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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata (II)

TRABALHOS DO INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA

«DR. MENDES CORRÊA»

FACULDADE DE CIÊNCIAS DO PORTO

Director – Prof. Doutor A. Rozeira

Nº 10 

Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata 

Por

Agostinho F. Isidoro

PORTO

1971

*******

«Notas sobre o casamento na Aldeia da Mata»

        (…) 

«O pregão do casamento é feito na igreja ou no registo civil, três meses antes do dia marcado para a voda.

Neste dia o noivo procura os rapazes da sua idade, casados ou solteiros e faz-lhes o convite nestes termos: «Vou-me casar (e diz o dia). Queres vir ao meu casamento?». A noiva procede de igual modo para com as raparigas da sua idade, mas solteiras, ou de idade inferior à sua, e também solteiras.

Pode também convidar uma rapariga casada da sua idade, mas isto é pouco frequente.

No dia do pregão os pais dos noivos convidam também as suas famílias para o casamento. Qualquer convite feito fora deste dia pode ser considerado como ofensivo pelos convidados.

Uns 15 dias antes do casamento os pais dos noivos mandam aos convidados um presente de bolos caseiros, designado por frete, constituído por 1 pão de ló, 1 bolo de orelha ou fatia, 1 dúzia de biscoitos e argolas.

Os convidados são obrigados a fazerem as seguintes ofertas:

Os do noivo oferecem-lhe 50$00 cada um, importância a ser entregue no dia do enlace à noite, após o acompanhamento dos noivos, já em casa deles.

Os da noiva oferecem-lhe uma prenda, no valor de 20$00 a 30$00 e dão aos pais da noiva a importância de 20$00, um quilo de arroz, um quilo de massa, um quilo de açúcar e uma quarta de café de cevada (250g).

Os convidados dos pais dos noivos pagam 100$00 por casal ou 50$00 cada um.

Os padrinhos dos noivos são obrigados a dar uma conta de pão (20 pães de quilo), uma cabeça de gado (ovelha ou cabra), no valor de uns 400$00 a 500$00, 10 litros de vinho, um quilo de arroz, um quilo de massa, um quilo de açúcar, um quilo de chouriço vermelho, um pacote de café e um lacão (perna de porco).

As madrinhas são também obrigadas a dar uma conta de pão, uma dúzia de pratos de louça ou de esmalte, um lençol de linho ou de outro tecido, um quilo de arroz e um quilo de lacão.

Antigamente os padrinhos davam ainda uma quarta de grão (cerca de 4 litros) e um bucho (estômago de porco cheio de sangue e de gordura de porco com condimentos e depois cozido), que tem um sabor agradabilíssimo.»

*

*       *

 

 

Origem das Visitas em Aquém Tejo

Tenho a mania das estatísticas.

E...

Acho isto muito estranho!

A origem das visitas em Aquém Tejo, nos últimos 30 dias, a partir da Alemanha, foram superiores ao somatório das visitas a partir de Lisboa e do Porto!!!!!!

Em Portugal (visitas últimos 30 dias)

    • Lisboa263
    • Porto249
    • não definido151
    • Portimao56
    • Montijo36
  • Sintra36
  • Coimbra35
  • Braga33
  • Albufeira20
  • Amadora18
  • Barreiro14
  • Evora11
  • Sao Domingos de Rana10
  • Almada8
  • Faro7
  • Setubal7
  • Vila Nova de Gaia7
  • Santarem6
  • Vila Nova da Telha6
  • Leiria5

No mundo (visitas últimos 30 dias)

Alemanha 677

    • Brasil72
    • Itália65
    • França31
    • Estados Unidos10
    • Canada8
  • Suíça7
  • Espanha5
  • Moçambique4
  • Bélgica3
  • Luxemburgo2
  • Butão1
  • Chipre1
  • Emirados Árabes Unidos1
  • Holanda1
  • Polónia1
  • Reino Unido1
  • Türkiye1
  • Ucrânia1
  • não definido1

***

Mistério!!!...

A que horas parte o Comboio para Barca da Alva?!

Barca D'Alva. Reprodução de Fotos dos Autores do Livro. 2022.01.03.jpg

Continuação dos postais anteriores…

Capa do livro. Reprodução de foto. 2022.01.03.jpg

Excerto do que os Autores referem sobre

“Linha de Barca D’Alva” – “Pocinho » Barca d’Alva”.

“DOURO ADORMECIDO”

«Os últimos 28km da Linha do Douro, entre Pocinho e Barca d’Alva, foram desactivados em 1988. Desde 1985 que, do lado espanhol, não havia continuação de comboio para Salamanca.

Ironicamente, tinha sido a necessidade de abrir uma ligação directa do Porto a Espanha a razão de ser da construção deste traçado. Na verdade, em 1887, um consórcio de empresários e banqueiros portuenses financiara integralmente não só a linha até Barca d’Alva, como daí em diante, já em território espanhol, até Fuente de San Esteban (onde entroncava com a linha para Salamanca).

Quando a decisão de fechar a linha foi tomada, não se sonhava que um dia haveriam de ser descobertas gravuras paleolíticas no baixo Côa e, muito menos, que esse conjunto viesse a ser classificado pela UNESCO. Ou que o Douro Vinhateiro também se tornasse Património Mundial. Mas a verdade é que durante todos estes anos não se acautelou uma manutenção mínima da plataforma: houve derrocadas, crescimento de matos e até de árvores inteiras, para além de as estações terem sido vandalizadas. Não deixa de ser curioso que a estação do Côa, reduzida a pouco mais de uma ruína, se situe perto do local escolhido para a construção do futuro Museu do Vale do Côa.

Agora é do lado espanhol que vêm sinais de possível revitalização da linha, mas a factura desta operação do lado português não vai ser inferior a 16 milhões de euros. A pergunta que apetece fazer é a seguinte: em quanto se reduziria este valor se, ao longo destes anos, tivesse havido um mínimo de manutenção?

(…)

No local onde confluem os dois patrimónios mundiais durienses não deixa de ser irónico que o percurso ao longo do Douro, em seguida sugerido, só possa ser feito a pé ou nos barcos dos cruzeiros turísticos. Ou que a possibilidade de chegar ao Parque Arqueológico do Côa de comboio continue uma miragem. Para quando o regresso dos comboios a Barca d’Alva?»

Contracapa do livro. Reprodução. 2022.01.03.jpg

In. “Pelas Linhas da Nostalgia – Passeios a Pé nas Vias Férreas Abandonadas”, de Rui Cardoso e Mafalda César Machado, Edições Afrontamento, Novembro de 2008. Pag.s 89 e 90.

(As fotos são dos Autores do livro. Fotografei-as com o telemóvel, a partir do livro.

Os sublinhados são da minha lavra.)

Caro/a Leitor/a, fizemos esta viagem até Barca D’Alva, em imaginação.

Itinerário Linha desativada. Reprodução. 2022.01.03.jpg

Talvez a possamos fazer ainda, um dia, de comboio.

Espero que tenha gostado.

Só o nome da localidade: Barca D’Alva, Barca de Alva. Deduzo que ficando a localidade, a Leste de Portugal e do Douro, portanto do lado Nascente, será a esse conceito que o nome se refere. Barca do Nascente, do Leste, da Alva, ou seja, do Nascer do Sol!

A toponímia das terras é por demais interessante!

Reflita também no texto que, em poucas linhas, nos leva, direta e indiretamente, a vários factos marcantes da nossa História! S.F.F.

Muito Obrigado. Muita Saúde!

 

Amoreira da Barca D’Alva (II)

O Maná da Natureza!

Amoreira Barca D'Alva. Foto Original. 2021.05.22.jpg

(Árvore com História!)

Amoreira Barca D'Alva. Foto original. 2021.12.01.jpg

Nas fotos dos postais anteriores, e neste, pudemos e podemos observar as mudanças na fisionomia da Amoreira da Barca D’Alva. Na foto anterior, quase, quase no Inverno, a árvore está praticamente despida de folhagem. Agora, já em plena estação, estará completamente desprovida das folhas. Que estarão, maioritariamente, atapetando o chão, decompondo-se em matéria orgânica, carbono e outros elementos minerais, que as chuvas transportarão às raízes, nutrindo e abastecendo a planta.

Amoreira Barca D'Alva III. Foto original. 2021.05.15.jpg

Em Maio, em pleno e “maduro Maio”, chegará a vez de ser a Amoreira a alimentar outros seres vivos. Carregadinha de frutos, “amoras de pau”, é um maná para a passarada. Melros, vestidos de preto acetinado, bico amarelo, os machos; em voo rápido e fugaz, são um constante ir e vir, abastecendo-se dos saborosos frutos pretos. Estorninhos vão numa revoada, este passaredo em bandos, pousando nos ramos, debicando amoras. Outras aves, de menor porte, cujo nome desconheço, também visitam a secção da frutaria deste supermercado gratuito. Dá gosto ver! E ainda mais ouvir a chilreada. Ademais os rouxinóis com o seu melodioso cantar! (Gravei vídeos, mas ainda não sei transpô-los para o blogue! Adiante…)

E assim esta Árvore cumpre um dos seus papéis. Alimenta passarolos, passarinhos e passarocos, e estes também cumprirão a função que o vegetal lhes destina. Comendo as amoras, espalharão as sementes da árvore, nos mais diversos locais da campina.

Amoreira Barca D'Alva IV. Foto Original. 2021.10.05.jpg

Mas como chegou esta planta da Barca D’Alva ao Alentejo?!

Não veio por semente, não foram os passarolos que a trouxeram. Também não foram as cegonhas! Veio de comboio. Mas não como árvore completa, com tronco, raiz e folhas.

Veio apenas um pedaço de um ramo, aliás dois ou três pedaços de ramos, que abacelei no quintal, em 1979. Passados dois ou três anos, o ramo que vingou, criando raízes e folhas, transplantei-o para o “Vale de Baixo”, bem no início dos anos oitenta, do século XX. E aí está a Amoreira, provinda da Estação de comboio da Barca D’Alva, um clone de árvore que por lá estava à data. Ainda por lá haverá alguma Amoreira?!

Mas faltam fios no novelo desta história…

Em 1979, trabalhava no Norte de Portugal, bastante longe do meu Alentejo. Praticamente só vinha à terra com intervalos de meses. Nos fins de semana, quando tinha tempo, aproveitava para turistar. O Norte tem imenso para visitar.

No Carnaval, aproveitei para ir ver as “Amendoeiras floridas”, que formavam e certamente ainda formarão uma paisagem de incontornável beleza natural. Fazendo a viagem de comboio do Porto até à Barca D’Alva. Nessa data ainda havia comboio até esta estação e até seguiria para Espanha. Portugal ainda não fazia parte da CEE, nem a Espanha. Ambos os países haviam saído, há escassos anos, das ditaduras. Ainda não havia a liberdade de circulação hoje existente. (... Hoje?!)

Fiz a viagem de ida e aguardei por outro comboio para regressar ao Porto. Tive algum tempo de espera, não sei precisar quanto, mas foi suficiente para obter alguns ramos de uma amoreira que havia na estação. Terei pedido certamente a algum funcionário da CP. Naquele tempo, nas estações de comboio havia sempre moradores, funcionários, chefe de estação, guarda da passagem de nível, outros trabalhadores. Eram quase todas ajardinadas, arborizadas e relativamente bonitas.

De regresso, aos ramos obtidos, embrulhei-os em jornais embebidos em água, para os manter humedecidos. Ainda voltei ao Alentejo e então abacelei os ramos, dos quais um vingou. Esse é o clone de Amoreira que havia ou ainda haverá na Estação da Barca D’Alva. Término, à data, da lindíssima Linha do Douro.

Falam em reabrir os troços que fecharam na década de oitenta. Um crime?! Falta de visão e estratégia?! Aconteceu por todo o País.

Mas ali, no Douro!...

Mais tarde, já neste século, sobrevieram os reconhecimentos internacionais: Douro Vinhateiro - Gravuras de Foz Côa.

Por aqui me fico, que ainda faremos a visita de comboio.

Continuação de Excelente Ano Novo. Ano Bom!

 

Amoreira da Barca D’Alva (I)

A Sabedoria da Natureza!

(Árvore com História?!)

Amoreira I. Foto Original. 2021.12.09.jpg

No último postal sobre a temática “Covid”, finalizei com uma foto de uma Amoreira. Que designo por “Amoreira da Barca D’Alva”. Precisamente porque é originária dessa localidade, no recôndito “Douro Interior”, quando o majestoso Rio entra completamente em terras portuguesas.

Já falei no blogue sobre esta região, o célebre comboio, a emblemática "Linha do Douro" que do Porto seguia até esta vila, prosseguindo por terras de Espanha até Salamanca. E daí para as mais diversas regiões espanholas e Franças e Araganças.

Amoreira plantada em pleno Alentejo!

Amoreira II. Foto original. 2021.10.05. jpg

E a viagem que ela fez?!

A razão de escolha da foto, com a Árvore despida de folhagem, quase, quase no Inverno, foi precisamente para testemunhar a “Sabedoria da Natureza”! Aproximando-se o Inverno, com os seus rigores previsíveis e habituais, a planta reduz a sua atividade aos mínimos possíveis. Que lhe permitam viver e sobreviver às inclemências do tempo. Não morre, mas protege-se.

(Foi também uma mensagem indireta e metafórica para os Humanos: que se resguardassem mais no Inverno!....)

Ressuscitará… a Amoreira, mal provenha a Primavera.

Amoreira III. Foto original. 2021.04.02.jpg

Atingirá a respetiva plenitude...

... em finais de Maio.

Amoreira V. Foto Original. 2021.05.22.jpg

(As diversas fotos documentam o facto.)

São também os meus votos para 2022! Para Si, Caro/a Leitor/a,

Para todo o Mundo:

Um Ano, de 2022, pleno de Realizações Positivas. De Felicidade! De Excelência e Otimismo!

A Primavera chegará, tal como esperamos também na Amoreira.

(Cuja saga continuará em próximo postal!)

Com muita Saúde!

 

"O Lugar das Árvores Tristes"

Livro de Lénia Rufino, romance, 1ª edição – Manuscrito - Lisboa – Março 2021

Cedro no Vale. Foto original. 2021.02.19.jpg

O título reporta-nos para um dos locais que temos mais certos na nossa Vida. As árvores, como dedos apontando para o céu, são marcantes e identitárias do espaço, pelo menos em Portugal.

Nas imagens elucidativas, ilustrando o postal, não tendo nenhuma foto específica, optei por utilizar fotos de cedros, plantas que eu próprio semeei e plantei no Chão e no Vale. Para aí nos anos noventa. (Mas, com estes particulares, estou-me desviando do essencial.)

Cedro, visto de perto, no Vale. Foto Original. 2021.04.02.jpg

A ação da narrativa decorre no Alentejo Norte, em duas pequenas povoações, uma mais um lugarejo, outra, um pouco maior. Nos anos de 1992, tempo presente na narrativa e 1968, tempo pretérito.

As personagens principais?

Isabel, jovem estudante de dezoito anos, inquiridora, pesquisadora, “perguntadeira”, querendo obter respostas sobre pessoas da localidade, já falecidas, nomeadamente sobre as respetivas mortes, que a intrigavam sobremaneira. (Esta personagem funciona, de certo modo, como alter-ego da Escritora?)

A mãe de Isabel, Lurdes, alvo primordial das perguntas da filha. Ela será mesmo a personagem principal. Ao não responder, ou fazê-lo por evasivas, ou desviar o assunto e o rumo da conversa, só aumentava a curiosidade e o interesse de Isabel.

Esta sua curiosidade e perspicácia policial levaram-na a equacionar a possibilidade da mãe, Lurdes, ter um diário. Daí a procurá-lo, foi um ápice.

Encontrá-lo-ia no sótão da casa, entre papéis velhos e fotos.

E a partir da respetiva leitura, clandestina, todo um desenrolar de um ou diversos novelos sobre a vida da mãe, enquanto jovem e o seu modo de ser e de estar como adulta, vieram à superfície e conhecimento de Isabel. E também possíveis respostas ou pelo menos suposições, para as mortes inexplicáveis de algumas pessoas da localidade e que tanto intrigavam a jovem.

 

Nós, enquanto leitores, somos levados nesta inquietação de Isabel e, com ela, queremos também descortinar e esclarecer os segredos que aquele diário revela e os mistérios que pairam sobre mortes e vidas de algumas pessoas das localidades.

 

Outro personagem, também crucial no desenrolar do enredo, é Monsenhor Alípio: pároco nas duas localidades, cujos nomes desconhecemos. Primeiramente, na localidade mais lugarejo, nos anos sessenta, onde Lurdes nascera e vivera na infância e na primeira adolescência. E nos anos noventa, na segunda localidade, onde decorre a narrativa no tempo presente, onde passou a viver Lurdes a partir dos catorze anos, onde casou e lhe nasceram as duas filhas, Isabel, a mais nova e Luísa, a mais velha.

Ele, personagem enigmática e de poder, em ambas as aldeias, funciona como contraponto de toda a vida de Lurdes e do desenrolar da ação e enredo.

 

(Não vou contar a história, que não sou escritor, nem narrador.)

 

Mas, digo ainda, que Lurdes teve outro filho resultado de uma violação aos catorze anos. Violação, crime, a que Monsenhor assistiu, mas não interveio. Esse filho foi-lhe retirado por Monsenhor, que o enviou a criar por uma irmã, para os lados de Viseu. Mais velho que as duas meias-irmãs, estudará no Porto.

 

Este livro lê-se com muitíssimo agrado, envolve-nos na narrativa e queremos obter respostas para as dúvidas e questões da jovem.

 

Um livro nos moldes tão atuais: funcionará como uma saga. Digo eu, que não falei com a Escritora.

Surgirá outro volume, assim espero. E, nele, Isabel procurará encontrar o irmão, chamado João, em homenagem a João Tordo, mentor da escritora Lénia. É ela que o diz, nos “Agradecimentos”.

E esclarecerá quem foi o violador de Lurdes?!

Provavelmente, sim!

E Caro/a Leitor/a, se, por acaso, teve oportunidade de ler a narrativa, quem acha que foi?!

Na minha opinião foi uma pessoa de poder! Quem?! Tenho uma suposição, mas não a divulgo.

Muita coisa fica por contar.

Um último reparo, que pensara escrever inicialmente. Esta é uma obra de ficção, como refere a Escritora.

 

Azinhaga Poço Cães. Araucária. Igreja e adro. Foto Original. 2021.05.22.jpg

Parabéns à Escritora, a Si, Caro/a Leitor/a e Boas Leituras!

Outras Leituras:

"A Casa Grande de Romarigães"

"O Meu Pé de Laranja Lima"

"Tieta do Agreste"

Ai, as nossas "fezes"!

De Altemira...

“Europa Social”, no Porto…

...Imigrantes explorados em Odemira!

Desabafos de Maio 2021

Rosas da minha Avó. Foto Original. 2021. 05. jpg

Logo agora que foi aprovada a designada “Europa Social”, no Porto e em início de Maio, mês de “Dia do Trabalhador”…

Pois, nem de propósito, a situação de escravidão, em que vivem trabalhadores das atividades nas estufas das agriculturas intensivas, ganhou foros de manchete nos meios de comunicação.

Era algo que se sabia, não é situação nova, não é específica do Alentejo, noutras regiões de Portugal existem casos semelhantes; em Espanha, França, Itália também proliferam casos idênticos. Por esse mundo afora…

Alguns desses trabalhadores migrantes, nas mãos de máfias organizadas, até serão levados de umas regiões para outras.

Nada justifica estas posições, a não ser a ganância de alguns, em detrimento de quem pouco ou nada tem.

A génese destes problemas até estará nos países de origem destes e doutros migrantes, dos que atravessam oceanos em fuga. Portugal já foi porto de origem de situações semelhantes, hoje é porto de destino.

Em todas elas a tónica dominante é a exploração desenfreada de pessoas, em modo de escravidão, sem o mínimo de condições que respeitem a dignidade humana.

O cinismo com que este assunto foi abordado em diversos contextos, a forma como foi tentado de resolver apressadamente, também não terá sido de louvar.

Todas as Pessoas têm direito a serem respeitadas, a sua condição de seres humanos valorizada, a uma remuneração digna, a condições de vida satisfatórias, para si e seus familiares.

Que resolvam a situação de modo que estes trabalhadores, vindos dos mais diversos locais do mundo, sejam considerados e valorizados pelo seu trabalho.

Que são eles que executam tarefas que portugueses não querem fazer.

Que permitem aos supermercados terem muitos dos produtos hortícolas que consumimos, nós e muita da Europa, “Social” ou não.

Que as Entidades, públicas e privadas, que tutelam os vários enquadramentos em que se processa o trabalho destes migrantes, sejam responsáveis. Que atuem! Que ajam!

(Toda a gente sabia, mas fingiam que não.)

Não fora a Covid e a “utilização” de um resort turístico, que tanta celeuma levantou, ademais já várias vezes falido, não sei onde vão buscar o dinheiro e ainda mais o que lhe fazem, não fora tudo isso e continuavam a assobiar e olhar para o lado.

Tratem de reconhecer a dignidade devida aos trabalhadores! Destes e dos milhares de portugueses também em trabalhos precários.

 

(Adenda: Os restos do foguetão chinês caíram lá para o Índico, não vieram cá para os lados de Portugal, e ainda bem. Já basta o Corona!)

E a foto original? Maio, é mês das rosas! E fica o mote para próximo postal, que agora tenho um grande acervo de rosas.

 

 

 

Eleições – Obras – Promessas – Ilusões!

Questões Pertinentes – Perguntas Impertinentes?!

Ginjal. Arte de Rua. Foto original DAPL Out 2015.jpg

Este ano, lá mais para o final, dependendo da Covid (?), haverá novamente eleições. Desta vez Autárquicas.

E já vai por aí um rebuliço! Cada cromo a candidatar-se… Cromos e cromas. Alguns e algumas dinossáurios/as, que saltitam de concelho para concelho! Não vou comentar. Não vou por aí. Cada um é que sabe na camisa em que se mete.

 

Ano de eleições é ano de obras. E é vê-las... Há de tudo. Umas mais necessárias, outras nem tanto. Passeios, estradas, ruas e ruelas, por cidades, vilas e aldeias.

Autarca que se preze tem obra para final de mandato. As inevitáveis rotundas… Há localidades acrescentando à coleção das que já dispõem. Estremoz tem mais uma em construção! E o que vai sair do espaço antecedendo a Porta de Santa Catarina?!

Em Estremoz, o que faz falta é uma variante que permita ir ou vir do Norte, para a auto estrada A6 ou a estrada Elvas / Badajoz – Lisboa e vice-versa, sem entrar na cidade e fazer toda aquela coleção de rotundas. Obra mais do que necessária, não acha?!

 

Nesta época, aparecem sempre novos projetos megalómanos, ou continuam a fomentar os que já vêm idealizando / prometendo há anos.

 

O aeroporto de Lisboa(?) anda em bolandas há décadas. Há quarenta ou cinquenta anos, saltitando de lugar para lugar. Ora! Ponham o de Beja a funcionar devidamente!

 

As obras em Lisboa, na Praça de Espanha, na Segunda Circular, há meses que não vou à capital, já terminaram?! É para ali uma gastadeira de dinheiro!

E mais uns metros do Metro? Linha Circular? Se resultar como a de Madrid, é uma confusão de ligações!

E no Porto falam em nova ponte! Tanta ponte?!

 

Em Almada, para além das obras no eixo central da Cidade, falam num projeto megalómano de uma espécie de Nova Cidade, com tudo e mais alguma coisa, do mais modernaço que há, a construir entre o Monte da Caparica e o Porto Brandão!

Bem lá no alto, aonde dificilmente chegarão os efeitos previsíveis da subida do nível médio das águas dos mares!

Provavelmente para esquecer o mais que célebre projeto que andaram anos a promover, de uma “Cidade da Água”, “Manhattan de Cacilhas”, a construir nos terrenos dos antigos estaleiros da Lisnave! Digo, eu. Sei lá!

Relativamente a esse hipotético novo projeto, os especialistas que o estudam, estão a equacionar os problemas dos transportes públicos e privados, no acesso à Ponte 25 de Abril?! Aspeto de pormenor?! Outros haverá, que quem projeta sabe mais do que eu!

Almada Velha. Foto original. 2019. 07. jpg

Em relação a novas cidades e construções, continuo a defender o que venho alertando, não só para a Cidade A, B, ou C. Para todas!

Recuperação dos milhares e milhares de casas abandonadas por todas as nossas cidades, vilas e aldeias. Um verdadeiro projeto nacional, envolvendo todas as entidades. Destinadas às Pessoas, sem esquecer que, hoje, toda a gente tem carro.

(Já abordei este assunto em diferentes postais.)

Ferramentas. C. Arte Moderna. Foto Original. 2020. 02. 02. jpg

Caro/a Leitor/a, aí pelos seus lados…

Que obras andam a fazer? E que projetos querem “vender”?!

Obrigado pela sua leitura. Grato pela sua atenção.

Votos de muita Saúde e excelente Primavera!

*******

Fotos?

A 1ª é do Ginjal - Almada, de 2015! Local que bem precisa de Obras! Já prometidas... 

A 2ª, de 2019. Almada Velha.

A 3ª, de 2020/02/02, de Exposição do Centro De Arte Moderna: ferramentas. Pode haver obras sem ferramentas?! Antes do Centro entrar em Obras e desta confusão da Covid. Saudades de ir passear à Gulbenkian: jardins, exposições e belos almoços no snack do Centro de Arte Moderna!

P. S. - Se utilizar, por bem, alguma destas fotos, cite a origem, SFF! Obrigado!

 

 

“O Caminho de Ferro Impossível” - Documentário na RTP2

A Nostalgia do Futuro! 

Linea La Fregeneda Ruta de los tuneles J in wikipedia

Ontem, sábado, dia 2 de Janeiro, a RTP2 brindou-nos com mais um dos seus excelentes documentários, no cumprimento da sua função de “serviço público”.

Não sei porque este conceito não deveria ser aplicado a todas as televisões, mesmo às “designadas privadas”, que maioritariamente só produzem esterco das “quintas” e “caixas de segredos”… Adelante… que se faz tarde!

 

Estação de Barca Alva in wikipedia.jpg

Este documentário com o título de “O Caminho de Ferro Impossível”, centrando-se na designada “Linha do Douro”, que do Porto seguia a Barca de Alva, em território português e, posteriormente, através de La Fregeneda, seguia para Salamanca e por essas “Espanhas” até à Europa. Analisando o assunto em diferentes perspetivas, com múltiplos e esclarecidos interlocutores, abordando e mostrando dificuldades, mas sugerindo, quiçá equacionando, também possíveis aberturas e soluções…

Ponte Internacional do Águeda In wikipedia.jpg

Uma parte desse trajeto está desativada, desde finais dos anos oitenta, nomeadamente do Pocinho até Barca de Alva. Bem como desativada está a parcela que percorre paralela ao Rio Águeda, na margem direita, já em Espanha e que seguiria para a Cidade Salamantina.

 

Muitos agentes sociais, de natureza pública e privada, almejam a reabertura da totalidade da linha, pelo menos para fins turísticos, embora alguns dos intervenientes também vislumbrem outras possibilidades de exploração rentável.

 

Toda a Linha do Douro é um trajeto espetacular, especialmente quando serpenteia paralela ao Rio ou o atravessa nas suas majestosas pontes do século XIX.

Nos finais de setenta, julgo que em 1979, fiz todo percurso até Barca de Alva, ainda de comboio, para ver as amendoeiras floridas. É um passeio extraordinário! Foi da estação de Barca de Alva que trouxe a primeira amoreira que plantei no “Vale”, de uns ramos que cortei de uma árvore existente no cais da estação, enquanto esperava o comboio de regresso novamente ao Porto.

Mais tarde, já neste milénio, fizemos o trajeto do Douro, mas de barco, do Porto a Régua, com regresso de comboio, na mencionada Linha. Oportunidade de perspetivar a beleza da Região Duriense sob dois prismas complementares.

 

Não conheço o trajeto de Barca de Alva até Salamanca. Mas pelo que se mostrou no documentário e se pode pesquisar na net é igualmente pujante de força e beleza.

Trajeto esse que o conceituado “Jacinto”, do romance “A Cidade e as Serras”, de Eça de Queirós, percorreu, quando de Paris regressou à sua Tormes ancestral, certamente nos anos noventa do século XIX. Nessa altura especialmente preocupado com o extravio das malas…

 

E, de regresso ao passado e à Escola, ainda alguém se lembra do nome das Linhas de Caminho de Ferro, que aprendíamos nos anos sessenta?! E as Linhas de Trás-os-Montes…!

E ainda nas memórias… e de memória. Foi também numa Linha de Trás-os-Montes que ainda fiz uma viagem em comboio a vapor. Da Régua até Chaves. Linha do Corgo. Em 1974, ou por aí.

minolta linha do corgo 1978. in linhaferroviariadocorgo.wordpress.com.jpg

 

Voltando à Linha do Douro e aos comboios. Durante muitos anos viajei de comboio, já falei neste blogue várias vezes sobre comboios e sou um aficionado de comboios!

 

E, como muita gente mais sabedora do assunto que eu, também acho que foi um erro grave que neste, como em outros países, se tenha desinvestido, (propositadamente!) neste meio de transporte, que podia ser todo eletrificado e, portanto, usando energia mais limpa. (Em Portugal esse desinvestimento ocorreu principalmente a partir das décadas de setenta/oitenta do século XX.)

Os interesses das petrolíferas, e de todas as empresas a montante e jusante, assim determinaram!

E vejam-se as Guerras que continuam a ser travadas nos países nevrálgicos na extração petrolífera! Atente-se nessa situação!

 

Mas voltando à Linha do Douro.

Será ou não possível reativar a totalidade da Linha?! Nem que seja fundamentalmente para fins turísticos. Mas também há quem defenda para outros fins…

Desejável e imprescindível, é!

E com o potencial que tem toda aquela Região, que inclui não só Portugal, mas também Espanha. Abrangendo desde ao Porto, pelo menos até Salamanca. E por essas Espanhas e Europa.

Se em finais do século XIX, com os meios e tecnologia da época, com dois países independentes e separados politicamente, foi possível construir-se aquela obra de engenharia, não será atualmente, hoje, friso, possível recuperá-la?!

Haja Vontade de o fazer.

 

Que há todo um potencial enorme naquele espaço geográfico e cultural!

 

Entidades públicas e privadas; portuguesas e espanholas e europeias; nacionais, regionais e transnacionais, dos poderes centrais e locais, que se unam face a um Projeto Global.

Buscando financiamentos, inclusive através dos cidadãos. Uma mobilização, publicitação, marketing, merchandising, nacional, transnacional, global, desde que devidamente fundamentados e cimentados na “Confiança”, despertaria muitos apoios.

Bem sei que o “confiar” nas instituições e grandes projetos anda muito em baixo…

 

Mas que é urgente, imperioso, indispensável, fundamental, que se recupere aquela e outras Linhas, lá isso é!

 

O BENFICA Ganhou.

sporting benfica.jpg

O Benfica Ganhou?

 

Sim. O Benfica ganhou. No campo do adversário, a uma equipa como o Sporting, no estádio José Alvalade, empatar, e fazê-lo como foi feito e quando foi feito, é ganhar. Ganhou, pelo menos ganhou um ponto!

Parabéns Jardel! Parabéns Benfica!

Infelizmente, também ganhou o F. C. do Porto. Ganhou dois pontos relativamente a cada uma das equipas: Sporting e Benfica.

 

*******

 

Já que me aventurei a fazer esta pequena abordagem sobre futebol, aproveito para deixar uma questão em aberto…

Faz algum sentido o fanatismo relativamente ao futebol?!

Aliás, faz algum sentido o fanatismo relativamente ao que quer que seja?!

Nos mais diferentes campos, nas mais diversas interações sociais, o fanatismo tem levado às maiores loucuras cometidas pelo ser humano.

 

Mas ainda neste campo do futebol, qual o sentido da fanática loucura de alguns adeptos?! Seja qual for a sua equipa, existem em todas as equipas e em todas as sociedades e países e provavelmente na maioria dos desportos… Para que serve?! Hipoteticamente para aliviar frustrações… Talvez! Quando esse “fanatismo” é espontâneo, não quando organizado…

 

Mas analise-se, veja-se só e apenas a composição do plantel de ambas as equipas, estas duas como exemplo, porque são paradigmáticas. Observe-se a nacionalidade de cada jogador. A grande maioria é de cidadãos estrangeiros. Não que esse aspeto, não serem nacionais, per si, tenha algum problema, bem pelo contrário. Vivemos num mundo à escala global e também muitos portugueses jogam e muitos exercem outras profissões no estrangeiro.

 

E o mesmo se passaria se fossem todos nacionais!

Nesta época, estes jogadores estão no Benfica, estão no Sporting…

Onde estiveram em épocas anteriores?! Onde estarão na próxima época?! O que os move?! O que os liga a esta ou outra equipa?! O amor à camisola?! A afiliação ao clube?! A ligação à terra onde está sediado o clube?! A amizade aos colegas da equipa?! A adulação dos adeptos?! O respeito e consideração pelos sócios do clube?! Tantas perguntas que podem ser formuladas. …?   …?  …?

E quantas respostas?!

Toda a gente sabe que praticamente é só uma!

$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

 

Então!!! Faz algum sentido o fanatismo relativamente ao futebol?!

 

Aliás, faz algum sentido o fanatismo relativamente a alguns desportos?!

 

Melhor dizendo, faz algum sentido o fanatismo?! ?! ?!

 

 

Nota: imagem in - "acores24horas.pt".

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