Futebol, Futebolices e afins… Nov./2024
Contradições (?) em opiniões!
Escrevi um postal parabenizando Ruben Amorim. Na sequência de, a equipa que treinava, ter ganho 4 – 1, ao seu futuro rival, na cidade onde irá treinar: Manchester. E também por ir treinar essa nova equipa. Por acaso?!
Não sou simpatizante do Sporting, porque nunca fui, desde criança – estas manias futebolísticas ganham-se de novos. Sou adepto do Benfica. Mas não sou fanático de futebol. O Benfica ganhou significativamente na última jornada, e logo ao Porto! Parabéns! Merecem.
Mas se eu referir a situação, não digo: “Ganhámos”! Digo: O Benfica ganhou. Eles, os jogadores, é que desempenharam bem o respetivo papel. Não sou visto nem achado para o assunto. E, eles fizeram o que lhes competia. (Face ao que ganham!)
Nunca fui ver nenhum jogo de futebol, em estádio. Nem faço conta de ir. Eventos onde haja muita gente e hipótese de confusão, dispenso.
Também não me revejo nos milhões que aquela gente ganha. Nem vejo sentido para serem tão remunerados. Embora perceba que as atuações, os desempenhos de futebolistas, treinadores, envolvem e ajudam muita gente, dando-lhes trabalho e rendimento, direta e indiretamente. Os clubes são empresas que dão dinheiro a ganhar a muita, muita gente. Alguns bem ganho, outros, muitos, nem por isso. Anda por ali, muito, muito dinheiro, malganho e ainda mais, mal gasto! E a fazer falta em tanto lado. E tanta gente a queixar-se do essencial, a pedir e exigir, que lhes falta! E simultaneamente a gastar o pouco ou muito que ganham – nunca contei o que têm – passando o tempo a comprar jogatanas que servem para alimentar as futebolices!
Também não me revejo naqueles fanatismos de indivíduos(?) violentos, chamam-lhes “hooligans”, que são tudo menos adeptos de futebol, que vão em hordas de criminalidades, por essas cidades nacionais e estrangeiras, acompanhando os respetivos clubes. Fazendo desacatos, fora e dentro dos estádios. Obrigando ao destacamento de centenas, até milhares, de polícias, só para os acompanharem aos estádios. E aí estarem de vigilância, mesmo não conseguindo que eles não prevariquem. (Funcionários de Estado que nós todos pagamos, para servirem de escolta a indivíduos, que são tudo menos adeptos. Como classificá-los, face aos respetivos comportamentos?!)
Mas não me revendo, eu, nestas futebolices, como posso dar os parabéns a um treinador que vai ganhar milhões – quando fazem falta em tantos outros setores – e há tanta gente a passar fome?!
Na verdade, há algo de contraditório!
Mas a razão é esta.
Os treinadores trabalham com uma massa humana muitíssimo heterogénea. Todos sabemos que vivemos num mundo globalizado, multicultural, multirracial, multiétnico. Se há campo social em que estes aspetos são por demais evidentes é numa equipa de futebol.
São pessoas, indivíduos, sujeitos, de imensa heterogeneidade. Com as mais diferentes proveniências: sociais, culturais, linguísticas, raciais, étnicas, nacionalidades, religiosas. De personalidades disparas, muitas vezes. Ambicionando destaque, evidência, prevalência, num campo desportivo, em que o coletivo é fundamental.
Que um treinador sujeito – humano consiga harmonizar todos os egos e interesses individuais num labor coletivo não será sempre fácil. (Quando o balneário embirra com o treinador, não há nada a fazer.)
Harmonizá-los num projeto comum, atingi-lo e alcançá-lo vitoriosamente não é de qualquer um. Projetar e atingir esse objetivo, com realce no estrangeiro, ainda é para menos.
Foi essa meta, esse desiderato, que Ruben Amorim conseguiu. Primeiro no Braga, depois no Sporting, desejo que, de futuro, também em Manchester!
Que alcance sucesso além-fronteiras, como Mourinho, Ronaldo e outros…
Tudo isto parece contraditório? Certamente será!