Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
A partir das 22h 10’. Episódios de cerca de 1h 30’.
3º Episódio – 3ª feira – 13 de Agosto
Pueril, classifiquei eu no primeiro texto sobre a série. Admito que não fui especialmente feliz na adjetivação. O enredo tem-se revelado mais complexo do que aparentava inicialmente. O termo pueril refere-se à forma como é tratada a questão da justiça. Os maus são sempre castigados, se não atua a justiça humana, acaba por intervir a divina. Afinal estamos na Irlanda, por demais católica, um padre é personagem atuante, fumador inveterado, e enamorado, platónico, da mãe de Jack. Sugestivos os nomes do icónico par: Brad e Angelina!
No 3º episódio mais uns quantos crimes em Galway. Que Jack, agora definitivamente acoplado ao seu parceiro, Cody, com direito a cartão de apresentação: Taylor & Cody! As ajudas sempre preciosas de Kate, pondo em risco o seu próprio papel oficial de “Guarda”.
Enredo complexo, daí pueril ser pobre no epíteto.
Que relação poderá haver entre assassinatos sequenciais de dois jovens irmãos, sem quaisquer antecedentes de marginalidade; o pedido de uma senhora para que Jack investigasse sobre uma antiga casa religiosa, “As Mónicas – Lavandaria Santa Mónica” - de acolhimento de jovens raparigas em risco, que aí eram especialmente maltratadas por uma freira, por elas denominada de “Lúcifer”; a decifração identitária deste cognome maldito; um diário que a mãe dessa senhora, que contratou Jack, escreveu enquanto esteve aí enclausurada, relatando as atrocidades e sofrimentos passados pelas raparigas; a exigência de um traficante de droga, doente de cancro e conhecido de juventude de Jack, para que o diário lhe fosse entregue; as leituras assombrosas e terríficas que o diário ia proporcionando ao nosso herói / anti-herói; a respetiva mãe, com quem tem um relacionamento tão agreste; o mergulhar no respetivo passado e no de Jack, criança e jovem; as lembranças do pai, o seu gosto por leituras, compartilhado pelo filho; a sua fuga de casa… a Justiça Divina”???!!!
Bem, foi todo o desenrolar deste novelo que os detetives particulares desbravaram no 3º episódio!
O traficante, mandante dos crimes dos jovens, morreu de cancro, no mesmo dia que a “Lúcifer”, senhora da cidade, de nome Rita Monroe. “Espero que aquela cabra arda no inferno”, vociferou o padre, para Jack, em lembrança do sofrimento infligido por ela às jovens de Santa Mónica, nomeadamente da mãe de Jack, que aí vivera a sua juventude. Rita, solteirona, era extremosa tia dos jovens e os assassinatos eram para a fazer sofrer. O traficante era filho de outra senhora que na juventude também sofrera os maus tratos da “Lúcifer”, pois frequentara a mesma Casa, de 60 a 66... E, por acaso, (!?) irmão da senhora que contratara o nosso investigador para descobrir quem era essa “Lúcifer”!!!
E a mãe de Jack, que ele através do diário, aprendeu a conhecer e perceber e com quem se passou a relacionar, teve um enfarte!
“Um tipo de justiça muito estranho! Espero que tenham levado o ódio com eles!” Disse um personagem sobre o enterro do traficante e da ex – freira.
(E, eu termino, que queria resumir dois episódios num post, mas não me é possível.)
Barões, barão e baronesa, epítetos com conotação idêntica à dos barões dos partidos em Portugal.
Philippe Rickwaert, barão negro, não só, nem propriamente porque o trajam por vezes de negro, também porque é assim uma espécie de mancha negra, que alastra pelo partido, e, nem a propósito, no episódio de 6ª feira, 25/01, T2 – Ep2, era um proscrito não só socialmente, como também no partido de onde fora quase excluído.
Mas o Barão Negro depressa foi dando a volta ao assunto, conquistando as bases sociais de apoio, reconquistando os militantes do partido e a estrutura concelhia e, de manipulação em manipulação, alcançando o lugar que almeja, ou seja, voltar a ser candidato a deputado nacional. E, além do mais, ser conselheiro da Presidente, ou Presidenta (?) da República.
(Propôs-lhe casamento!... político, e foi vê-los abraçados, no final, no jardim do Eliseu, mas com caras de poucos amigos!)
Sim! Amélie Dorendeu é a nova Presidente da República!
Após muitas peripécias nos episódios anteriores, entretanto terminou a 1ª temporada, a segunda já irá, hoje, para o 3º episódio, a secretária geral do partido ascendeu a Presidente da República e já ocupa o Eliseu!
Baronesa Cor de Rosa?!
Só porque é mulher (?) Mas também por esse facto. (Esqueçam a polémica do “azul cueca”…) Também pelo seu jeito de barbie; pelo seu lado feminino e feminista; pelo seu idealismo, que quer mudar o funcionamento das estruturas, essencialmente entregues a homens, modificar o modus operandi do aparelho partidário e do próprio presidencialismo (?)
Bem, Amélie, nova presidente…
Francis Laugier, ex- presidente, saiu sem direito a palmas e pela porta pequena, pois que a massa que Rickwaert retirara não sei de onde e supostamente para ajudar o partido e o candidato a presidente, Laugier, isto no 1º episódio da 1ª temporada, (onde isso já vai!), afinal fora desviada por Francis para dar à ex-mulher, com quem estava em processo de divórcio!
Nem mais, nem porquê!
É por estas e por outros que a FN sobe, que o desencanto nos partidos é cada vez maior… e que adjetivei como “sacanagem” no primeiro post que escrevi.
E, nem a propósito, o que dizer ou como classificar a luta intrapartidária na conquista dos lugares para a Assembleia Nacional e para a constituição do governo?!?!
Um verdadeiro saco de gatos e gatas em luta!
Continuemos a ver a série. Que a realidade, infelizmente, ultrapassa a ficção!
(A imagem não será a mais elucidativa, mas é a que consegui de melhor. O meu pedido de desculpas.)
Algumas breves consideraçõs sobre os últimos Episódios
Pontos Prévios:
Por razões diversas, estive vários dias sem poder aceder à net. Tenho hoje essa possibilidade. Apesar de atrasados, não quero deixar de publicar alguns breves comentários que fui fazendo aos episódios da semana passada. Remeto, novamente e também, para os links sobre o que escrevi durante a 1ª apresentação da série.
E ainda penso publicar sobre o 16º Episódio!!!
Agora pretendo apenas explanar algumas ideais parcelares sobre cada um dos episódios.
Variados títulos poderia usar, em função dos diálogos estabelecidos entre as personagens, que a maioria da narrativa desenvolve-se nessa metodologia.
“Para mim foi um prazer. Mas os prazeres não são de graça!”, palavras de Mendonza para Dona Elvira e que dão o mote para o próximo episódio.
“Um salário para as Enfermeiras!” Que define bem a ação de Dona Irene, e o seu papel no Hospital e na Sociedade.
Ou então, só para terminar: “A Ronda da Noite!”, que traduz o rondar dos vários personagens, pelas noites do Hospital. O boticário à procura de Rosália; Daniel a fumar nos corredores; Bernardo dando entrada na prisão; Clara, vigilante, na cama, lendo, aparentemente indiferente, mas aguardando ansiosa a decisão do marido, Daniel, que, finalmente, concretizou a sua função de homem. Duarte, entrando sorrateiramente no quarto de Olalla, por momentos sugestionando-nos que iria dar azo à sua veia assassina, mas não! Apenas lhe cortou uma madeixa do cabelo, que guardou junto ao coração.
(...) (...)
“...As mãos são o seu bem mais precioso.” Palavras e conselhos sábios de Doutor Devesa para o novel e exaltado Doutor Daniel.
A urdidura das serpentes: Alcaide Mendonza, Dona Elvira e Dona Úrsula
(As suas pérfidas estratégias para conquistaram o Poder e darem xeque-mate a Dom Andrés, Rei Branco.)
Ou
Será que a sonsa da filha do Administrador, Clara, vai deixar-se apanhar nos laços do passarinheiro?!
Sugiro que faça favor de ler o resumo que escrevi na 1ª transmissão da série, em Setembro 2015.
E, como sempre, não abordei todos os assuntos tratados no episódio, nem irei abordar neste pequeno apontamento que inicio.
A urgente necessidade de abastecimento de víveres pelo Hospital. Devido à Guerra do Rossilhão e a outras guerras a ocorrerem no Império Otomano, não chegavam cereais russos, à Galiza, que isso Dona Irene explicou a Dom Andrés. E lhe sugeriu que se socorresse dos serviços do Alcaide Mendonza... O que aquele, contrariado e muito relutantemente acabou por ver-se obrigado a fazer.
Relativamente ao Alcaide e a sua fome de Poder, ressaltar o seu ressabiamento por não ser um verdadeiro nobre, dado que era apenas um filho bastardo do Conde de Altamira.
As peripécias da operação de Dona Úrsula..., que tanto precisava de ser operada, como se escusava a fazê-lo, por medo de ser recambiada para outra morada... A sua recusa em ser examinada na frente dos alunos de Doutor Devesa. “Não sou fenómeno de feira!”
“Todos temos dias em que acabamos perdidos nas trevas!”, mais um conselho/sugestão/desabafo de Doutor Devesa para Doutor Daniel, quando este se questionava enquanto homem e médico.
A despedida / não despedida, de Olalla e Ulloa, quando este abalou novamente para a Guerra. Cruzaram, uma última vez (?), os seus destinos no corredor do claustro do Hospital, cada um seguindo o seu Caminho. Bem explorado o assunto, ainda havia aqui romance...
Hospital Real: Centro de pesquisas científicas, na busca de cura para uma doença de origem misteriosa e simultaneamente laboratório de perfumistas. Ou como as ideias de uma mulher podem alterar o rumo da cabeça dos homens.
Enquanto se contrói uma “Teoria Miasmática”, o Hospital transforma-se numa “Corbeille des Fleurs”.
A intrepidez de Dona Elvira no antro da Inquisição: supostamente o local mais seguro de Compostela. O roubo do original do testamento do padre Damião.
Ou como Clara, de sua livre vontade, se foi lançar nas garras do passarinheiro! A espiar pecados alheios! Agora que Daniel lhe ia oferecer água de rosas.
Os Ideais da Revolução Francesa chegaram a Santiago, na boca do irmão da mocinha Olalla. Breixo Tabuada sonha pôr em prática: Liberdade, Igualdade, Fraternidade e causa rebuliço em Santiago e no Hospital.
Paralelamente, o Inquisidor, Somoza, lembra a Padre Bernardo que “são soldados de Cristo!” Só que o Capelão não puxa para o mesmo lado e a invocação do “Exército de Cristo”, já deu para muitas contendas... e mortandades.
As experiências científicas no Hospital prosseguem. Resta provar que uma mera casualidade pode ser uma causalidade. Ou a Vida está sempre nas mãos da Sorte! A experiência perfumista foi um êxito.
Clara continua na sua senda de dar um neto à sogra. E de sonsa passou a cínica!
Duarte mexe os cordelinhos da narrativa criando ainda mais intrigas e trocadilhos e não fora o Administrador ter fechado as portas do Hospital, a estas horas já Rosália calcorrearia caminhos de outra freguesia.
Dona Úrsula anuncia a morte do auxiliar do Oficial de Justiça e com isso conta que o Alcaide aperte a corda ao novel casal: Andrés e Irene, que, antes que seja tarde e não tenham mais oportunidades, se beijam apaixonadamente!
Enquanto isso, Alicia chora pelos cantos as mortes das criancinhas inocentes.
E ocorreu o último episódio da série! Dom Andrés, angustiado e transtornado, correu todo o Hospital, observando o estado lastimoso a que este chegou na sequência da catástrofe ocorrida no paiol da pólvora seca. E gritou! Gritou com quantas forças tinha, um grito de impotência e desespero, que se ouviu por todo o Hospital e, para além dos muros deste, ecoou por Santiago, Cidade Santa Compostelana
E, como se estivera no Gólgota, poderia ter proferido: ”Meu Deus, Meu Deus! Porque me abandonaste?!”
E deste modo tão dramático terminou a Série!
Nota Final: A foto é original, cortesia de "Tâmara Júnior", in "Andarilho deAndanhos"
Bem! Como poderei falar sobre o 2º episódio desta série britânica se não tive oportunidade de o visualizar?!
Como tal e porque não quero deixar defraudados/as os/as eventuais leitores/as e porque também pretendo retomar a visualização dos episódios, logo que tenha oportunidade, resolvi pesquisar um dos sites sugeridos em post anterior, e que registo como fonte de pesquisa, no final do texto. Apesar de previamente ter já referido que não gosto de ir cuscar… mas nem sempre é tudo como se quer.
Por isso resolvi elaborar uma pequena sinopse que poderá ajudar a quem siga a série.
Relembrando...
A ação decorre nos tempos atuais, numa ilha remota, situada no arquipélago de Svalbard, ao largo da Noruega. Numa povoação nomeada precisamente “Fortitude”.
A série tem 12 episódios, é a 1ª temporada e foi filmada na Islândia e no Reino Unido.
No enredo da série, enredam-se três histórias de que não vou falar… Pelo menos por hoje.
Acho melhor referir ou pelo menos nomear os personagens, pois é sempre difícil ir fixando os nomes de todos, logo de início, apenas pelo decurso da narrativa. E cumulativamente a ação é suposto desenrolar-se num contexto de línguas mais afastadas da nossa: germânicas e eslavas.
Os personagens estruturam-se nalguns contextos socio profissionais, a saber:
Os mineiros, de que já referi o nome de Jason. Sendo o outro mineiro chamado de Ronnie, que é pai da menina, Carrie.
Carrie é amiga de Liam, criança cujo nome já designara, filho de Jules Sutter, que é esposa de Frank Sutter, afro-britânico, que opera no “Serviço de busca e resgate”.
O 2º grupo sócio profissional relevante é o dos cientistas, chefiados por Charlie Stoddard. Recém-chegado a este grupo, Vincent, que vem investigar sobre as alterações comportamentais nos animais da ilha, assunto sobre que já falara, mas não havia dado nome ao cientista. Pois agora já está batizado.
Natalie também compõe esta tríade!
O 3º grupo, esta série é mesmo uma trindade, é o dos polícias que, até ao começo da série, não tinham trabalho nenhum, que a comunidade era muito pacífica. Culpa das séries e da TV, os comportamentos alteraram-se.
Dan Anderssen, é o xerife do Departamento Policial. Não sei se o termo é mesmo xerife, mas é assim que é mencionado no site. Mas como este é brasileiro… Verei melhor.
É coadjuvado por Eric, que é marido de Hildur. Ainda compõem este conjunto Petra e Ingrid. Aqui temos um quarteto!
Isoladamente, mas interagindo, direta ou indiretamete, com todos os elementos dos outros grupos, temos:
Billy Pettigrew, minerador, que logo no início do primeiro episódio vimos ser morto involuntariamente por Henry, que ao tentar alvejar o urso que comia Billy, acabou por acertar no minerador.
Henry, também já referimos, é um fotógrafo, que documenta os ursos no seu habitat natural.
Morton, detetive enviado do Reino Unido para investigar a morte de Billy.
Há ainda, em último, mas não em último, Elena Ledesma, responsável pelo hotel da ilha…
E Hildurd Odegard, a governadora da ilha, chefe da polícia, certamente por inerência das funções de governadora e mulher de Eric.
E para finalizar esta sinopse e para se compreender todo o enquadramento.
Para se poder viver na cidade, há três regras básicas.
1 – “Obrigação de ter um emprego e moradia.”
2 – “Assistência aos três cientistas e às pesquisas que realizam.”
3 – “Ninguém pode ser enterrado na região, visto que os corpos não se decompõem.”
E terminamos esta trindade, tríade ou trinitá, que logo se projetará o terceto: terceiro episódio!
Fonte de Pesquisa:
Betaveja.com/colunista. Artigo de Fernanda Furquim; Opinião: “Fortitude”, primeira temporada, 26/04/2015.