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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Eleições Autárquicas 2021 - Campanha(s)

Haja Paciência!

Grafiti Almada. Foto Original. 2019.07.13.jpg

Anda tudo numa grande azáfama, por aí.  Não haverá localidade deste nosso País em que não andem caravanas de candidatos a cargos e funções em freguesias, câmaras.

É bom sinal, que é uma forma de exercício da Democracia.

Mas… por outro lado, será apenas uma perceção minha, ou muito boa e santa gente anda por ali mais para ganhar protagonismo? Para dar nas vistas? Para eventuais e futuras benesses?!

Faz-me confusão que haja câmaras, com candidaturas até à dezena ou quase.

As promessas são mais que muitas. Anda por aí uma “bazuca” que é uma espécie de varinha de condão. Vai permitir fazer tudo e mais alguma coisa. De repente vão surgir verbas de todo o lado e vai-se construir tudo o desejado e pensado. Até os sonhos mais sonhados vão ser realidade a curto prazo.

Tanta publicidade. Tanta papelada. Tantos outdoors. Chamar-lhes ia antes “fora de portas”. Porque são um exagero. Não vejo necessidade de tanta poluição visual.

Costa Caparica. Foto original. 2020.08.24.jpg

Numa das minhas Cidades, “Cidade de Rio e de Mar”, para além desses fora de portas há uma quantidade de “outDores” anunciando “Obra” em todo e mais algum “buraco” que esteja espalhado pelo Concelho. Alguns desses “buracos” são monos que por ali estão, há dezenas de anos, englobando vários períodos de gestão autárquica.

Pois, em todos, caso ganhe determinada força política e candidata… “Vamos ter obra”! É só obrar!

E não gostando de ver tantos e tantos cartazes e outdoors, menos gosto ainda de ver cartazes rasgados ou grafitados. Pese embora eles possam ser realmente exagerados em quantidade e enormidade. Mas não devem ser destruídos.

E, sim, logo que acabe a campanha eleitoral, devem ser removidos o mais rápido que puderem. O que muita vez não acontece, que ficam por ali esquecidos.

Portalegre. Foto original. 2021.04.05.jpg

Noutra das minhas Cidades, “Cidade de Régio”, na 5ª feira ao final da manhã, deparei-me com uma caravana que subia a “Rua do Comércio”, mesmo ao cimo, para lá do Conservatório. Muita gente jovem, por sinal.

(Agora, muita juventude adere a algumas forças políticas, mais ligadas ao Poder. Dizem que é uma forma de se “aparelharem”. Dizem!)

Desviei-me. Segui pela “Rua da Paciência”. Sugestivo o nome!

Sobre a “Rua do Comércio”, é como quem diz. Que essa nomenclatura é para apenas uma parte dela e o comércio já se foi, há muito.

E não é de agora. Nem das últimas eleições. Foi um derivar do comércio para as proximidades da “Zona Industrial”. Decisões de há anos…Onde concentraram uma data de grandes superfícies.

Para os Senhores e Senhoras Candidatos/as, já deixei sugestões noutros postais.

Portalegre. Foto original. 2021.02.16.jpg

Por agora e por aqui me fico. Ficam as mensagens. Esperemos que os mensageiros as levem aos destinos certos!

Portalegre. Foto original. 2021.06.14.jpg

Obrigado pela sua atenção e votos de muita Saúde! 

Portalegre. Foto original. 2021.06.14.jpg

 

 

Presidenciais 2021 - Resquícios

Cartazes das Presidenciais 2021 – Ao Abandono!

Cartaz eleitoral i Foto original. 2021. 02. pg

Acho um exagero a utilização de cartazes em papel ou plástico e espalhá-los pelos mais diversos locais do País.  Nos outdoors / “fora de portas”, nas paredes, nos placards, nas estruturas energéticas ou outras, ou em qualquer lado. É um desperdício! Por demais em campanhas eleitorais, em que deverá haver exemplo de civismo. E ainda mais numas eleições presidenciais.

Cartaz eleitoral ii. Foto Original. 2021. 02. jpg

Para além do gasto desnecessário em papéis, tintas, eu sei lá que mais, em plásticos… é depois o resultado que as fotos documentam.

Cartaz eleitoral III Foto Original. 2021. 02. jpg

Julgo que nenhum dos candidatos gostará de ver este esboroar contínuo da respetiva imagem, mas é no que isso resulta.

Mas então… Porque, após os atos eleitorais, não promovem a remoção dos respetivos cartazes e os deixam ir morrendo aos poucos e oferecendo uma imagem pouco digna para si mesmos e para os partidos que representam?!

Deixo este refletir à consideração, de quem de direito.

Cartaz eleitoral IV. Foto original. 2021. 02. jpg

A última foto reporta-se não às eleições presidenciais deste ano, 2021, mas às penúltimas, as de 2016! O cartaz está no fim. O placard lá continua...

Um candidato peculiar de um partido ainda mais singular, o MRPP. Ainda se conseguem ver algumas letras “*eopoldo…”. Lembro-me perfeitamente do cartaz, afixado no respetivo placard, há mais de cinco anos! Do personagem político também, figura icónica do partido referido, nos idos de 75/77, no ISE – Instituto Superior de Economia – Lisboa!

Para futuros/as candidatos/as ou partidos:

Futuramente, deixem-se destes tipos de publicidade de campanha.

Agora e ainda… Removam toda a papelada, cartazes, placards, tarjetas, nos mais diversos locais, por esse País. Como forma pedagógica e elucidativa.

Cartaz eleitoral V. Foto original. 2021. 02. jpg

As imagens são destes candidatos, mas haverá de outros por aí. Estas recolhi-as numa simples volta de “passeio higiénico”. Numa Freguesia… Por aqui!

 

“MAD MEN” - American Movie Classics – AMC

“MAD MEN"

Série Americana na RTP2

Temporada 7

Episódios 12 e 13

“Sterling Cooper”: fusão ou confusão na “MacCann-Erickson”

fusão in theatlantic.com

 

E como se processou a integração dos quadros da antiga “Sterling” na "MacCann"?

 

Não foi nada fácil essa integração. Nessa fusão houve necessariamente muita confusão, principalmente nos quadros superiores. Imbuídos dum espírito de senhores dominantes numa empresa de pequenas dimensões, mas em que detinham um estatuto elevado, alguns dos sócios executivos tiveram dificuldade de integração ou não se integraram de todo.

 

Roger Sterling, principal acionista da firma com o seu próprio nome, que vendeu, não teria propriamente o objetivo de voltar a trabalhar. Reformou-se, que era esse o seu móbil. Gozar a vida. À grande e à francesa, daí ter juntado os trapinhos com uma canadense, que falava francês e com quem foi passear para a Cidade Luz, Paris!

Mas foi ele o elo de ligação entre a velha firma e a nova. Entre os quadros da “sua Sterling” e os executivos da “MacCann”. E essa interligação foi difícil de concretizar com alguns deles, ao ponto de Jim Hobbart, presidente da “MacCann”, o ter acusado de lhe ter vendido uma “maçã podre”.

 

Peggy Olson, redatora supervisora, vivenciou algumas dificuldades na sua passagem para a nova empresa, mais por questões inerentes ao funcionamento da empresa recetora. Que não dispunha, ou não disponibilizou desde logo, de um espaço próprio e específico para o seu trabalho, não lhe cedendo um escritório, nem os equipamentos necessários ao seu funcionamento. Essa ausência de ação traduzia, na ótica da profissional, uma falta de consideração pelas suas funções e estatuto, que ela tão arduamente conquistara, numa firma e num mundo sócio profissional liderado e dominado por homens. Finalmente ser-lhe-iam dadas as condições à sua cabal integração na nova empresa, conforme já abordámos no post anterior.

Até à sua transferência para a “MacCann”, foi permanecendo pelos escritórios da “Sterling”.

Aí lhe apareceria o próprio Roger, vindo da “MacCann”, angustiado e sequioso de álcool, que na nova empresa esse hábito não era cultivado, pelo menos à escala em que se abusava na sua firma, com o seu apelido batizada. Vasculhou o móvel-bar, mas não encontrou nada. Valeu-lhe Peggy, oferecendo uma garrafa de vermute, que compartilharam os dois. E foi vê-los, ele tocando piano e ela a andar de patins nos escritórios da “Sterling”, agora quase despidos de mobiliário, uns verdadeiros salões de baile e patinagem artística.

(E eu que julgava que só eu é que, por essa mesma época, finais de 60, inícios de 70, andava de bicicleta roda 28, em círculo, na cozinha da minha avó  Rosa! Mas não sob os efeitos de qualquer vermute!)

Pois sob esse efeito e de cigarro de lado na boca, conforme documenta a imagem seguinte, Peggy assim entrou triunfalmente, na nova empresa, senhora e dona do seu estatuto de mulher emancipada profissional e socialmente, demonstrando à saciedade e à sociedade conservadora da nova empresa, ser uma mulher livre e libertada! Uma menina pop!

 

entrada triunfal in stitoday.com

 

Imbuída desse espírito, impregnada desses valores também, Joan, que aliás fora a mentora de Peggy, julgou que faria uma entrada triunfal, com passadeira vermelha, na MacCann. Mas saíram-lhe furados todos os cálculos, todas as conjeturas.

Mercê de um conjunto de estereótipos e preconceitos, a que não seria de todo alheia a sua condição de mulher, sobreposta ao seu visual de mulher fatal, esteve sujeita a um conjunto de equívocos, desde ser rebaixada a trabalhar às ordens de um jovem muito menos experiente e capaz, até pedir ajuda a um executivo, que achou que ela o fora convidar para uma escapadela de fim-de-semana, para na alcova conquistar estatuto profissional e mercês do patrão.

O confronto com o presidente da empresa não foi menos redentor. Pelo contrário. Não valeu qualquer argumento, muito menos supostas ameaças de sindicatos ou movimentos libertários ou denúncias nos jornais da cidade. Que ela ignorava as páginas de anúncios publicitários que a “MacCann” comprava diariamente nos principais diários nova-iorquinos.

Ontem, como hoje, os media têm Dono! Na altura, os principais meios de comunicação eram os jornais, pese embora o peso que a rádio também tinha e a crescente importância da televisão. O cinema também era importante, relativamente muito mais do que é agora.

Internet era ficção científica!

E Tudo Isto Tem Dono ou Donos!

Vale-nos atualmente e, apesar de tudo, a Internet. Um espaço de Liberdade!

Mas Joan não teve sorte nenhuma, mas também não cedeu nem se sujeitou a ser humilhada nem enquanto profissional nem na condição de mulher.

E preferiu deixar a empresa e o emprego, vendendo as suas ações e participação na firma por metade do preço, que foi isso que o presidente da MacCann, Jim Hobbart, lhe ofereceu. Cinquenta cêntimos, por cada dólar por ela investido.

E com esse dinheiro se foi e investiu na sua produtora de filmes industriais, de que também já falámos no epílogo

 

Pete não só se integrou desde logo bem, que era “menino bem”, e sabia safar-se, como ainda ganhou emprego ainda melhor, de que também já falámos no respeitante ao episódio catorze e derradeiro.

 

Don, supostamente a “baleia branca” da “Sterling”, não saiu nem branca, nem preta, nem cinzenta, nem baleia. Saiu-lhes uma balela!

Na célebre reunião de diretores criativos, eles eram tantos e tão iguais, que Dan se confundiu.

Não se fundiu e fugiu.

Ver-se entre tantos e tão iguais, todos com mesuras simpáticas para com um palestrante chato, sempre a falar de um homem que todos conheciam, em quem todos pensavam, de que todos sabiam os hábitos, as atitudes e comportamentos, os costumes e que todos queriam convencer nos seus trabalhos publicitários, “o Homem Médio Americano”, que não era um, mas muitos milhões… fez Don devanear e vaguear nos topos dos arranha-céus da “Grande Maçã”, sair dessa reunião, não à procura de um “Homem Médio”, que não era apenas um, mas muitos milhões, mas à procura dele próprio, um único e apenas, na busca da sua identidade perdida, do seu original trocado.

E correu os “Estates”, na célebre “Estrada 66”, se não foi nessa foi noutra qualquer até lá ter chegado e no seu Cadillac, que na época tudo quanto se achava gente andava de Cadillac, e foi até à Califórnia frequentar um retiro espiritual na sua busca interior, que esperemos se tenha encontrado e achado.

 

busca de identidade in. visiteoseua.com.br..jpg

 

E assim falamos, ou não, na integração/não integração na nova empresa, que muito fica por dizer, por contar, especular e questionar.

 

Talvez ainda fale de dois episódios verídicos, vividos na segunda metade da década de setenta, relacionados com os computadores, na época, “verdadeiros monstros”. Enormes! Tão só e apenas!

“MAD MEN” - American Movie Classics – AMC - Epílogo

“MAD MEN”

Série Americana na RTP2

Temporada 7

Episódio 14

Epílogo

 

in rollingstone.com

 

Esta série dramática, exibida de 2007 a 2015, teve na quinta-feira transata, dia 5 de Novembro, o seu epílogo na RTP2, com o 14º Episódio desta 7ª Temporada.

Houve o cuidado, por parte dos guionistas, de rematar o enredo, atribuindo aos personagens principais, um final satisfatório aos seus anseios e objetivos, conforme foram manifestando ao longo do seu desempenho na narrativa.

 

primavera colorida in hollywood.reporter.com

 

 

Vejamos…

 

Pete Campbell, menino bem, de “boas famílias” tradicionais, ambicioso … arranjaram-lhe um novo emprego numa empresa de jatos privados e é vê-lo a ir passear num desses mini aviões, executivo topo de gama, acompanhado da filha e da mulher, com quem se reconciliou.

Ao abandonar a “MacCann – Erickson”, teve a amabilidade de se ir despedir de Peggy e de ser simpático com ela, com quem tinha sido por vezes grosseiro ao longo de vários episódios.

 

do joan peggy in telegraph.co.uk.jpg

 

Peggy Olson, secretária esforçada que fora subindo arduamente na “Sterling Cooper”, com uma entrada problemática na “MacCann”, acabou por ter o reconhecimento do seu estatuto e profissionalismo na nova empresa, sempre aspirando ao cargo de chefe criativa.

Paralelamente acabou por reconhecer-se enamorada de Stan Rizzo, iniciando um par romântico, um amor desencontrado que através do telefone se encontrou, em declarações apaixonadas, que frente a frente davam sempre para o torto. E foi vê-los a beijarem-se na sala de trabalho da secretária criativa, esforçada, centrada no trabalho e ascensão profissional e, finalmente, também recompensada com o desejado, aguardado e merecido Amor.

Cumulativamente, a sua ex-colega, Joan Holloway, ofereceu-lhe parceria num negócio de produção de filmes industriais, numa empresa independente, que Joan quer fundar e associar Peggy como guionista.

 

Aquela, Joan, realizou um dos seus sonhos: a criação da sua própria produtora, “Holloway & Harris”. Mulher assertiva e independente, proactiva, afirmando-se e afirmando o papel da Mulher no contexto social e profissional nessas décadas já tão distantes e ainda tão chegadas: anos sessenta e inícios de setenta do século XX.

No plano emocional, terá perdido o seu novo namorado, um pouco mais velho e já reformado, cheio de bago, que pretendia seguir com Joan para as curvas, que é o que não lhe falta a ela, e a ele, pelos vistos, dinheiro. Viajarem pelo mundo, gozando da sua companhia, que a ela não lhe desagradaria, mas também tem outros projetos para si mesma, que também tem em conta a sua realização profissional. E, nesse plano, ficou nas sete quintas.

Para ajudar a criação do filho também, e ainda, conta com a mãe. E teve uma ajuda preciosa de Roy, Roger Sterling, que deixou parte da sua herança à criança.

Se mal pergunto, mas o menino de Joan é filho de Roy ou do indivíduo com quem ela esteve a viver, não sei se casada?! Dúvidas de quem não viu todas as temporadas, nem nestas, todos os episódios…

 

Roger Sterling, após a venda da sua “Sterling…”, uma “maçã podre” na “Grande Maçã”, vai gozar da reforma… passeando pela Europa com uma jeitosa matrona da sua estirpe, que conheceu através de Megan Draper, que por acaso, só por acaso, é a sua própria mãe. E que fala francês! Só não sabemos se tocará piano…

 

Sally Draper, filha de Don e Betty, adolescente, que iniciara um processo natural de pequenas rebeldias de filha mimada, jogando com a separação dos pais e a “massa” destes, cresceu de repente. Tomando conhecimento da doença fatal da mãe e do desfecho iminente, ganhou maturidade e protagonismo no enredo e na sua própria vida e na dos que a ela estão mais chegados, os irmãos e a progenitora.

 

Esta, Betty Draper, após passar a maior parte da vida como esposa dondoca e boneca enfeitada, resolveu frequentar a Universidade e estudar Psicologia. Talvez à procura de si mesma, do tempo perdido e de um significado para a sua própria existência algo vazia, de aparências e cabelo sempre arranjado e vestidos aprumados. E foi precisamente aí, na Faculdade, que encontrou um primeiro sinal do seu destino. Ao cair na escada, subindo os degraus do estudo e do saber, viria precisamente a ter conhecimento, após os devidos exames, ser portadora de doença fatal, ainda hoje, muito mais naquela época, uma verdadeira sentença de morte: um cancro de pulmão. Inexoravelmente, morte certa!

Um sinal também da “morte” daquele modelo de Mulher?!

E um prenúncio das famigeradas campanhas anti tabagismo?

 

compaixão in latimes.com

 

E Don?!

Bem, o protagonista da série ficou para o final deste trecho narrativo.

Don, após a célebre e paradigmática reunião de diretores criativos na “MacCann – Erikson”, num 14º andar de um escritório nova-iorquino, com vista soberba sobre os arranha-céus, que menosprezam a torre da Catedral de São Patrício, deu-se ao devaneio… Abandonou a sala, o andar, o elevador, o edifício, a cidade e pôs-se a andar… “On the road”. Qual Kerouac, percorreu os Estados Unidos, de Leste para Oeste, no seu esbanjador de gasolina, à data, abundante e barata, que para a crise petrolífera ainda faltavam dois anos…

Viveu as peripécias da vida errante de cow-boy moderno, sem causa nem destino, sem um fim ou finalidade, que não fora fugir de si, à procura de algo que nem ele próprio é. Que ele não é quem diz ser, possuidor de uma falsa identidade que não lhe pertence.

Acabou num retiro espiritual, num local isolado da Califórnia, com uma soberba vista para o Pacífico, numa comunidade pacífica e de pacifistas, relaxando numa de yoga ou tai tchi, e frequentando psicoterapia de grupo.

Andando na sala sem destino, exprimido sentimentos sem nada dizer, tê-los-á alguma vez ele expresso?!... Preso ali, naquele espaço de aparente libertação, que o carro lhe fora roubado pela mulher, Stephanie, que o levara para aquele local recôndito de fim de mundo.

Desesperado, telefonou a Peggy, desabafou, que fizera tudo errado, que não era quem julgavam, que estragara tudo, que quebrara todos os seus juramentos…

Peggy apreensiva…

Afinal rematou que só ligara, porque percebeu que dela não se despedira e queria ouvir a sua voz… Mais um que foi simpático com a ex secretária subalterna, reconhecendo-lhe o valor, não devidamente reconhecido enquanto trabalhavam juntos.

E Draper voltou a novo seminário, também a convite de outra senhora.

E ouviu outro participante, Leonard, relatando a sua vida e um sonho…

“… passam por mim e não me veem… dizem que me amam… se calhar, amam… (…)

Sonho que estava numa prateleira de um frigorífico… …” E chorou, chorou. Caiu num choro convulsivo, incontrolável…

E Don, num gesto espontâneo e sentido, numa atitude de empatia, levantou-se da sua cadeira, dirigiu-se ao local do Outro, e abraçou-o. E também chorou!

E voltou a novo relaxamento com a memorável vista sobre o mar, em posição de yoga e exercícios respiratórios.

E um hino de agradecimento espiritual…

“Mãe Sol, adoramos-te! E agradecemos-te a doçura da Terra. De um novo Dia!” Hino muito peculiar daqueles tempos de “Make Peace, Not War!” De “The Flower Power”!

 

retiro espieitual in hollywoodreporter.com

 

 

Mas o episódio, a temporada, o seriado terminou não com este hino, mas com outro bem mais prosaico e, na verdade, mais consistente no tempo e no espaço, ou não fossem eles publicitários e delineadores do constructo, do designado “american dream”, sonho americano.

Pois a série findou ao som de um célebre spot publicitário de 1971: o “hino” à Coca-Cola, “que é a melhor bebida do mundo”.

Diz a publicidade…Publicidade!

 

Consciencializassem as pessoas de que é ela feita… e não lhe tocariam.

E quanto melhor não é beber um bom vinho português! Ou até uma boa cerveja!

E, esta opinião não tem nada a ver com nacionalismos!

 

E ficamos por aqui?!

E não falamos da célebre entrada destes pioneiros da Publicidade na nova empresa em que a “Sterling” foi incorporada, após a respetiva venda por Roy?!

Não sei! Talvez…

 

“MAD MEN” – Série Americana na RTP2

“MAD MEN” 

Série Americana na RTP2

Texto II

(Outubro 2015 – 19 a 23)

 

Alguns tópicos extraídos do enredo do seriado

 

Esta semana decorreram cinco episódios desta 7ª Temporada da série, de um total previsto de catorze. Várias fontes referem ser esta a derradeira temporada.

 

Nesta fase, a ação decorreu, temporalmente, até agora, em 1969.

No contexto de espaço, ocorre maioritariamente na Costa Leste, em Nova Iorque, onde está sediada a empresa fictícia de publicidade “Sterling Cooper”, nos respetivos escritórios, na Madison Avenue. Também na Costa Oeste, Los Angeles ou Hollywood, não sei com precisão, onde trabalha como atriz, a segunda mulher de Don Draper, Megan Draper. Noutros locais dos States não facilmente identificáveis por mim. Decorre fundamentalmente em espaços interiores, cenários fictícios, portanto.

 

Alguns aspetos que se realçam nesta série.

 

Em primeiro lugar, pensando especificamente em 1969, e, genericamente, na década de sessenta, o que nos ocorre?!

 

Para quem tenha nascido nos anos quarenta ou cinquenta do século passado, muitas das vivências retratadas ou sugeridas ou mencionadas ou visualizadas nesta série, lembram-nos situações por nós vividas direta ou indiretamente ou que delas tivemos conhecimento, através dos meios de comunicação, na altura quase exclusivamente em suporte de papel, jornais, algumas revistas; através da rádio, que era um veículo comunicacional de certo alcance, e embora de muito menos projeção, mas em constante crescimento, a televisão. E do cinema, que foi um dos meios marcantes da transmissão dos valores, atitudes, comportamentos e hábitos dos norte americanos.

Porque apesar de na década de sessenta ainda estar vivo o célebre "Senhor de Santa Comba", de estarmos em Guerra, de haver censura, exame prévio, e outras coisas mais e de pior gabarito, como a polícia política, a ameaça de prisão arbitrária... foi havendo gradualmente alguma abertura, até porque o dito senhor “caiu da cadeira” em 1968 e morreria em 1970.

 

De que nos lembramos em 1969 que de algum modo a série aborda?

 

A nível de acontecimentos, a Guerra do Vietname, a chegada à Lua, que teve direito a transmissão na RTP e sobre o que a maioria do País (Portugal) ficou relativamente incrédulo.

Sobre a Guerra já falaram, era um assunto problemático, porque já havia movimentos contrários à mesma, especialmente no seio das camadas mais jovens e que eram mal vistos nos meios mais conservadores. Mas também se referiu que Nixon, o presidente da altura, também já equacionava o fim da Guerra. Mas o que só aconteceria em 1975.

Sobre a chegada à Lua, ainda não acontecera nesta fase da narrativa, mas previa-se a sua efetivação para breve.

 

mad men  in. thorpebenefits.com

E a nível de hábitos, costumes, atitudes e comportamentos?!

 

Ressalta à vista o que de algum modo, atualmente, impressiona. O uso e abuso do tabaco e do álcool, de uma forma tão indiscriminada, no local de trabalho e no quotidiano da vida pessoal dos protagonistas. Fuma-se e bebe-se em todo o lado e local, a qualquer hora e momento, em qualquer circunstância. São atos e comportamentos rotineiros, socialmente bem aceites por todos. Ou não fossem esses homens promotores e encorajadores desses mesmos hábitos, enquanto publicitários dos respetivos consumos, através dos produtos específicos que vendem publicitariamente.

 

A generalização da mini-saia, lançada nessa década, em 1964, pela inglesa Mary Quant. As secretárias e funcionárias da agência, bem como as mulheres jovens em geral, fizeram desse trajar um modo de ser e de estar. Peggy Olson usou-a também como forma de mostrar a sua ascensão hierárquica, o seu poder e sedução feminista.

Algumas eram bem ousadas, que como se dizia na altura, “o que é bom é para se ver”.

Em 1967, no Festival da Eurovisão em Viena, a inglesa Sandie Shaw fez furor por cantar descalça e pela mini mini-saia atrevida com que se trajou. Venceu com "Puppet on a String"! Esses "fait-divers" tinham bastante repercussão naquele mundo tão fechado e atrasado que era Portugal de sessenta!

 

O movimento hippie, surgido na Costa Oeste, São Francisco, cuja canção evocativa, de 1967 e de Scott Mackenzie, também cá chegou. ‘Se fores a São Francisco, não esqueças de levar flores no teu cabelo…”

Em 1969, realizou-se o festival de Woodstock, cujos ecos ainda que repercutidos também cá chegaram.

A rádio e muito particularmente alguns programas do antigo Rádio Clube Português e da Rádio Renascença foram veículos importantes do fazer chegar ecos da boa música que se produzia nos E.U.A. e na Grã-Bretanha. Alguns desses ecos ouviram-se já nos primórdios de setenta.

Na série, os efeitos deste movimento também se observam, nomeadamente no trajar colorido e florido de alguns personagens. E também na adesão da filha de Roger Sterling a esse movimento, indo viver para uma comunidade hippie, no campo, abandonando família, marido e filho.

Paradigmática a cena de pai e filha, cada um trajado ao seu modo de estar socialmente, ele, como executivo; ela, como rapariga hippie, a discutirem afetos e desafetos, no meio de um charco de lama, numa comunidade campestre, junto a uma camioneta de caixa aberta, a cair de podre.

 

Ainda no plano dos hábitos e também relacionado com consumos e o movimento hippie, o “consumo de erva”, e outros consumos psicotrópicos, que em Portugal explodiriam mais tarde, já após 1974/75.

 

As festas particulares, com muito álcool, música, drogas e sexo. “Sex, Drugs and Rock and Roll”

 

No plano económico - empresarial

 

Para além da importância crescente da publicidade como mais-valia no processo produtivo, o destaque de algumas empresas que se tornariam ícones nos respetivos ramos empresariais.

A IBM e a instalação dos computadores nas empresas. Uns “monstros” enormes, que inclusive “assustavam e atemorizavam” alguns dos empregados mais suscetíveis e atormentados mentalmente.

A relevância da fast-food, observada na alimentação dos diversos executivos que com os hambúrgueres se deliciavam às refeições. Referência à “Burger Chef”, que contratou ou entrou em negociações com os serviços da agência publicitária.

Não posso deixar de mencionar a utilização das velhinhas e saudosas (?) máquinas de escrever mecânicas. E do seu sonar tão peculiar.

E dos telefones fixos, o único meio de comunicar à distância. E a importância e solenidade de fazer e receber uma chamada. E de ter um telefone!

 

Tudo isto faz parte da nossa História recente, pessoal e social, individual e coletiva!

 

E a nível de Valores?

 

O papel crescente da Mulher no plano das funções empresariais, materializado, por ex., na assunção dum cargo de chefia criativa por Peggy Olson, tendo às suas ordens, ainda que muito relutante e obstinadamente contrariado, o célebre criativo publicitário e um dos fundadores da firma, o reputado, Don Draper, macho alfa da empresa.

 

A rebeldia dos filhos adolescentes

 

As mudanças relativas à sexualidade para que, entre outros aspetos, contribuiu a generalização do uso da pílula.

 

As lutas pelos Direitos Cívicos são um aspeto contextual que também emerge da trama.

 

E estes são alguns dos assuntos que, de uma forma genérica e despretensiosa, consigo realçar do conteúdo temático desta série, pelo menos do que me lembro e me ressalta numa abordagem simplificada.

 

Alguns destes acontecimentos ou situações repercutiram-se em Portugal um pouco mais tarde. Uns para o Bem, outros para o Mal!

 

Se houver mais algum aspeto que me tenha faltado, agradeço que mo comunique, S.F.F..

 

 

 

Crime? Ou Castigo?

Séries Europeias na RTP2

 

Diz o ditado que se volta sempre ao local do crime. Ou ao local em que fomos felizes…

Ou, o bom filho à casa torna…

 

Na RTP2, após as excelentes séries que foram sendo transmitidas, baseadas em temáticas europeias

 

gomorra. in rtp2.png

Após Gomorra, de que não vi o derradeiro episódio, presumo que a família Savastano, como que terá ressuscitado. Exceto Imacolata, claro…

 No final do penúltimo episódio, Gennaro, que aparentemente ficara morto, começou a mexer os dedos.

O pai, Pietro, que na prisão de alta segurança já parecia um morto vivo, um velho de chinelos a aguardar a morte num asilo, quando foi transferido, num golpe combinado para a sua libertação, transfigurou-se, ganhou vida e pareceu voltar aos velhos tempos.

Terá sido assim?! Terão os Savastano tomado conta dos negócios?!

Negócios?!

Não sei. Não vi o último episódio, só posso imaginar.

E não vou ver na internet, há certamente esse recurso disponível, mas recuso-me a pesquisar. Prefiro imaginar como se terá processado o hipotético desenlace final…

Terá ficado tudo em aberto como noutras séries?!

 

Na finalização desta série, repetiram a mini, designada Anna Karenina, baseada no livro homónimo de Leão Tolstoi.

Apenas revi o 1º episódio, já vira os episódios na 1ª transmissão, e também não tinha muita paciência para rever aquela atração fatal, daqueles amores românticos contrariados e vilipendiados socialmente, numa época em que casamentos eram supostamente eternos, adultérios repudiados.

E aquele puxar para o destino final e fatal da heroína que se suicida debaixo do comboio, símbolo máximo do progresso, à época.

(Lembremos que a ação ocorre em 1870, segunda metade do séc. XIX, na Rússia czarista, e na Germania, durante a guerra franco – prussiana, ainda antes do nascimento da Alemanha enquanto Estado unificado, sob a égide da Prússia vitoriosa, em 1871.

Unificado?! A História parece repetir-se? Não? Sim?

Em 1990, foi a reunificação, esclareça-se a questão do prefixo. Sendo que o prefixo foram duas Grandes Guerras Mundiais: a I e a II! Para além da chamada “Guerra Fria”.)

 

Scheherazade. Pintura séc. XIX, de Sophie Anderso

 

Depois desta mini, série, iniciaram outra também italiana, baseada nas 1001 Noites, de que vi também apenas parte do 1º episódio, pois a minha TV prega-me destas partidas. Começa a transfigurar as imagens, que se desfazem como se fossem elementos pictóricos de uma tela impressionista, desvanecendo-se gradual mas eficazmente, ficando apenas as cores, arco-íris desfeito, até que desaparece na totalidade qualquer cor, qualquer imagem. Resta apenas escrito um recado: sem sinal!

E deste modo não vi sequer esse 1º episódio completo em que a bela Sherazade contava as suas estórias dos seus amores com Aladino, como forma de escapar à morte anunciada pelo seu carrasco, o próprio Aladino disfarçado? Bem, não sei, como querem que saiba se depois não tive mais oportunidade de ver TV?!

 

Certo, certo, é que em cada fatura da EDP, lá vem um montante da taxa do audiovisual.

Até já escrevi, melhor, enviei um mail, para o Provedor do telespetador… a referir que pago a taxa e, de vez em quando, estou impedido de ver TV. E, como eu, estão milhares de telespetadores por esse país fora, que eu sei que estão!

Bem, mas nós nesta croniqueta, estamos a falar de ficção e não da realidade.

 

Seguidamente, na semana passada, a RTP2 apresentou dois excelentes filmes documentários da N.G.C., sobre os assassinatos de dois presidentes americanos: Lincoln e JFK. De realizadores de referência e também com excelentes atores.

“Killing Lincoln”, com narração de Tom Hanks e “Killing Kennedy”, em que o ator principal é Rob Lowe.

Vi apenas o segundo. Não vi o primeiro, mas não foi devido à TV. Não vi, porque não pude, por outras razões.

Deixo as ligações:

https://www.google.pt/ lincoln

segundos-que-mudaram-a-america

 

Nesta semana, na 2ª feira dia 20 de Julho, iniciaram um documentário “Mares e Oceanos”, de 2008, da TV Valenciana. Também muito interessante, é um género de temas que muito me agradam, mas de que já se têm visto muitos programas diversificados, em diferentes canais, desde os tempos de J. Cousteau.

 

E eu pensando que não haveria mais séries, quando me surpreendem com um “Coração das Trevas”, “Heartless”, embora ache que a série seja originária de um país nórdico, pela língua que ouvi no pouco tempo que tive paciência para seguir algumas cenas. Não percebi bem de qual, pois decididamente este género não faz a minha onda.

Temas em que o enredo supostamente se desenrole à volta de almas do outro mundo, vampiros, mortos vivos, zombies, bruxarias, fantasmagorias diversas, e afins, não são a minha praia. Não aprecio, não gosto, não vejo!

Gosto de ver filmes, embora consciente de que estou a ver ficção, mas em que há um substrato de realidade. Se as narrativas se baseiam ou documentam casos reais, embora ficcionando como sempre acontece num filme, então tanto melhor! Por isso é que apreciei especialmente as séries que têm vindo a ser transmitidas.

 

Borgen in RTP2.jpg

 

Desde que, por acaso, comecei a ver Borgen. E que me prendeu ao écran, a ponto de, sempre que me é possível, continuar a rever os episódios que estão a ser repetidos aos domingos, pelas 22h.

E, no domingo passado, dezanove de Julho, ocorreu um dos episódios que mais me tocaram. Aquele em que os media invadiram vergonhosamente o espaço completamente privado e mais sagrado a que qualquer cidadão, ainda que desempenhando cargos públicos, tem direito. A vida da filha da protagonista. Que foi exposta no seu lado mais frágil, já que a adolescente está em sofrimento, tratando-se de doença psiquiátrica e foi exposta da forma e do modo como as cenas mostraram. Regredindo no tratamento e com todas as consequências que se seguiram.

No desenlace do episódio, a protagonista conseguiu encontrar uma solução feliz. Interromper temporariamente as suas funções políticas, para se dedicar ao tratamento da filha.

Solução original e moderna, provavelmente só possível em Democracias avançadas. Mas precursora de hipotéticos casos a eventualmente acontecerem no futuro.

Aliás, para quem não possa valorizar o poder dos media em influenciar os comportamentos dos cidadãos, refira-se que a Dinamarca teve, pela primeira vez, uma mulher como Primeiro-Ministro, após esta série de grande êxito. Coincidências?!

E fazendo um pouco de cusquice, termo comum das duas jornalistas louras, só louras… do elenco, esta Primeiro-Ministro é a célebre dita cuja, que tanto furor causou nas redes sociais, no decurso das cerimónias do funeral do aclamado Nélson Mandela, por causa do celebérrimo Presidente Obama! Que até a querida Michelle ficou incomodada!

 

Sobre o papel imprescindível em Democracia, mas por vezes perigoso, da Comunicação Social, o 4º Poder, será um tema que iremos sempre abordando, direta ou indiretamente, nestas postagens.

 

Ainda a propósito da separação entre o privado e o público das figuras públicas e das eventuais ou reais consequências do que os media veiculam sobre as mesmas, principalmente quando elas estão fragilizadas, ainda hoje, precisamente, as redes noticiam um acontecimento ocorrido com uma figura pública nacional a que não terá sido alheia essa situação…

 

E já que pegamos em canais televisivos…

Muitas vezes me questiono para que nos serve termos dois canais privados que se copiam, por vezes mal e… Transmitindo programas indigentes, do mesmo tipo, à mesma hora, cronometrados até na publicidade enganosa, nas vergonhosas chamadas de valor acrescentado para encherem o bolso das operadoras de telecomunicações, com novelas que até no nome se repetem… E baseando-me no que também foi veiculado recentemente, agora até vão programar a realização de duas novelas ao mesmo tempo, no mesmo espaço geográfico?!

Falta de imaginação, diga-se, pese embora o cenário seja amplamente merecedor, é certo!

 

Mas é este o País que temos!

 

E terminamos a crónica que, como sempre, é longa de mais.

 

Obrigado, a quem tenha paciência para me ler até ao fim!

 

E, aproveito e peço desculpa pelo abuso, mas publicito também o que é meu!

Até porque já temos saudades da nossa querida capitã Laure Berthaud e dos seus Mosqueteiros! E temos tantas perguntas para lhes fazer... Mas ficam para outra ocasião.

E passe a publicidade.

serie-italiana-na-rtp2

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borgen

PARABÉNS, RONALDO!

 

 

PARABÉNS, RONALDO! Ronaaaaaaaaaaaaallldddooo!!!!!!!!!!

(Lembrando Artur Agostinho a relatar os golos, nos anos 60!)

bola de ouro.jpg

 

 

Parabéns?!

Então, mas Ronaldo já ganhou o 3º título de “Melhor Jogador do Mundo”?! A 3ª Bola de Ouro?!

Não! Não ganhou ainda. Mas merece ganhar.

 

Não só pelo seu desempenho no ano transato:

Nº de golos marcados na Liga Espanhola e na Liga dos Campeões, em ambas foi o melhor marcador; melhor marcador nos campeonatos europeus.

Conquista da Liga dos Campeões, Supertaça Europeia, Supertaça de Espanha.

Melhor jogador para UEFA e para BBC…

Bem sei que o Mundial, foi o que foi… Mas como ele próprio comentou: “não pode carregar a seleção às costas!”

 

Mas também e principalmente pela sua postura como atleta e como trabalhador. Sim, porque um futebolista para o ser a um nível de excelência, tem que trabalhar muito, no seu ofício, já se vê.

Tem qualidades de génio futebolístico, que terão nascido com ele, mas neste futebolista e atleta há um grande trabalho, treino, esforço, empenho, dedicação, motivação, que vêm desde miúdo. Segundo relato dos diversos treinadores, é um atleta que nunca se nega a treinar. Ele, enquanto atleta, é o resultado de todos estes fatores, intrínsecos, inatos, mas também o resultado de todo o seu esforço e dedicação a uma causa que para ele é nobre.

Pelas suas qualidades, pelo seu exemplo, sou fã deste jogador português, apesar de ter muitos detratores.

Tal como sou fã de Mourinho, apesar de tudo…

São ambos orgulhosos, mas orgulham-nos a todos de serem portugueses.

 

Voltando a Ronaldo que é uma figura de projeção mundial, um ícone à escala planetária, um modelo para milhões e milhões de jovens de todo o Mundo, de muitíssimos “deserdados de fortuna”, jovens a viverem no “limiar da pobreza”, muitos em condições sub-humanas, em regiões de permanente conflito, em locais sem esperança, para quem ele representa uma aspiração, um sonho, um ideal, a imagem de uma vida melhor, talvez inatingível, mas que os ajuda a viver, alimentando, idealizando esse sonho, que os faça sair do pesadelo em que vivem no seu dia-a-dia, nem que seja apenas por fugazes imagens de um jogo de futebol, um cartaz do futebolista, ou do jovem com um novo modelo de penteado e um fato completo do melhor corte.

Permite-lhes sonhar, nem que seja apenas isso! Sonhar! Sonhar que um dia poderão ser como ele, aspirar à posse de bens, estatuto, dignidade de vida a que todos os seres humanos têm direito, para quem tem pouco ou quase nada!

 

E é aqui neste plano que a análise também tem que ser situada.

RONALDO é inequivocamente um modelo e um exemplo. Como futebolista e como trabalhador. E este aspeto é relevante: frisar que, para se conseguir sucesso em qualquer atividade que se desempenhe, é preciso trabalhar! Aí ele não defrauda os seus seguidores. Tem sucesso, mas trabalha! É exemplar e modelar!

Sendo genial, no que faz. O que nem todos conseguimos ser, claro!

 

Tendo ele aquela pose glamourosa, é um manancial para a publicidade. Futebol é negócio, de milhões, de biliões, na escala e no patamar em que ele desempenha o seu “métier”. Por isso é supra solicitado para “emprestar” a sua imagem e pessoa para campanhas publicitárias, com mais ou menos bom gosto, mas certamente de acutilante recorte financeiro.

Promove originais penteados, que qualquer adolescente pode concretizar, até valorizar com mais criatividade, sentindo-se na pele do modelo; divulga fatos de excelente corte e marca, não tão acessíveis como “um corte de cabelo à Ronaldo”, mas pelo menos haverá imitações mais ou menos semelhantes pelas mais diversas feiras terceiro mundistas, em qualquer dos Mundos, no 1º , no 2º ou no 3º. Não sei se existe quarto!

Participa até em campanhas de publicidade enganosa, certamente bastante compensatórias. Mas neste contexto não tinha a mínima obrigação de saber ou vislumbrar o que se passava por detrás do espelho. Fez o seu trabalho, mais a Dona Inércia e fizeram-no bem feito. Certamente foram no logro como todos os cidadãos nacionais e estrangeiros que compraram o produto que eles anunciavam!

Outras pessoas bem mais relevantes no contexto nacional também participaram nessa promoção!... E essas sim tinham a obrigação e o dever de saber o que se passava, por detrás dos biombos, dos espelhos, dos cortinados… Ou não sabiam. E é grave! Ou sabiam e mesmo assim jogaram esse jogo… E, nesse caso, é gravíssimo! Mas isso são outros rosários…

 

Voltando ao facto de Ronaldo ser um modelo que tem uma projeção mediática universal, ser um exemplo para tantos “deserdados deste mundo” e que, à sua maneira, também o ajudam a ser quem ele é, a ser o que é e ter a importância que tem, não seria também relevante que, enquanto ser humano de referência planetária, ele “desse a cara” por CAUSAS de índole mais altruísta, mais solidárias, como por exemplo na “Promoção da PAZ” ou da SOLIDARIEDADE entre os Povos?!

Há tantos conflitos em que crianças e jovens são trucidados estupidamente… E há Instituições que procuram a promoção da Paz, pela inter-relação, entreajuda, comunhão de esforços entre as partes envolvidas. Não só entre quem promove, faz, executa a guerra, mas principalmente entre quem a sofre em cada um dos lados da barricada e quem realmente sente no dia-a-dia como a guerra é inútil e não leva a fim nenhum…

No conflito israelo palestino há instituições que procuram promover a Paz, socorrendo-se por ex. da Música e até do Futebol, envolvendo crianças e jovens, no sentido de “Construir a Paz de raíz”. Haverá muitas mais que desconheço.

Porque não “emprestar” o Ronaldo todo o seu carisma, o seu glamour, o seu “poder” mediático a CAUSAS e INSTITUIÇÕES deste tipo?!

Ele, com a ajuda de pessoas influentes e mais sabedoras que eu e com o apoio da sua Família, saberá certamente escolher.

Agora que se vai aproximando o “final de carreira”, que tenha ainda muitos sucessos, mas não seria de pensar nisso? Pode fazer toda a diferença. Embaixador de Boa Vontade, por ex. Eu sei, lá!

 

Provavelmente estarei a pecar, porque Ronaldo ajuda certamente causas e instituições de diferentes formas, de forma monetária ou de outras maneiras, seguindo o preceito cristão de “dar com uma das mãos de modo que a outra não saiba” e, por isso, essas ações não são nem têm que ser noticiadas.

Mas eu estou-me a referir a situações em que a publicidade, a imagem, o mediatismo são importantes e podem fazer toda a diferença pelo impacto que podem ter!

Um simples sugestão para quem nunca irá ler este texto!

 

E que ganhe a sua terceira “Bola de Ouro”!

E não a beije. É tão feio beijar objetos!

bola de ouro. wikipédia

 

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