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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Fertagus até à Gare do Oriente?!

Questões Pertinentes - Perguntas Impertinentes! 

Mural EN10. Setúbal. Foto Original. 2021.06.21.jpg

Volto às minhas pertinências. Ou impertinências?!

Quem more na “Grande Lisboa”, especialmente na “Margem Sul”, conhece certamente a “Fertagus”. Já terá usado ou pelo menos ouvido falar do “Comboio da Ponte”. Da “Ponte 25 de Abril”, claro!

Este comboio, tutelado pela firma referenciada, realiza percursos diários a partir de Setúbal e de Coina, até Lisboa, especificamente até à estação de Roma – Areeiro. E vice-versa, de Roma – Areeiro até às mencionadas localidades do lado sul do Tejo.

Variadas vezes tenho utilizado este comboio. Globalmente só tenho a dizer bem. Excetuando uma ou duas vezes, às horas de ponta da tarde, dezoito ou dezanove horas, proveniente de Lisboa, não consegui entrar. Mas isso é outra questão, mais geral, que tem a ver como as nossas “Grandes Cidades” têm crescido. E sobre o que algumas vezes tenho mandado os meus bitaites!

Roca da Velha. Jardim Gulbenkian. Lisboa. Foto original. 2021.08.01.jpg

Mas a questão, melhor, pergunta que pretendo formular, não sei se pertinente se impertinente é a seguinte:

Porque é que este comboio não realiza percursos até à Gare do Oriente?!

Razões técnicas que impossibilitam tal hipótese?!

Outas razões?!

É que dava imenso jeito!

Arte Urbana. Setúbal. Foto original. 2021.06.22.jpg

Haja saúde!

E... Valorize-se a "Arte Urbana". E... Arquitetura Antiga!

Porta antiga. Setúbal. Foto original. 2021.07.01.jpg

(As Fotos?! A maioria são de Setúbal. De Junho. Uma de Lisboa: “Roca da Velha”, no Jardim da Gulbenkian. Se há local de que gostamos em Lisboa são os “Jardins da Gulbenkian”! Foto de Agosto, um, o “Dia do Piquenique”!)

 

Poema sobre Serra da Arrábida

Foto Original. 20210715_104859.jpg

«A cadeia da Arrábida»

 

«És calcária cadeia montanhosa,

Na península de Setúbal, meridional,

Relevos, vultos, paisagem rochosa,

Notável orografia à vista da capital.

Proeminente e afortunada escultura,

Tuas serras se destacam da planura,

S. Francisco, S. Luís, Louro, Gaiteiros,

Teus vales são grenhas de verdura,

Barris, Alcube, Rasca e Picheleiros.

 

Na cordilheira, Arrábida sobressai,

A mais alta, debruçada sobre o mar,

Enamorado e meigo o Sado vai,

A sua alcantilada face beijar.

Serra-mãe, que de Deus és criação!

Será teu nome de origem Ribat?

Do muçulmano, lugar de oração,

Ou quem sabe, talvez Arrabdah?

Gelfa, pascigo, pastagem d’eleição. 

…   …   …   …   …   …   …   …   …    

Tu Arrábida, soberbo e mágico mirante,

Património histórico, científico, cultural,

Tua paisagem, desmesurada, fascinante,

Dádiva da natureza, meu parque natural!»

 

In. “Segredos da Natureza a dois passos de Lisboa”, pag. 26.

De: Professor Manuel Lima (Fotografias e Texto)

Edição de Autor

1ª edição – Dezembro 2012

Tiragem: 1000 exemplares.

 

Em postal anterior, “Passeios por Aquém Tejo”, na sequência de postais sobre Setúbal, havia escrito que publicaria um Poema sobre Arrábida. Só hoje foi possível.

Foto Original. 20210621_094621.jpg

Este livro citado é um trabalho de excelência, como pode ajuizar a partir do excerto do Poema, de que transcrevo apenas três estrofes. Doze estrofes o compõem. Onze nonas e uma quadra.

Excelentes Fotografias, excelentes Poemas, abordando seis grandes Áreas Temáticas: “Parque Natural da Arrábida, Cabo Espichel, Reserva Natural do Estuário do Tejo, Lagoa de Albufeira, Arriba Fóssil da Caparica, Parque Natural de Sintra – Cascais”.

Comprei o livro em 06/04/2013, num lançamento promovido pelo Autor. Não me lembro em que local de Almada. O preço não registei, contrariamente ao que costumo fazer. Mas sei que foi relativamente em conta, entre dez e quinze euros. Para o trabalho que nele está incorporado, que não tem preço e sem suporte de editora, foi baratíssimo.

 

Caro/a Leitor/a, desejo-lhe boas Leituras de Verão, com muita Saúde!

 

Setúbal (III) – Ruralidades - Rusticidades

Passeios e Passeatas (III)

Encostas da Serra. Foto Original. 2021.06.22.jpg

Nestes passeios e passeatas de início de Verão, no contexto de atividades em Setúbal, que isto de estar reformado, não nos isenta de termos “coisas” para fazer. O primeiro contacto que tivemos com o enquadramento da Cidade foi precisamente no Campo.

A EN10, trânsito imenso, velocidades de meter medo ao susto, proporcionou-nos a possibilidade de, descansando um pouco, observarmos os campos que desaguam na Cidade Sadina.

Serra São Luís. Foto original. 2021.06.21.jpg

A Serra de São Luís proporcionará ótimos passeios pedestres, alguns assinalados. Locais emblemáticos espalhados pelos montes, guardando tradições centenárias ou viveres modernos adaptados à Natureza.  As marcas de antigas pedreiras, algumas relativamente recentes, entretanto desativadas. Antes que a Serra ficasse cariada, conforme mostram as cicatrizes dessa prática. Também pudemos observar a preferência de ciclistas que frequentemente trilham esses caminhos desbravando a Serra, a partir da Estrada Nacional. Também caminhantes.

Flores no campo. Foto original. 2021.06.21. jpg

Sendo nós despertos para as coisas simples da Natureza não deixámos de nos fascinar com a realidade natural que observámos.

É esse registo documental fotográfico que apresento neste postal nº 932, subordinado ao tema Ruralidades, contraponto a anteriores de “Urbanidades”!

Corriola. Foto original. 2021.06.22.jpg

Fotos de corriolas ou verdizelas, as habituais, de cor branca.

Flor no campo. Foto original. 2021.06.23.jpg

Outras plantinhas de flores em corola semelhantes à verdizela, mas de cores que nunca havia visto: azul e cor-de-rosa, na 3ª foto.

Encosta da Serra. Foto original. 2021.06.22.jpg

Imagens da Serra, não sei se a vertente visível ainda é a de São Luís.  A Serra da Arrábida, designação global, ganha nomes específicos. Trânsito bem visível. As faldas da Serra, campos de onde terão obtido fenos. Quintas espalhadas pelas encostas. A sempre omnipresente EN10 e o trânsito efervescente de velocidade e tráfego.

Zambujeiro com azeitona. Foto original. 2021.06.22.jpg

Vislumbra-se o manto arbóreo denso, pinheirais e as árvores e os arbustos autóctones: aroeiras, zambujeiros, na foto anterior, roseiras bravas…. Funchos, na 1ª foto.

Plantas cujo nome desconheço, mas que são muito abundantes:

Planta pegajosa. Foto Original. 2021.06.22.jpg

Planta campestre. Foto Original. 2021.06.23. jpg

Vinhas, que estas terras são de bons vinhos. Palmela e Setúbal estão imbrincadas uma na outra.

Plantinhas de flor azul, que há por todo o lado, mas que não sei nome:

Planta campestre. Foto original. 2021.06.21.jpg

Mesmo no Verão, na Natureza nunca deixa de ser Primavera. Há sempre plantas em floração. Até no Inverno e Outono!

E, não esquecer, a quem de direito:

É fundamental a construção de passeios nas bermas dessa Estrada Nacional 10, pelo menos até às bombas da BP. Estacionamentos... Ler postais anteriores, SFF!

 

E a quem é torto por natureza:

Não deixem lixo na Natureza. (Estes portugueses… e portuguesas?!)

 

Estatísticas do Blogue: uma mania minha?!

Destaques / Quadras Tradicionais III – Santos Populares.

Altemira na Rua. Foto original. 2021.05.22.jpg

Visualizações de Junho 2021

1.686 Visitas »» 55 Média diária  ////// 3.715 Visualizações »» 120 Média diária

Páginas mais visitadas (Visualizações nos últimos 30 dias)

(Recolha realizada hoje, 1 de Julho 2021.)

ANÁLISE:

Os valores globais ultrapassaram as médias habituais, porque houve dois destaques.

Neste mês de Junho, mês dos “Santos Populares”, a rubrica Quadras Tradicionais III  teve 562 visualizações. Este conjunto de quadras versam precisamente essa temática.

Associadas também as “Quadras Tradicionais I” = 45.

As rubricas que têm visualizações mais ou menos regulares, figuram também.

« Alentejo, Meu Alentejo»  95

Cremação: Que Destino dar às Cinzas?!  58

As restantes rubricas foram editadas neste mês de Junho.

Veremos se continuarão a ser visualizadas no futuro.

Altemira florida. Foto original. 2021.05.22.jpg

Ainda...

Páginas mais visitadas: Visualizações no último anoRecolha a 01/07/21

E, neste postal, fico por aqui.

Ilustrado com fotos de “Altemira”, do quintal. Fotos originais, para compensar quando publiquei o postal das Quadras Tradicionais III não ter utilizado fotos minhas, que não tinha, nem sabia tirar fotos, à data.

A foto que utilizei foi retirada da net. Se reparar na flor, verá que é “singela”, apenas tem um conjunto de pétalas formando a corola. As que apresento hoje são compostas: várias pétalas constituindo a corola.

Obrigado pela sua atenção!

Painel Setúbal. Foto original. 2021.06.22.jpg

Ainda voltarei a Setúbal!

Me aguarde, SFF.

Na foto, um banquinho para sentar!

 

 

 

 

Setúbal – Jun. 21: Urbanidades!

Passeios e Passeatas (II)

Arte(s) Urbana(s) e Comentários.

Vivenda Setúbal. Foto Original. 2021.06.22.jpg

Continuamos a viajar por Setúbal. Atividades que não têm nada a ver com passeios propriamente ditos…Mas aproveitamos para passear.

Pela primeira vez, após termos entrado nisto da pandemia da Covid, da qual ainda não saímos, frise-se… sentámo-nos numa esplanada.

Numa pastelaria, com boas guloseimas, de fabrico próprio. Não fixei o nome, hei-de saber. Pessoal muito simpático, atencioso e prestável. Fica numa Praça, cujo nome também não fixei, mas onde figura um obelisco relacionado com o Marquês. (Marquês?! Não o da “Operação Marquês”, mas sim o de Pombal!)

Fica o registo fotográfico e documental, do “amesendamento”.

Esplanada Setúbal. Foto Original. 2021.06.23.jpg

No postal anterior, focámos Arte Urbana, na entrada da Cidade, na Estrada de São Luís da Serra – EN10.

A “Arte Urbana” é um registo artístico, prevalecente, na Cidade Sadina. Também terra natal de Bocage, diga-se. E, a propósito de Elmano Sadino, constato que não tenho nenhum texto deste Poeta no blogue. (Também tenho um poema meu, aos modos de Bocage, mas que nunca me atrevi a divulgá-lo.)

Adiante…

Arte urbana Setúbal. Foto Original. 2021.06.21.jpg

A Arte Urbana, de rua, atual, expressa-se seja sobre a forma de grafiti, quer aos modos de pintura nos mais diversos contextos materiais urbanos, conforme documentei. Hoje, apresento duas outras Obras, uma na parede de um prédio, junto à Avenida Luísa Todi, (Luísa Todi!) e outra numa estrutura da eletricidade ou telefones, ou lá o que seja…

A proliferação deste tipo de Arte que, de facto, embeleza e enriquece qualquer localidade, é também um sinal de que há muita arquitetura degradada nessa cidade, vila ou aldeia. Uma forma de tornar o feio, bonito.

Arte urbana Setúbal. Foto original. 2021.06.21.jpg

Em Setúbal, há muita construção a caminho do descalabro. Propositadamente, apresentei, no início, a imagem de uma vivenda, talvez de há cem anos ou mais, quando estaria no seu auge. Deixar degradar uma peça artística como esta…

Bem sei que essa atitude é frequentíssima por esse Portugal afora. Peças “Arte Nova, Art Déco”, que o diga Lisboa, que deitou quase toda a Avenida da República abaixo.

Em contrapartida, se tiver um dia oportunidade… Entre no hall da Câmara Municipal e observe, com olhos de ver…

Por vezes, o melhor é mesmo tapar os olhos, como nos diz a peça seguinte.

Praça Setúbal. Foto Original. 2021.06.21.jpg

 

E, por Urbanidades, a foto seguinte: duas senhoras e um cavalheiro, numa bonita e tradicional rua da Cidade. O retomar da "normalidade", em tempos de Covid.

(Não sou apologista de colocar fotos, com Pessoas, mas esta é peculiar. Obrigado e me desculpem os transeuntes.)

Rua de Setúbal. Foto Original. 2021.06.21.jpg

Uma peça comum em qualquer cidade atual: as trotinetas.

Trotineta Setúbal. Foto original. 2021.06.21.jpg

Acho-as um empecilho, bem como as bicicletas, um perigo nos passeios. Já bastam os cães, que me fazem saltar para a via e os respetivos “presentes”, que me fazem ir sempre a olhar para o chão.

Ficamos por aqui, nesta viagem limitada, limitadíssima.

Algumas questões me ficam sobre “Urbanidades”. Noutro sentido. Talvez noutro postal.

 

Passeios e Passeatas (I): Setúbal (Jun. 21)

Algumas particularidades observadas na Cidade.

Alguns apelos a Autarcas e Munícipes.

Painel Setúbal. Foto original. 2021.06.21.jpg

No postal anterior, ontem, escrevi que Setúbal é a Princesa do Sado. Não sei se esse é um título que lhe é atribuído, mas poderá bem ser.

Um privilégio que Setúbal tem. Os cidadãos podem pegar nas respetivas trouxas de praia e, a pé, dirigirem-se a banhos, praticamente dentro da Cidade, usufruindo das águas límpidas do Sado. Um sortilégio que Lisboa há muito perdeu.

A envolvência da Serra da Arrábida, nas suas ramificações, é outra das suas especificidades, de realce positivo. Nem refiro Tróia, ali mesmo em frente!

Setubalenses, não se deixem espoliar destas maravilhas naturais que engrandecem a Cidade e vos beneficiam a todos.

Painel Setúbal. Sardinha. Foto original. 2021.06.21.jpg

Outra peculiaridade que observámos pela Cidade é a designada “Arte Urbana”.

A fotos anteriores são precisamente excertos de painel urbano que embeleza a entrada na Cidade Sadina, na “Estrada de S. Luís da Serra”, lado Sul, que não é nem mais nem menos que uma parte da EN10.

Estrada S. Luís da Serra. Foto original. 2021.06.21.jpg

Esse painel enquadra-se na temática evocativa do Mar e da Natureza, conforme documenta a foto seguinte. (E que ermida é aquela que espreita na foto, entre os arbustos?!)

Jardim evocativo mar. Foto original. 2021.06.21.jpg

Um pequeno jardim de hortênsias, lantanas e outras flores, estrutura toda essa envolvência evocativa da Natureza, não apenas a marítima, mas também a terrestre, não apenas a vegetal, mas também a animal. A mineral é a base do próprio painel, o esqueleto: a parede onde ele assenta.

Jardim hortênsias. Foto original. 2021.06.21.jpg

No assento onde figuram as letras de S-E-T-U-B-A-L, toda uma gravilha de materiais minerais, parecendo-me de origem vulcânica.

SETUBAL Painel. Foto Original. 2021.06.21.jpg

(Perdoe-me o Autor da Obra, reproduzir excertos, sem o nomear, mas não consegui alcançar o nome.  Obrigado e parabéns!)

EN10 Setúbal. Foto Original. 2021.06.21.jpg

Tendo percorrido parte desse trajeto da EN10 de, e para os Hospitais, o da Luz e o Anexo do Hospital São Bernardo, pudemos observar a imensidade de tráfego que o percorre. Em ambos os sentidos e em velocidades sempre excessivas.

Já que estamos em maré de eleições autárquicas, aproveito para algumas sugestões, a quem de direito: munícipes e autarcas, independentemente das cores partidárias.

(O passeio que acompanha o painel é importante. Além de bonito.)

Mas é imperioso que haja um passeio de cada lado da EN10 até aos Hospitais, de preferência até à Estação de Serviço da BP.

Lancem-se nessa obra. Munícipes, exijam-na!

É imperioso que haja redução de velocidade. Sinalização a partir da Estação de Serviço. Semáforos em frente do Hospital da Luz.

Alargamento da estrada, barreiras de proteção.

Estacionamentos em todo o lado descendente da EN10 - lado Sul.

(Desde a Estação de Serviço é praticamente possível, não direi em toda a extensão, mas em grande parte dela.)

E, por agora, e por Setúbal, fico por aqui. Mas haverá mais.

 

Passeios e Passeatas (Retrospetiva)

Estruturação de Área Temática

Aldeia. Foto Original. 2021.05.22.jpg

Resolvi estruturar uma Área Temática no blogue, subordinada ao título supracitado.

Postais genérica ou especificamente ligados a este tema, tenho vindo a publicar vários.

Neles, divulguei alguns aspetos de interesse de Localidades Portuguesas. (No futuro, eventualmente estrangeiras, quando surgir essa oportunidade.)

Essa divulgação fotográfica concretizou-se após visitas a Aldeias, Vilas ou Cidades do nosso País.

Visitas, algumas vezes, “organizadas” propositadamente com esse fim.

Outras vezes, face a circunstâncias / ocorrências com objetivos variados e finalidades diversas, mas em que aproveitamos para passear.

“Passeatas” realizadas no contexto do nosso dia-a-dia, mas a que também atribuímos a categoria lúdica, porque, mesmo nas atividades diárias, podemos descobrir motivos de interesse e deles darmos conhecimento à Comunidade de Internautas.

Hoje, neste Postal nº927, faço uma retrospetiva de Locais, já apresentados no blogue, com postais divulgativos de paisagens, monumentos, vistas, iconografias típicas, aspetos peculiares de algumas das nossas Terras Portuguesas.

Cito-os por ordem cronológica, dos mais recentes para os mais antigos, no blogue: 

Sesimbra

 https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/castelo-de-sesimbra-266312

Óbidos

https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/obidos-vila-medieval-260784

Nisa

https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/artesanato-de-nisa-e-poesia-259303

Almada

https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/passeio-virtual-por-almada-234101

Aldeia da Mata

https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/sugestao-para-percursos-pedestres-ii-233543

Portalegre

https://aquem-tejo.blogs.sapo.pt/passeio-virtual-na-cidade-de-regio-ii-231379

 

Ficam outros, por registar no postal, que o Caro/a Leitor/a, poderá ir descobrindo em “Aquém – Tejo”, navegando nas águas internáuticas desta plataforma virtual.

Futuramente, irei dando a conhecer, virtualmente, outras “visitas” que temos vindo a concretizar.

Nos aguarde, Se Faz Favor.

A próxima passeata será dedicada a SETÚBAL, Princesa do Sado.

 

Almada será a Capital do Cante?!

SESSÃO de CANTE

C.I.R.L. – Clube de Instrução e Recreio do Laranjeiro

Sábado, 15/11/14

Cante Laranjeiro. Foto de F.M.C.L.

Não sei responder, pois ignoro o que se passa noutras regiões, nomeadamente no Alentejo do Sul onde certamente existirão regularmente sessões de cante, pois há muitos grupos nessa região.

 

Havendo ou não noutros lugares certo é que, em Almada, frequentemente acontecem eventos desta natureza com a participação de vários grupos de outras zonas. E foi também aqui, mais precisamente na Biblioteca José Saramago, que pela primeira vez ouvi, com ouvidos de ouvir, um grupo no seu exercício e arte de cantar, o “Grupo Coral Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó”. Grupo a que, aliás, se deve a organização de vários destes acontecimentos artísticos.

 

Este Grupo, como o próprio nome indica, tem também a preocupação de evocar, através dos trajes, algumas das profissões em voga no Alentejo até aos anos sessenta, quiçá setenta, algumas ainda terão persistido. Feitor, almocreve, pastor, moço de fretes… são mais de uma dezena, as profissões evocadas através dos trajes.

 

Numa altura em que está em execução a proposta de candidatura do Cante a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO, cuja decisão se espera no final deste mês, o Cante ganha cada vez mais foros de Cultura e Cidadania Nacionais, merecendo inclusive direito a ser tema de estudo na Universidade, como comprovado por alunas do Curso de Antropologia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa que neste dia se encontravam, in loco, a realizar uma investigação sobre o assunto, através do Grupo Coral mencionado.

 

Fui a esta sessão para ouvir os vários Grupos, com especial curiosidade para com os grupos femininos, pois nunca ouvira senhoras a cantar e atuar neste contexto do Cante.

 

Após os entremezes habituais, apresentações das entidades organizadoras, oficiais e participantes, os discursos da praxe, iniciou a sessão o “Grupo Coral Alentejano Recordar a Mocidade”, grupo anfitrião e organizador, que atua e canta há dezasseis anos. As senhoras, de fato completo, saia e colete, azul-escuro, camisa amarela e laço.

De braço dado, ondulando em evocação das searas e conforme manda a tradição, cantaram modas tradicionais: “vai correr a silva…”, “O Alentejo canta”, “Ceifeira linda ceifeira”…

 

Seguidamente interveio Dr. Teixeira, pessoa envolvida na questão da Candidatura do Cante, que, entre outros aspetos relevantes, frisou a importância dos Grupos para a persistência do Cante, para a sua não extinção, para a sua capacidade de resistência ao desinteresse pelo assunto, que houve até mais ou menos há quinze/vinte anos. E que foi essa resistência que permitiu que o Cante se mantivesse vivo e não se tenha extinguido. 

Realçou o papel das coletividades onde normalmente estão sediados, bem como das entidades e autarquias que os apoiam.

E acentuou, algo que concordo absolutamente, isto é, a necessidade de transmissão às novas gerações, ação que tem que ser prioritária, nomeadamente ensinando-o nas Escolas.

Tomaria a liberdade de acrescentar, apesar de leigo no assunto, que também é preciso renovar no conteúdo e também na forma. Mantendo embora a ligação ao tradicional, ensaiar modas novas e apresentar-se com sinais de atualidade. Algo que me encantou no Grupo de jovens que atuou no dia 4/10/14, no Clube Recreativo do Feijó, “Os Bubedanas”, que mantendo o modelo tradicional, como matriz de referência, na estrutura, na forma, no conteúdo, no espírito e na sua essência, agem de forma moderna e atual, tanto nas modas como nos figurinos. Desde grupo só acho que pecam pelo nome que, à priori, nos remete para estereótipos que não têm nada a ver com a qualidade que ostentam. Mas essa é outra estória.

 

Em seguida, atuou o “Grupo Feminino e Etnográfico As Margaridas”, de Peroguarda, Ferreira do Alentejo, trajadas com fatos à moda antiga, de trabalhadoras das lides no campo. Dez senhoras, queixando-se a ensaiadora de que são cada vez menos. Cantaram modas tradicionais: “Não quero que vás à monda”, “Os lírios são lírios”, “Oh, vizinha dê lá lume” e “É tão grande o Alentejo”.

 

O terceiro grupo a atuar foi o “Grupo Coral Amigos do Independente”, de Setúbal. O ensaiador e apresentador do Grupo teve sempre o cuidado de, antes de cada moda, referir os respetivos solistas: o “ponto” e o “alto”. Frisou o conceito de “Catedral do Cante”, reportando-se ao local em que e quando Grupos de Cante estão a atuar.

E fez muito bem pois algo aborrecido em praticamente toda esta sessão de Cante foi o barulho que persistiu em quase todo o evento…

Cantaram, sem microfone, “Ceifeiros do Alentejo”, “Ao romper da bela aurora”, “Na planície alentejana” e “Alentejo é nossa terra”.

 

O quarto grupo a atuar foram “As Madrugadeiras de Alvito”, cujo nome evoca a moda “Ao romper da madrugada”. O ensaiador é o senhor Manuel Cansado, sendo o porta-estandarte também um senhor. Estão integradas no Grupo Cultural de Alvito, pois como já foi referido são as sedes destes grupos culturais ou recreativos que permitem manter a logística dos Grupos de Cante. Também atuam de braço dado e no tradicional movimento ondulatório, evocativo do vento ondulando as searas. Fizeram sete anos.

Cantaram: “Já lá vem o romper da aurora”, “Alentejo és lindo”, uma terceira moda dedicada a Alvito e “No Alentejo ganho o pão”.

 

Alguns gestos são também marcantes e identitários da cultura do Cante: no final, as senhoras agitam lenços e os homens tiram o chapéu, sinais de estima, consideração e respeito, como era tradição no ALENTEJO!

 

O quinto e último grupo foi o “Grupo Coral Etnográfico Amigos do Alentejo do Feijó”, que apresenta os trajares tradicionais, identificativos de profissões de uma certa época da vida alentejana. Também atuam segundo o padrão tradicional e sempre, antes de cada moda, o apresentador identificou o “ponto” e o “alto”.

Cantaram, também sem microfone, as seguintes modas: “Quando eu fui ao jardim”, “Ai que noite tão serena”, “O grande lago”, moda criada por um elemento do Grupo e encerraram com “chave de ouro”, com a moda “Há lobos sem ser na serra”!

Haverá melhor metáfora para o que o Cante sempre representou no “Alentejo profundo”?!

 

Quero dar os meus sinceros Parabéns a todos os Grupos participantes, sem exceção, a todos os elementos dos grupos, a todas as pessoas envolvidas para que estes acontecimentos possam ocorrer. Muito trabalho, muita dedicação, muito amor, muitos aborrecimentos também, por vezes, para que se possam operacionalizar estes eventos, que merecem toda a nossa consideração.

Nesta tarde, a sala, objetivamente, nunca encheu e praticamente só “aqueceu” no final, só aí se pressentiu o calor humano sempre tão presente nas sessões de CANTE e que as tornam tão mágicas e extraordinárias.

Lamentavelmente, houve sempre barulho, algumas pessoas a falarem, outras a mandarem calar e outros barulhos de desatenção e desconsideração. Como foi referido, é fundamental “uma plateia que respeite o cante, o silêncio de quem ouve”!

Ao assistir-se a uma Sessão de Cante é preciso, antes de tudo o mais, qualquer pessoa ter a consciência de que os protagonistas são os cantores e que há que saber ouvir, escutar com os ouvidos, mas também com o coração. Que quem vai cantar são pessoas que desenvolvem esta atividade como Amadores, no sentido de que amam o que estão a fazer, que não recebem qualquer cachet, que fazem muitos sacrifícios, muitos deslocando-se de longe para ali estarem, que há muito trabalho realizado antes e depois do evento, que passa despercebido. Que há muita “carolice” em toda a execução de um evento destes! E que é preciso respeitar o trabalho de quem está ali, como deve ser feito em qualquer espetáculo a que se vá assistir, ou então não se vai. Paradoxalmente, observei que, por vezes, são elementos de outros grupos que não se aquietam antes ou depois das respetivas atuações, talvez por nervosismo ou inquietação, não sei…

 

Interessante nestes eventos é sempre a “troca de galhardetes”, as prendas oferecidas entre os grupos e neste caso, ou não estivéssemos entre alentejanos, houve as suas cenas com piada e o humor que nos é próprio!

 

Termino, parafraseando, mais uma vez, o senhor Afonso, como encerramento da sessão: “as melhores prendas são a Amizade, a Colaboração, o Préstimo…”

 

E que a CANDIDATURA seja aceite!

 

 P. S. - Digamos que estes foram alguns apontamentos de quem assistiu ao espetáculo com atenção, com interesse e “devoção”, mas que está numa fase de iniciação ao conhecimento do CANTE! Por isso e provavelmente haverão falhas na perceção do que foi observado e aqui escrito e descrito!

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