"Betonizar" o Jardim! (I)
Reunião de Condomínio!
Face às desgraças que ocorrem por esse mundo fora, o que vou abordar não passa de trivialidade!
Sim. Os sismos ocorridos na Turquia e Síria, altamente destruidores. A guerra neste próprio país e noutros países do Oriente Médio. A guerra na Ucrânia. Guerra(s) sem sentido. Nestas situações tornam-se ainda por demais absurdas. A Natureza comanda, domina a vida na Terra, por mais que o Ser Humano se julgue omnipotente. Os “donos” do mundo, os “senhores da guerra” não consciencializarão que não faz qualquer sentido a respetiva ação destruidora das guerras que promovem e alimentam?!
Mas o assunto que quero abordar também contém esse gérmen destrutivo da violência sem qualquer ideário.
Na passada 2ª feira, dia 6 de Fevereiro, participei numa reunião de condóminos. Já não vinha a reuniões há quatro ou cinco anos, ainda antes da eclosão da pandemia. Não mais participara, pelo ambiente tóxico que se vinha criando nas assembleias. Desta vez, resolvi deslocar-me propositadamente para comparecer, julgando que o ambiente houvesse melhorado. E porque não podemos ausentar-nos sistematicamente, pois demitimo-nos das nossas próprias responsabilidades e arriscamo-nos à tomada de decisões com que não venhamos a concordar.
O ambiente não melhorou. Pelo contrário, piorou deveras. Quase chegaram a confronto físico. Houve ameaças, ofertas de porrada e milhentas cenas que não vou escalpelizar, que são desprovidas de conteúdo válido. A “violência” verbal, intolerância, as acusações que intoxicam o relacionamento interpares. Adiante…
Apenas vou referir o aspeto que me implicou mais, relacionado com um pequeno jardim, pertencente ao prédio, localizado a norte do edificado, no respetivo lado esquerdo.
Jardim que delineei, estruturei, que nele trabalhei durante alguns anos, a partir de 2014 ou 15. Que fui mantendo, regando, regularmente.
Entretanto, ainda antes da pandemia, por diversas razões, nomeadamente as minhas ausências mais prolongadas, deixei de fazer a manutenção. Mas alguns vizinhos esporadicamente foram fazendo alguns trabalhos de arranjos. Foram também regando.
Nunca consegui que houvesse uma aderência global da vizinhança, que era um objetivo subliminar que eu pretendia. A maioria não mostrava qualquer interesse. De algumas pessoas, até se deduzia alguma indiferença / oposição. (Estou a sintetizar a narrativa, que poderia ser um pouco prolongada.)
Estive vários anos ausente da participação nas assembleias, como disse.
Mas, na ata da penúltima reunião, li que equacionavam “betonizar” o jardim! Obviamente essa hipótese mexeu comigo. O considerar sequer essa possibilidade entendi como desconsideração pelo trabalho que ali investi. Que o espaço esteve anos às urtigas, sem que se ralassem. ("É gozar com quem trabalha..." Como diz o "Outro".)
Agora, “betonizar”?! Que fazer?! Voltarei a futura assembleia, apesar de ter dito que não mais iria, dada a toxicidade do ambiente?!
(… … …)