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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Tertúlias de Poesia - Novembro 2024 – Lisboa - Portugal

CNAP – Círculo Nacional D’Arte e Poesia

Olá 

A todos os interessados, informamos que a px. Tertúlia CNAP terá lugar na px. 5.a feira às 15.30 h. no Café Docel, como habitualmente. 

(Dia 21/11/2024) 

Bem-vindos 

MARIA OLÍVIA E ROLANDO 

*******

APP

Associação Portuguesa de Poetas

24/11/2024

(Domingo)

Sede: Rua Américo de Jesus Fernandes 16-A – LISBOA –(Olivais)

1ª Parte: Homenagem a Carlos Cardoso Luís

2ª Parte: Entrega da XXVIII Edição da Antologia da APP – 2024

“A Nossa Antologia”

Declamação de Poemas dos Associados, preferencialmente da Antologia.

*******

Votos de excelentes Tertúlias.

Um grande abraço a todos os Tertulianos!

 

"Os nossos Poetas - José Duro"

Plátano. Portalegre. Foto original. Março. 2023.

Caro Carita, caso queira, terei muito gosto de ver este artigo incluído no seu excelente magazine.

Abraços,

Rolando Maria Olívia.

*******

Alameda Corredoura. Foto original. Out. 23.

OS NOSSOS POETAS

JOSÉ DURO

Com a morte na alma

Parece que existem certos seres humanos marcados desde o princípio da sua vida para penarem até ao fim e morrerem jovens. É o caso do poeta de que hoje nos ocupamos. José António Duro, nascido em Portalegre a 22 de Outubro de 1875, abandonado à nascença, foi registado como filho de pais incógnitos. Seria a sua querida avó, quem mais recordaria em termos afectivos, na sua curta vida. «Ó minha avozinha, Lua de Janeiro / Branca de cuidados / Olha o teu netinho - face de coveiro / E olhos encovados…»

Na sua infância brincou e frequentou a escola primária na cidade natal. Mais tarde, o liceu. Não se tendo dado bem com a matemática, José Duro escolheu a Escola Politécnica e os seus estudos levaram-no à cidade do Porto e também a Lisboa, onde igualmente não se deu bem, tendo regressado a Portalegre.

Em Lisboa, o convívio com os jovens dados às letras, às tertúlias e às farras, fizeram-no sonhar e escrever os primeiros textos e colaborar em jornais. Numa revista lisboeta sai o soneto A Morte, tema fantasma que o perseguiria sempre. «Ó morte, vai buscar a raiva abençoada com que matas o mal e geras novos seres…»

A colaboração em jornais, mais em prosa do que em poesia, repartiu-se pelos periódicos Diário de Elvas, Campeão de Portalegre, Comércio do Alentejo, o Distrito de Portalegre, A Plebe e Branco e Negro. Textos inéditos seriam posteriormente publicados na imprensa da época.

A tristeza e a intuição de uma morte anunciada e iminente sempre o perseguiram e ocuparam a maioria da sua poesia, como Dor Suprema, O Coveiro e Doente. Em 1896 é publicado em Portalegre, o folheto Flores, e, dois anos mais tarde, o livro Fel, numa altura em que já se sabia tuberculoso e sem esperança. Pouca produção numa vida breve e que mais não permitiu. Por esse motivo repleto de desespero, revolta e melancolia sem fim. «Bendita sejas tu, ó morte, inexorável / Pelo mundo a chorar, desde que o mundo existe» e ainda «Que eu vivo ao abandono e sou miserável / Aos tombos pela vida, em busca de mim mesmo…»

Admiradores da sua poesia, entre muitos, foram Irene Lisboa, Augusto de Castro e José Régio, que sobre ele escreveu: «Se há poeta que não baste admirar, mas que é preciso amar, esse é José Duro.»

Qual o jovem na flor da vida que não se revoltará de ver a vida a fugir-lhe, com as asas cortadas antes de conseguir voar e numa alma sensível, ensombrada e amordaçada? Daí a mágoa, assim expressa em Doente:

«Quando o meu corpo, já sem vida, inerme,

Lançado for à podridão do verme.

- Se ele é verme também, e o verme é pó

Porque de todo o meu olhar eu cerre,

Pede, pede ao coveiro que me enterre

Na terra mais humilde, ó minha avó!

 

Escrevo e choro; dói-me a alma; tenho febre

Não sei quantos graus - calor insuportável;

- Moderno Lázaro – ó que vida miserável

Eu vivo aqui. Doente e só, no meu casebre…»

*******

Amargura. Foto Original. Set.23.

José Duro, poeta decadentista, a quem a vida mais não concedeu do que 24 anos de idade, faleceria em 1899, da tuberculose de que sofria e lhe minava o corpo e a alma. Deixou-nos as suas palavras de um desespero sem fim, melancólicas, trágicas, mas belas, como aqueles sonhos bonitos que se deixam apenas deslumbrar, mas que se sabem fatalmente perdidos.

Um poeta sofredor.

Texto de ROLANDO AMADO RAIMUNDO - (29/01/2024)

 

«Momento de Poesia - Num Navio a Passar»


«É só embarcar

Poesia»

«NUM NAVIO A PASSAR»

de R.A.R.

 

«Que saudade é esta de momentos que não tive

Sentimento preso de beijos perdidos?

Que vontade urgente é esta, de abraçar

Dizer o que ninguém ouviu nem sentiu?

Na viagem dum navio que se afasta

Largando fumo que, lento, se esvanece

Como ave que ao longe desaparece

Música que aos poucos se esvai

O navio de memórias assim vai…

Nem quando floria

Nem quando aquecia

Nem quando folha caía

E o triste frio enrijecia

O navio, sempre, prosseguia…

Na rota houve fome, houve sede

Medo, lutas, solidão

Gritos surdos de um Munch

Fantasias de Disney

Doces contos de encantar

Hollywood a despertar

Paris, alma com alegrias,

Poesia, romance, coração e cantigas

E o navio sem parar, sem parar…

Aqui há comédia, drama, suspense e mistério.

Agatha Christie, ninho de intrigas.

Sem terra à vista, onde é possível sonhar

Tudo aquilo que se sabe e predestina…

Como a viagem fascina!»

 

 

«ROLANDO AMADO RAIMUNDO

12 DE JANEIRO DE 2022»

 

(Hoje, neste postal nº 1026, voltamos à Poesia.

Não de minha autoria, que ando desinspirado, mas de Poeta Amigo: R.A.R.

Espero que aprecie, Caro/a Leitor/a.

Muita Saúde e Muito Obrigado!)

 

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