Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Abençoada “Alma Caridosa” que se empenhou na respetiva manutenção!
Quando venho à “Cidade de Rio e de Mar”, das coisas que observo, logo que chego junto ao prédio, é ver como está o Jardim.
Da última vez que viera, na sequência da reunião de condomínio, ficara apreensivo com a eventualidade de quererem “estragar” o Jardim.
Desta vez, mal cheguei, pude constatar que o Jardim lá está, recomenda-se e está óptimo. Fora devidamente arranjado, limpo de ervas daninhas, de malva de cheiro invasora, mantendo as plantas, arbustos e flores nos conformes. Um brinco! Eu não faria melhor, nem pouco mais ou menos.
Pensei: quem terá sido a “Alma Caridosa” que se empenhou na respetiva manutenção, com tanto esmero, trabalho e cuidado?!
Empresa externa não me parecia. O modo de trabalhar não era de empregados que por aí abundam, nessas empresas de manutenção de jardins, que não destrinçam uma urtiga de uma bonina. Entram com as máquinas e é só arrasar!!!
De habitantes do prédio também não via jeitos. Não percebem nada de poda e, pior, não só não se interessam, como desdenham e “desprezam” o que se faz! E pessoas que se interessam, não podem.
Só poderia ser de Vizinho que, não morando no edifício, mas tem uma das garagens e é Pessoa capaz, competente, para fazer este tipo de trabalho.
Não o vi logo no dia que cheguei, mas no dia seguinte, mal o avistei, dirigi-me a ele, cumprimentando-o, interpelei-o sobre o facto.
Fora ele que se empenhara no trabalho. Dei-lhe os parabéns, felicitei-o pela obra feita, agradeci-lhe. Elogiei o resultado.
“Fazemos o que podemos.” Está excelente, retorqui. “Então, quer dizer que fiquei aprovado?!” Aprovado, com distinção, rematei eu.
E está! Eu não faria nem mais, nem melhor!
As fotos não são deveras elucidativas do resultado, estão aquém do observado. Mas valem pelo que valem.
Notas: Estas 4 quadras complementam as três publicadas em postal anterior.
Julgo que só a última é que terá já sido publicada.
Fazem parte dum conjunto de 7 que disse nas Tertúlias referidas da APP e da SCALA, em 2019. Antes da pandemia. Que depois veio essa interrupção. “A Vida segue dentro de momentos!” Estive bastante tempo sem “Dizer Poesia”, em público. Voltei em 2022, na Rádio Portalegre, depois em “Momentos de Poesia” e na minha Aldeia. Este ano ainda não disse poesia em público. Até me estou a esquecer dos poemas!
Neste postal nº 1139, abordo alguns aspetos referentes aos dois Autores cujos trabalhos escritos divulguei sobre o povoado “Chamiço”.
O texto de Professor Manuel Subtil, a partir de fotocópia do Jornal “A Mensagem”, publicado em data que desconheço. Deduzo ser transcrição de texto publicado no Jornal “Brados do Alentejo” de Estremoz, na década de trinta. Cito: blogue Em Comenda.
«MANUEL SUBTIL, Professor e Educador, nasceu na Freguesia de Vale do Peso (Crato), a 05-02-1875, e faleceu em Lisboa, a 15-04-1960. (…)
Entre 1925 e 1944, integrou o corpo docente do Instituto de Orientação Profissional, na sequência de um convite de Faria de Vasconcelos.» ** (…)
O seu nome faz parte da Toponímia de: Crato (Freguesia Vale do Peso – Rua Professor Manuel Subtil). Fonte: “Dicionário de Educadores Portugueses”, (Direcção de António Nóvoa, Edições ASA, Edição de 2003, Pág. 1350, 1351 e 1352)
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** Nunca conheci o Professor Manuel Subtil, apesar de sermos de localidades próximas. Faleceu, era eu criança. Mas é curioso o facto de ele ter sido Professor no I.O.P. – Instituto de Orientação Profissional -, de 1925 a 1944, Instituto onde eu haveria de ser aluno em 1985 /87!A Vida tem destas particularidades!
Através do texto narrativo “O Chamiço, antiga freguesia do Priorado do Crato” “voltamos a cruzar-nos”. Sendo o senhor de Vale do Peso, localidade próximo do “Chamiço”, é muito natural que se tenha debruçado sobre o assunto. Nasceu em 1875, já o povoado era extinto. Todavia terá ouvido contar sobre o tema, dada a proximidade espacial e temporal. Provavelmente terá visitado. Terá até conhecido pessoas que lá viveram. Tinha conhecimento, oral, das deslocações semanais da lavradora, de apelido Carita, a Vale do Peso, para assistir à missa. Senhora Carita, minha Trisavó, uma das minhas ascendentes, que haveria de abalar para Aldeia da Mata, determinando que seja minha terra natal!
Como as Pessoas e as situações estão interligadas, sem elas disso terem conhecimento, porque mesmo vivendo em espaços, tempos e contextos completamente diversos, acabam por se entrecruzar!!
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Sobre Professor Doutor José Leite de Vasconcellos, remeto também para ligação na internet. Foi uma Pessoa notabilíssima, eminente, da nossa Cultura, como se pode verificar da leitura do texto da Wikipédia. Visitou o Norte Alentejano e a povoação do Chamiço, por volta de 1930, tirou fotos, figs. 122, 123, 124 e 125, registadas em “Etnografia Portuguesa”. Fez recolha oral junto de dois velhos de Gáfete, na data referida.
Fotos escolhidas simultaneamente para divulgar a antiga Povoação e o respetivo Património. A ponte precisa de manutenção e proteção, sob pena de se ir destruindo. (A primeira vez que vi foto desta ponte, na net, ela estava em melhor estado.)
E também estas fotos, por simbolismo, significação: Ponte como sinal de união, ligação entre espaços e tempos. Cruzamento de caminhos / antigas ruas: metáfora dos cruzamentos na Vida).
“Alpendre” das festas: Ligação do presente ao passado e ao futuro.
O Sol já se põe depois das dezoito e quarenta minutos.
Cada vez mais a Norte.
Estas fotos já as tirei do Chão da Atafona.
Não é um local tão alto como o Adro da Igreja. Mas tem a vantagem de ter árvores e de se conseguir um enquadramento mais sugestivo com a moldura formada pelas plantas.
As que consegui enquadrar foram as Oliveiras, que dominam no Chão.
“…Os salteadores foram roubando as pessoas que viviam na freguesia do Chamiço. Que iam ficando sem nada. Devido a essa situação foram abalando, abandonando a povoação com medo dos assaltos. Deslocaram-se para as terras mais próximas: Monte da Pedra, Vale do Peso, Aldeia da Mata, Gáfete… Até que, a dada altura, só lá vivia a Trisavó Rosa com algumas pessoas que para ela trabalhavam enquanto lavradora. Já não havia ninguém na povoação. Já haviam retirado gado, tudo o que pudessem.
Até que um dia, também os ladrões a assaltaram na sua própria casa. Deitaram-na num cadeirão, foram buscar um alguidar, de aparar o sangue dos porcos, e uma faca, ameaçando-a de morte, caso ela não lhes desse o ouro que tinha. “Tem que nos dizer onde tem o ouro, sabemos que tem ouro. Tem que nos dar, se não nos der, matamo-la”. Intimidavam-na.
A Trisavó perante essas ameaças, e nessa aflição, viu-se na contingência de lhes dar o que tinha. Face à situação também ela acabou por abalar da aldeia do “Monte Chamiço”, despovoando-se assim a terra na totalidade. Foi a última a sair da “aldeia”.
A Casa da Trisavó ainda lá existe, na parte central do que resta da antiga localidade, a cerca de oitenta / cem metros da igreja e relativamente à mesma distância das habitações e construções ainda existentes, a sudoeste, junto à ribeira. …”
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Esta é a versão que escrevi a partir do relato oral que me foi descrito pelo Primo António Carita, no dia 12/02/23. A sua Mãe, Tia Maria Carita (1918 – 1997) viveu em jovem, em casa de Tia Maria de Sousa e de Tio Francisco Carita, filho da “célebre” Trisavó Rosa de Matos. A última habitante da antiga povoação do “Monte Chamiço”, juntamente com os seus criados / trabalhadores mais fiéis.
Em todas estas narrativas há algo que nunca foi referido até aqui. Infere-se que esta Trisavó, à data destas ocorrências, já seria viúva do Trisavô João Carita, de quem ela herdou o apelido.
Volto a mencionar que os filhos deste casal foram: Maria Conceição Carita, minha bisavó e de todos as minhas primas em 1º grau, do lado paterno e primo António Carita; Manuel Carita, bisavô de Prima Arlete Carita - e respetivas irmãs e irmão - que me disponibilizou fotocópia do artigo de Prof. Manuel Subtil. E o já várias vezes referido Francisco Carita, pai de Drº João Carita de Sousa, falecido cerca dos trinta anos e sem descendência.
A Primavera aproxima-se. Vem-se anunciando, ainda bem no Inverno. Há plantas, árvores que vão florescendo desde o início do ano.
Da Amendoeira se cantava.: “A flor da amendoeira / É a primeira do ano. / Também eu fui a primeira / Que te dei o desengano.”
As célebres Acácias ou mimosas… As Margaças / “boninhas” / boninas …
Soube através de https://asfontesdaminhavida.blogs.sapo.pt que, no Nordeste Transmontano, lhes chamam “Anúncios”. Aos narcisos! Bonito, peculiar e sugestivo nome. E porquê?! Porque anunciam a vinda da Primavera! Os narcisos!
Pois aí vêm os Narcisos / Anúncios: avisando da próxima vinda da Primavera.
Eles aí estão. Do primeiro que surgiu no Quintal, tenho foto de 5 de Fevereiro.
E fui tirando por todo o mês passado.
O Quintal forma um quadrilátero. Esse primeiro que floriu, situava-se no lado Leste, num espaço soalheiro e abrigado. Entretanto foram aparecendo pelos diferentes lados do quintal. Agora, já em Março, há flores amarelas bordejando os quatro lados do espaço.
Vivam os narcisos! Viva o amarelo! Viva a Primavera!
E um Excelente “Dia da Mulher”!
(Para todas as mulheres e todos os homens, de boa vontade.)
Oliveira milenar tombada: Há impérios de mil anos ?!…
Conforme referi em “Apeadeiro” elaboro novo postal sobre as atividades no “Ginásio IV – Vale de Baixo”.
Com as devidas autorizações, na tarde de 1 de Março, procedi à queima de três montureiras de “inertes”, resultantes de limpezas parciais que vou efetuando. Especialmente de silvas, que vou cortando junto às árvores, que não gosto de ver enleadas pelos silvados. É um trabalho que vou fazendo, uma atividade que funciona a modos de ida ao ginásio. Com todas as vantagens inerentes. Faço à medida que posso, com calma, pouco a pouco. Mas vai sendo feito.
As companhias habituais:os dois manos em amena brincadeira.
(A mana fica sempre pelos aposentos de amesendação ou pela pousada do “Ti Zé Fadista”.)
Imagem da oliveira milenar, tombada em 2019, em Dezembro, na sequência de uma tempestade, julgo que de nome “Elsa”. (Em 2019, de 19 para 20 de Dezembro, o ano de 2019 quase a findar e a passar para 2020! Acho peculiar esta coisa dos números!)
(A Natureza tem destas ações, que deveriam ser lições para a Humanidade. Nem seres milenares resistem! Tudo tem um fim. Não há impérios de mil anos. Só nas mentes deformadas dos tiranos!)