Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Um poema de denúncia do atropelo aos direitos de seres humanos que, por serem “negros”, estão a ser impedidos de sair da Ucrânia, sendo preteridos face a outros que são “brancos”.
(Este postal não segue necessariamente os cânones do considerado “politicamente correto”!)
A guerra leva aos maiores flagelos da Humanidade e a desumanidade vem ao de cima, pelas mais diversas razões e por variadas formas.
O racismo é bem expresso nestas atitudes dos guardas.
Há jovens portugueses, estudantes de Erasmus, de Medicina. Um até é alentejano, de Évora e até viveu em Portalegre. Distrito onde até temos Médicos ucranianos, que muito estimamos!
E também há cidadãos de outros países a sofrerem pela mesma razão discriminatória!
E tanta vez Serra disse a Morey, para ele fazer o que tinha que fazer, que este perdeu os pruridos que tinha e, apesar de ter afiançado a Fátima que nunca lhe mentira, nunca, falou-lhe de verdade ou ter-lhe-á mentido, na tarde em que esta se lhe entregou ou ele a ela? Que não sei quem possuiu ou foi possuído, depende do ponto de vista, da perspetiva em que nos coloquemos. Ou se ambos se entregaram mutuamente, sem compromissos nem complexos, como dois adultos jovens que se amam!
Não sei! Só sei que o que tinha que acontecer foi acontecido e Fátima e Morey estão muito mais ligados e aquela muito mais disponível para o seguir nos interesses deste. E, sob essa perspetiva, mentiu-lhe ou não, o nosso inspetor?
Enquanto estes acontecimentos amorosos ocorriam, Karim, o assassino de Sara, a namorada de Abdu, irmão de Fátima, era libertado da esquadra, para ser perseguido por Serra e Lopez, agentes do CNI, em patrulha na cidade de Ceuta, coadjuvando e dirigindo as investigações de Morey sobre as infiltrações de jhiadistas na esquadra e respetivas ações terroristas.
“- Importas-te de te virar?
- Porquê?!
- Porque me quero vestir.”
Pedido de Fátima para Javier, que apesar de obedecer não resistiu a olhar de soslaio, e quem resistiria?!
E saindo esta do apartamento do amado, foi vista por Fran, que espreitava o agente para lhe ir vasculhar a casa, mal este saísse. Que entre os dois chefes é um jogo de gato e rato, cada um desconfia mais do outro e Fran anda de “pulga atrás da orelha” face a Morey.
E pedindo-lhe, via telemóvel, para se deslocar urgentemente à esquadra, mal este saiu vai dele entrar para furoar o que haveria de suspeito no apartamento. Surpresa sua, quando num placard observou um enorme organograma dos “Suspeitos”, entre os quais o próprio Fran e outros elementos da esquadra.
Nem teve tempo de se recompor, e já Morey lhe apontava a pistola, ameaçando-o de disparar.
E assim terminou este quarto episódio.
E como soube o inspetor da visita de Fran?! Pois, o CNI, através de Serra, que o avisou do visitante indesejável e curioso.
Surpresa, surpresa teve Fátima que, ao chegar a casa dos pais, tinha o prometido Khaled, com data marcada para o casamento daqui a quatro meses. Nem mais, e sem comentários!
Todos os presentes, a família toda, contentes, lhe dão os parabéns. Só a noiva aparenta ser a menos interessada.
Atitude e sentimento que não passa despercebido à mãe, Aisha.
E já que falámos de Aisha, recordamos que esta foi vítima de ataque pelos amigos de Ramon, irmão de Sara, racista / fascista, que já no funeral da irmã as invetivara de assassinas e de mouras, apesar de antes ter sido encomendado de porrada pelos amigos, melhor, homens de mão, de Faruq, irmão de Fátima.
Que no bairro campeia a violência entre grupos rivais nos variados tráficos que nele imperam, para além dos conflitos étnicos subjacentes a grupos culturais com antagonismos ancestrais e exacerbados nos últimos tempos.
No episódio de ontem, a trama central da narrativa situou-se na fusão/incorporação da firma “Sterling Cooper” na “MacCann – Eryckson”.
Situação que se foi desvendando no decurso do episódio. Inicialmente a partir de um aparente não pagamento da renda do espaço ocupado pela “Sterling”, que depois se veio a saber, advir de os diretores da “MacCann” quererem transferir os serviços da “Sterling” para os escritórios da “MacCann”. Este facto começou por ser apenas do conhecimento dos cinco sócios executivos, Roger, Don, Pete, Joan e um quinto que não consegui identificar.
Tudo se estava a passar em relativo segredo, mas segredos destes são “o segredo da abelha”! Várias reuniões entre os sócios, entre estes e os representantes da “MacCann”; Pete que contou a Peggy; Peggy que contou a outro elemento criativo e sempre a mesma recomendação “não é para dizer, nem ao cônjuge nem ao melhor amigo… só te digo a ti, que és de confiança e sei que a tua boca é um túmulo!” Que isto dos segredos é como no “Príncipe das Orelhas de Burro”. O barbeiro que cortava o cabelo ao Príncipe não conseguindo guardar o segredo, confiou-o a um buraco que escavou e tapou com terra. Onde veio a nascer um canavial. E, crescidas as canas, o vento ao nelas passar, assobiava… “o Príncipe tem orelhas de burro… ” E fazia eco… E todo o reino veio a saber.
Assim aconteceu na empresa de publicidade.
Incorporar uma empresa em outra maior, já com uma estrutura formada, equivalia a dizer que iria haver dispensa de pessoal, para além da deslocação dos serviços.
Uma verdadeira bomba!
Esse receio foi primeiro dos executivos, ao saberem da situação. Alguns não queriam ir para as instalações da nova empresa. Foram equacionando alternativas, inclusive mudarem com a firma para as instalações que tinham na Califórnia! No outro lado do Continente, imagine-se, tal era o receio de, ao fundirem-se com a empresa maior, eles próprios se extinguirem nela… De serem devorados! Engolidos!
Mas também nem todos queriam ir apanhar banhos de sol na Califórnia, nem podiam, que tinham as suas vidas em NY.
Peggy, que não é sócia, logo que soube do segredo, tratou de contratar um angariador de trabalho, para lhe arranjar outra colocação, pois supostamente também iria perder o seu posto, por que ela tanto lutara, abdicando inclusive das funções da maternidade. Tinha imensas qualidades e experiência e vontade de trabalhar… mas tinha um handicap, não era licenciada. E os empregadores começam desde logo a recrutar nas Universidades…
As secretárias negras, quando souberam, que entretanto tudo se foi sabendo, que o vento foi propagando o boato, questionavam-se como iriam elas para a nova empresa, se uma delas nem sequer era primeira secretária, era apenas a segunda, que a primeira era a moça loura, como convinha ao status sócio profissional da firma. Será que Draper a iria levar com ele?! E na nova empresa iriam aceitá-la, a ela que era negra?!
A loura também veio a saber dos cochichos e interpelou diretamente o chefe, Don Draper. E este tranquilizou-a, que a levaria com ele.
Nesta altura já houvera a reunião final com o diretor da Mac Cann. E o diretor criativo e sócio da firma, Draper, sabia que podia dar esperanças à menina, sua segunda secretária!
Para essa reunião final os cinco executivos prepararam-se devidamente, estudando toda a sua carteira de clientes, tendo feito contactos com as empresas com que poderiam contar caso decidissem “abalar” para Los Angeles. E Draper, macho alfa e cérebro criativo, preparara uma apresentação com cartazes elucidativos, contando com a sua eloquência e sagacidade para defenderem a autonomia da Sterling.
Mas o diretor da MacCann surpreendeu-os completamente, dizendo que nada do que eles estavam a pensar fazia sentido, que tudo não passara de um teste à capacidade de resiliência da “Sterling”, que eles haviam ultrapassado, que eles não se anulariam na fusão e apontou-lhes as cinco empresas multinacionais de que disporiam como clientes, com um vasto mercado de publicidade para explorarem. Ou seja, só ficariam a ganhar. “Venceram! Parem de se debater!”
Eis as empresas, todas de grande potencial: Buick, marca premium de automóveis, ligada à General Motors; a Ortho Pharmaceutical, a dos contracetivos; Nabisco, National Biscuit Company, a dos biscoitos; Coca-Cola, a da célebre bebida, que se as pessoas tivessem conhecimento de que é feita, que é um verdadeiro lixo, ninguém a bebia… mas para o consumo a nível mundial dessa beberagem, muito contribuíram estes “Homens Loucos ”.
E haveria uma quinta, mas ou ele não a disse ou eu não a percebi.
Aparentemente cada um dos executivos homens ficaria com uma destas clientes. E que clientes!
A hipotética quinta empresa foi mesmo omissa?
Joan também se queixou que ele não lhe atribuiu nenhuma empresa… propositadamente, por ela ser mulher e por não a irem levar a sério na nova empresa, a ela que tanto tinha lutado para se afirmar dentro da Sterling, para além de ser o mulherão que é, que enche as vistas de qualquer um. Mas ela queria também afirmar-se como profissional, o que já conseguira na Sterling, sendo nomeadamente sócia, estatuto que não queria perder, que não tinha apenas um belo corpo de mulher, mas também era cabeça pensante.
E pensando nisso tudo, os executivos realizaram uma reunião com todo o pessoal da “Sterling Cooper” aonde oficializaram o que já toda a gente sabia, que iriam mudar-se para a MacCann – Erickson e que a transição iria ser o mais suave possível!
Coube a Roger Sterling fazer esse anúncio oficial, para isso tem o sobrenome na firma.
Paralelamente ocorreram cenas das vidas particulares de alguns personagens.
Joan, de vento-em-popa com o novo namoro, ainda vai à terra dos faraós, a recriar Cleópatra, com o seu Marco António.
A ex-mulher de Pete, agora divorciado, não conseguiu colocar a filha de ambos num reputado colégio onde os filhos família do ex-marido haviam estudado há gerações. Socorreu-se de Pete, para irem à escola privada a saber do sucedido. E foi um desfile de atitudes “bem”, ares e maneiras finas e requintadas, desde o trajar ao linguajar, que terminou numa cena de cow-boys, à boa maneira americana, em que Pete socou o diretor. Um ajuste de contas que já dura há três séculos, desde os primeiros colonos americanos.
Ficámos também a saber, que ela, ex-esposa, o disse, que na sua qualidade de divorciada, era assediada das mais diversas maneiras, quando tratava de qualquer assunto e essa condição era exposta.
Sem comentários!
Que os assuntos abordados no enredo dão pano para mangas. Permitem-nos constatar e comparar como era o Mundo em que vivíamos há meio século e as mudanças e alterações que vivenciámos nos mais diversos aspetos.
Sobre essa constatação ainda quero elaborar um “post” sobre duas ocorrências vividas…