Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
- Jornal “A MENSAGEM”, Setembro 2013, “Lembrando…” pag. 10.
- “TESTEMUNHOS de José Cristóvão Henriques (Engenheiro - Silvicultor)”; Junta de Investigações Científicas do Ultramar – Lisboa – 1981; (Edição de iniciativa de suas irmãs, Drª Piedade da Rosa Cristóvão e Drª Rita Florinda Cristóvão, que tomaram a seu cargo os custos da respetiva publicação.)
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Notas Finais:
Este soneto “encontrei-o” no supracitado Jornal “A Mensagem”. Decidi publicá-lo no blogue, no enquadramento de divulgação de “Poesia” e cumulativamente dar a conhecer trabalhos de e sobre Aldeia. Divulgarei outras Pessoas e Poesias, em idênticos enquadramentos.
Posteriormente, foi-me oferecido, pela Srª D. Belmira, o livro citado. A quem, publicamente, agradeço, pois a obra é muitíssimo interessante, versando fundamentalmente assuntos de silvicultura, especialidade de engenharia do mencionado senhor, que eu desconhecia completamente.
(Nasceu em Aldeia da Mata, a 8 de Dezembro de 1917 e aí viveu até aos sete anos. Aos 10 anos, foi para Lisboa - 1927. Em 1935, entrou no Instituto Superior de Agronomia, tendo concluído o curso já referido, em 1940. Em 1946, passou a exercer as funções de engenheiro – silvicultor em Angola, onde trabalhou; para além de Portugal Continental, Moçambique e Timor. Pertenceu aos quadros profissionais da Direção-Geral de Economia do Ministério do Ultramar, de 1961 a 1975.
Faleceu em 4 de Abril de 1976, com 58 anos, não sei em que localidade.)
Ilustro com foto original de DAPL – 2017, de paisagem de Aldeia, junto à "Fonte das Pulhas" que, de algum modo, nos poderá reportar para o “Idealismo” subjacente ao soneto e para paisagens possivelmente vislumbradas pelo Autor. No recorte do horizonte, os montados de azinho...
(Foto original DAPL - 2016.)
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“Vi a luz numa pequena aldeia rural, toda alvacenta e em eterno namoro com montados de sobro e azinho e olival. Os contrafortes cinzentos da serra de S. Mamede…”
In. supracitado livro: “TESTEMUNHOS…” pag. 53
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(Imagem de Rua Larga, ou do Fundão ou do Norte, que me lembram todos estes nomes da Rua. Original de FMCL - meados dos anos oitenta.)
(Esta "imagem" da Aldeia poderá ter sido "visualizada" pelo Autor do soneto, nos anos vinte, quando viveu na "aldeia... alvacenta...". Com excepção dos postes da luz, que só foi inaugurada nos finais dos anos cinquenta; da roseira, à porta da D. Dolores e da própria, que seria jovem à data, anos vinte do século vinte.)
As Pessoas não devem ser discriminadas sob aspeto algum relativamente a si mesmas, enquanto Pessoas. Este é um axioma, inseparável da condição humana.
Mas uma realidade, é a das pessoas, seres humanos, outra, a dos animais. São realidades distintas.
Isso de os donos de “animais de estimação” não serem discriminados no acesso à habitação, por esse facto, levanta-me a questão de saber se os moradores dos prédios urbanos, que por qualquer razão se achem no direito, igualmente legítimo, de não coabitarem com “animais de estimação” não se sentirão eles próprios discriminados e lesados nos seus direitos enquanto cidadãos.
Que essa atitude, agora tão na moda, de que os “animais de estimação” fazem parte da “família”, não tem que ser necessariamente aceite por todas as Pessoas.
Quem vive num prédio urbano, destinado a Pessoas, tem o direito de viver nele sem ser incomodado pelos diferentes atropelos a que estão sujeitos pelos donos de “animais de estimação”.
E tem o direito de contestar e não aceitar essa coabitação que lhe é imposta.
A preocupação legalista pelos direitos dos animais faz, genericamente, todo o sentido.
Mas e no referente aos ditos “animais de estimação” e, como já reportei noutro post, convinha, antes de tudo o mais, definir, preto no branco, quais são os animais de estimação.
Que é um conceito quase impossível de definir em termos de objeto, porque essa definição depende de muitos contextos.
Desde logo se se trata de um contexto urbano, se de um rural.
Como é evidente, num contexto rural, de pessoas que disponham de espaço e condições, há um conjunto de animais que podem ser tidos como animais ditos de estimação, que num contexto urbano são completamente impossíveis de considerar.
Mas há por aí gente tão louca, que levam os mais imponderáveis animais como de “estimação” para os respetivos andares nos prédios das nossas cidades!
E, também no respeitante ao tratamento dado aos animais, atuar e autuar sobre espetáculos em que os animais são objetivamente torturados.
Isto é, haver a coragem de “pegar o touro pelos cornos”!
Mas os aspetos fundamentais neste assunto dos “direitos dos animais” continuam a ser esquecidos!
Para não referir que com esta preocupação dos “direitos dos animais” se esquecem dos “Direitos do Ser Humano”.
Porque em quantos contextos não são os Seres Humanos tratados abaixo de lixo?!
Para não falar daqueles Humanos que vivem abaixo das condições mínimas de dignidade e que todos os dias constatamos nas nossas cidades. E a quem já nem ligamos! É só vermos com olhos de ver!
Que eu sou totalmente contra o maltrato dos animais.
Mas os animais são os animais. E as pessoas têm o Dever de serem Pessoas!
O que não acontece.
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Hoje, atualmente, nestas modernidades a que o conceito de “politicamente correto” nos tem levado e neste enquadramento dos cães, que são os animais em que há unanimidade em considera-los como de estimação, a tudo nos querem sujeitar.
Para além de, ao sairmos do nosso apartamento,
- depararmos com um caniche qualquer a defecar ou urinar nas escadas, caso frequente;
- de as ombreiras dos prédios, os muros e muretes, pilares e postes e equipamentos coletivos, de variados serviços públicos, estarem devidamente “esterilizados” por milhares de mijadelas;
- de passeios, jardins e relvados, altamente estrumados por cacas de canídeos;
- ainda nos querem, as sumidades “defensoras” dos animais, brindar-nos com mais alguns "presentes".
Por ex., o “Jornal de Arroios” Nº 11, Junho 17, pg. 15, informa-nos que “Agora donos e cães podem partilhar o mesmo bebedouro de água”.
Mais!
Esta medida é destacada no próprio Editorial, como se tratasse da mais iluminada e iluminante modernidade!
Paralelamente, ou nem por isso, também se prevê no nosso Parlamento legislar sobre a entrada franca de animais de estimação nos cafés e restaurantes, sentarem-se à mesma mesa que clientes humanos. Talvez tomarem café e bagaço juntos!
Assombrosa e estimulante modernidade!
Que este país gosta de viver na m****, não duvido.
Mal saiu ainda da pré-história do saneamento básico… Sim, não é ainda há muito tempo que neste país existem as condições mínimas neste aspeto…
Pois, agora, que praticamente os alojamentos atuais estão dotados dessas serventias, pois é vermos as ruas, os passeios, os jardins, os parques, cheios de lixo e porcaria.
É só olhar e passear com olhos de ver!
E é esta a “modernidade” a que nos leva o “politicamente correto”!
E para que os nossos representantes se ocupam no nosso suprassumo legislativo!
(Notas Finais:
Imagem: in. ndonline.com.br.
Esta imagem foi propositadamente escolhida da net, por ser dúbia e irónica.
É por demais evidente que há "pedidos / exigências" que não podemos esperar dos animais. Precisamente. Porque pessoas são, em princípio, Pessoas. Animais são animais!
Mas há muito boa gente que acha que é tudo igual!)
Incentiva-se quem tem vontade, interesse, motivação, disponibilidade, competência, para trabalhar?!
Crónica(s) de Descontentamento (II)
(Candidatura frustrada a um Trabalho)
Não posso deixar de contar, brevemente, uma história ocorrida com uma Pessoa Amiga.
Estando reformada, ou aposentada, que não sei qual o termo mais indicado, Pessoa Amiga candidatou-se a função/atividade, deveras interessante, a exercer em Instituição Pública. Atividade de contacto com o público, num trabalho de campo, que já exercera na juventude, propôs-se e candidatou-se à função, a partir de um anúncio que vira numa Junta de Freguesia.
Formulou uma proposta de interesse, via mail; recebeu confirmação também online, com formulário de inscrição, a que respondeu, após várias “lembranças” da Entidade, aos vários itens aí consignados, reiterando a sua disponibilidade: inscrevendo-se, não omitindo a sua condição profissional.
Posteriormente, seria notificado para comparecer a entrevista coletiva na Sede da Instituição, no pretérito dia dezoito de Setembro, marcada para as nove e trinta. A que compareceu com muito gosto. (Foi o primeiro candidato a chegar! Assistiu à chegada de todos os outros, como pretendera.)
Estiveram presentes mais nove candidatos. Um total de dez: seis homens e quatro mulheres. Terão faltado quase outros tantos.
(A sessão, como é triste apanágio dos portugueses, iniciou-se com um quarto de hora de atraso.)
Após a representante da Entidade ter equacionado e explicado os vários e possíveis enquadramentos institucionais da atividade/função; ter respondido e esclarecido dúvidas suscitadas pelos intervenientes; propôs a apresentação dos vários candidatos, como é de “praxe”, numa entrevista coletiva.
Iniciou-se essa apresentação por essa Pessoa, minha Amiga.
E foi, quando explicitou a sua situação de reformada, que lhe foi dito que não poderia candidatar-se à função, porque não podiam estabelecer um contrato consigo.
Não interessa o facto em si, dessa cláusula ter sido ou não explicitada previamente, que várias pessoas foram nessa condição, nem de a Pessoa ter ido em vão à entrevista, que isso nem chateou o Sujeito. (E foi interessante reviver situações de grupo em que participou tantas vezes ao longo de vários anos… Pena não se ter lembrado de pedir permissão para assistir às apresentações dos restantes candidatos…)
O que me interessa aqui e neste post questionar é:
Então, mas que país, (com letra minúscula), é este, que não aproveita nem valoriza as Pessoas realmente motivadas e interessadas em trabalhar?
Que não dá valor às competências dos seus compatriotas que querem dispor-se a trabalhar?!
Ou o que interessa é o oportunismo de quem quer é o subsídio de desemprego, disto ou daquilo, receber o pilim ao fim do mês e estar-se nas tintas para o Trabalho?!
Setembro é sempre um tempo de recomeços. Começou o Outono, outro e um novo outono. É sempre tempo de retorno, de retornos. De inícios, de reinícios.
(Um outono que continua a vaga de secura que nos vem assolando. Nunca mais chove!
E quando chover?... E os campos serranos, da “Zona do Pinhal”, tisnados pelos fogos?!
…)
Os tempos outonais trazem-nos sempre um novo ano letivo, nomeadamente no ensino superior. (E como é agreste recomeçar com este calor!)
Para quem será agradável este recomeço, com sol e calor, será para os “praxados”! Será?!
Uma tristeza! Uma lástima, que estudantes (?), ademais universitários (?!) tanto se empenhem em práticas humilhantes e ainda as venham mostrar para as montras mais concorridas da cidade.
Lisboa, invadida (?) por turistas, uma verdadeira chusma de estrangeiros calcorreando a Baixa Lisboeta, vem cumulativamente sendo enxameada por hordas de jovens universitários, que em bandos, mais ou menos ajaezados, descem o Chiado, percorrem as mais concorridas artérias pombalinas, pousam em locais emblemáticos a testarem as capacidades de absorção alcoólica, desaguam no Rossio.
Sintomaticamente, nesta Praça, aos pés da estátua de Dom Pedro IV, paladino do Liberalismo, jovens (?), ajoelhados, em genuflexão perante outros de capa e batina, (a adoração que esta juventude atual tem por fardas!), num arrazoado de frases feitas e cantilenas, em palavras de ordem, mais ou menos chocalheiras, repetindo-as às ordens de comando de uns supostos “doutores”! (Na verdade, seus iguais, mas que se assumem como superiores…)
Paradoxalmente, numa Praça que já foi palco, de entre outros eventos de barbárie, numerosos autos de fé, em tempos que julgávamos ultrapassados, reeditam estes jovens universitários (!) atitudes e comportamentos de aviltamento da condição humana, rebaixando-se e rebaixando outros iguais, à condição de inferiores, de subespécie, de “bichos”.
Atos e ações não supostamente atribuíveis a Pessoas, jovens, estudantes, universitários.
Na passada 2ª feira, dezoito de Setembro, rapazes e raparigas, estas na maioria (!!!), de Medicina(!!) e da Nova(!), submetiam e submetiam-se a estas práticas junto ao pedestal, onde se diz estar representado o Rei Soldado, frente ao teatro Dona Maria II, aos olhos de Garrett!
Que dirão estes ideólogos da Liberdade, do ideário da Revolução Francesa, face a estes atos de aviltamento dos Direitos e Liberdades fundamentais?
E numa Praça que também tem sido palco de eventos de Liberdade, nomeadamente antes e depois do 25 de Abril de 74?!
Que nada!
As praxes, supostamente, estão para ficar.
(Tornaram-se um negócio, e tudo quanto envolve “money”…)
Também não haverá muitas hipóteses alternativas. Haverá?! E é urgente e imperioso que elas existam. Atividades construtivas de integração dos novos alunos, envolvendo todas as academias, em que todos se empenhem e se sintam participantes.
E que contribuam para a integração e companheirismo.
Todavia, no meio daquela chinfrinada “praxeira”, nem tudo é negativo.
As atuações das Tunas são e proporcionam momentos interessantes. Nesse mesmo dia, ao meio da tarde, ao cimo da Rua do Carmo, tivemos a oportunidade de presenciar uns momentos deveras interessantes, na atuação da Tuna da Faculdade de Belas Artes, frente a uma afamada gelataria.
Valeu o gelado, mas também os encores da Tuna. (Infiro que a respetiva atuação estivesse também incluída em presumíveis “praxes”. Teria estado?! Antes não estivesse.)
Neste caso, algo positivo. E que ainda rendeu pecúlio assinalável aos seus promotores, que eles estenderam a manta e os transeuntes, que pararam para assistir, na maioria turistas estrangeiros, não se fizeram rogados.
Aqui está uma atividade que deverá ser fomentada na integração dos jovens estudantes.
O resto visível?! Na maioria e no mínimo, uma tristeza!
(Imagem in. empregopelomundo.com)
Valerá alguma coisa apelar à rejeição das “praxes”?!
Serão uma fatalidade, um fado, a que não possamos fugir no Verão?!
Uma ocorrência catastrófica, mas natural, como um furacão, um tsunami, um terramoto, um ciclone?!
(Verão Escaldante!)
Volto a este assunto, porque, infelizmente, desde Junho que vivemos esta calamidade!
Este post anda para ser publicado desde Agosto. Mas tem-me sido difícil e doloroso escrevê-lo. Para além de outras questões, que me têm coartado a iniciativa de escrita. Mas tinha que ser escrito. E publicado! Em reforço ao que já escrevi anteriormente sobre o assunto.
Dada a forma e o conteúdo desta problemática e de como nos é ciclicamente apresentada, nomeada e muito especificamente pelos “media”, realce para as TVs, até parece que os incêndios são uma fatalidade, são uma inevitabilidade dos verões, dos verões de Portugal.
Mas serão?! Nomeadamente à escala e na dimensão em que, neste milénio, nos têm assolado?!
Na génese dos incêndios está, em muitos deles, quiçá na maioria, a malvadez humana de alguns, a cupidez e ganância de alguns outros e a inação de muitos.
(Há, obviamente, fatores naturais que são também causalidade, nalguns casos.)
Já me reportei a estes assuntos em vários posts e neles, caríssimo/a leitor/a, pode encontrar algumas das várias sugestões que apresento sobre o assunto e sobre a forma de minimizar este problema.
O que falta, o que tem faltado, é muito trabalho, muito trabalho de base, muito trabalho prévio, de prevenção; de prevenção, repito, a fazer-se anualmente, cada ano e ano, realço, por todas as entidades públicas e privadas e pelos cidadãos.
Falta trabalho. Trabalho. E tanta gente que se queixa que não tem trabalho! E vontade de trabalhar?!
Impressiona-me que perante esta verdadeira catástrofe, que de tal se trata, se observe uma relativa indiferença das pessoas, em geral.
Nas grandes cidades, mesmo naquelas, que são a quase totalidade, igualmente suscetíveis de serem assoladas por tal fatalidade, anda tudo nos afazeres e prazeres, como se tal ocorresse num outro país, num outro mundo, numa outra realidade.
Aliás, nesse contexto, nesse âmbito espacial, tudo se processa como se os fogos fossem assim uma espécie de “realidade virtual”.
Que papel, que contributo, virão dando as televisões para esse adormecimento, para esse anestesiar das mentes?!
Durante estes trágicos meses de Junho, Julho e Agosto e Setembro (pasme-se!) em que o País tem sido assolado por essa vaga de incêndios, a abertura dos telejornais, nas várias televisões, tem sido focalizada nessa temática.
Mas será que a forma e o modo como esse assunto é veiculado, contribui para informar ou mais para deformar as perspetivas dos telespetadores?!
(Atente-se no termo: tele espetadores! Que é isso que somos frente à TV. Espetadores, não atores, à distância…
Veem-se imagens de fogos, a seguir de festivais e festivaleiros enfrascados, cenas de fogos virtuais da “Guerra dos Tronos”, outra publicidade qualquer, mais ou menos disfarçada, futebóis e futeboladas, milhões e milhões nas transferências… E, eis o telejornal, enquanto o pessoal janta ou almoça ou come umas tapas ou bebe um café à beira mar plantado… E que o País do Interior se prante…
E aquelas imagens trágicas e assim contextualizadas, informam ou deformam?!)
(Aliás, os telejornais têm o condão persistente de nos alertarem para a desgraça! A nossa e a alheia. Tanto, que anestesiam.)
Os Políticos do Poder Central envolvem-se em questões e explicações mais ou menos consistentes; em acusações mútuas, recíprocas, mais ou menos pertinentes; em causalidades com maior ou menor nexo com o real. Em questiúnculas… demasiadas vezes. Politiquices, tantas vezes!
Os Políticos do Poder Local andam todos numa fona pré eleitoral, que as Autárquicas se avizinham, há que constituir listas, agora já formadas, sabem-se lá os jogos de bastidores (?) e vão-se mostrando por festas e festarolas, festivais e festivalices. E foi assim todo o santo Verão. Enquanto os campos iam ardendo.
Impressiona-me, ainda mais, o distanciamento, mesmo nas localidades do Interior, aldeias, vilas, cidades, em que os efeitos dos incêndios ocorridos, a mais de uma centena de quilómetros, se manifestam sob diferentes aspetos, mas nem isso leva as pessoas a saírem da inação, da sua zona de conforto e comodidade.
Em todos estes meses, desde Junho, ainda anteontem, nove de Setembro, se observou, o Norte Alentejano, pelo final da tarde, mais acentuadamente próximo ao sol-pôr, é coberto por uma nuvem de fumo, direcionada de Noroeste, proveniente do Atlântico, passando pela “Zona do Pinhal”, concelhos do Centro de Portugal, abrangendo parte dos distritos de Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Santarém, onde têm ocorrido os trágicos incêndios, que tanto têm castigado as populações da Região.
Nalguns dias, em que o fumo se tornou mais intenso, o sol ocultou-se até mais cedo que o habitual, como se tivesse havido um eclipse.
E é o cheiro e o fumo que impregna e cobre as povoações, até em Espanha. Em Julho, no “Dia dos Avós”, pudemos observar esse facto em Valência de Alcântara. E, em Marvão, o vento impregnado de fumo, corria veloz, nas faldas da Serra, em direção aos campos da Meseta Estremenha!
E as casas e as árvores ficaram cobertas de um manto de cinza, restos de folhas e vegetais queimados, que o vento trazia dos locais dos incêndios.
Mas acha que estes factos, estas vivências diárias, durante estes meses, têm levado as pessoas à ação, ao trabalho de limpezas de campos, de caminhos vicinais, de estradas, de quintais, quintas e quintarolas, próximo e dentro das localidades?!
Ao aceire das bermas das estradas, dos campos circundantes, das serras e serranias, das encostas e terrenos junto e dentro de aldeias, vilas e cidades?!
E alguém ouve, apelos e sugestões, pedidos ou ordens, normativos ou posturas, dos Poderes Instituídos, Centrais e Locais, para que Cidadãos ponham as mãos ao trabalho?!
A começar pelas Juntas de Freguesias que deveriam ser as primeiras a agir?!
É só caminhar pelas localidades e redondezas. Viajar pelos concelhos limítrofes e olhar com olhos de ver!
Observe Caro/a Leitor/a, mesmo nas grandes Cidades.
Tudo se projeta para o futuro, mas entretanto, desde Junho, vivemos estas calamidades.
E os desgraçados que vivem e sofrem no meio destes incêndios!
Seja quem sofre os efeitos, que vive nos locais e quem acorre para apagar…
Situação a que a grande maioria deste País está sujeita! Dada a forma como todo este processo tem decorrido.
E os incendiários?!
Quando haverá uma ação direta e preventiva que impeça que esses indivíduos passem ao ato?!
Coartá-los de liberdade de movimentos nos meses críticos: Maio a Outubro.
Pô-los a trabalhar, a trabalhar no duro: na reflorestação, nas limpezas dos campos… (Durante o resto do ano.)
Legislar sobre estes assuntos é importante. Mas o fundamental é passar à ação. Em todos os campos possíveis.
E sem o trabalho de base não se obtêm resultados.
Operacionalizar agentes, em diversos enquadramentos funcionais, que se ponham a trabalhar, a trabalhar no terreno, nos terrenos, nos campos. Na Prevenção!
E a ação cívica dos cidadãos é imprescindível. Mais cuidado! Mais atenção aos lixos, que espalham por todo o País.
(Para algumas pessoas, o País, para além das portas e janelas da sua casa e do seu carro, é um vazadouro de lixo.)