Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
De Cujancas, nome oficial, mas com vários nomes particulares. Assim, como se fossem “anexins”!
A maior cheia de que há memória! 20 de Dezembro de 2022, 3ª feira.
Ribeira das Pedras!
Ribeira do Salto!
Ribeira do Porcozunho!
Quem me haveria de dizer que em Janeiro, deste ano, quando andei a limpar a pedra onde está gravado o registo das cheias de 1941 e de 1959, haveriam de ocorrer neste mesmo ano de 2022, cheias tão grandes! Sim, porque neste final de Outono, que findou ontem, já houvera outra no pretérito dia treze, 3ª feira. Também ainda no Outono, a findar. As fotos dão testemunho dos factos. E não são dos momentos maiores da cheia, que, quando fotografei, a água já teria descido cerca de um metro. De qualquer modo são elucidativas da grandeza, da força das águas e da Natureza!
Foto da pedra com os registos pictográficos de 1941 e de 1959 e, agora, assinalado a branco, o nível da cheia de 20/12/22.
Sinal do nível das águas no poste e no muro da ponte.
Quase chegou ao tabuleiro. Não o alcançou por pouco. Se o tivesse alcançado...?! Os parapeitos precisam de obras. A ponte precisa ser alargada, corrigida. Já referi isso noutros postais.
Na foto anterior, apresentando imagem da ponte e respetivos arcos e parapeito de jusante, lado oeste, é por demais visível que são necessárias obras.
Quando andei fotografando as Ribeiras, percorrendo também os terrenos da margem esquerda, Tapada das Freiras, Tapada do Rescão, nunca me aproximei demasiado das águas.
Nem na Ribeira das Pedras me atrevi a passar a ponte, quando a cheia estava no auge.
Algo que, pelos vistos, não assustou o transeunte que a foto documenta.
É da Proteção Civil. Frise-se.
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Para si, Caro/a Leitor/a, que teve a amabilidade de nos acompanhar até aqui, Votos de um Excelente e Santo Natal!
A Ribeira das Pedras e a Ribeira do Salto: uma e mesma Ribeira!
Volto ao tema de postais recentes e da atualidade: Cheias e Enxurradas
Especialmente no Norte Alentejano. Nem a propósito, noticiaram que a Barragem do Maranhão – Ribeira de Seda – encheu em dois dias! Ontem, 3ª feira, começou a descarregar. Sendo uma barragem apenas para rega, acaba por se desperdiçar a água. Digo eu!
(Interessante! Algo que nunca me tinha ocorrido, face a uma célebre barragem “prometida” há seis décadas. A do Pisão! Também na referida Ribeira de Seda, a montante da do Maranhão. Face à situação de seca que temos presenciado nos últimos anos, eu considerava que a Barragem do Pisão seria de alguma redundância. Por mal chover, há anos, e ao facto de a do Maranhão estar regularmente muito vazia, também há vários anos. Muito especialmente após os olivais intensivos que a rodeiam em centenas, milhares (?), de hectares.
Face às chuvas que têm caído, revejo, de certo modo, a minha visão. A ser construída, a mencionada Barragem do Pisão, serviria para armazenar, a montante, muita da água caída, evitando desperdício a jusante. Digo eu!)
Pretendo abordar aspeto mais específico do assunto. Também fiz referência, no postal anterior, à Ribeira das Pedras, várias vezes abordada nos blogues. É sobre essa Ribeira que apresento fotos do respetivo caudal, hoje, a meio da tarde. Ainda corre bastante bem, mas menos do que ontem. Segundo me informaram, não chegou a tapar os arcos, mas transvasou para as hortas da margem esquerda, tapando parcialmente a nora.
Fui à margem direita, onde na rocha estão assinaladas marcas das cheias de 1941 e de 1959. Ficou bastante aquém dessas cheias.
É interessante assinalar estes factos, para percebermos que estas ocorrências de cheias acontecem. Já aconteceram em datas anteriores. E voltarão a ocorrer futuramente. Não sabemos quando, não as podemos prever com regularidade e periodicidade. Mas temos de estar conscientes que voltarão!
Aliás, lembramo-nos das regulares cheias do Tejo, do Douro, do Mondego. Das enxurradas de 1967, na Grande Lisboa. De muitas outras situações.
Voltando à Ribeira das Pedras, a Mãe também se lembra de uma grande cheia em 1975.
Terá havido outras.
Este ano voltaram as Cheias!
Isto é para não dizermos que este País é uma grande Seca!
Nós, melhor, eu gostaria de me despedir do Verão. O Verão é que não se quer despedir. Teima em prosseguir com este calor e eu, contrariado, terei de voltar a regar. Na realidade não me apetece muito. Preferia tempo mais fresco, mais outonal, com alguma chuva. E a Natureza, toda ela, precisa de chuva. De muita chuva, diga-se.
Bem, este postal serve para testemunhar a beleza destas lindas açucenas. Há quem assim lhes chame. Inclusive, numa povoação da Madeira, julgo que Campanário, fazem uma romaria, em que estas flores, designadas de açucenas, têm honras de altar.
Eu conheço-as por “Despedidas de Verão”. Só que o dito não se quer mesmo despedir. Fiquemos pelas açucenas.
Estas não estão no meu quintal. Estão perto da Fonte do Salto, num antigo hortejo, ou “canchoço”, mesmo junto à Ribeira. A pequeníssima propriedade, em ambas as margens da Ribeira, a montante da ponte, era pertença da Ti Raposinha. (Nome peculiar, Aquiliniano! Não sei se próprio, se anexim. )
Resquícios de tempos em que qualquer pedaço de terra era uma preciosidade. Para além do mais, com água da Ribeira, à mão de semear. Até aos anos sessenta era cultivado. Lembro-me de ver a senhora ir para a horta. Atualmente está tudo ao abandono. Mas ainda restam pedaços do tanque para acumular água e lavar roupa. E ficaram estas lindas açucenas, testemunhando esses tempos. Que no final de verão, inícios de outono, florescem em todo o seu esplendor.
E, falando na ponte da Ribeira do Salto, uma foto, como não a víamos há muito tempo.
A Junta mandou limpar as árvores que lhe tapavam a visibilidade e, agora, podemos observar a respetiva arquitetura. Vista de montante, sensivelmente de Leste.
Voltarei a este assunto.
Saúde. Paz. Bons passeios. Visite a Fonte do Salto. A Ponte. A Ribeira.
A localidade?! Aldeia da Mata - Alto Alentejo.
Não deixe lixo, SFF!
(P. S. - As fotos são originais, mas não são de minha autoria. Parabéns à Autora. E, Obrigado.)
E porque temos estado a “postar” sobre atividades campestres, ainda que em meio urbano, vamos apresentar alguns aspetos peculiares e extremamente interessantes sobre algumas paisagens rurais de Aldeia da Mata.
Esta localidade do Norte Alentejano tem alguns monumentos e paisagens que merecem ser devidamente valorizados. As pessoas conhecedoras atribuir-lhes-ão o devido valor, mas muita gente não conhecerá…
Alguns monumentos serão mais destacáveis, nomeadamente dado o seu simbolismo e antiguidade, outros mais singelos e modestos, sem deixarem de ser interessantes. Uns serão mais significativos, no contexto atual, outros tê-lo-ão sido em tempos imemoriais.
De todos, num enquadramento cultural mais vasto, espacial e temporalmente, o mais significativo, também porque de maior antiguidade, será talvez a Anta do Tapadão.
A Igreja Matriz, num enquadramento cultural diverso e mais recente e, de entre os monumentos ainda em funcionamento, face aos objetivos para que foi fundada, também se destaca.
Todos estes aspetos se relativizam face ao contexto em que se inserem, no espaço e tempo próprios. Não se pretendem comparações com outros objetos de análise, de outras aldeias, vilas ou cidades. Falamos do que temos e como temos, tão somente!
De entre os monumentos que temos e também dos lugares e paisagens em que nos enquadramos, alguns são deveras interessantes.
Mais ou menos modestas, sem deixarem de ter interesse e valor, destacaria, por ex., o conjunto de fontes, de que algumas cumprem cabalmente a sua função debitando água agradável e fresca, todo o ano. Mesmo nos verões mais quentes e secos. Este ano não sei… Choveu quase nada!
Destas fontes uma se destaca entre todas. Primeiramente pela sua função primordial: a água. Será, indubitavelmente, a melhor água de entre a das diversas fontes.
Também é dotada de alguma relativa monumentalidade, na sua singeleza, de obra popular. Possui um evidente enquadramento paisagístico que a valoriza, de fráguas alcantiladas, de uma ribeira que a isola da povoação, mas a que uma ponte certamente centenária lhe permite aceder. Os penhascos, a vegetação autóctone, apesar da acácia australiana que teima em persistir e a ponte, talvez romana (?), talvez, tornam-na num passeio apetecível, apesar de atualmente pouco procurada.
Pois falo precisamente da Fonte do Salto e da Ponte do Salto.
Acede-se a ela por um caminho que durante séculos terá sido via de transporte importante para pessoas, mercadorias e animais. Atualmente até de carro.
Recentemente, por incumbência da Junta de Freguesia, foi valorizada pela limpeza da arca da água que tem na parte superior e embelezada, qual noiva, pela pintura a branco e amarelo oca, cores tão características e tradicionais na região.
Merece uma visita!
Um garrafão ou garrafa para trazer e beber água fresquinha e a caminho.
Arriba! Que se faz tarde!
E, a propósito de caminhar…
A organização de uma caminhada em que se proporcionasse a conterrâneos e forasteiros um passeio pelas fontes da Aldeia seria uma boa sugestão. Não propriamente no Verão, que está muito calor e tudo muito seco, mas na Primavera em que o enquadramento paisagístico é exemplar.
Quem fala em fontes, poderá sugestionar: “Por pontes, passadeiras e fontes…”
Bem perto da Ribeira do Salto, outro excerto da Ribeira, também agradável, é a Ribeira da Lavandeira, onde existem umas artísticas passadeiras e a que se acede por uma calçada.