Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Escrevi um postal parabenizando Ruben Amorim. Na sequência de, a equipa que treinava, ter ganho 4 – 1, ao seu futuro rival, na cidade onde irá treinar: Manchester. E também por ir treinar essa nova equipa. Por acaso?!
Não sou simpatizante do Sporting, porque nunca fui, desde criança – estas manias futebolísticas ganham-se de novos. Sou adepto do Benfica. Mas não sou fanático de futebol. O Benfica ganhou significativamente na última jornada, e logo ao Porto! Parabéns! Merecem.
Mas se eu referir a situação, não digo: “Ganhámos”! Digo: O Benfica ganhou. Eles, os jogadores, é que desempenharam bem o respetivo papel. Não sou visto nem achado para o assunto. E, eles fizeram o que lhes competia. (Face ao que ganham!)
Nunca fui ver nenhum jogo de futebol, em estádio. Nem faço conta de ir. Eventos onde haja muita gente e hipótese de confusão, dispenso.
Também não me revejo nos milhões que aquela gente ganha. Nem vejo sentido para serem tão remunerados. Embora perceba que as atuações, os desempenhos de futebolistas, treinadores, envolvem e ajudam muita gente, dando-lhes trabalho e rendimento, direta e indiretamente. Os clubes são empresas que dão dinheiro a ganhar a muita, muita gente. Alguns bem ganho, outros, muitos, nem por isso. Anda por ali, muito, muito dinheiro, malganho e ainda mais, mal gasto! E a fazer falta em tanto lado. E tanta gente a queixar-se do essencial, a pedir e exigir, que lhes falta! E simultaneamente a gastar o pouco ou muito que ganham – nunca contei o que têm – passando o tempo a comprar jogatanas que servem para alimentar as futebolices!
Também não me revejo naqueles fanatismos de indivíduos(?) violentos, chamam-lhes “hooligans”, que são tudo menos adeptos de futebol, que vão em hordas de criminalidades, por essas cidades nacionais e estrangeiras, acompanhando os respetivos clubes. Fazendo desacatos, fora e dentro dos estádios. Obrigando ao destacamento de centenas, até milhares, de polícias, só para os acompanharem aos estádios. E aí estarem de vigilância, mesmo não conseguindo que eles não prevariquem. (Funcionários de Estado que nós todos pagamos, para servirem de escolta a indivíduos, que são tudo menos adeptos. Como classificá-los, face aos respetivos comportamentos?!)
Mas não me revendo, eu, nestas futebolices, como posso dar os parabéns a um treinador que vai ganhar milhões – quando fazem falta em tantos outros setores – e há tanta gente a passar fome?!
Na verdade, há algo de contraditório!
Mas a razão é esta.
Os treinadores trabalham com uma massa humana muitíssimo heterogénea. Todos sabemos que vivemos num mundo globalizado, multicultural, multirracial, multiétnico. Se há campo social em que estes aspetos são por demais evidentes é numa equipa de futebol.
São pessoas, indivíduos, sujeitos, de imensa heterogeneidade. Com as mais diferentes proveniências: sociais, culturais, linguísticas, raciais, étnicas, nacionalidades, religiosas. De personalidades disparas, muitas vezes. Ambicionando destaque, evidência, prevalência, num campo desportivo, em que o coletivo é fundamental.
Que um treinador sujeito – humano consiga harmonizar todos os egos e interesses individuais num labor coletivo não será sempre fácil. (Quando o balneário embirra com o treinador, não há nada a fazer.)
Harmonizá-los num projeto comum, atingi-lo e alcançá-lo vitoriosamente não é de qualquer um. Projetar e atingir esse objetivo, com realce no estrangeiro, ainda é para menos.
Foi essa meta, esse desiderato, que Ruben Amorim conseguiu. Primeiro no Braga, depois no Sporting, desejo que, de futuro, também em Manchester!
Que alcance sucesso além-fronteiras, como Mourinho, Ronaldo e outros…
“Urbanidades: … cortesia, boa educação, civilidade…” In. Dicionário de Língua Portuguesa – Porto Editora – 6ª Edição.
(Começo por frisar que o termo “Urbanidades” é perigosamente falacioso. Então quem é do Campo, duma Aldeia, não é bem-educado?! Aqui lavro o meu protesto. Poderá reparar, SFF, se neste blogue se escrevem palavrões!)
Covid 19
Não gostaria de estar novamente a escrever sobre o tema. Mas impõe-se. A situação está a agravar-se. O pessoal anda novamente tudo no regabofe, festas, festinhas e festarolas... Os casos aumentam. Progride o índice de transmissibilidade. O facto de estarmos vacinados não indica que estamos 100% imunizados. Devemos continuar a ter cuidados. Quem não está vacinado, ainda mais. Muito mais!
As nossas “Governanças”?! Deixam muito a desejar em todo este processo. Tanto andam para a frente, como às arrecuas.
Os futebóis?! Tanta “futebolice” haveria também de dar alguns “frutos” nestes campos das infeções. Tanta gente a circular por aí, por esse Portugal e Europa, só podia dar esta frutaria podre.
E a atitude das nossas “Governanças” relativamente à seleção?! Tanto salamaleque para quê?! Perderam?! Porque jogaram bem, com garra?! Acha?!
Se não visse nem acreditava: Ronaldo a dar pontapés na braçadeira de capitão! Ninguém lhe chama à atenção?! Dona Dolores, faça favor de puxar as orelhas ao seu “menino”. Se faz favor!
O atropelamento na A6
Senhor ou Senhor(es) Governante(s)
Fazei o “obséquio” de assumir as vossas obrigações. De esclarecer o assunto devidamente. Assumam as responsabilidades que vos cabem. (Sem favor. É um dever!)
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E essa figura sinistra, vestida de preto, urubu da cultura, vai ser julgada?! E presa?! Pecará por tardia tal detenção.
E os que o avalizaram nos milhões?!
Estamos, nós, pobres Portugueses, a pagar mensalmente comissões à Caixa, aos Bancos…
Comissões?! Outro nome lhes chamo eu!
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A entrega de dados pessoais de manifestantes às embaixadas?! É algo que não se faz.
E dos fogos, a respetiva prevenção?! Também se esquece?! Bem, lá para os meus lados, na Serra, neste outono, inverno, primavera, têm trabalhado no assunto. Parabéns.
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Fotos?! Todas originais. Se as utilizar, cite a fonte, SFF.
Todas de plantas silvestres. Propositadamente, dos campos da minha Aldeia!
Gosto que as equipas portuguesas ganhem às estrangeiras.
Embora, atualmente, cada equipa portuguesa seja tão ou mais estrangeira que as ditas como tal. Enquanto nas da estranja podem jogar mais portugueses que nas nacionais. Enfim… Questões da globalização e do mercado dos futebóis.
Que o diga Ronaldo, Rei Naldo dos futebóis, na estranja, que só jogou em equipa portuguesa, no início de carreira. Mas que é imprescindível e motor de combustão na nossa seleção.
E, sim, sou fã de Ronaldo, e desejo que ele bata os recordes que puder, neste Euro. (2020? Ou 2021?)
E, até agora, ainda não vi nenhum dos jogos.
Comecei por embirrar com o aproveitamento de "politiquices" das nossas “governanças”. A deslocarem-se para aqui e para ali, para verem os jogos…ao vivo e a cores. A cores?!
Numa fase em que a Vida de tanta e tão boa gente, está no preto e no branco. E, sim, não apenas por causa da Covid, mas também por isso.
Por isso mesmo se exigiria um pouco mais de recato.
E, amanhã, também não sei se irei ver o jogo com a Bélgica.
Que não quero presenciar o mesmo que ocorreu com o Uruguai, em 2018, no Mundial na Rússia. Vai fazer três anos (30/06).
E, a propósito de Poesia, a SCALA, hoje, vai organizar a Tertúlia “Poesia à Solta”. Desejo tudo do melhor aos Tertulianos e Scalanos. Muita Saúde. Que a Poesia é sempre engrandecida!
Voltando aos futebóis… Euro 2020 ou 2021?!
Também não conto ir a Sevilha. Nem percebo, no contexto em que vivemos, que haja gente importante e bem pensante (!), que pense nisso.
Ir a Sevilha?!
Se for… não se esqueça, de levar castanholas. E trazer caramelos… (Isso era antigamente, e era de Badajoz!)
Também não entendo este modelo em diversos países. (Herança de Platini?! Ora bem…) Deambular de seleções, ademais com a Covid, outras jogando em casa… E público nos estádios… Bem sei que futebol sem público, nem é bem futebol! Mas, e a Covid?!
E também discordo que o “Reino Unido” nestas coisas de desporto esteja dividido. Unido para umas coisas, desunido para outras. Eu percebo. São resquícios ainda do “imperialismo britânico”.
“E este é também o apelo aos jogadores em França, para o embate com a Croácia. Que também não posso deixar de relacionar com essa realidade. Que melhor seria que as disputas entre povos se resumissem aos jogos, ao desporto em geral. Que este ano também é de Jogos Olímpicos e lembremo-nos como agiam os antigos gregos!”
E os atletas, apesar do apelo, desenvolveram um jogo frouxo e murcho, sem brilho nem chama, durante o tempo regulamentar. Apenas no final da segunda parte do prolongamento atingiram o fulgor próprio de um embate tira teimas. Ganhar ou perder!
E, numa jogada fulgurante da juventude, Renato Sanches, que arrancou do meio campo do adversário, coadjuvada pela experiência, por Nani e com Ronaldo na ala direita a acompanhá-lo, posicionando-se para o golo, (sempre à coca do golo!), Renato passou-lhe a bola, o ídolo rematou com a força e destreza conhecidas, a inteligência e a estética marcantes, a rasar o obstáculo - guardião, direcionando o esférico em diagonal à baliza, não fora a bola desviada por esse mesmo entrave, como era seu dever, o guarda-redes!
Mas há destinos e Destinos e nesta jogada, breve e mágica e feliz de equipa, surgiu o temperamental Quaresma, pela ala esquerda, correndo para estar no local certo, no momento exato e numa cabeçada instintiva, oportuna e sábia, colocou o esférico, onde ele mais almeja estar: dentro da baliza.
E, nesse momento mágico e glorioso, Quaresma passou a “Semana Santa” da fase de grupos; o “Calvário” dos empates e deu-nos, a todos, um “Domingo de Páscoa”! Mesmo sendo sábado!
Vivam todos, sem exceção!
Que é em jogadas de equipa bem direcionada que se ganham os jogos! Por mais destacados que individualmente uns sejam relativamente a outros.
E, agora a Polónia!
Estudem a dinâmica da equipa, pontos fortes e fracos, estratégias e táticas, unam-se num objetivo comum e ganhem o jogo!
Que dizer daquele jogador chamado “Vida”, com várias oportunidades perdidas?
Que nível de frustração não terá sentido!
Calculo que o respetivo nome não tenha o mesmo significado que em português, mas será caso para mencionar...
Que dizer ao “Vida”, senão que: Raio e azar de vida!
Parabéns também à equipa.
E não posso também deixar de comentar o resultado do jogo entre o “País dos Galos”, melhor, “de Gales”, que até tem direito a Príncipe, o “de Charles”, e a Irlanda do Norte.
Num autogolo, um jogador irlandês, do norte, diga-se, deu a vitória ao “Principado” de Sua Majestade!
Teria sido o choque do Br – Exit? Britânicos, fora?!
Que na Irlanda do Norte e na Escócia até votaram maioritariamente pela permanência.
Não sei. Ignoro.
E, já agora, volto a insistir. Sendo um Reino Unido, porque apresentar-se, no desporto, pelos vistos não apenas nesse campo, assim dividido?!
Porque não só e apenas uma seleção do Reino, (real)mente unido?!
E, para finalizar e relativamente à nossa equipa, reforço o apelo:
Ao escrever num blog, ainda que fazendo-o da forma peculiar como o faço, um pouco arredio do “modus operandi” deste contexto comunicacional, não posso deixar de, por vezes, “interferir” nesse mesmo enquadramento de comunicação e refletir ou opinar sobre acontecimentos mais ou menos mediáticos, de caráter universalista e global.
E haverá assunto mais universal e global que o futebol e especificamente quando se trata do jogador Cristiano Ronaldo?!
Daí que não posso deixar de comentar a seguinte notícia:
“O Real Madrid está disposto a deixar sair Cristiano Ronaldo no final da época. A direção liderada por Florentino Pérez já deu indicação a Jorge Mendes, agente do jogador, para começar a tratar da venda, mas nunca por menos de 100 milhões de euros.” (…)
Não posso deixar de frisar. Chocante, não?!
Não só pelo valor numérico. 100.000.000 de euros!! São muitos zeros à direita de cem.
Mas pela situação, em si mesma.
À VENDA!!! Uma Pessoa à venda, pois é suposto que de uma Pessoa se trata, que é posta à venda como se de uma mercadoria qualquer se tratasse.
Bem sei, que não é uma qualquer mercadoria.
Mas o sujeito em questão é posto à venda pelo clube a que pertence, através do seu presidente de direção que transmitiu essa intenção ao intermediário das vendas. Como se fosse um produto, de alto valor diga-se, mas um objeto de uso, que deixa de interessar. Para todos os efeitos é disso que a venda trata.
O facto de a futura e provável transação envolver pelo menos cem milhões de euros, valor de troca, deixa de ser a venda e compra de uma pessoa? Um “dono” que vende e outro que irá comprar?
O facto de envolver uma organização importante, neste caso, um clube de nomeada, deixa de ser uma pessoa, representante de uma empresa, a vender outra pessoa sobre a qual tem posse, tem direitos de propriedade?!
Como se designa uma estrutura social em que pessoas são donas de outras pessoas?! Tem um nome não tem?! (…)
Bem sei que no futebol é assim que funciona “grosso modo”, que os jogadores assinam contratos, que tomam decisões, têm agentes é certo, mas em última instância são os próprios que decidem, mas de quem é o “passe”?!
Qual o contexto de autonomia que tem o jogador na tomada de decisão?
Os clubes têm ou não “direitos de propriedade” sobre os jogadores?!
É um contrato negocial inter-pares em plano de igualdade e reciprocidade ou os clubes têm efetivamente o direito de “posse” sobre os jogadores?
Será que o modelo negocial e funcional do futebol não poderá comportar uma estrutura mais civilizacional, mais democrática, menos a lembrar modelos de sociedades ancestrais em que homens eram donos de outros homens?! Quicá!
– Não deve ser fácil a um qualquer jogador de renome e valor mundial viver a permanente pressão a que está sujeito, não só no contexto de execução das suas funções, o jogo em si mesmo, o desporto propriamente dito, com todas as acutilâncias que o definem, mas todo o enquadramento social, mediático, todas as vivências associadas e os reflexos que têm no jogador enquanto ser humano, pessoa com todas as suas forças e fraquezas…
Em que medida a ida da “partenaire” se terá refletido no rapaz? E vê-la e sabê-la, que os media estão sempre a comentar, já “noutra onda”, que reflexos teve no seu mar?!
Enquanto durou o “affaire”, ganharam ambos, mas não venha ela dizer que não “cresceu” profissionalmente através da “ligação” que manteve com o “craque”…
Mas tudo isto são “fait-divers”… Mas, por vezes, também temos que “entrar nestas ondas”.
Ronaldo sempre ganhou a 3ª Bola de Ouro. Amplamente merecida esta distinção!
A mesma emoção de sempre, o mesmo apego à Família. Nos agradecimentos, o afeto demonstrado pela Mãe e pelo Filho. A lembrança do Pai!
A mesma ambição: quer ganhar a 4ª Bola e igualar Messi! Despique perfeitamente assumido.
Realçou e agradeceu às equipas a que pertence, o Real, a Seleção, os portugueses, o treinador, os colegas. Sem a equipa, no futebol, nada feito. Nunca será demais realçar e agradecer aos colegas das equipas, sem eles, por melhor que seja o jogador, individualmente nada fará!
Fiquei contente por ver que o atleta também “dá a cara” por Causas Nobres: Ele e outros atletas “Todos Juntos contra o ébola!”. Certamente estará envolvido noutras Causas.
Algumas trivialidades:
Irina não compareceu, nem o futebolista a incluiu nos agradecimentos!
Não entendi o grito final! Anda a ver muitos filmes de “cobóios”?
Para que servem aqueles brincos?
Ah, não beijou a Bola, pelo menos na transmissão apresentada, não vi.
(Lembrando Artur Agostinho a relatar os golos, nos anos 60!)
Parabéns?!
Então, mas Ronaldo já ganhou o 3º título de “Melhor Jogador do Mundo”?! A 3ª Bola de Ouro?!
Não! Não ganhou ainda. Mas merece ganhar.
Não só pelo seu desempenho no ano transato:
Nº de golos marcados na Liga Espanhola e na Liga dos Campeões, em ambas foi o melhor marcador; melhor marcador nos campeonatos europeus.
Conquista da Liga dos Campeões, Supertaça Europeia, Supertaça de Espanha.
Melhor jogador para UEFA e para BBC…
Bem sei que o Mundial, foi o que foi… Mas como ele próprio comentou: “não pode carregar a seleção às costas!”
Mas também e principalmente pela sua postura como atleta e como trabalhador. Sim, porque um futebolista para o ser a um nível de excelência, tem que trabalhar muito, no seu ofício, já se vê.
Tem qualidades de génio futebolístico, que terão nascido com ele, mas neste futebolista e atleta há um grande trabalho, treino, esforço, empenho, dedicação, motivação, que vêm desde miúdo. Segundo relato dos diversos treinadores, é um atleta que nunca se nega a treinar. Ele, enquanto atleta, é o resultado de todos estes fatores, intrínsecos, inatos, mas também o resultado de todo o seu esforço e dedicação a uma causa que para ele é nobre.
Pelas suas qualidades, pelo seu exemplo, sou fã deste jogador português, apesar de ter muitos detratores.
Tal como sou fã de Mourinho, apesar de tudo…
São ambos orgulhosos, mas orgulham-nos a todos de serem portugueses.
Voltando a Ronaldo que é uma figura de projeção mundial, um ícone à escala planetária, um modelo para milhões e milhões de jovens de todo o Mundo, de muitíssimos “deserdados de fortuna”, jovens a viverem no “limiar da pobreza”, muitos em condições sub-humanas, em regiões de permanente conflito, em locais sem esperança, para quem ele representa uma aspiração, um sonho, um ideal, a imagem de uma vida melhor, talvez inatingível, mas que os ajuda a viver, alimentando, idealizando esse sonho, que os faça sair do pesadelo em que vivem no seu dia-a-dia, nem que seja apenas por fugazes imagens de um jogo de futebol, um cartaz do futebolista, ou do jovem com um novo modelo de penteado e um fato completo do melhor corte.
Permite-lhes sonhar, nem que seja apenas isso! Sonhar! Sonhar que um dia poderão ser como ele, aspirar à posse de bens, estatuto, dignidade de vida a que todos os seres humanos têm direito, para quem tem pouco ou quase nada!
E é aqui neste plano que a análise também tem que ser situada.
RONALDO é inequivocamente um modelo e um exemplo. Como futebolista e como trabalhador. E este aspeto é relevante: frisar que, para se conseguir sucesso em qualquer atividade que se desempenhe, é preciso trabalhar! Aí ele não defrauda os seus seguidores. Tem sucesso, mas trabalha! É exemplar e modelar!
Sendo genial, no que faz. O que nem todos conseguimos ser, claro!
Tendo ele aquela pose glamourosa, é um manancial para a publicidade. Futebol é negócio, de milhões, de biliões, na escala e no patamar em que ele desempenha o seu “métier”. Por isso é supra solicitado para “emprestar” a sua imagem e pessoa para campanhas publicitárias, com mais ou menos bom gosto, mas certamente de acutilante recorte financeiro.
Promove originais penteados, que qualquer adolescente pode concretizar, até valorizar com mais criatividade, sentindo-se na pele do modelo; divulga fatos de excelente corte e marca, não tão acessíveis como “um corte de cabelo à Ronaldo”, mas pelo menos haverá imitações mais ou menos semelhantes pelas mais diversas feiras terceiro mundistas, em qualquer dos Mundos, no 1º , no 2º ou no 3º. Não sei se existe quarto!
Participa até em campanhas de publicidade enganosa, certamente bastante compensatórias. Mas neste contexto não tinha a mínima obrigação de saber ou vislumbrar o que se passava por detrás do espelho. Fez o seu trabalho, mais a Dona Inércia e fizeram-no bem feito. Certamente foram no logro como todos os cidadãos nacionais e estrangeiros que compraram o produto que eles anunciavam!
Outras pessoas bem mais relevantes no contexto nacional também participaram nessa promoção!... E essas sim tinham a obrigação e o dever de saber o que se passava, por detrás dos biombos, dos espelhos, dos cortinados… Ou não sabiam. E é grave! Ou sabiam e mesmo assim jogaram esse jogo… E, nesse caso, é gravíssimo! Mas isso são outros rosários…
Voltando ao facto de Ronaldo ser um modelo que tem uma projeção mediática universal, ser um exemplo para tantos “deserdados deste mundo” e que, à sua maneira, também o ajudam a ser quem ele é, a ser o que é e ter a importância que tem, não seria também relevante que, enquanto ser humano de referência planetária, ele “desse a cara” por CAUSAS de índole mais altruísta, mais solidárias, como por exemplo na “Promoção da PAZ” ou da SOLIDARIEDADE entre os Povos?!
Há tantos conflitos em que crianças e jovens são trucidados estupidamente… E há Instituições que procuram a promoção da Paz, pela inter-relação, entreajuda, comunhão de esforços entre as partes envolvidas. Não só entre quem promove, faz, executa a guerra, mas principalmente entre quem a sofre em cada um dos lados da barricada e quem realmente sente no dia-a-dia como a guerra é inútil e não leva a fim nenhum…
No conflito israelo palestino há instituições que procuram promover a Paz, socorrendo-se por ex. da Música e até do Futebol, envolvendo crianças e jovens, no sentido de “Construir a Paz de raíz”. Haverá muitas mais que desconheço.
Porque não “emprestar” o Ronaldo todo o seu carisma, o seu glamour, o seu “poder” mediático a CAUSAS e INSTITUIÇÕES deste tipo?!
Ele, com a ajuda de pessoas influentes e mais sabedoras que eu e com o apoio da sua Família, saberá certamente escolher.
Agora que se vai aproximando o “final de carreira”, que tenha ainda muitos sucessos, mas não seria de pensar nisso? Pode fazer toda a diferença. Embaixador de Boa Vontade, por ex. Eu sei, lá!
Provavelmente estarei a pecar, porque Ronaldo ajuda certamente causas e instituições de diferentes formas, de forma monetária ou de outras maneiras, seguindo o preceito cristão de “dar com uma das mãos de modo que a outra não saiba” e, por isso, essas ações não são nem têm que ser noticiadas.
Mas eu estou-me a referir a situações em que a publicidade, a imagem, o mediatismo são importantes e podem fazer toda a diferença pelo impacto que podem ter!
Um simples sugestão para quem nunca irá ler este texto!