Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
E ficam ainda vários elementos patrimoniais dignos de visitas campestres: as Azenhas ou Moinhos: o do Ti Luís Belo, (foto supra, autoria de Marco Rego), o das Caldeiras, o do Salgueirinho, o da Ribeira da Midre.
E o(s) Lagar(es)?
E Caro/a Leitor/a, já reparou na variedade de nomes que já referi, respeitantes sempre à mesma Ribeira?!
De Cujancas, é o nome oficial.
Mas localmente, só tem essa designação, a montante da Aldeia, quando si inicia, junto à ponte da estrada, Crato - Monte da Pedra e, a jusante, junto à ponte da Linha de Leste. No intervalo entre estes dois locais, para além dos nomes que já designei, ainda o de Ribeira das Vargens e o de Ribeira da Lameira. (…)
Se souber mais algum, comunique-o neste postal, SFF.
E só estes itens para visitar?
E a Anta do Tapadão?! Esse monumento grandioso, com mais de cinco mil anos?!
E a Igreja e o Adro à volta? E as vistas da Torre?! E a Araucária?
E as Oliveiras milenares?
E a Casa Museu? E as Ermidas, as da localidade, São Pedro e Santo António e a da Senhora dos Remédios?!
Aproveito para lembrar e para algo que me impressionou imenso. Envolveu centenas de pessoas de diferentes países, de vários continentes. Calcorrearam vários dos locais que mencionei nestes postais.
Pois, digo-lhe. NÃO deixaram lixo nos campos.
É também esse pedido que lhe faço. Quando visitar os nossos monumentos e / ou percorrer os nossos campos, NÃO deixe lixo: sacos, garrafas de plástico ou latas, restos de roupas ou calçado, maços de cigarros, eu sei lá!
Por favor!
Para além do mais... Passeie... E proteja-se, a si e os outros! SFF!
(Ou como uma ida aos espargos se converteu numa observação “participante” de um acontecimento desportivo mundial.)
(in. opraticante.pt/)
Nestes dias finais de Fevereiro, 25 a 28, tem estado a decorrer no Alto Alentejo, concelhos de Alter do Chão, Crato e Portalegre, um evento do Desporto designado “ORIENTAÇÃO”, palavra, para mim, tão carregada de significações.
Inesperadamente, para muita gente, de surpresa, viu-se a Aldeia envolvida, “invadida”, tomada, por este evento desportivo extraordinário, que nos dias 25 e 26 decorreu em Aldeia da Mata. No povoado e nos campos limítrofes.
Apenas presenciei uma parte do acontecimento, não em todas as suas vertentes, nem em todos os espaços em que decorreu, mas pude observá-lo naqueles locais, que, habitualmente, frequento. E quero realçar que gostei, não direi muito, mas muitíssimo, do que pude observar e, de algum modo, vivenciar.
Antes de tudo o mais, realçar algo extraordinariamente positivo. Na sequência e no decurso do acontecimento e após a sua finalização, em todos os espaços que percorri, observei algo que raramente acontece nos variados eventos, espetáculos, acontecimentos, que ocorrem por esse Portugal e mesmo no dia-a-dia das localidades portuguesas.
Neste evento, não constatei uma “gota” de lixo por lugar algum dos que eu tenha observado e percorrido.
Esperemos que acontecimentos destes, com esta envergadura ou noutra escala, se venham a repetir!
Foi extraordinariamente belo, ver, campos, por onde não aparece vivalma, percorridos por pessoas de todas as idades e condições, homens e mulheres, jovens e velhos, crianças e adolescentes e das mais diversas nações, de todo o Mundo, dando cor e movimento, a terrenos onde só as ovelhas e bezerros pisoteiam e estrumam todo o ano.
E praticando DESPORTO!
(in. sportlife.com)
Nessa manhã e tarde de sábado, ausentes os animais, as Tapadas das Freiras, do Rescão, das Cegonhas, da Lavandeira, o Chão Grande, ganharam outros habitantes, que os humanos raramente as frequentam. (Alguns caçadores, na respetiva época, alguns colhedores de espargos ou túberas, no seu tempo devido.)
Quando chegaram os primeiros corredores, já eu havia executado uma das tarefas que vinha delineando desde o ano passado.
“O que são os espargos?”, me interrogou um português, que acompanhava o filho e a filha, participantes na corrida.
Foi um espetáculo divertido e reconfortante ver, tanta gente e tão colorida, descendo e subindo os alcantilados destas terras com passagem obrigatória pela Ponte do Salto e respetiva Fonte.
“Es potable?”, me perguntou um jovem, sobre a água refrescante, enquanto eu enchia um garrafão.
Lá bebeu e terá ido mais reconfortado.
A Fonte, onde havia um posto de controlo, terá ficado intrigada com tão inusitado movimento, há anos que debita, quase inútil, mas persistente, a excelente água que produz, desligada da indiferença dos conterrâneos!
Já mais pela tarde, uma senhora descia do Caminho da Arca da Fonte, talvez um pouco desorientada, um contrassenso numa prova de orientação, me questionou, aflita:
“- Onde fica a ponte? Onde fica a ponte?”
E a Ponte ali, tão perto… E lá seguiu, agradecendo muito.
(E, a propósito da Ponte, sobre que por vezes se refere a sua provável, possível, hipotética, antiguidade, sabe que nas “Memórias Paroquiais”, tanto nas de 1747, como nas de 1758, não vem qualquer referência à Ponte?!)
Nunca, os Caminhos, do Salto, da Arca da Fonte; as Azinhagas, do Porco Zunho, do Poço dos Cães, a Azinhaga Estreitinha, foram tão movimentados, nem nos tempos em que os campos eram a base da sustentação do povoado, nem sequer quando, crianças e adolescentes ainda brincavam por tapadas, caminhos e ribeiras.
Junto ao Adro de São Martinho se estruturava a chegada dos atletas.
Igreja, torre sineira, araucária, ter-se-ão questionado sobre o porquê de tanto movimento inusitado.
Até a amendoeira, que tem história, gostaria de ter presenciado a ocorrência umas semanas antes, no início do mês, quando ainda estava florida!
Nas ruas só se viam essencialmente estrangeiros, uma verdadeira Babel instalada no povoado, o barulho característico das molas dos sapatos próprios para estas corridas!
Pena que o entrave da Língua, não tenha proporcionado uma maior interação.
Terminado o evento, resta-nos o silêncio das casas abandonadas ou de segunda estadia e a Lembrança e a Saudade dos ausentes.
Na estrada até à ponte da Ribeira das Pedras estava todo o lado nascente da via, com carros estacionados. Não como nesta imagem!
Não tirei qualquer foto do evento, por várias razões.
Primeiro, tenho sempre alguma relutância em fotografar pessoas e divulgar na net. Mas já abri exceções!
Segundo, estou de mal com o telemóvel.
E, terceiro, a minha colaboradora do blogue e que me documenta e fornece o acervo fotográfico, estava ausente.
Mas é precisamente desse acervo e dessa prestimosa colaboração que me sirvo para documentar este post. Para além de uma foto minha, já antiga, que digitalizei.
E este post, além de documental é também um convite, a si que nos brindou com o seu colorido, o seu entusiasmo atlético e desportivo, nos campos e ruas de Aldeia…
E que, preocupado com o mapa, para onde olhava permanentemente, para a localização dos pontos cardeais, eventualmente buscando a direção do sol, e principalmente a localização dos postos de controlo, preocupado em registar com o aparelhómetro no dedo…
Para si, que não olhou, nem observou a beleza destes campos, nem destas ruas e singelos monumentos…
Para que nos visite com mais calma, sem correrias, nem pressa de chegar, ou de ser o primeiro…
E aprecie estes belos campos, que a partir de Março atingem todo o seu esplendor, glorificando a Primavera, explodindo em Maio.
Numa apoteose de cores e perfumes e sinfonia de rouxinóis.
(Bem sei que você não lê Português…
É pena!
Pode ser que ainda consiga traduzir este excerto…)
E, para si que é Conterrâneo, que é Português.
Lembre-se do que frisei no início.
Este pessoal não deixou lixo nos terrenos!
Então, porque deixar lixo nos caminhos velhos, nas bermas da estrada, nas margens da Fonte, no leito da Ribeira do Salto ou de outra qualquer, arremessado para debaixo da Ponte?!
Porquê?! Porquê?!
******* ******* *******
Deixo alguns links, se quiser aprofundar mais sobre o evento.
Agradeço as imagens que tomei a liberdade de retirar de sites alusivos à ocorrência.