Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Foi fotografada na Serra, da Cidade de Régio. Em 2 de Agosto de 2021, no decorrer de um “Passeio em Família”. É ainda uma planta muito jovem, a da foto, conforme se pode ver. Quando adultas, embora possam ser consideradas arbustos, podem fazer-se árvores de algum porte.
Agora, em pleno Outono, as Árvores desta família, adultas, estão carregadas de frutos. Vermelhos alaranjados.
São muito saborosos. Mas convém não abusar, não lhe apliquem o teste de alcoolémia, caso vá conduzir, após se banquetear.
Também existem muitas árvores deste tipo pelas Serras Algarvias. Têm fama esses frutos pelas “águas” que produzem. De Monchique?! Ardentes?!
Pois, agora, a paisagem está assim. Ou pior! Que as fotos são de há um mês.
As acácias mimosas foram desbastadas no Inverno e Primavera. A dita, chegados Abril e Maio, acompanhados de alguma chuva, proporcionou as imagens surpreendentes que apresentei documentando os passeios e passeatas nos percursos assinalados, do Boi d’Água, da Fonte dos Amores, do Salão Frio.
Simultaneamente as acácias, infestantes como são, foram sempre rebentando.
Acácias, essas não pediram licença ao tempo, cresceram e medraram, como é seu hábito. Proliferaram ainda mais.
Nos últimos passeios realizados pela Serra, pela tarde, em pleno Verão, sem o encanto e magia primaveris, constatamos os campos, outrora pinturas impressionistas, agora assim como as imagens documentam.
As acácias que, continuariam no respetivo verde acinzentado de Verão, estão ainda mais secas que os pastos.
Houve certamente intervenção humana “atacando-as” com algum produto tóxico a ver se elas secam de vez. Isto deduzo eu que não tive oportunidade de questionar alguém de direito sobre o assunto.
Coisas da Vida!
Acácias, mimosas ou não, de espigas ou lá o que sejam, de espinhos também, é nunca plantar.
A Cidade e a Serra, apesar de tudo, do Verão e do calor, proporcionam sempre imagens por demais sugestivas. Enquadradas na vegetação autóctone: sobreiros, carvalhos negrais, lentiscos, medronheiros, sanguinhos, carrascais. E também: pinheiros mansos, oliveiras, zambujeiros.
Aproveite, apesar de tudo, para passear! Se, no Alentejo, aproveite as sombras. Dos sobreiros...
Se for na praia... Bem! Ainda melhor! Bons passeios. Muita saúde.
A Natureza proporciona verdadeiros quadros pictóricos. Aos mais diversos estilos.
Na continuação de postais anteriores, voltei a fotografar espaços territoriais que nos surpreendem, sempre, pela sua riqueza, neste caso, visual.
Chuviscara nesse dia de Julho!
Logo pela manhã, subi a Serra, na expetativa de as rochas estarem molhadas e proporcionarem outras perspetivas visuais, das suas texturas e estruturas.
A chuva não fora o suficiente. Todavia, as fotos foram realizadas.
Alguns excertos do “espólio” obtido estão neste postal.
Espero que goste. Saúde!
Pode observar a interação entre os vários elementos naturais.
Passada a contrariedade dos cães, que, na altura, nem avaliei devidamente, continuámos.
Em breve chegámos à estrada que nos levaria ao Atalaião.
Passámos pela “Quinta D’Matinhos”!
Por outras quintas abandonadas…
Pela Estação de Meteorologia, também abandonada.
(Lembro-me de uma visita de estudo, quando aluno do Liceu, para aí em 71 ou 72, no âmbito de Geografia!)
Mas com lindos roseirais!
E, finalmente, o fortim que batiza este Bairro da Cidade: “Atalaião”.
Também abandonado?! Particular? Fechado? Sem hipótese de visitas?
(Também me lembro de, quando jovem aluno, nesses idos iniciais de setenta, termos ido, de motu próprio, em visita espontânea.)
E uma rosa, bordejando uma casa também meio abandonada, mas persistindo na sua vida e função primaveril. (“Dirá a corola para o gineceu!”)
E o último sinal do percurso!
Ou o primeiro?! Se quiser e se se sentir com forças de novamente subir a Estrada da Serra, até à Fonte dos Amores, até ao Miradouro e por aí, nesse percurso pedestre, por demais interessante.
Mas que ficará para outra oportunidade.
Até breve. Faça caminhadas. Mas, agora com o calor, selecione devidamente os percursos, a hora, leve sempre água e companhia. E abrande no ritmo e na velocidade! E atenção aos cães!
SAÚDE! Muita!
(P. S. – No dia dez, “Dia de Camões”, passei pelo local de início de percurso, frente à Rádio, para saber o nome da Avenida.
À entrada do caminho, deparei-me com lixo e porcarias. Para além de um dos pinheirões mansos, parcialmente cortado.
Digamos que, para suposto caminheiro, deparando-se com essa primeira imagem desagradável, não será estimulante realizar caminhadas!
Há por aí muita gente que não merece a beleza que a Terra proporciona aos humanos. Destroem e conspurcam tudo com o lixo! Esquecem que o Mundo é um todo! E depois admiram-se de tanta lixeira nas praias!)
Nesse entroncamento, de 90 graus, há sinalização dos percursos.
Temos duas hipóteses.
Prosseguir em frente, na direção Leste, como vínhamos caminhando. Ou infletir para a direita, na direção Sul, em que a orientação solar nos sugeria irmos diretamente ao Atalaião, como pretendíamos.
Na sinalização para essa via, na tabuleta, assinalam “Percurso da Quinta D’Matinhos”!
Era este percurso que iríamos seguir.
Mas vindo um casal, também caminhando, em sentido oposto ao nosso, proveniente de Leste, resolvi esperar e perguntar-lhes. O senhor sugeriu esse mesmo caminho para chegarmos ao Atalaião, mas a senhora falou no prosseguimento no sentido Leste, aonde encontraríamos uma estrada que também nos levaria ao Atalaião.
Seguimos o caminho, supostamente e de facto, mais direto para a Cidade, mas onde se nos depararia uma surpresa bem desagradável, perante a qual, o desaconselho.
Na primeira parte do trajeto, a antiga calçada apresenta-se conforme a foto documenta, sempre bordejada pelo imponente muro, no lado direito, a Oeste do nosso percurso, no sentido Norte – Sul. (Muro que a 1ª foto documenta. E um tipo de cardo que desconhecia!)
Nota-se desgaste no calcetamento, antigo e em desuso. Será ainda resquício do designado macadame?! Ou será mais antigo? O esboroamento é sinal de que é percorrido, frequentemente, por veículos motorizados.
Mais adiante, uma quinta, em cuja entrada se encontra este tronco de velho castanheiro.
Continuamos...
E foi um pouco depois, já com o caminho com menores sinais de utilização, aliás bem conservado e com mais matos, que se nos deparou ocorrência perigosa e inesperada.
Fomos surpreendidos por uma matilha de cães à solta, sete, que rapidamente nos rodearam e ameaçaram, ladrando e prontos a atacarem-nos.
Valeu-nos o respetivo dono, que interveio, não fazendo nem mais nem menos que a respetiva obrigação.
Lá os acalmou. Também não sei para que tem tantos cães! E, em pleno dia, todos à solta!
Essa é a principal razão pela qual desaconselho a utilização dessa alternativa de percurso, que, todavia, está prevista e devidamente assinalada.
E que é interessantíssima de percorrer. Pela calçada, pela vegetação autóctone, pela paisagem envolvente.
Obviamente, agora, no Verão, com a canícula abrasadora, desaconselho não só esta como a maioria das caminhadas, por terrenos com demasiado mato.
Como disse nos poemas anteriores “Os cardos são nardos, na Primavera… Mas lá vem o Estio, lá vem o Verão…” E, de facto, o Alentejo perde algum do encanto exuberante que tem na “Estação das Flores”.
E caminhar com calor e no meio de terrenos cheios de mato é desaconselhável.
(P. S. – Para além do mais, nestes últimos dias têm ocorrido trovoadas.)
Agora, que o Verão se aproxima a passos largos, se é que não chegou já, com o calor que está, os campos já amarelos, os fenos colhidos e a secar… vou, finalmente, relatar a passeata que fizemos ainda em Maio, a doze, precisamente há um mês.
O designado percurso do “Salão Frio” tem um dos seus inícios no final da Avenida frente à Rádio Portalegre.
Segue em ziguezague pela encosta a norte do Colégio e do Convento de Santo António, antigo Hospital Mental, sempre com vistas para a Cidade. Por caminho vicinal, de BTTs e de “cabras”, com altos e baixos, vai quase até à Fonte dos Amores.
Quando encontra a Estrada da Serra, inflete para o lado esquerdo, direção Norte, prosseguindo pela estrutura que costumo designar por “Passadiço”, até ao Miradouro. Daí, continua sempre subindo, pouco acentuadamente, até Centro Vicentino da Serra e prossegue.
Nas caminhadas que fazemos nem sempre “respeitamos” as sendas definidas, guiamo-nos pelo nosso sentido de orientação. Aliás, nestes territórios só se perde quem quer.
A Cidade é sempre uma bússola e o Sol um relógio e GPS!
Neste percurso e na data referida, o nosso objetivo era mesmo chegarmos ao Salão Frio, peculiar e serrana povoação aonde fomos, retornando em seguida. (Há um café restaurante e esplanada, com um nome sugestivo.)
Muito movimento de trânsito, carros sempre em alta velocidade, nas curvas até parece que se dirigem a nós.
A partir do Miradouro, deixa de haver o “Passadiço”: caminhar mais dificultado.
Nalgumas habitações há cães, que defendem os territórios. Nunca mordem, como dizem os donos!
Foi junto a uma dessas habitações que fiz uma pergunta, cuja resposta me lembrou célebre Poema de António Machado!
A seguir a essas habitações rústicas, entronca o prosseguimento do caminho, no lado direito, continuando a subir na direção Leste.
Avistam-se, no lado direito de quem sobe, habitações imponentes na paisagem, uma moderníssima e outra tradicional.
Prossegue-se nessa estrada, mais estreita que a designada “da Serra”, sempre para Leste.
(Parando e olhando para donde viemos e alargando o nosso olhar, avistamos, a NW, a imponência das montanhas Beirãs e também Marvão, alcandorado na sua escarpa serrana.)
Chegamos a nova bifurcação, junto a um portão em ferro, antigo e artístico, que seria entrada de quinta, talvez senhorial, embora não se veja qualquer brasão, todavia de gente de posses. Vê-se que está abandonada há anos. De quem seria ou quem terá mandado construir tão robusto e aperfeiçoado muro que a delimita?!
Este “poemeto” em verso livre, desestruturado e liberto de quaisquer “amarras” formais ou de conteúdo, escrevi-o há algumas décadas. Tê-lo-ei escrito em suporte de papel, mas não sei onde. Lembro-me, de cor, de alguns dos versos, estes que apresento.
É acompanhado de fotos de “Cardos Floridos”, que na Primavera poderão poeticamente sugerir Nardos, em jeito de metáfora.
E Saudades que já temos da Primavera, ademais esta, em que esteve tudo florido e verde quase até Junho!
A partir destes versos vou “construir” um outro poema, estruturado formalmente. Duas estrofes já estão concluídas. Publicarei noutros postais.
Caro/a Leitor/a, não quererá também elaborar uma quadra a partir das frases “Cardos são nardos” ou “Cardos floridos”?!
(P.S. – Afinal, depois de já ter este texto escrito, pronto a publicar, lembrei-me de onde teria o poema total sobre o tema dos “Cardos são nardos”.
Consultei-o, tem mais estrofes do que eu me lembrava e irei publicá-lo, mas apenas depois de ter concluído o poema que me propus criar de novo. Guardei-o, para não me sentir influenciado.)
Da Serra, encosta a norte da Cidade, até ao Hospital, pela Avenida Pio XII.
O que acha desta imagem?
Uma vista da Cidade, a partir de encosta da Serra. O núcleo antigo, pontilhado pela Sé e pelo Castelo. Ao fundo, a campina alentejana. No enquadramento da foto, os sobreiros, árvores autóctones e os pinheirais, há séculos adaptados às nossas geografias. O céu pontilhado de nuvens. Na encosta descendente para a urbe, a vegetação herbácea, típica das nossas paisagens alentejanas. Em primeiríssimo plano, as boninas / “boninhas”, vulgo malmequeres, amarelos e brancos, a flor azul do soajo, falsas aveias e milhentas ervas que compõem os prados nesta época primaveril, inícios de Maio, à data da foto.
Um festival de cor, aguardando inspirado pintor!
E, por pintura, aprecie a foto seguinte.
Ainda as célebres boninas amarelas, compondo uma verdadeira tela impressionista. Na mesma vertente da Serra, mas no lado noroeste. Uma explosão dourada, descendo na direção do Boi D’Água.
Este é um dos aspetos que apreciamos na Cidade e que é um privilégio, que nem todas as localidades possuem. Percorrer a Serra, enquanto é Primavera, que vindo o Verão, o calor não convida tanto a passeios.
Enquanto é tempo, relaxa-se, faz-se exercício, observam-se paisagens lindas, a Natureza e a Cidade irmanadas. Manda-se o confinamento “às malvas”. (Que também se observam estas plantas, frise-se!)
Realizado o passeio pela Serra, descendo à Cidade, pela Avenida Pio XII, depara-se-nos o seguinte. Contraste com as anteriores imagens!
Tanto lixo!
Justificável?!
De modo algum!
E se lhe disser que, no espaço para além do gradeamento, se situa o Hospital?!
Ainda mais chocado/a ficará, certamente.
E, se frisar que, nessa Avenida, nesse mesmo lado do passeio, existem dois conjuntos de contentores para lixos recicláveis e para lixo comum?!
Parece impossível, não acha?!
E quem serão os/as autores/as?! Talvez “artistas”, julgando-se supostamente produtores de alguma obra de “trash art”! Digo eu, sei lá!
Serão certamente transeuntes que por ali passam, provavelmente muitos dirigindo-se ou vindo dos serviços hospitalares, que por aí se acede ou provem das urgências. Pessoal indo ou vindo do centro comercial. Outros que me escapam, certamente.
Mas que não é bem feito, não é.
Mas esta situação é específica da Cidade?
De modo algum! É, infelizmente, por demais recorrente por este nosso País e pelo Mundo afora.