Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
É sempre satisfatório comunicar nos blogues, embora nem sempre me seja possível com a regularidade que desejaria.
Se me acompanha, nestas minhas escritas, deambulações em prosa ou em verso; em fotos, quando e enquanto isso me foi possível tecnicamente, constatará que não sou muito de divulgar situações muito, muito pessoais. (Sem qualquer preconceito por quem o faz, como é óbvio.) Sempre divulgo, mas de uma forma mais indireta!
Mas haverá coisa escrita mais confessional do que a Poesia?! (Questionará O/A Caro/a Leitor/a.)
Adiante…
Este postal, hoje, contraria essa metodologia. Até porque e, principalmente, embora sendo pessoalíssimo, é também, de certo modo, público, na sua envolvência geral.
E aqui vai o assunto, que até poderá dar mais do que um postal!
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Para Unidade Local de Saúde ALMADA - SEIXAL
Estive recentemente internado no Hospital Garcia de Orta – Almada.
Motivo: realização de cirurgia a “macro adenoma hipofisário”, no Serviço de UCI Neurocirurgia Nível II.
Internamento na Unidade de Cuidados Continuados, nos dias referidos.
Durante os dias em que estive internado, antes e depois da cirurgia, pude observar o trabalho desenvolvido pelas diferentes Equipas de Profissionais, que, evidentemente, não consigo discriminar todas as especialidades / funcionalidades. Mas, obviamente: Medicina, Enfermagem, Auxiliares, Outros Técnicos, Fisioterapeutas, Serviços de Alimentação, de Limpeza, de Manutenção, eu sei lá todas as tipologias funcionais que aí foram desempenhando atividades. Sempre em benefício, bem-estar, melhorias e cuidados de saúde dos variados doentes que ali dão entrada e permanecendo, até terem alta. (Um trabalho coletivo desde o topo da pirâmide até à base, em que todos têm o respetivo papel, de maior ou menor relevância, mas fundamental, para uma meta final.)
Com algumas das Pessoas, por variadíssimas razões, estabeleci laços de mais proximidade, de empatia, de algumas consegui fixar o nome, nem de todas, disso peço desculpa. Também o meu estado, físico, mental e espiritual, não foi igual: quando cheguei, enquanto estive e quando saí.
(Não especifico nomes, não querendo ferir suscetibilidades, não tendo identificado nominalmente todas as Pessoas!)
Mas a todas, de todas as equipas, das variadas funcionalidades, desde o topo da pirâmide hierárquica, até às bases, quero agradecer o desempenho profissional. Que se estendeu também ao relacionamento humano, simpatia, empatia, cordialidade, disponibilidade, compreensão, aceitação do outro – o doente - fragilizado, a quem sempre procuravam disponibilizar ajuda.
A todos também – sem exceção – procurei sempre cumprimentar, situação recíproca. E também agradecer.
(Porque os Profissionais estão a fazer o seu trabalho, mas em nosso proveito. Por isso o “por favor” e o “obrigado”!)
(Nestas situações de internamento, embora estejamos doentes, há sempre outros pacientes que estão em situações muitíssimo piores que a nossa. Já estive internado várias vezes em hospitais e, neste, também constatei este facto.
A meu lado, noutra cama, estava outro paciente – jovem - em situação muitíssimo pior que a minha. Neste caso e como se compreende – os Profissionais desdobraram-se ainda muitíssimo mais, tentando resolver caso tão problemático.
E, de facto, constatei os progressos que o jovem foi tendo, ao longo dos cinco dias em que estive internado.
Bem Hajam por tudo isso!
E que o jovem melhore ainda mais e todos os que ainda ficaram internados.)
Pela minha parte e da minha Família, agradecemos-vos encarecidamente todo o Vosso empenho e ajuda na minha recuperação.
Grato muito especialmente também a Drª Joana, por se ter disponibilizado a operar-me, logo que lhe foi possível.
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Obrigado é mais q’uma palavra!/ Nela se grava nobre sentimento / Sentir que nosso coração nos lavra / E em nós desbrava um nov’alento!
…Basta de Crispação e … Objetividade na Informação!
É necessário que os vários profissionais do ramo da Saúde possam exercer as suas funções com calma, sem estarem sujeitos a um constante escrutínio mediático, como se um caso que corra mal seja o panorama generalizado da atividade. Os media, mais do que informar, a sua função básica e elementar, o que mais fazem é propagandear. Não são objetivos na informação. Empolam situações e, por vezes, noticiam pela rama. Fazendo uma barulheira infernal das ocorrências negativas, sobrevalorizando o superficial, mas que é chamativo do público, ignorando a substância do assunto, por vezes relativamente diferente do que está à superfície.
(Com os fogos passa-se algo semelhante. Há um “apelo” descarado à piromania! O fogo como espetáculo!!!! O que não deveria acontecer de modo algum. Noticiar. Informar objetivamente.)
A Saúde e a Educação são dois dos setores que mais têm contribuído para o desenvolvimento das nações, dos povos, dos países. Em Portugal, idem. Também no nosso País, são dois serviços que se foram tornando tendencial e gradualmente mais "baratos", "gratuitos" até, após 25 de Abril de 74.
Mas o que perceciono é que também se vem assistindo a uma gradual desvalorização dos mesmos pela parte de quem deles beneficia. Desvalorização nomeadamente no que respeita aos seus profissionais.
O SNS – Serviço Nacional de Saúde, uma melhoria incomparável na vida dos portugueses, no contexto da Democracia, está a ser minado, nos mais diversos enquadramentos. Não sei com que objetivos, a servir que interesses! Mas é imperioso que volte a servir as comunidades, nomeadamente as mais desprotegidas, quem mais precisa, as pessoas, doentes / utentes. Todos nós, em suma.
Todos nós já contactámos com os serviços de saúde, enquanto pacientes, nos mais diversos contextos, beneficiando de diferenciados serviços: hospitais, centros de saúde, farmácias.
Será que o panorama que observamos, que vivenciamos, é assim tanto um descalabro, como parece que se pretende propagandear através dos media?!
Globalmente o que tenho observado ao longo de dezenas de anos, mesmo antes de existir o SNS, é um grande empenho dos diversos profissionais, face aos pacientes. Após a criação do SNS, as condições de prestação dos cuidados de saúde melhoraram para todos. É inegável!
Os profissionais que nele trabalham dão o seu melhor todos os dias para que os serviços, mesmo com dificuldades, funcionem a bem de quem necessita.
(… … ...)
Já há Novo Ministro da Saúde?
Que venha com capacidade e vontade de resolver os problemas que existam. Desde logo com coragem e poder para encontrar solução para a equação: Setor Público – Privado – Social!
Talvez do mesmo modo que atribuir qualificação a afirmações, de igualou teor ou semelhante, de Sua Excelência o Senhor Ministro do Ensino Superior, Professor Doutor Manuel Heitor, a propósito dos Médicos de MGF – Medicina Geral e Familiar.
Se há capacidade, competência de que os Profissionais de Saúde dispõem, à partida, é a da resiliência.
No respeitante a Médicos, que é a vertente que melhor conheço:
Basta observar o trabalho, as atitudes e comportamentos, dos jovens “aspirantes” a Medicina, ainda no Ensino Secundário, continuando no Superior.
E na vida profissional subsequente, em que todos podemos observar o modo de vida dos médicos, seja nos hospitais, seja nos centros de saúde e as competências que têm que dispor no exercício das respetivas funções.
(Importante seria que houvesse valorização do SNS - Serviço Nacional de Saúde, nas suas mais diversas vertentes, nomeadamente dos respetivos Profissionais.)
E que estes Senhores Ministros, ou quem lhes venha a suceder, equacionassem resolução para algumas questões candentes, nomeadamente:
Que o número de vagas para acesso às Especialidades corresponda ao número de
Médicos que se formam anualmente. Para que todos os profissionais tenham possibilidade de ter uma especialidade.
Criando especialidades em subsetores da medicina em que elas ainda não existem. Por ex. no âmbito das Urgências. (Digo eu…)
Abrir mais vagas em MGM – Medicina Geral e Familiar. Há tantas Pessoas sem Médico de Família! Então não será uma grande contradição que existam profissionais sem especialidade e tantos doentes sem médico de família?!
Abrir vagas noutros campos já existentes ou inovadores que me escapam, que sou apenas leigo no assunto, utente do SNS, paciente ou doente como qualquer um de nós.
Por outro lado, o Senhor Ministro M. Heitor também anunciou a abertura de mais Cursos de Medicina, concretamente em Évora, Vila Real e Aveiro. Logo haverá mais alunos formados, maior necessidade de mais vagas de especializações. Bem sei que isso será lá para as “calendas…”
Sobre os variados campos de Outras Profissões do ramo de Saúde, muitas mais questões haverá que equacionar. Que me escapam, que sou apenas leigo na matéria.
Caro/a Leitor/a conhece situações, aspetos importantes de resolver no campo da Saúde?!
Elas serão mais que muitas! (…)
(Entretanto a Senhora Doutora já formulou pedido de desculpas. E fez muito bem. Só prova que tem bom coração! E que também é resiliente. Bem-haja e não se esqueça das minhas sugestões e de as transmitir ao seu colega Ministro. Que não nos falte a Saúde!
Saúde e Educação são dois campos fundamentais de melhoria das condições de vida de uma nação.)
Foto?! - "Rosas de Cheiro", no quintal. São de Maio. Mas, ainda anteontem, observei algumas na roseira. Bem lá no alto da planta!