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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Parabéns, Benfica!

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Parabéns, Benfica!

 

Parabéns, porque foi a melhor equipa ao longo do campeonato.

Mas parabenizar a equipa vencedora não é necessariamente rebaixar as outras equipas.

 

Parabéns também a todas as outras equipas que fazem o campeonato, mesmo e principalmente às mais humildes que desempenham a sua função em muito piores condições, mas que são elas, em suma, que contribuem para a vitória das “grandes equipas”. Ou não?! Porque se o campeonato se desenrolasse apenas com as três equipas principais, as que mais campeonatos têm ganho, seria o mesmo campeonato?! Teria alguma lógica?!

Pois, então, parabéns a todas as equipas que contribuem para que haja uma que conquista o primeiro lugar. Neste ano pertenceu ao Benfica essa honra. Pois então, e novamente, parabéns ao Benfica, um justo vencedor!

 

Mas vitórias e derrotas têm que ser vividas com “fair-play”, com desportivismo.

 

Então, porquê as cenas de destruição e violência associadas aos festejos?!

Fazem algum sentido quando o que faz movimentar o “foot-ball” é só e tão somente o dinheiro?

 

Onde está o desportivismo? O amor à camisola?

Nos jogadores? Nos dirigentes? Nos treinadores? Nos diferentes técnicos ligados aos clubes? Nos agentes desportivos dos jogadores? Na massa associativa? Nos adeptos? Nos espetadores de bancada? Nos espetadores de sofá? Nos desportistas de gabinete? … ?...

 

Então porquê tanta alienação face ao futebol?!

Faz algum sentido? …?

 

Parabéns!

Parabéns ao Benfica.

Mas também a todas as equipas que jogaram o campeonato e através das quais o Benfica conquistou o seu trigésimo quarto primeiro lugar.

 

 Consultar também:

Ronaldo à venda por 100 milhões.

O Benfica ganhou.

Domingo de Futebol. 

“Crime e Castigo” – Série da RTP 2 – Temporada 3

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“Crime e Castigo” – Série da RTP 2 – Saison 3

Ou como Ronaldo… foi finalmente morto!

 

Já abordei no blog este tema das séries da RTP 2, que se têm revelado de altíssima qualidade.

Borgen

Séries Europeias na RTP

 

A última que tem estado em exibição é de origem francesa, tem o título original francês “Engrenages”, foi designada “Spiral”, no mundo anglo-saxónico e, em Portugal, foi intitulada “Crime e Castigo”.

Entendo a razão do título, mas se lhe tivessem atribuído uma designação, mais literal, “Engrenagens”, “Engrenagens do Poder”, penso que se teriam aproximado mais do conteúdo da série, pois aí são especialmente tratados os “esquemas”, as forças e fraquezas, os “podres” dos Poderes instituídos, com especial destaque do Poder Judicial e suas ligações ao Executivo e ao Poder Económico.

O seriado já vai na 3ª temporada (saison 3, 2010), certamente quase a terminar. A saison 1 era de 2005 e a saison 2, de 2008. No original, existem ainda mais duas séries (saison 4, 2012 e saison 5, 2014). Espero que continuem a exibi-las. E já prepararam ou estão em vias disso, uma 6ª temporada.

 

Ainda que a estrutura do seriado se mantenha, nomeadamente os personagens principais, a metodologia e estrutura narrativa, um ou vários crimes, cada um mais cruel e terrífico que os anteriores, contudo notam-se alguns hiatos de uma série para as seguintes.

Há situações que perdem ligação, ficando personagens e assuntos não devidamente esclarecidos e que não transitam para a “saison” seguinte. Ignoro se virão a ser abordados nas futuras, que espero venhamos a poder visualizá-las.  

Na pesquisa que fiz, in: fr.wikipedia.org/wik/engrenages, constatei que sendo a guionista inicial Alexandra Clert, advogada criminalista, os guionistas seguintes foram alterando ao longo do seriado.

fr.wikipedia.org Engrenages

 

Parafraseando o ditado, “quem conta um conto, acrescenta ou omite um ponto”.

 

Os personagens principais são, contudo, os mesmos e o enquadramento espácio funcional também.

 

No campo policial, a “capitaine” Laure Berthaud, a policial capitã, mulher e profissional cheia de zelo e brio, idiossincraticamente ligada aos seus dois “lieutenant”, Gilles – “Gilou” e Luc – “Tintin”, os três numa cumplicidade umbilical, transpondo, por variadas vezes, os limites da legalidade. Mas, sempre, encobrindo-se mutuamente, tal qual três Mosqueteiros do século XXI. Os três altamente afetados na sua vida pessoal, sendo que Laure e Gilou, quase se negam a viver uma vida fora do trabalho, ligados por uma profunda amizade/cumplicidade, talvez até mais que isso, mas que eles próprios se recusam a ver.

 

No Palácio da Justiça, o juiz de instrução, François Robain, profissional incorruptível, que, segundo o próprio, há trinta anos tenta aplicar corretamente a justiça, com Justiça. No seu zelo profissional, (excessivo ou justo e de exata medida?) acaba também por se anular enquanto Pessoa. E, com as suas decisões, retas e justas é certo, indiretamente dois sujeitos foram levados a cometer suicídio. A forma como ele, no seu silêncio e pouca loquacidade se questiona inconscientemente; o seu isolamento familiar, já que os diversos laços se têm quebrado… Até onde será levada esta personagem, dado que a sua redenção parece afigurar-se cada vez mais impossível?! A (im)possibilidade de a JUSTIÇA ser Justa?!

 

Os outros dois personagens principais, no campo da Justiça, são:

- Pierre Clément, procurador adjunto, jovem profissional, idealista, que no resultado desse mesmo idealismo e honestidade vê a sua carreira e vida pessoal serem destruídas pelos que devendo defender a Justiça, nos bastidores manipulam a respetiva execução.

- A jovem advogada criminalista, Joséphine Karlsson, que na sua ânsia de ganhar dinheiro e obter sucesso se alia a um advogado corrupto, de quem foi aconselhada a afastar-se logo no início do seriado, mudando de passeio na rua, mas por quem se sente terrivelmente atraída, por quem se envolve com criminosos, de quem se afasta, tentando reconstruir uma carreira, ao lado de Pierre Clément, agora também advogado. Mas que acaba novamente enredada com a corrupção e o crime organizado, através do primitivo advogado, que tão bem a sabe seduzir sempre com o apelo do dinheiro e, implicitamente, o sexo.

 

Chocante o enredo do seriado, sim! Mas ainda mais chocante o seu espelhar da realidade! Inclusive da portuguesa.

 

E chegamos ao subtítulo do post: “Ou como Ronaldo… foi finalmente morto!”

 

Ao congeminar este post pensei, inicialmente, neste título. Mas, após “conversar com o travesseiro”, achei que não seria correto, pois embora não tivesse nada a ver com o post anterior remeteria para ele, pelo nome, não estando, contudo, os assuntos absolutamente nada relacionados.

E tudo isto, porquê?!

Porque na passada 6ª feira, dia 15 de Maio, li a notícia sobre o célebre jogador e decidi escrever um post sobre o tema, enquadrando a notícia específica num contexto mais geral de cidadania à escala global.

Ronaldo à venda por 100 milhões

 

Também nessa 6ª feira, à noite, na série referida, o criminoso, assassino em série, que “aterrorizava” o submundo de Paris e que era motivo das diligências exaustivas, mas até ao momento infrutíferas dos heróis do seriado, fora finalmente localizado, quase a cometer outro assassinato macabro. E, no decurso da ação de buscas, acabou por ser morto… Morto, por tiro disparado pela capitã, Laure Berthaud, que vivia obsessivamente na sua busca e localização, há vários episódios.

E como se chamava ele, o “serial killer”, conhecido como o "Talhante de La Villette"?!

Pois, precisamente, Ronaldo, Ronaldo Fuentes, um mexicano imigrante em Paris, que já fora preso, por indiciado em dois crimes horrendos de duas jovens, mas que sem provas e não tendo confessado, fora libertado pela ação da advogada, Joséphine.

Situação que ficara “encravada” no brio da capitã, que não largou a pesquisa e investigação, mesmo quando o “caso” foi retirado ao seu Departamento, pois estava convencidíssima da sua culpabilidade.

Até que as provas foram encontradas, mas o assassino continuava à solta e inlocalizável.

E quando, após muitas peripécias, finalmente o localizaram, a capitã no seu afã de executar a sua função e talvez com medo de ele ser libertado novamente, acabou por “fazer justiça pelas suas próprias mãos”.

Fez bem ou fez mal?!

 

De qualquer modo os seus “companheiros de caminhada”, mais uma vez, solidarizaram-se com ela compondo a situação de modo a que não fosse ela incriminada.

Sim, porque a Justiça no seu zelo de “defender os indefesos” acaba muitas vezes por defender os criminosos, como, na série, já sucedera ao assassino.

Finalizemos com o que disse o Chefe de Departamento da capitã, ao ouvir as respetivas explicações e dos seus colegas, convencido - não convencido da respetiva veracidade:

Lembra-te que inventámos a Justiça para acabarmos com a Vingança!

Referia-se, obviamente, ao Ser Humano, à Humanidade, que no seu evoluir social foi criando um progressivo modelo de Justiça que fosse o mais isento, honesto e justo. Mas que muitas vezes, na realidade é o que é e todos conhecemos!

Para visualizar pequenas introduções aos episódios da “Saison trois”,

consultar:

Engrenages episodes. 3Fsaison

 

No episódio 11, pode observar-se o personagem Ronaldo Fuentes. Observem-no com atenção!

No episódio total, a cena da sua morte é paradigmática, pela tensão entre as duas personagens em confronto:

o assassino e a capitã.

Vejam a série, não se assustem e reflitam sobre a nossa Sociedade e o que dela a série, infelizmente, espelha...

engrenages spiral rtp.pt.jpg

 

 

 

“Alentejo e Almada de Mãos Dadas”

Ponto Prévio

Um dos propósitos deste blogue é a divulgação de instituições / organizações / entidades, que promovem / organizam / estruturam / realizam / operacionalizam eventos, acontecimentos culturais, de carácter essencialmente regional ou local, que passam maioritariamente despercebidos ao “grande público”, entretido a visualizar os “excelentes espectáculos de elevado share”, que passam em algumas das nossas televisões generalistas na compita pela estupidificação das audiências, que são tratadas como se não tivessem uma nesga de inteligência, ao serem bombardeadas com programas de indigência intelectual.

Sim, porque era possível passar às mesmas horas, até em formatos semelhantes, programas com outra qualidade, elevando cultural e socialmente as Pessoas. Sim, porque as “audiências” são formadas por Pessoas e não simples “bonecos desanimados”!

Mas esta conversa faz parte de outra história.

 

cartaz lanç. Cd - Casa Alentejo - 30-5-2015.PNG

Divulgação:

Este post tem precisamente a finalidade de divulgação de um acontecimento de alto mérito, por todos os enquadramentos em que se estrutura e realiza, ainda que possa passar desapercebido em termos de “grandes audiências”.

O “GRUPO CORAL AMIGOS do ALENTEJO do FEIJÓ” vai promover o lançamento do seu CD/DVD, “Alentejo e Almada de Mãos Dadas”.

Onde?!

Pois, na celebérrima “CASA do ALENTEJO” – Lisboa. Um monumento, de arte revivalista inspirada nas tradições mouriscas, só por si merecedor de uma visita. Para além dos petiscos, claro.

Haverá melhor local, mais paradigmático, para ouvir as belas melodias e modas do CANTE deste emblemático GRUPO da Diáspora Alentejana, precisamente num espaço, per si, cristalizador de todas as aspirações, sonhos, dos Alentejanos que a partir dos anos cinquenta/sessenta do século passado rumaram a Lisboa, na busca de melhores dias?! Sempre com a Saudade e a Nostalgia no peito...

Pois, então.

Visitem a Casa do Alentejo, ouçam o Cante e disfrutem do convívio dos “Amigos Alentejanos”!

casa alentejo agendalx.pt.jpg

Sobre esta temática, consulte também:

Crónica do Feijó: A Força do colectivo!

Almada será a capital do cante?

Unesco e Cante Alentejano

Lançamento de CD/DVD

 

 

 

 

 

GÁS de XISTO!

A propósito de notícia lida no "Sapo":

"GÁS DE XISTO GARANTE SUPREMACIA ECONÓMICA DOS EUA DURANTE AS PRÓXIMAS DÉCADAS"

In: greensavers.sapo.pt/. ---- 15/11/2013

gsdexisto_SAPO.jpgFoto: Beyond Coal and Gas, sob licença Creative Commons.

Como é possível, os poderes instituídos continuarem a insistir e a "vender-nos" a ideia de que as energias fósseis são as mais baratas?!

Poderão sê-lo a curto prazo, mas a longo prazo são muito mais caras.

Observem-se os impactos que têm no Ambiente!

gas de xisto. in pensamentoverde.combr.jpg

 

O Sol "nasce" todos os dias e fornece "energia limpa" à Terra, há milhões de anos. Diretamente na energia solar e indiretamente, por ex. na energia eólica e na energia das marés...

Foto0589.jpg

"Sol e Mar" 

Foto de D.A.P.L. - 2015

 

O processamento de todos os resíduos produzidos pela sociedade de consumo, seja nos lixos domésticos ou nos resíduos florestais, devidamente (re)aproveitados permitiriam reduzir o consumo energético e produzir igualmente energia. 

Entre outras alternativas...

 

Mas os poderes humanos instituídos insistem em "descobrir novas energias fósseis" altamente poluentes, com impactos imensamente destrutivos do meio ambiente, como é o caso da energia obtida a partir do "gás de xisto", a pretexto de que são "mais baratas"!

Foi o carvão no século XIX, na China ainda neste século; o petróleo no século XX e mais tarde o gás.

Agora, o Gás de Xisto!!!!

As alternativas limpas só são aparentemente mais caras e apenas a curto prazo.

Se os Poderes Financeiros e Económicos, que tutelam, de facto, os Poderes Políticos, quisessem investir nelas, a todos os níveis, nomeadamente no plano científico e tecnológico, tornar-se-iam mais baratas e de melhores efeitos para a Humanidade e para o Ambiente!

Mas não, preferem continuar a investir no que lhes é rentável de imediato, pouco se preocupando com os outros Seres Humanos...

 

Precisam-se outros Poderes Políticos que tenham efetivamente poder sobre os Poderes Financeiros e Económicos!

 

 http://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/nao-a-central-nuclear-de-almaraz

MAIO...

 Maio...

Foto0437. maio. Foto de DAPL. 2014 jpg

 

Foto de D.A.P.L. 2014

A vida, e especificamente a vida em sociedade, para além do plano de realidade e materialidade em que se contextualiza, está também normalmente enquadrada no plano do simbólico. Não só do que realmente é, mas também do que significa ou que se pretende que signifique a nível social.

Desde tempos remotos que o Homem, a Humanidade, procura encontrar e atribuir significado(s) à existência diária, à(s) rotina(s) do dia a dia. Ao longo dos milénios, o Homem foi deixando marcas desses significados ou da procura/busca de significação para a sua existência.

Os múltiplos e variados monumentos megalíticos deixados por culturas milenares, as pinturas rupestres atestando vivências de há milhares de anos, são alguns dos exemplos materiais mais antigos dessa busca de significação para a existência e rotinas diárias.

As várias culturas dominantes, ao sobreporem-se sobre as anteriores, vão incorporando conceitos dessas mesmas culturas “dominadas”. Os romanos incorporaram elementos de cultos antigos, nomeadamente na Península Ibérica. O Cristianismo teve idêntica atitude, cristianizando/sacralizando os dias, os lugares, as festividades, os cultos romanos e pré-romanos, integrando-os num contexto cristão. Todos os dias foram santificados. Todos são dedicados, pelo menos a um santo. Os dias mais “santificados”, habitualmente, têm subjacentes outros cultos mais antigos, dias e noites que já eram significativamente importantes em culturas mais ancestrais. E esse simbolismo, apesar de não explícito atualmente, está muitas vezes implícito, digamos, num “inconsciente coletivo”, apesar de não consciencializado na prática diária.

Todos os meses têm os seus simbolismos, uns mais recentes, outros mais antigos. E sempre as sociedades, no seu evoluir e fluir constantes, vão “construindo” datas, dias, a que vão atribuindo significados e significações mais ou menos duradoiras, mais ou menos perecíveis e voláteis. A sociedade atual, caraterizada essencialmente pela materialidade, pela volatilidade, mobilidade e mudança e pelo consumismo, traço dominante da nossa sociedade atual, de um tempo ainda relativamente recente, tem marcado os dias, cada dia como “um dia especial”. Hoje é “DIA de…”

Hoje, e vi nos blogues, é “Dia do Silêncio”… Seria uma oportunidade para estarmos, hoje pelo menos, um pouco mais calados. E a Comunicação é, por vezes, tão “ruidosa”!…

Mas foi precisamente hoje, “Dia do Silêncio” que mais me apeteceu falar, melhor, escrever, eu que tenho andado arredio da escrita, também dedicado a outros afazeres e também ao descanso.

Mas falava de MAIO

Maio, mês das “Maias”, do “Maio”, dos “Maios”. No e do “1º De Maio”.

Maio também incorpora o “Dia da Mãe” e também tem outros dias de nomeada, nomeadamente no plano religioso. É também o “Mês de Maria”… O treze de Maio. Também já foi de comemorar o “28 de Maio”… Fez parte da nossa História… Também, neste mês, quando, no campo, os nossos progenitores trabalhavam de sol a sol, era também, no primeiro de Maio, o 1º dia de sesta. Alguém saberá o que é isso, excetuando um ex Presidente da República, que ainda continua por aí a “dizer das suas”?! Talvez precisamente por causa da sesta…

E numa época em que tanto nos preocupamos com a saúde, também é "Mês do Coração". E dia doze, "Dia do Enfermeiro". (...) Também se comemora o "Dia Internacional da Família" e o "Dia internacional dos Museus".

E "Dia da Espiga", Quinta Feira da Ascensão...

 

Enfim... Voltando ao início...

O Dia primeiro de Maio é um dia de muitos e antigos significados. Uma das significações mais recentes associa-se às lutas dos trabalhadores por melhores e mais dignas condições de trabalho e de vida. A partir das lutas operárias do século XIX, continuadas no século XX. Pelas Américas, pelas Europas…

Em Portugal, antes de 1974, era de luta clandestina, era reprimido comemorar esse dia. Não era permitido de festejar. Mas era uma aspiração a que o fosse.

O primeiro “1º de Maio” em Liberdade, em 1974, foi um dia de luta, mas também de festa, de fraternidade. Passou a ser feriado nacional. Posteriormente, os tempos foram mudando. Ainda que seja feriado, em muitos contextos socio-profissionais deixou de o ser. “…Todo o mundo é composto de mudança…” nem sempre para melhor.

Há setores que se justifica, em que é imprescindível que os funcionários trabalhem, ou pelo menos alguns deles, de modo a assegurarem os serviços fundamentais. Hospitais, por ex.

Mas há outros que é completamente desnecessário, ou pelo menos é prescindível. Por ex., haverá alguma necessidade imperiosa para que as grandes superfícies comerciais estejam abertas no 1º de Maio?! Mas é isso que acontece. Uma conhecida superfície comercial, que dispensa que a nomeie, pois não me paga nem precisa que eu faça publicidade não só abre, como faz promoções excecionais. Há dois anos foi uma verdadeira loucura.

Este ano os sindicatos do setor programaram greve, e esta era uma greve inteiramente justificável, diga-se. Mas segundo depreendi, pelo menos de acordo com o que observei no supermercado que me fica mais perto, a adesão terá sido pouca. Estava cheio de gente a comprar e com bastante pessoal a trabalhar.

Então questiono-me sobre o que é que representa, hoje, o 1º de Maio?!

Continuam a ser promovidas manifestações mais ou menos festivas, mais ou menos de lutas…

Mas o Dinheiro que rege as nossas sociedades, o Consumismo que nos devora a todos e nos consome na nossa febre de consumir, determina o nosso modo de viver, rege os nossos comportamentos, condiciona as nossas atitudes, superintende os nossos valores. E somos todos escravos do consumo.

Será, agora, o 1º de Maio mais um dia para dedicarmos à veneração do “Deus Dinheiro”, para festejarmos numa das “Catedrais do Consumo”?

Outros significados, diversas significações, diferentes simbolismos.

Esperemos que, um dia… não tenhamos saudades do Feriado do 1º De Maio!

 

Foto0428. Flores de Maio. D.A.P.L. 2014 jpg

 Foto de D.A.P.L. 2014

 

POESIA!

Hoje dia 22 de Março, domingo, vou lembrar:

  • A Sessão de Poesia, "FESTA da POESIA", realizada na passada 6ª feira, dia 20/03, na Biblioteca Municipal de Lisboa, na Rua do Combro, promovida pelo Círculo Nacional D’Arte e Poesia – C.N.A.P.

Aí vários poetas e poetisas disseram/leram/declamaram/recitaram os seus poemas ou de outros autores, cada um ao seu modo e estilo, na sua “Arte de Dizer”, mas em que todos engrandeceram a arte nobre que é a Poesia. Sócios do Círculo, a maioria, ouvimos: Adelaide Freitas, Cacilda Duval, Fernanda Carvalho, Francisco Carita Mata, Francisco Matos Serra, João Francisco da Silva (Poeta da Arruda), Josefina Almeida, Lithales Soares, Manuel Costa, Manuel Faria Bento, Maria Manuela Mendonça, Maria Olívia Diniz Sampaio e Rosa Redondo.

Parabéns a todos, à organização do evento e obrigado à Biblioteca e seus colaboradores.

 Biblioteca Municipal de Camões

 

E divulgo uma poesia publicada na IX Antologia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia – CNAP – 2006.

IX Antologia CNAP 2006.jpg

 

Poesia obrigada a mote

 

Belas Brandas, Brisas Breves

Soprando Soltas, Serenas…

Passam Suaves e Leves,

Levam Mágoas, Lavam Penas.

 

Ardendo, arde leve aragem

Quente na quietude do quintal

Ramo rumoreja na ramagem

Piando parte, perdido, o pardal.

Temente que fora o suão

Dormente, o guardião desperta.

Somente aragem, fora em vão

Que acordara de sonos leves

Ouvindo o vento que liberta

Belas Brandas, Brisas Breves.

 

Escorrendo doces e amenas

Brisas bordam belos beijos.

Massajam mouras morenas

Delicados dedos, desejos

Acenando afáveis, almejam

Destinos de encantamento.

Encantos quebrados mourejam

À chuva e sol, em tormento.

Voam brisas tão terrenas

Soprando Soltas, Serenas…

 

Soltam sonhos, devaneios

Passam desejos, anseios

Revelam-se sentimentos

Criam-se laços, enleios

Ideias e pensamentos

Infinitos e momentos

Tacto, sabor e fragrância

Na memória tudo escreves.

Sonhos da tua infância

Passam suaves e leves.

 

As penas do teu penar

Moira, mulher de mourama

Ninguém as queira igualar

Ardente fogo, acesa chama.

Que a luz do teu olhar

Tem condão de perdoar

Por penas leves de aves

Mais leve, a leveza apenas

Que ventos calmos, suaves

Levam Mágoas, Lavam Penas.

 

 

O mote é do Poeta Francisco Matos Serra.

 

 

 

Escrito em 2003.

Publicado em:

IX Antologia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia – CNAP – 2006

 

As Árvores também têm História?!

Foto1915. Amendoeira do quintal. Foto D.A.P.L.jpg

 

As Árvores também têm História?! (I)

 

A pergunta poderá surpreender. Terão as Árvores também História ou terão pelo menos a sua história?

Já apresentei imagens de árvores impregnadas de História ou uma oliveira várias vezes centenária, quiçá milenar, é ou não um ser vivo carregado de História?! Um verdadeiro monumento vivo!

Foto1399. Oliveira milenar. Foto de D.A.P.L.jpg

E esta “auracária-de-norfolk”, estando embora em propriedade particular é quase um ex-libris da Aldeia, pois faz sempre recorte na paisagem, nos mais diversos ângulos sobre a localidade.

Foto1917. Auracária de Norfolk. Foto de DAPL jpg

Esta que apresentamos quantos anos tem? Diz-se que cada anel de ramos representa um ano de crescimento. Quem a semeou? Quem a plantou? Quando?

 

As árvores têm a sua História, a sua origem enquanto espécies, muito antes da Humanidade. E como seres vivos são complementares e interdependentes de e com os outros seres vivos, nomeada e especificamente com o Homem.

Todas as árvores têm a sua idade marcada nos respetivos anéis de crescimento. Ao cortar-se uma vêem-se perfeitamente no tronco esses círculos concêntricos que delimitam o quanto a árvore se desenvolveu anualmente, segundo as estações.

Foto1926. ramo florido . Foto de DAPL jpg

A Amendoeira, como espécie, é originária da Ásia Menor, outras fontes referem o Norte de África. É uma árvore tipicamente adaptada ao clima mediterrânico.

Foto1929. ramo em floração. Foto de DAPL jpg

Esta, cujas fotos apresentamos, tem cerca de quarenta anos. Foi semeada no início da segunda metade da década de setenta do século XX, num caqueiro, resto de um asado ou infusa de barro que se partira, ficando apenas o fundo e parte do vaso.

Neste caqueiro coloquei terra estrumada e a semente, uma amêndoa de casca. E aí nasceu a planta.

Quando atingiu uma certa altura, passados dois, três anos, talvez, transplantei-a para o local onde se encontra. Plantada, protegia-a com uma rede para que o gado, as ovelhas, não a comesse. Devidamente regada no verão aí está ela, entrando nos quarenta…

Não é muito produtora, alguns anos em que muito apressada, ou enganada pelo tempo, logo floresce em dezembro e começa a frutificar, vêm geadas e tudo se perde.

Mas permanece e resiste ao clima destemperado do Alentejo interior e às vicissitudes da vida isolada, com poucas irmãs, por vezes com dificuldade na própria fecundação.

É proveniente de semente que trouxe de amendoeiras que bordejavam a estrada Crato – Aldeia, na zona das “Covas de Mau Vinho” até à “Meia Légua”, junto à “Lage do Meio Dia”. Havia várias, mas só já resta uma que ainda há pouca permanecia florida frente à Tapada da “Meia Légua”, onde muitos anos guardei ovelhas, nas férias. Provavelmente terá sido dessa ou de outra que havia perto que trouxe a amêndoa de casca para semear no vaso improvisado, mas usual na época, para plantar “flores”.

Todos os anos, ultrapassando todas as contrariedades, alegra o espaço e o caminho que bordeja com o seu manto alvar e virginal.

Foto1930. ramos floridos. Foto de DAPL jpg

E algo que nunca vemos, mas que é um dos papéis imprescindíveis das árvores e de qualquer planta, até da mais rasteira ervinha. Dá-nos todos os dias, durante cada dia, através da fotossíntese, a sua dose de oxigénio, que nos é tão indispensável à nossa vivência diária.

A nossa vida é complementar e interdependente da das plantas.

Nunca lhes somos suficientemente gratos.

Foto1931. ramos floridos em contraluz. Foto de DAPL jpg

Realidade que não visualizamos, que a maioria de nós desconhece, que poucos de nós valorizam. Mas é um bem inestimável e incomensurável, esse contributo da mais humilde violeta, para além do inebriante perfume das suas flores ou mesmo de qualquer erva daninha! O oxigénio, O2, que todos os dias nos ofertam, sem nada nos pedirem em troca!

 

P.S.

Estou a escrever este post scriptum a 1 de Setembro de 2015, 3ª feira, pela tarde. Vantagens de escrever online. Pode-se sempre reescrever!

E é só para frisar que, este ano, a Amendoeira foi extraordinariamente produtiva!

É de inteira justiça frisar este facto!

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E volto a escrever diretamente no post.

Para informar que, em 2017, a árvore floriu apenas em Fevereiro. No dia um de fevereiro de 2017, apenas estavam em flor os ramos do lado leste e sul. Os do lado norte e oeste, ainda estavam em botão.

Este Inverno tem sido muito problemático. Apenas arrefeceu e começou a chover, ainda que pouco, no final de Janeiro. Até aí, houve sol, temperaturas moderadas e nada, absolutamente nada, de chuva. Que só caiu mesmo nos últimos dias desse primeiro mês. Terá esse facto influenciado a floração da árvore?

Como será a produção neste Verão de 2017?!

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Ainda outra questão, esta técnica. Se, hoje, oito de Fevereiro - 2017, refizesse facilmente este post, colocaria as fotografias mais realçadas, nomeadamente noutra dimensão. Merecem! Só que não é fácil refazer o post.

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Hoje, dia 9/Março/2018, volto a escrever no post.

No ano de 2017, todos sabemos como foi o Verão. Incêndios desde 17 de Junho, até 15 de Outubro.

Verão sequíssimo. Contudo a árvore deu quase 1000 amêndoas.

E a árvore também secou, apesar de ter um rebento nascido, que já protegi do gado.

Neste Inverno de 2018, o quintal e o caminho ficaram mais pobres. A árvore já não floriu!

E, finalmente, e só em Março, choveu de jeito. Hoje, até demais. Chuva e vento!

Primavera e Mocidade

Foto1932. ramo floridojpg Foto de D.A.P.L.

 

“Oh, Primavera de lindas flores, elas são tantas, mas não são iguais.

Primavera vai e volta sempre, só a Mocidade vai e não volta mais…”

 

É assim, com algumas variações regionais, que canta a moda tradicional.

Que a Primavera traz sempre uma grande variedade e diversidade de flores é verdade, mas será que a Primavera que volta é sempre a mesma Primavera?!

Todos os anos vem a Primavera, mas nunca é a mesma Primavera. Uns anos anuncia-se mais cedo, noutros tem uma epifania mais tardia.

 

Como será este ano a Primavera?! Um Inverno praticamente em que não choveu. Dezembro, Janeiro e Fevereiro, mal caiu uma gota de água. Um tempo com bastantes dias de frio e temperaturas abaixo de zero, muitas camadas de geada…

Como será este ano a Primavera?!

As árvores, arbustos e ervas, cada uma a seu tempo, este ano talvez um pouco atrasadas, têm dado um ar da sua graça, florescendo.

Há alguma sequência na floração das árvores e plantas. Algumas florescem ainda o Inverno não começou. Nunca observaram o inebriante aroma das nespereiras floridas que acontece ainda em Novembro?! Não será já um anúncio da Primavera com alguns meses de antecipação ainda antes sequer da ocorrência do solstício de Inverno?! Ou não terá nada a ver com o assunto?

 A primeira flor do ano é a da amendoeira, diz o ditado. Mas há anos em que algumas amendoeiras, segundo a sua variedade, as condições do tempo e localização geográfica, iniciam a floração ainda em Dezembro. Outras variedades só em Março, tal qual a Primavera!

Foto1928. ramo com flores jpgFoto de D.A.P.L.

 

As andorinhas também já chegaram. Ainda em final de Fevereiro, já rasavam as planuras alentejanas, à cata de insetos. Também já as vi aos pares, descansando nos fios, na cidade de Almada. Daqui a pouco começam a construir os ninhos.

A Primavera vai e volta sempre. Mas será que é a mesma Primavera?! Não, não é! Cada Primavera é uma diferente Primavera.

E mesmo vindo cada Primavera, cada ano, nós sendo os mesmos, nunca somos os mesmos!

 

E a Mocidade não volta mais?! Ou será que volta?

 Nos nossos filhos e filhas, nos nossos afilhados e afilhadas, nos nossos sobrinhos e sobrinhas, nos nossos netos e netas, nos filhos e filhas dos nossos amigos, nos nossos alunos e alunas, não estaremos sempre perante a Mocidade?! Não a nossa mocidade, mas a Mocidade. Outra mocidade é certo, outras mocidades, mas sempre a Mocidade!

Não, de facto, a nossa mocidade não volta mais, mas a Mocidade volta sempre. Mas não a mesma Mocidade, tal como a Primavera vai e volta, mas nunca a mesma Primavera!

Foto1920. botão floridojpgFoto de D.A.P.L. 

 

Nota Final: As fotos são de Primavera! Mas onde está a Mocidade?!

 

 

 

Balanço de Natal e Final de Ano

 

Balanço de Natal e Final de Ano

 

Aproxima-se o Natal e com ele o final do Ano de 2014.

 

Fará sentido fazer algum balanço deste Blog, que nem três meses ainda tem?!

 

É algo sobre que me questiono…

 

Contudo através dele têm vindo a ser concretizados alguns dos Projetos que me propusera.

  1. Divulgar trabalhos em Poesia, dando prevalência, por enquanto, a textos já publicados noutros enquadramentos.
  2. Dar a conhecer, neste contexto online, trabalhos em Prosa de ficção, obedecendo, em princípio, ao mesmo critério.
  3. Divulgar algumas das Crónicas que vou escrevendo sobre assuntos ou entidades culturais da atualidade, relevando temáticas de caráter regional, sem deixar também de me debruçar sobre eventos de âmbito mais vasto.
  4. Publicar alguns dos trabalhos de pesquisa sobre a História da minha Aldeia, ou sobre a minha Aldeia na História, como se quiser.

Estes Projetos serão para ir continuando, caso a Vida e Quem rege as nossas Vidas me permita. Há muitos trabalhos para divulgar e a capacidade criativa para criar de novo, continuará, se Deus quiser! Aproveitando este conceito moderno de divulgação do que se escreve e e do que se faz de positivo. “Não se acende uma Luz para fechar numa gaveta!” É isso que a “net” nos permite. Divulgar a Luz!

 

Entretanto no decurso da execução/construção deste blog novos assuntos foram surgindo, que se podem enquadrar genérica ou especificamente nas premissas anteriores. Novembro e Dezembro são meses muito especiais, tanto no contexto pessoal como social.

 

Todos os textos aqui publicados são originais da minha autoria. Excertos que não o sejam seguem-se os critérios estabelecidos por norma, citação e fontes discriminadas. Mas não invalido a publicação de textos originais de outros autores. Bem pelo contrário!

Foto de D.A.P.L. Concepção de design: F.M.C.L. "PROSPERIDADE"

 

A Fotografia que, à priori, não fora propriamente pensada ou delineada, surgiu e concretizou-se natural e maravilhosamente! Sem exagero, há fotografias belas, algumas belíssimas, posso dizê-lo, porque não sou o autor da maioria delas. Aliás, as mais procuradas não são as minhas, o que muito me apraz. Muitas das fotos são originais. Mas neste campo já é mais difícil manter o critério da originalidade. Contudo tenho resistido ao “saque da net”, tão fácil e tão acessível e onde há “material” muitíssimo melhor que qualquer um que eu alguma vez possa vir a produzir! Quando o faço procuro também situar as fontes. Penso que é o mínimo que se deve fazer!

 

Tenho-me socorrido de digitalizações, entre outros casos, na crónica sobre o musical “Cats” e no recurso aos Postais da “APBP – Artistas Pintores com a Boca e o Pé”, a partir de material que adquiri em suporte de papel. Neste último caso, penso que é também uma forma de Solidariedade.

 

Neste sintético e modesto balanço quero e muito especialmente agradecer a quem me ajuda e me possibilita concretizar o trabalho neste blog.

 

Também quero muito encarecidamente expressar os meus agradecimentos aos Leitores que têm a amabilidade e a paciência para irem lendo os textos que vou colocando no blog.

 

E aos Visualizadores das fotos em que algumas, para além de tudo o que poderíamos imaginar, têm sido muitíssimo visitadas!

Presépio de Branco, APBP, Artistas Pintores com a Boca e o Pé

 

 

Obrigadíssimo a todos e Votos de um Natal Feliz!

 

 

 

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