Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
“Le Bureau des Légendes” / O Mundo da Espionagem! / Série Francesa - RTP2
Temporada 5 - Episódio 10 - (6ª feira – 02/10/2020)
A Agência, “Bureau des Légendes” é um Departamento que funcionava no âmbito da DGSE – Direção Geral da Segurança Exterior. Nela, eram formados e dirigidos “à distância”, os agentes “clandestinos” mais importantes dos serviços secretos franceses, de informação externa.
Eram colocados num país estrangeiro, em “missão” de observação de possíveis pessoas suscetíveis de serem recrutadas como informantes.
Aí viviam longos anos, “imersos” nesse país, sob essa identidade fabricada, falsa, mas totalmente interiorizada como verdadeira, em permanente dissimulação.
Guillaume Debailly / Paul Lefebvre / Malotru / Pavel, diferentes nomes / anexins, atribuídos ao agente mais marcante do Departamento, personagem principal no enredo e narrativa da série.
Ao longo das cinco temporadas, desenvolveu a sua missão em vários países, para além de França, no Médio Oriente, na Ucrânia, na Rússia, onde agia nesta última temporada, possivelmente a derradeira, apesar de poder ficar em aberto um episódio extra, a meu ver, que tenho esta mania.
A série começou a ser transmitida ainda em 2016, em Outubro. Escrevi sobre ela principalmente na 1ª e 2ª temporadas. Embora tenha visto a 3ª e 4ª, vários episódios, não sei se quase todos, não me puxou para a escrita. Na passada 6ª feira, 02/ 10/ 20 concluíram a 5ª temporada, de que visualizei os dez episódios.
Com alguns personagens novos, mantinham-se alguns dos iniciais. Para além do principal, também Marie – Jeanne, Raymond Sisteron, Marine Loiseau, Nadia El Mansour.
(Não vou contar todo o enredo desta temporada quinta. Apenas alguns tópicos conclusivos.)
Marie – Jeanne foi escolhida, entre pares, após “análise curricular”, para chefiar os Serviços de Informações da DGSE. Raymond deu o seu apoio, mas gostaria e achava que merecia ter sido ele o escolhido. (A nova diretora quer acabar com a Agência Clandestina, que acha prejudicial.)
Marine exerce as funções de ligação com agentes no terreno no Médio Oriente.
Guillaume, que ao longo das cinco temporadas desempenhou funções como agente principal, em diversos contextos, como agente duplo, com ligações à casa mãe - DGSE, mas também à CIA, esteve preso, tanto no Médio Oriente, como na Rússia, foi torturado, foi julgado morto na Ucrânia, foi considerado traidor.
Nesta derradeira temporada desempenhava funções supostamente para os Serviços Secretos Russos (FSB?), mas também para a França. Conseguiu captar um dirigente máximo desses serviços para o colocar ao serviço da França. Para isso foram utilizados vários estratagemas, tendo sido esse dirigente, Mikael (?) e família levados para Paris, passando a desenvolver a sua atividade também como agente duplo – Kennedy, nome de código, com uma grande história.
Nadia, que fora ter com Guillaume a Moscovo, onde se reconciliaram, também teve um desempenho marcante nestas cinco temporadas (50 episódios). Também passou um bom bocado! Também conseguiram trazê-la para Paris, na mesma época em que Guillaume foi ex filtrado e o Russo e a família.
O agente russo, marcado pela sua própria traição, a que não conseguiu fugir, pela teia que Pavel / Guillaume lhe tecera, após ter recebido passaportes da mulher e do filho, suicidou-se.
Esta foi mais uma das mortes que pesam na consciência de Guillaume, que vive marcado com esse peso atormentador. Também consciente que o “Agente Russo” / Kennedy não era pessoa para se ficar assim, sem deixar qualquer “bomba” com detonador à distância!
E o que seria?! Algo contra a Agência francesa? Algo a incidir sobre Guillaume?!
Pois, exatamente!
No final do décimo episódio, vimos um assassino do Cazaquistão, disparar à queima roupa uma série de tiros sobre Nádia, enquanto esta, no carro parado no semáforo, aguardava que o sinal verde abrisse.
Atingia o agente francês, múltiplo nos disfarces e nas serventias, bem no coração!
(Isto sabemos nós que vimos no episódio. Se Guillaume sabe ou não, não sabemos nós, que não nos foi dito ou mostrado.)
Ficaram imensas pontas soltas que davam para elaborar um episódio realmente derradeiro. O quinquagésimo primeiro: 51º!
Desde que aprendi a retroceder nos programas da TV, e quando posso fazê-lo, é isso que faço. Revejo os programas.
Neste documentário, de facto, o filho mais novo, Gerald / Gerry é aquele sobre quem mais incide a narrativa. Certamente porque é o personagem sobre quem existe mais documentação, pois participou em múltiplas e diversificadas atividades, relacionadas com a sua condição de “naturalista”. Tanto na TV, como também em filmes, documentários, entrevistas.
A sua participação no programa televisivo, em que foi homenageado “This is your life” terá acontecido em 1983, pelas minhas contas, face às informações prestadas. (O irmão Leslie havia falecido em 1982.) Foi nesse programa em que também esteve Theo. Bem como a irmã de Gerry, Margot e um filho desta.
E falando em filiação, algo que no documentário poderia talvez ser referido era sobre a possível descendência desta família.
De Margot, vimos a neta a prestar depoimento e um filho, acompanhando-a nessa homenagem ao irmão.
E de Gerry, casado duas vezes, há descendência?
(Ele, tão preocupado com o prosseguimento das espécies de animais não humanos, esqueceu-se de dar continuidade à sua própria espécie?! Ou estou apenas a especular?)
E Larry?! Com tantas aventuras amorosas e sexo, não deixou descendentes?!
(A propósito. Referi que, em 61 e 62, o escritor era um dos candidatos a Nobel. No documentário, a investigadora da respetiva obra refere que uma das razões para ele ter sido preterido, se deveu ao facto de a sua escrita estar muito impregnada de sexo. Não estou a citar textualmente.)
E Leslie? Apesar de não ter tido uma vida tão preenchida cultural e socialmente, não poderiam ter mencionado algo mais sobre a sua pessoa e vivências? Viveu no Quénia, onde se dedicou à agricultura, foi praticamente o que referiram.
E voltando a Gerry e ao seu Zoo, em Jersey.
A cena da criança caída no fosso dos gorilas e a forma como o macho dominante defendeu o menino de eventuais ataques de outros símios foi bem marcante! Bem inteligente! Mais humana que muitos comportamentos de humanos!
Ainda mais alguns pormenores da saga da família.
Segundo a narradora, abalaram de Corfu, no Outono de 39. Assim, já depois da invasão da Polónia e da declaração de guerra. (Pensara ter sido um pouco antes.)
A mãe de família regressou apenas com Leslie e Gerry.
Margot ficou em Corfu, mais algum tempo, tendo abalado mais tarde, quando um namorado inglês a levou. Finalmente!
Larry viveu a guerra em Alexandria, de onde colheu inspiração para o seu célebre livro “O Quarteto de Alexandria”. Foi diplomata, tendo desempenhado missões em diversos países. (Diplomata e Serviços Secretos combinam.) No final da vida, fixou-se no Sul de França.
Um dos livros mais famosos de Gerry é “A minha família e outros animais”, de 1956. Deve ser interessante. Teve muito êxito.
Após o término da série “The Durrells”, a RTP2 apresentou o documentário, produzido na sequência do seriado, como forma de explicar o sucedido aos verdadeiros protagonistas. A série foi inspirada na vida dessa família, enquanto viveram em Corfu, bem como em pessoas da comunidade local. De forma algo ficcionada, como é natural.
Esse documentário passou ontem, dia 15 de Setembro, no horário habitual.
Se não viu, aproveite, SFF, enquanto está disponível na RTP2, retrocedendo, ou então vendo na RTPPlay. Adorei ver. Nem dei pelo tempo a passar. A narrativa é empolgante.
Vale a pena! Bem contado, bem documentado, excelentemente narrado, pela protagonista principal da série, a atriz inglesa, Keeley Hawes.
(Esta é a 3ª série que vejo, com desempenho desta atriz. Em “The Durrells”, foi o seu melhor papel. Luminoso, classificaria. Tal como o enredo e o conjunto da série.)
Que aconteceu então aos Durrells?!
Antes, uma síntese biográfica da Família.
Progenitores: Lawrence S. Durrell (1884 – 1928) – 44 anos e Louisa Durrell (1886 – 1964) – 78 anos
Esta família tornou-se especialmente conhecida porque dois filhos Larry, o mais velho e Gerry, o mais novo, se tornaram conceituados e divulgados escritores.
Gerry também se tornou muito conhecido e popular, pela sua ação pioneira relativamente à forma de nos relacionarmos com os animais. Fundou um zoo, onde procurou aplicar as suas ideias, que ainda funciona, através de uma fundação. Participou em programas televisivos sobre estas temáticas. Em filmes. A série baseia-se muito nos livros que escreveu sobre a vida familiar em Corfu.
O irmão, Larry, como escritor, foi candidato ao Nobel em 61 e 62.
O documentário aborda estes assuntos, de forma apelativa e compreensível. A narradora, interliga os vários entre trechos e como referiu, durante os anos das gravações, tinha duas famílias. A real e a que desempenhava ficcionalmente em Corfu.
No documentário, interligam-se aspetos da ficção do seriado, com elementos da realidade dos personagens. Imagens fotográficas antigas, de filmes, de programas televisivos, de acontecimentos ocorridos na vida dos familiares. Depoimentos dos próprios e de pessoas que conviveram com os mesmos; as mulheres de Gerry, ainda vivas; vizinhas de Margot, de Bournemouth, uma sua neta; trabalhadores do Zoo.
Dos quatro filhos, Leslie foi o menos documentado, talvez porque a sua vida tenha sido um pouco mais discreta.
Margot foi mais escrutinada, um pouco também pela sua vida mais excêntrica. O seu modo de vida menos convencional, as suas viagens pelo mundo.
A marca da Ilha fantástica, onde todos foram muito felizes esteve sempre presente e a importância que teve na respetiva formação pessoal.
Uma bisneta de Spiros prestou o seu depoimento. Abordou-se a dúvida, ainda persistente em Corfu, se o amor entre Louisa e Spiros terá sido mais que platónico.
(Que na série também não ficamos a saber muito bem, apesar de Louisa ter confessado à amiga, mulher do médico, que o desejava muito e de o ter beijado na praia.)
E no documentário também vimos o verdadeiro Theo, que compareceu como convidado, numa homenagem que fizeram a Gerry, enquanto “conservacionista”.
Não esquecer que Theo teve um papel importantíssimo na construção ideativa e nos valores interiorizados por Gerry, face às problemáticas ambientais, ao tratamento face aos animais e à vida na natureza. Aproveitou o interesse primário do miúdo face aos animais e ajudou-o a crescer e desenvolver-se. De certo modo, foi o seu mentor.
Perante o aproximar da guerra, Louisa Durrell, apesar da relutância ou alheamento iniciais, andava totalmente enlevada em Spiros, decidiu deixar Corfu, onde haviam sido todos tão felizes. Estamos em 1939, não me pergunte a data exata, dia e mês, S.F.F., que não vi o telegrama enviado à mãe de família e protagonista principal do seriado. O que sei, que a senhora leu, é que o primo Basil (não o primo Basílio, de Eça), mas o primo dela, co – herdeiro da tia Hermione, cuja herança delapidara por inépcia, havia sido morto na Albânia. Só pelo facto de ser inglês.
(Albânia fora invadida pelo exército da Itália fascista, na 2ª semana de Abril.) Terá sido depois disso que essa decisão foi tomada e apressada.Theo, amigo da família, já vinha avisando dessa necessidade, nomeadamente o caçula, Gerry, de quem era muito amigo, pelo mútuo interesse pelos animais.
Foi nessa sequência, pelo tempo presumia-se já Verão, que decidiram voltar a Inglaterra. Mas não iriam por terra, contrariamente ao que escrevi em postal anterior, pois não seria seguro. Viajariam de barco, que brevemente um navio aportaria a Corfu, para levar eventuais repatriados. (Não vimos esse repatriamento na série. Mas foi pena!)
Antes de abalarem, quiseram homenagear e agradecer à comunidade local que os recebera, de um modo geral bem, apesar de alguns equívocos recíprocos, e com os elementos gregos com quem mais se entrosaram, encenaram uma peça de autoria de Larry: Ulisses.Uma prova da consideração sobre o povo que os acolheu, uma celebração da Cultura Grega Clássica. Um êxito! Um verdadeiro acontecimento, “happening”, aos moldes dos anos sessenta, pois que factos reais se incorporaram no desenrolar da representação.
Um deles, foi a entrada em cena da protagonista. Vinda, mais o taxista, da praia, onde finalmente se declararam. Não sabemos se ficaram apenas pela verbalização. Outro acontecimento, bem espetacular, foi a chegada de barco, de Zoltan, ex - namorado de Margot, qual Poseidon… O que ocorreu a seguir?! … A rapariga britânica preferiu o turco ao grego!
Outro acontecimento de despedida ocorreu também na água… elemento primordial da Vida Humana. Uma degustação, uma celebração vínica, de despedida. Instalada uma mesa no mar, junto à casa onde habitaram, celebraram a Amizade que os uniu: os principais protagonistas.
(A família irá retornar a Bournemouth, exceto Larry que, regressado de Paris, onde estivera uns tempos, ficará na Grécia, pois entrou para os Serviços Secretos Britânicos!)
E muitíssimo ficou por contar…
Hoje, a RTP2 dará continuidade à saga dos Durrells. Como o enredo se baseava em situações reais, romanceadas é certo, vão abordar o prosseguimento da vida dos personagens principais.
Aguardo para ver, pois, à partida, acho que será bastante interessante.
Este postal resulta da divisão que fiz do anterior, abordando separadamente a temática da Série.
A propósito de “Cidadania”, assunto de que tanto se falava há alguns dias, entretanto passou de moda, apresento excerto das “Linhas Orientadoras” de “Educação para a Cidadania”, para que possa analisar, avaliar, formular o seu próprio juízo de valor, Caro/a Leitor/a!
As “…diferentes dimensões da educação para a cidadania, tais como: educação para os direitos humanos; educação ambiental/desenvolvimento sustentável; educação rodoviária; educação financeira; educação do consumidor; educação para o empreendedorismo; educação para a igualdade de género; educação intercultural; educação para o desenvolvimento; educação para a defesa e a segurança/educação para a paz; voluntariado; educação para os media; dimensão europeia da educação; educação para a saúde e a sexualidade. (…)”
In. Direção - Geral da Educação Dez 2012, atualizado em Novembro de 2013.
E o que tem tudo isto a ver com a Série “The Durrells”?!
A maior preocupação da Mãe de Família, Louisa Durrell, é precisamente a Educação dos Filhos. Na série, nas quatro temporadas, podemos observar esse processo, no decurso dos cinco anos em que decorre a ação, predominantemente na Ilha de Corfu – Grécia, nos problemáticos anos de 1935 a 1939, na iminência da II guerra mundial.
Caro/a Leitor/a, se acompanha o seriado, relacione com os temas supracitados e formule o seu próprio juízo de valor.
Verifique se a maioria dos temas da Disciplina não perpassam no desenvolvimento da narrativa, SFF!
Se, por acaso, não tem seguido a trama, tente apanhar ainda o comboio, ver o final, que se aproxima. Que o enredo deve estar a encontrar um desfecho, que desconheço. Mas como a guerra está iminente, e as viagens ficarão problematizadas, face às invasões já concretizadas e ao avanço da barbárie, presumo que a família, provavelmente, tentará regressar a Inglaterra.
Replicar, em sentido inverso, a viagem efetuada por Margot. De comboio, por França, Suíça, Itália. De barco, nas ligações entre as Ilhas e o Continente.
Digo eu! Que não li os livros base, inspiradores dos guionistas televisivos.
Mas não podem retardar-se… que a guerra está aí.
Veja a Série, e divirta-se, sem deixar de refletir!
E será que Louisa e Spiros ainda se decidem?! (…)
*******
E as fotos documentais?! (Fotos originais.) Oliveiras... de certo modo ligam-nos a Corfu, também povoada destas árvores. Quem sabe, não serão as documentadas, clone de algumas da Grécia?!
“Na próxima segunda, 10/08/20, começará nova temporada de “Os Durrell”, série engraçada, mas que, até aqui, não apreciei demasiado.” Escrevi em 9 Agosto de 2020.
Pensava eu que começariam nova temporada nessa data. Não! O que iniciaram foi a repetição das três temporadas, que já haviam apresentado na RTP2. Como forma de prepararem a visualização da 4ª temporada, que efetivamente se iniciou ontem, 7 de Setembro, 2ª feira, no horário habitual das Séries da RTP2: cerca das 10h. 15’.
Nesta repetição das três anteriores temporadas, segui os vários episódios, com bastante assiduidade, contrariamente ao que fizera na primeira apresentação. E segui com muito interesse, naquele quase hábito de ver e apreciar as Séries da RTP2, no tradicional horário fixo de serão. Gosto do horário, após as notícias, que também são as que sigo com mais frequência.
Se gostei da série?! Pois claro! Gostei e recomendo. Mais que engraçada, achei-a engraçadíssima. Tem imensas cenas de pura diversão, em que o riso nos ocorre espontaneamente. E faz bem seguir assim um seriado de gente bem disposta, a bem da Vida!
As peripécias da Família Durrells, na Ilha de Corfu – Grécia, nos idos de 1935 – 1939. Britânicos, nascidos na Índia, nos tempos do Império, finais séc. XIX, inícios do XX. Inadaptados na Inglaterra, aonde regressaram após a morte do chefe da família, ocorrida em 1928, a Mãe de família, Louisa, decide ir para a ilha grega, em 1935.
A narrativa novelística baseia-se na vida real desta família, mãe viúva, na casa dos quarenta e os quatro filhos: Lawrence / Larry, Leslie, Margaret / Margot e Gerald / Gerry. (Larry, já com mais de 20 anos e Gerry, doze.)
E dos seus amigos gregos que os ajudaram na adaptação ao modo de vida nesse ambiente: o taxista Spiros, a empregada Lugaretzia, o cientista Theo.
Bem, fica muitíssimo por contar… Pode sempre retroceder nos programas da RTP2, caso não tenha visto ou ir a RTPplay. Ou começar na 4ª temporada. Hoje será o 2º episódio.
Mini série italiana, transmitida na passada semana:
5ª e 6ª feira (6 e 7 de Agosto – 2020)
Baseada num acontecimento real, ocorrido nos finais de 1996, inícios de 1997: um naufrágio ao largo de Portopalo, no extremo sul de Itália, ilha de Sicília, acontecido no Natal de 1996. Morreram cerca de trezentos migrantes / refugiados, originários do Paquistão, da Índia e do Sri Lanka.
Uma série excelente, sobre um tema candente, a situação dos migrantes – refugiados, que enfrentando condições extraordinárias, risco de vida constante, fogem dos seus países de origem, normalmente em guerra ou convulsões diversas, na busca de melhores condições de vida na Europa, suposto Eldorado, procurando aportar através da Grécia ou da Itália.
Nela podem ser analisadas múltiplas e diversas perspetivas sobre esta temática, de seres humanos à deriva.
Naufrágio negado durante anos, nomeadamente por toda a comunidade de Portopalo, em que todos sabiam, desde logo e em primeiro lugar os pescadores, até ao presidente da câmara, presidente da cooperativa de pesca, passando pelo padre da povoação.
Só passados cinco anos e pela ação de um dos pescadores e de um jornalista do jornal “República”, de Roma, o assunto voltou à baila, provado e comprovado.
Tema que deu para muitos trabalhos de diversas naturezas e, no caso, esta excelente série, que é imprescindível rever, quando e para quem tiver oportunidade.
Dada a temática e por se basear em factos reais, interessante seria conhecer como se processou a própria realização. Perspetiva muito humanista na abordagem de várias variáveis em equação.
(Reconheço que hoje não estou nos meus dias para escrever, mas não queria deixar de recomendar, para quem não teve oportunidade de visualizar.)
4º e Último Episódio – 5 de Agosto 2020 (4ª feira)
In. https://www.google.com/url?
E como terminou?!
Acho que terminou bem. E acabou mal! (?!...)
Max, cuja vida não era nada do que aparentava, acabou levado pela polícia, supostamente incriminado pela morte do velhote.
Nada ali era o que parecia.
Max não era nada bem sucedido, nem na vida, nem no casamento, nem nos negócios.
Acabou sem empresa, que não era mais do que um escritório de advocacia, ao serviço de uma rede criminosa de lavagem de dinheiro, na mão de agiotas e perigosa organização de malfeitorias e de crimes violentos. Malfeitores que lhe retiraram o apoio, após o esmurrarem sobre a mesa, face à sua ambição de comandar.
Terminou sem a mulher, que o expulsou de casa, após conhecer a rede de malvadez em que ele estava enleado, através da treinadora pessoal, com quem se envolvera sentimentalmente. Treinadora que dela se aproximara, para conhecer o que ela sabia das traficâncias do marido. Que era nada.
E expulso, sem casa ficou. Terá a prisão...
E também perdeu o irmão, Jake. Com quem nunca se importara verdadeiramente.
A empresa que lhe comprara era principalmente a sede de mais de uma vintena de sociedades fictícias, para a lavagem do dinheiro.
Situação que Jake desconhecia em absoluto. Alheava-se completamente da contabilidade da firma, entregue a contabilista de Max, isto é, da organização criminosa.
Os problemas surgiram quando Jake começou a querer interessar-se e tomar as rédeas da sua loja de discos e da sua vida.
Para esse mudar de atitude contribuiu o aconchego com a sobrinha do velhote que atropelara, e com quem Jake se envolveu sentimentalmente.
A sobrinha também não o era de verdade. Era apenas uma jovem que aceitara participar numa tramoia, congeminada pela vizinha da frente do velhote, Walter, diga-se, que pretendia aceder à herança do mesmo, que lhe fora deixada em testamento.
Testamento pendente da coleção de discos que o velho se lembrara de legar a uma sobrinha, que nem ele conhecia nem sabia sequer onde residia.
A velha da frente que se envolvera com Walter, interesseiramente, testemunha visual do acidente, chantagista, também não era nada do que parecera inicialmente.
Nem o vizinho fronteiro, falso cocho, beneficiário de apoio social imerecido. O gnomo escondia câmara oculta, permitindo obter um CD, em que os dois irmãos eram vistos arrastando o corpo moribundo do velho.
E, já agora, também o detetive se transformou, de alcoólico falhado em persistente investigador. Passo a passo, com perspicácia, provou o crime dos irmãos, e soube das ligações criminosas de Max. Azar o dele! Que caiu-lhe em cima um dos energúmenos da rede, que quase o fez ter o desfecho de Walter. Com a supervisão e beneplácito do polícia corrupto, que a rede infiltrara na polícia local.
E todos estes personagens, no final, ter-se-ão unido, conscientemente ou não, para mandarem Max para o calabouço. A ele, que tudo fizera para os lixar a eles.
“Culpas e Desculpas” – “Os Fantasmas de Portopalo” – “Os Durrell”
Tendo escrito, no último postal, sobre Séries RTP2 e afirmado, que habitualmente terminam na 5ª feira, iniciando-se na 6ª uma nova série, de modo a fidelizar-nos, nem a propósito, nas últimas, apresentaram uma operacionalização bem diferente.
“Culpas e Desculpas” terminou na quarta, 05/08/20, e acho que concluiu bem. “OsFantasmas de Portopalo”, apenas dois episódios, excelentes, iniciou-se quinta, 6/08/20 e terminou sexta, 07/08/20. Na próxima segunda, 10/08/20, começará nova temporada de “Os Durrell”, série engraçada, mas que, até aqui, não apreciei demasiado.
Tudo diferente do que eu escrevera. Até parece que é só para contradizer!
Esta é mais uma das interessantes séries que a RTP2 vem transmitindo. Acompanhada por diversas execuções de música clássica e moderna, que a ação decorre no contexto do trabalho de uma orquestra, precisamente Philharmonia.
Orquestra dirigida recentemente por uma maestrina, eles chamam-lhe maestro, mas se é mulher trato-a por maestrina. Facto de difícil aceitação pelos vários intervenientes no processo, tanto músicos, como direção, na sequência da substituição do maestro titular, tragicamente falecido.
Todavia, a mulher, Hélène Barizet, foi-se impondo, praticamente tendo já conquistado os vários músicos e intervenientes no enquadramento institucional.
Frise-se que esta ainda relativamente jovem mulher, quarenta anos, vive sob o estigma de supostamente ser portadora de uma doença de origem genética, doença de Huntington, que a mãe, há dias falecida, lhe terá transmitido.
E os sinais, possíveis sintomas da doença, têm vindo a surgir: alucinações, descontrole emocional, agressividade exagerada, obnubilação comportamental… desmaio em plena atuação e direção da orquestra, no decurso de um concerto.
Tantas as problemáticas decorrentes do seu não enquadramento no contexto organizacional da instituição; dos sinais perigosos da doença, para si mesma e para os outros; da pressão emocional da sua própria vida pessoal… que ela decide, mais uma vez, fugir, como fizera vinte anos atrás, quando a doença se manifestou explícita e perigosamente na mãe. Novamente para a América: Nova Iorque.
Providencialmente, isto só nas séries, quando saía do hotel, chega o pai, acompanhado da médica que a vinha tratando.
E perante a situação, lhe dão conhecimento de que alguém a anda a envenenar.
Como souberam?! Através de análises que mandaram fazer, sem o conhecimento da maestrina, que se recusava terminantemente a fazê-las, com medo de que lhe fosse diagnosticada a marcação genética, genes maldito, que a mãe lhe poderia ter transmitido.
Como se chegou a tudo isto?!
Caro/a Leitor/a, peço imensíssima desculpa, mas não posso, aqui e agora, resumir os quatro episódios anteriores.
Quem a andará a envenenar? E porquê? E como?
O diretor da orquestra, Saint Just? Porque tem em vista outro maestro? O delegado sindical, o percussionista, Borowski? O marido, Peter Faulkner, que não ata nem desata com a segunda sinfonia? A amante deste, Aghate, que em breve será mãe?! O primeiro violinista, Gregoriu, deposto do seu lugar? O financiador, Crozes? Outra pessoa que nos escape?
E como?! A hipótese que vejo mais provável é através do chá! (Chá de abelouras, já se vê!)
Bem! Aguardemos futuros episódios, que o seriado é apelativo. Não será uma série, à séria, com vários episódios… apenas uma mini. Nem uma média!
Sigamos a saga da maestrina e da sua primeira violinista titular, Selena Riviére!