Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
A este último, o realizado domingo transato, cinco de Março, também assisti. Na TV, é claro, não tive convites para ir ao Coliseu. Falo em convites, mas não sei se as entradas eram por convites ou se os bilhetes eram adquiridos. Mas havia lá tanta gente ligada às televisões, muito predominantemente à RTP, que infiro, que a maioria daquele pessoal era todo convidado.
Na década de sessenta e na de setenta, só não via o Festival quem não podia ou não tinha TV. Sim, porque, nessa época, ter TV era um privilégio. E a preto e branco! Na década de oitenta ainda vi algumas vezes. Posteriormente estive muitos anos que não vi. O de 2017, acompanhei quase tudo.
Se gostei da canção vencedora?! Inteiramente. Tem uma letra simples, mas muito bonita e poética, versos curtos, rimas interessantes e harmoniosas e uma linda melodia e música.
Acho que ganhou a melhor canção.
Só que penso não ser a mais direcionada para o Festival da Eurovisão. Para esse fim, julgo, seria mais adequada a canção do grupo “Viva La Diva”, pese embora o nome do conjunto não ser propriamente original nem a sua estrutura. Mas a canção que eles defendiam, “Nova Glória”, considero-a mais focalizada no evento internacional.
Mas, de facto, ganhou a melhor canção.
Uma interpretação, no mínimo, peculiar, do cantor, que “criou” (?) aquele personagem. Que ele canta bem. Tem uma voz melodiosa. Mas, quanto à interpretação, foi ele mesmo que fez a sugestão: chamou a irmã, para cantar com ele em dueto, na apresentação final e habitual da canção vencedora. É essa a sugestão que a RTP deverá seguir. Colocá-los a cantarem em dueto, os dois irmãos, em Kiev. Salvador e Luísa Sobral.
E quanto ao espetáculo global?
Achei demasiado extenso, muito demorado, muitas evocações, muitas homenagens, muitos cromos a debitar bitaites, muitos a fazerem-se de engraçados, muitos discursos.
Em suma, muita peroração.
Não que as evocações ou homenagens não tenham sido justas e relevantes. Que foram! Justíssimas. Só que deveriam ter centrado o festival ou os respetivos enquadramentos, nesse contexto e perfil (Festival da Canção), e organizarem, que certamente irão fazê-lo, outro espetáculo mais para esse fim evocativo, de homenagens, de agradecimentos.
Mas havia que aproveitar o andamento do Festival! Compreende-se.
Quanto ao que irá ocorrer em Kiev?! O deus Pã, que nos ajude.
Mas se o resultado for o habitual, de que nos haveremos de surpreender?!
Em anos em que foram super canções, cheias de expetativas, foi o que se viu.
Lembre-se da “Desfolhada”, Simone de Oliveira, 1969.
Agora, aos sábados, após a hora do almoço, em vez da sesta, que é inverno, pode ver ou rever esta notável série. (Não sei ainda a hora exata, mas haverei de saber, e contar.)
No sábado passado ainda ocorreu apenas o Episódio nº 5 – quinto episódio.
Não é uma série de grandes recursos técnicos, nem de grandes efeitos especiais. Também não terá um orçamento por aí além, digo eu, que não fui visto nem achado no assunto.
Mas consegue captar-nos a atenção. E muito!
E, pelos vistos, não apenas a mim, pois se a RTP2 já vai na terceira apresentação da série é porque ela está a ser vista e apreciada. O que eu também noto nas visualizações dos posts respetivos no blogue.
E porquê?! Porque terá este seriado tanto sucesso?!
Falo por mim, evidentemente que revi este último episódio, lembrava-me muito bem do enredo, mas visualizei-o com o maior dos interesses.
Indubitavelmente, pela sua qualidade.
O facto de ser um seriado histórico, sobre uma época conturbada, o dealbar do século XVIII, 1793, o ocaso do Antigo Regime, o prenúncio de uma nova sociedade, a ascensão da burguesia como nova classe a tornar-se dominante, o declínio e perda de importância da nobreza e do clero.
Fundamentalmente as mudanças sociais e políticas que se sentem e pressentem na vida, no Hospital, um microcosmos da sociedade mais geral.
Em pano de fundo, a Revolução Francesa e seus efeitos…
A reconstituição histórica, nomeadamente no trajar dos personagens. Apesar da teatralização representativa com aqueles fatos sempre tão impecáveis. Sente-se muito esse sentido de palco que, se por um lado, nos afasta do conceito mais real, associado a filme, por outro nos aproxima mais do conceito de teatro.
E que falta faz o bom Teatro na televisão!
Talvez o facto de esta série, de algum modo, tão “próxima” do teatro, ter agradado tanto, talvez, digo eu que sou leigo no assunto, talvez seja sinal de que o público anda ávido de bom Teatro e de boas representações.
Deixo esta dica à consideração de quem gere a programação das RTPs.
Talvez, precisamente essa representação tão teatralizada funcione como um chamariz para o público.
Na verdade, temos que reconhecer que o Teatro é um tipo de espetáculo que anda praticamente ausente das nossas televisões, assoberbadas com outros processos narrativos.
Há quanto tempo não passa um bom Teatro na televisão?
Os diálogos, estruturando um enredo, em que com o que dizem é mais o que escondem do que o que demonstram abertamente, sempre em jogos táticos, definidores do poder e posição social de cada um.
Os olhares dizendo-nos tanto ou mais do que o que foi verbalizado oralmente.
O trabalho dos atores e das atrizes, com excelentes desempenhos, praticamente sustentados nas falas de cada um, nas réplicas, tréplicas e subentendidos.
Representação quase apenas centrada nos rostos, na expressão facial, traduzindo-nos ideias, pensamentos e sentimentos. Que com aqueles trajares pouco se observa dos corpos, nem assim vestidos pouco podem transmitir de expressivo.
Mas os trajes, per si, são definidores de cada personagem, do seu papel a desempenhar.
E, nestes aspetos, acentuamos novamente o lado da teatralização.
O jogo do poder pela conquista da gestão do Hospital, como se de um jogo de xadrez se tratasse, cada personagem, uma peça, no xadrez dessa batalha pela conquista do almejado lugar de administrador.
Estruturante também os assassínios em série(?).
A questão da Medicina. Dos conhecimentos, da respetiva prática, da deontologia médica, dos valores de cada um e dos “progressos” que se sentem. Os instrumentos cirúrgicos. Os meios disponíveis, se tal se pode assim mencionar.
Este é também, indubitavelmente, um dos campos de interesse na narrativa.
O enredo, o guião, os atores e atrizes, já o disse, mas não é demais repetir.
E o(s) romance(s), claro!
Todos estes aspetos e mais alguns, que não disse, ou a minha perspicácia não observou e aqueles que fui abordando nas minhas narrações sobre a série, que fará o favor de ir lendo, todos estes aspetos nos prendem ao seriado.
Veja, se faz favor.
Reveja, caso já tenha visto. Ou até reveja o revisto, que até está a ser o meu caso!
Ou como um “fait-divers” adquire foros de Cidadania!
Sobre uma célebre gaffe recentemente ocorrida num meio de comunicação social, gostaria de formular a seguinte pergunta.
Se o dito que foi dito por um conhecido Pivot / Jornalista do Telejornal da RTP, tivesse sido dito por outra Pessoa e se reportasse também a qualquer outra Pessoa, ainda que ocorresse no mesmo contexto comunicacional, será que tinha tido a repercussão que teve?!
O que acha?!
… … …
Provavelmente responderá o mesmo que eu. Que, mesmo que o contexto comunicacional fosse idêntico, se os personagens tivessem sido outros, a gaffe não teria passado disso.
O que prova que a força dos Pré Conceitos tem muito peso, nos mais variados enquadramentos e contextos! E nos mais diversificados espaços e tempos!
Ah! E muitíssimo importante. O jornalista pediu, publicamente, desculpa. Parabéns!
Ontem, dia 17 de Fevereiro deparei-me nos blogs com uma situação, para mim, no mínimo, inesperada.
Tenho um blog relativamente recente. Apenas funciona há quatro meses. Um bebezinho, portanto.
Pois qual não é a minha surpresa, quando vejo nos destaques, um post com o mesmo título de um que eu publicara em 31 de Janeiro: “BORGEN” http://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/borgen-21629
Fiquei entusiasmado.
"Excelente", pensei, "Alguém que gosta da mesma série que eu."
Abri e comecei a ler.
Senti um verdadeiro arrepio na espinha. Parecia-me que estava a ler excertos do que eu escrevera duas semanas antes!? Seria possível?!
"Será o meu post, que só agora foi destacado?! Ou de alguém que destaca um trabalho meu, citando?!" Pensei…
Pois nem uma coisa nem outra!
Todavia, eu estava a ler partes do meu trabalho, pois este post é objetivamente um excerto do que eu escrevi duas semanas antes, como pode ser comparado nos textos que se seguem.
Reclamei na gestão dos destaques, tendo sido prontamente respondido.
Ontem também comentei no blog onde se encontra o texto plagiado. Esse comentário esteve algum tempo exposto, mas foi retirado… Entretanto, hoje, fiz novo comentário que já não foi exposto imediatamente, pois o autor do blog resolveu, repentinamente, moderar os comentários...
Como a pessoa que “plagiou” agradeceu o destaque, também resolvi agradecer, pois, na verdade, o texto original é meu! De facto, são as minhas ideias sobre a série que estão a ser destacadas.
Se fiquei aborrecido?!
Realmente fiquei, mas por a pessoa não ter citado a fonte.
Porque na net, já sabemos que os trabalhos que divulgamos estão à disposição da comunidade de internautas. Como costumo dizer, ‘quando se acende uma luz’…
Porém há regras mínimas a respeitar. Deontologia…
“A César o que é de César…”
Tudo o que escrevo é original,muito é inédito, este texto, por ex. e quando "retiro" de outros, faço citação! É uma regra deontológica.
Quanto à outra pessoa ter “usado” palavras minhas pode ser considerado elogioso, pois, no mínimo, está a valorizar o que escrevi e a minha maneira de pensar.
Se fez mal?! Claro que fez. Mas quem não erra?! Todos erramos, todos fazemos asneiras. O importante, nessas situações, é assumir o erro, a falta e pedir desculpa. “Fair-play”! Contudo, não foi isso que foi feito, até agora, e que seria o mínimo aceitável.
“Quem nunca pecou que atire a primeira pedra!”
Apresento agora os dois textos para que sejam feitas as comparações, encontrando-se a negrito as expressões copiadas.
"LIBERDADE: Liberdade de Expressão, Liberdade de Comunicação…
Atualmente na televisão pública passam alguns programas de referência, que são imperdíveis.
No Canal 2, pelas 22h, em dias de semana, passa uma série excepcional: BORGEN, um drama político, cujo ação decorre na Dinamarca, em que pela primeira vez uma mulher é primeira – ministra.Com desempenhos notáveis de vários atores e atrizes, retrata os meandros do Poder Político (Executivo, Legislativo e Judicial), com especial destaque ao Executivo e do 4º Poder (Comunicação Social) e o seu poderio num Regime Democrático e Ocidental.
Num contexto nacional, Dinamarca, mas integrado e integrante dum enquadramento e funcionamento à escala mundial/global.
Em contraponto e correlação, sempre, a vida pessoal das personagens e como, numa Democracia, estas situações se interligam e passam a domínio público, através da Comunicação Social.
Este breve esboço é reducionista das temáticas abordadas na série, que são múltiplas e variadas.
A questão da Liberdade, da Liberdade de Expressão; o papel da Mulher na sociedade e na política, particularmente em cargos de chefia;os interesses económicos condicionantes dos restantes poderes;o papel da Europa e de um pequeno país nas políticas mundiais, a importância do diálogo entre os vários agentes de decisão, … A defesa dos valores fundamentais do Ocidente, dimanados dos ideais da Revolução Francesa… Dos Direitos Humanos.
A difícil conciliação entre esfera pública e privada, de todos os intervenientes no exercício de funções e cargos em qualquer um dos quatro poderes…
Surpreende até a interligação entre o que se apresenta ficcionado e a realidade que vivemos.
O episódio da passada 5ª feira, 29 de Janeiro, foi paradigmático. Pela forma como a questão da Liberdade de Expressão foi apresentada e pelo apelo à lucidez e inteligência do espetador questionando-o sempre, quer direta quer indiretamente.
É impossível ficar-se indiferente aos temas e à forma como nos são apresentados em qualquer um dos episódios.
Convida sempre à reflexão, ao espírito crítico de quem vê! Um verdadeiro serviço prestado pela Televisão aos espetadores e à sua inteligência!
Só mesmo acompanhando!
É imperdível e até passa a uma excelente hora: 22h."
"No Canal 2, pelas 22h, de 2ª à 6ª, passou uma excelente série : BORGEN, um drama político, cuja ação decorre na Dinamarca, em que pela primeira vez uma mulher é primeira – ministra.
A série abordava situações próximas das nossas a vários níveis como o papel da mulher na sociedade e na política, particularmente em cargos de chefia; os meandros do poder político, com especial destaque ao poder executivo e ao quarto Poder (Comunicação Social);os interesses económicos condicionantes dos restantes poderes;o papel da Europa e de um pequeno país nas políticas mundiais,a importância do diálogo entre os vários agentes de decisão.
Com desempenhos notáveis de vários atores e atrizes, esta foi uma ótima oportunidade de fugirmos um pouco às séries americanas que já vão cansando...Pena ter terminado!"
*******
“Pena” é não ter citado! Concluo eu.
"Pena" é serem destacadas cópias, quando os originais passam despercebidos!!!.
De qualquer modo, obrigado, porque se retirou excertos do meu trabalho, embora não citando é porque o considera válido!
Contudo, não posso deixar de frisar: “A César o que é de César…”