Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Um Mobile de garrafões de água e de detergentes de roupa. Alguns de marca!
E um dos gatinhos do Quintal de Baixo observando e fazendo-se à foto. Uma Selfie?!
P.S. – Esta instalação “artística” (?) resultou de uma questão prática. A viga de cimento sobressai bastante do telhado. Ao sairmos ou entrarmos no cabanal arriscamo-nos a embater nela. A colocação dos elementos “artísticos” pretende torná-la visível, evitando hipotéticos embates.
Assim criámos um “mobile”, em permanente interação com os elementos, nomeadamente o vento! E enquadrado em Património identitário da Aldeia!
Fazem parte da minha “Criatividade”! Cada um tem a sua! Cada é como cada qual!
Neste postal, não vou abordar nenhum dos assuntos que têm estado na berra, nos nossos meios comunicacionais. Nem assuntos da estranja, nem cá do burgo.
Vou apresentar um tema recorrente neste nosso peculiar canto climático. É comum ouvirmos falar, todos os anos, em “Verão dos Marmelos” e em “Verão de São Martinho”. Agora, quando escrevo este postal, estaremos a meio caminho entre os dois. Todavia, certos anos, não se observa uma separação nítida entre estes dois tempos. O nosso Outono é muito marcado por estes contextos meteorológicos. Direi que o “Verão dos Marmelos” ocorre mais em Outubro, o de “São Martinho”, mais em Novembro. Não me perguntem datas precisas, porque não as tenho, nem sei, nem sei se alguém saberá. Também não tenho a pretensão de saber.
Mas deixemo-nos de deambulações verbais e situemo-nos no concreto.
A Natureza também se sujeita a estas características climáticas, não sei se as entende ou não. Interpreta-as a seu modo, a seu jeito.
Apesar de estarmos no Outono, mas como o tempo está primaveril, algumas plantas, arbustos, árvores, agem em conformidade. Florescem! Algumas quase com a mesma exuberância como se estivessem na Primavera.
Neste postal documento com fotos ilustrativas dos factos narrados.
Tutelando o postal, uma formosa rosa do “Quintal de Cima” (20/10). Quase todas as roseiras estão floridas. Situação que observo pelos mais diversos locais deste nosso e lindo Portugal!
As duas fotos seguintes são do carapeteiro/espinheiro/pilriteiro, no “Quintal de Baixo” – (17 e 21 de Out.)
Em ambas se observam, em fundo, pequenas bagas, que são os frutos. Outono e Primavera em simultâneo!
A 4ª foto é da lúcia-lima, de chás deliciosos. No “Quintal de Cima” - (20/10)
A 5ª é uma flor isolada e ampliada, de uma das ameixoeiras bravas, no “Vale de Baixo” - (23/10). Algumas destas árvores também floresceram bastante!
A 6ª é da romãzeira, que bordeja o “Caminho das Pulhas”, no “Vale de Baixo” – (01/11/22).
A 7ª – 16/10 - é de uma árvore, cujo nome desconheço, que, além destas lindas flores, tem de fruto umas pequeninas bagas avermelhadas. Trouxe bagas destas, do Jardim Botânico de Lisboa, certamente há mais de uma vintena de anos. Semeei. Obtive exemplares desta planta que tenho dispostos no “Quintal de Cima”. No início deste ano também já plantei um pequeno exemplar no “Vale de Baixo”.
A oitava e última foto é de um arbusto muito comum junto às ribeiras. Também não sei o nome. Fotografia tirada junto às passadeiras da Ribeira da Vargem. Em 24 de Setembro, deste ano de 2022. Nessa data, a ribeira não corria absolutamente nada nesse local. Havia apenas um pego a montante das passadeiras e outro a jusante.
Caro/a Leitor/a, espero que tenha gostado desta documentação sobre a(s) nossa(s) Primavera(s) do Outono!
«Numa bela manhã de Primavera, e ainda bem cedo, punha mãos ao trabalho. Trabalho esse que consistia em fresar uma parcela de terra. Quando me coloquei de joelhos para engatar a fresa à moto-enxada, apercebo-me de um barulho estranho ali bem ao lado, num pequeno silvado. Todo o aparato que se gerava dentro do silvado, era a aflição de um pequeno melro, que ainda mal sabia voar. Na sua aflição tenta escapar à fúria de um gato. De repente sai do referido silvado em direção a mim. Ficou-me preso nas mãos e logo atrás vem o referido gato faminto.
O engraçado é que o danado do gato, assim que me viu, deu um salto e fugiu.
Vamos então refletir e analisar todo este episódio que a natureza nos oferece. Então não é que o pequeno melro quando se apercebe que está preso nas minhas mãos, desata numa chalreada.
Tamanha chalreada é um autêntico alarme que dá origem, a que os progenitores se apercebam que o próprio filho não está bem. Ainda estou a ver os pais de pequeno passarinho, direitos a mim, com uma fúria que um deles me arranhou a cara.
Alto lá cuidem dele se não fosse eu o gato bem o papava.»
Publico este texto em prosa, por demais interessante e sugestivo, do mencionado livro, ontem apresentado em Aldeia da Mata.
Ilustro com uma foto de um dos gatos que deambulam pelos meus Quintais. Este espreita do quintal do Ti Zé “Fadista”, local onde eles terão nascido ou que habitam com mais regularidade.
Não foi este, de certeza, que tentou papar o melro da anterior narrativa. Mas bem poderá ter comido outros melros ou diferentes passarinhos, pois, de vez em quando, aparecem penas de asas e de caudas de pássaros no “Quintal de Cima”. Essa foi a razão porque, a partir do início da Primavera, deixei de lhes dar de comer neste quintal e transferi o local de amesendação para o “Quintal de Baixo”. No de “Cima” várias aves fazem habitualmente ninhos todos os anos. Têm especiais cuidados, colocando-os nas roseiras aonde os gatos não sobem com muita facilidade, mas nunca se sabe…
No “Quintal de Baixo” há menos arvoredo e poucos ninhos aparecem.
Todos estes pormenores, sugeridos a partir do interessante texto de “Memórias e Poesias” e das lições de Vida que a Natureza nos dá!