Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Ontem, publiquei um postal em “Apeadeiro da Mata” sobre um túnel formado pelas árvores e arbustos, na “Azinhaga da Fonte das Pulhas”. Que também poderia ser designada “Azinhaga do Porcozunho”, porque nos direciona para a respetiva Ribeira e Horta. (Porcozunho: Porcos Unho?!)
Azinhaga / Caminho vicinal, nome moderno, que funciona quase diariamente como meu “circuito de manutenção”, ao ar livre e com música ambiente: o cântico dos rouxinóis e outra passarada.
Hoje, resolvo publicar um postal em Aquém-Tejo sobre outro percurso, onde também está formado um túnel pelo arvoredo.
Túneis que são imprescindíveis de manter, melhorar, pelas características, pelas sombras e porque são ecossistemas onde convivem várias espécies de animais. Já falei dos rouxinóis?!
Este segundo túnel arbóreo situa-se a leste e montante da Fonte da Bica, na respetiva Azinhaga, que se dirige às Alminhas Novas.
(Integra-se num percurso pedestre devidamente assinalado e homologado, que se inicia em Flor da Rosa, junto ao Mosteiro. Segue na direção do Crato, posteriormente dirige-se para Aldeia da Mata, aonde vem entrar pela Fonte do Boneco. Depois para a Fonte d’Ordem, posteriormente Fonte da Bica, seguindo pela respetiva Azinhaga, concluindo-se na Anta do Tapadão. É quase circular. É considerado “Percurso Histórico”. Em Aldeia da Mata, aproxima-se muito das duas “Alminhas”, as “Velhas” e as “Novas”. Mas, à data em que tive conhecimento do respetivo traçado, não as referenciava. Dei conhecimento do facto às entidades promotoras. Não sei se fizeram alteração.)
Bem se observa como a árvore ultrapassou a torre. Nesta foto, estamos a Leste da Aldeia. Por isso, a planta aparece à direita da igreja.
Também pode apreciar as flores das figueiras da Índia, junto à estrada.
Linda cor salmão, mas os frutos não são tão bons como os das plantas que temos no Chão da Atafona. Mas estou tentado a surripiar um ramo para plantar, pela cor das flores.
E por aqui fico!
Relembrando como é fundamental manter e trabalhar os túneis arborícolas, em clima tão destemperado como este nosso alentejano.
O “Vale de Baixo”, no seu melhor. Uma herbácea para fenos enxameia a planura. Julgo que se designa azevém e será o terceiro ano que produz, após a sementeira. Haverei de confirmar.
Paisagem enquadrada por duas exóticas: as Catalpas e o Eucalipto, plantado pelo Pai, há cerca de trinta anos.
Amoreira preta, carregada de amoras
Carregada?! Carregadíssima. Um verdadeiro aeroporto - mercado abastecedor da passarada. É um ver se te avias, de aves a chegar e abalar da árvore. Melros são os reis. Vão e vêm a todo o minuto. Também estorninhos. Pardais. Outros pássaros que não sei os nomes. E o imperador, certamente também a imperatriz: Pegas Azuis!
(E, a propósito de aeroporto, já descartaram o de Beja. É pena! Já há muito trabalho feito. Daqui a cinquenta anos, Beja é já ali. Promoviam uma região subalternizada. Descentravam da Grande Lisboa. Sei lá!...)
Sombra das Catalpas
Árvores exóticas, muito bem-adaptadas ao Alentejo. Semeei-as, posteriormente dispu-las, à entrada do Vale, há cerca de trinta anos. (As minhas manias de sementeira de árvores. A taxa de insucesso é muito grande, mas não tenho desistido. Algum dia terá de ser. Dão imenso trabalho e já me canso muito. Mas dão uma sombra frondosíssima e, em breve, estarão floridas. Lindíssimas! Depois, os frutos, em vagens. Pessoa muito querida chama-lhes Árvores dos Feijões!)
Destas árvores há imensos exemplares pelas estradas deste Alto Alentejo, de há mais de meio século, de quando as estradas eram bordejadas por arvoredo.
A partir das catorze - quinze horas, anunciava-se a chuva, muito leve, levezinha, enquanto percorria o circuito de manutenção, mais o “Gil”. No regresso, já se sentia o agradável frescor da água no rosto, o refrescante friozinho do contacto com a tão desejada, ansiosamente esperada, chuvinha.
Há semanas, meses, que não chovia. O Outono foi de águas, há meio século represadas, o Inverno nem vê-la ou mal aparecida. A Primavera, neste mês de Abril, era Verão de Junho e Julho. Calor, seca, já incêndios, não prometia nada de bom.
Hoje, ela apareceu, pouca, pouquíssima, para o que é necessária. Será que vai continuar?!
A ver vamos!
De qualquer modo, merece um postal.
Abençoada chuva. Bendita água refrescante de campos e de espíritos!
A 1ª quadra dos “Maios” achou uma nova quadra. Ainda de Abril e dos Maios, mais a Liberdade!
As fotos acompanham ainda os Maios. Ambas as quadras inspiradas no real, mas não há fotos publicadas dos potros. Não são meus, são certamente valiosos, estarão registados, por isso tendo embora fotos dos corcéis não as divulgo.
Vão também fotos dos Espinheiros, que noivam os campos, espalham um perfume sereno, mas apelativo e nos testemunham a Primavera deste Abril, hoje, já cheirando a Verão!
Continuação de excelente Primavera, excelso Abril Pascal e bons passeios campestres.
Ontem, 4 de Abril, foi tempo de testemunhar como os “Maios” já amarelejam os campos da Tapada do Rescão – Aldeia da Mata.
Inspiração para uma Quadra. A minha Musa é parca, parcimoniosa. Pode ser que ainda surja outra.
Tarde de espargos. Apanhei um molho bem jeitoso, nas habituais tapadas.
As cabras anunciadoras das “Páscoas”, mal foram soltas pelo dono, logo calcorrearam as três tapadas: a do Rescão, a das Freiras e o Chão da Pereira. Não satisfeitas, ainda saltaram para propriedade do vizinho. Lá teve de ir o Luís – dono - buscá-las. Chama-as e elas voltam. Interagem muito bem com os humanos. Mas são cabras! Sempre cabras!
Os javalis, certamente também as javalinas, andam numa fossadeira pelos campos. Quase uma lavoura! Pior é o efeito nas redes de proteção dos terrenos. Não resistem! Abrem buracos por todo o lado. Bem podem fechar uma saída (ou entrada?), logo descortinam outra. Não há trabalho de manutenção que aguente!
Aproveitei a tarde de ontem para a passeata habitual, ainda pelos campos. Vindo o calor, os espargos vão rareando, as ervas secam, os maios estiolam e abundam as carraças e outras bicharadas. Nessas alturas já não gosto tanto de passear no meio do ervaçal.
Anteontem, no decurso dos trabalhos “agrícolas”, vi a primeira cobrita. Deixei-a seguir o seu destino!
E, assim termino esta “croniqueta” campestre. Que, hoje, foi dia de Cidade!
(As primeiras fotos, de 26 de Março, são da Capital: Lisboa – Jardim da Gulbenkian.)
Nessa tarde de Domingo, parece que choveu gente nos terrenos arrelvados.
Noutros espaços da Capital terá sido igual.
A propósito.
Quando reabre o Centro de Arte Moderna?!
Parece que as obras não atam nem desatam. Da última vez que estivera no Jardim, 01/08/21, o que observei para além do tapume, parece-me o mesmo que vi a 26 do mês passado: 2023!
É gratificante vermos concretizados projetos que vimos sugestionando há anos.
(Não estou a escrever que tenho algo a ver com o assunto, porque não tenho. Nem que se inspiraram nas ideias semeadas, porque não tenho essa pretensão. Mas que fico muito contente que se operacionalizem estes projetos de Valorização da “Minha / Nossa Aldeia”, lá isso fico.
Tão satisfeito, que publico dois postais: um em cada blogue.)
Se Alguém vir os Gatinhos, diga-lhes: Olá! (S.F.F.)