o Índex, nem a Censura, … nem… os combates de gladiadores, nem os combates de animais, nem os cristãos lançados às feras...
Porque representavam todos e cada um destes aspetos e no seu contexto temporal, tradições, algumas de séculos; interesses instalados, sistemas básicos da economia dominante; eram vistos e admirados por grande parte da população, defendidos encarniçadamente por setores fundamentais da sociedade; deles dependia económica e socialmente muita gente, faziam parte da cultura e da história dos povos...
Por estes motivos nunca teriam sido abolidos. E, segundo muito boa gente, até foi pena que o tenham sido.
E será que de facto o foram?! Vê-se tanta coisa nem digo por esse mundo fora… mesmo em Portugal!
Mas que o assunto das touradas tem que ser devidamente analisado, tem! Per si e especificamente. E a montante e a jusante. No que diligenciar previamente e no que fazer a seguir. E haverá tanta coisa que poderá ser feita com os mesmos recursos, mas com outros meios e fins. E, aliás, já se faz muita coisa em alternativa!
Talvez a proposta do PAN tenha valido, pelo menos, por colocar o assunto na berlinda!
Algumas ações positivas – outras tantas imbecilidades
Crónica de Descontentamento(s) (IV)
E alguns Contentamentos
Intitulo esta crónica, de Outubro, desconhecendo se ainda virei a publicar mais alguma referente a este mês.
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(I)
Começo por uma ação de lado positivo, que observámos na passada 6ª feira, 13 de Outubro.
Na estrada de Estremoz – Vimieiro, constatámos algo de muito positivo.
Já perto da povoação do Vimieiro andavam técnicos a recolher o lixo, que os automobilistas “educados e asseados” atiram borda fora quando viajam pelas estradas deste nosso Portugal, que “muito boa e educada e asseada gente” insiste em transformar num enorme caixote de despejo das respetivas imundícies.
Nas bermas da estrada, haviam cortado o pasto que prolifera nas valetas e espaço circundante do alcatrão até às lindas das propriedades particulares.
Um trabalho que é imprescindível e imperioso seja feito todos os anos pelas entidades competentes, nomeadamente as autarquias ou outros órgãos e agentes públicos que têm que interiorizar essa obrigação anual.
E que além do mais dá trabalho a muito pessoal. (Tanta gente que se queixa que não tem trabalho!)
Na sequência dessa limpeza, desse desbaste de ervas e matos, chamemos-lhe aceire, fica visível toda a quantidade de garrafas de plástico e de vidro, garrafões, embalagens, sacos de plástico e papel, de lixos diversos, eu sei lá, que variedade de porcarias que atiram pelas janelas… (Nem falo das beatas de cigarro acesas…)
Pois, vários funcionários, não me perguntem de que Entidade, andavam juntando esses detritos em sacos. Deduzo que os levarão para reciclagem… pelo menos retiram-nos das bermas e valetas, com todos os perigos que aí representam.
Ações meritórias, sem dúvida: Limpezas e aceires. E subsequente recolha de lixo.
Pena e deplorável é que neste lindo País, à beira mar plantado, ande tanta gente a conspurcá-lo. O País e o Mar!
Porque não há razão para se atirarem os lixos para qualquer lugar, com tantos meios de recolha adequada.
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(II)
Extrato de Notícia de “RR – Renascença in. Sapo.pt/”, de 12/10/17 – 13:02, de Eunice Lourenço, Paula Caeiro Varela
«Relatório da comissão independente entregue no Parlamento.»
(…)
«No que diz respeito à prevenção, apontam como “maior constrangimento” a falta de cumprimento das regras sobre vegetação (50 metros em volta das edificações, 10 metros para cada lado da rede viária e 100 metros à volta dos aglomerados populacionais). Ou seja, havia vegetação onde não devia haver.»
(…)
Refere-se esta notícia ao incêndio de Pedrógão.
Realço este excerto, porque é na concretização desta ação que tem que residir a base primária e permanente de toda a PREVENÇÃO.
Pode crer, caro/a leitor/a que a serem realizadas, anualmente, estas atividades de limpezas, de aceires, haverá um risco bastante menor de incêndios.
E trabalho que assim é possibilitado a tanta gente que se queixa que não tem emprego! (!!)
E o que se pouca em tantos milhões e milhões e perdas de vidas humanas, que não têm preço!
E já agora e novamente, reforço uma sugestão que já fiz em diferentes contextos.
Estruturem e criem “unidades fabris” que aproveitem toda essa matéria vegetal: lenhosa, arbustiva ou herbácea.
Implementem centrais de produção de energia ou de produção de compostagem, a partir de todos esses materiais. Situadas estrategicamente no Interior do País.
Haja vontade, vontades políticas para concretizar tais projetos.
Da zona antiga da Cidade desaguaram no lago do Jardim do Tarro…
Quem observe e tenha capacidade crítica, pode avaliar quão negativas são as ações praticadas.
Uma verdadeira imbecilidade. (É o termo mais adequado para qualificar tais práticas.)
Quando é que as Autoridades, todas as Autoridades, desde o topo da Administração do Poder Central, até às Autoridades Locais, resolvem agir sobre atos de desrespeito do Ser Humano, ademais perpetrados na via pública?! (?!)
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(IV)
Paralelamente ou nem por isso, nesse mesmo dia, à noite, decorreu na Praça do Campo Pequeno mais uma “tourada à antiga portuguesa”.
Ainda na mesma onda e em rota igualmente paralela, dia 13 de Outubro, 6ª feira, (é caso para dizer, sexta feira treze!) o Parlamento Português aprovou a “…permissão de animais de companhia em estabelecimentos fechados de restauração…”