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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“A Herança” – Série Dinamarquesa - T 2 – Ep. 6 - (16º Episódio)

Arvingerne” / “The Legacy”

 (25/03/16 – 6ª Feira)

The Legacy In. amazon.com

Retornando ao referido no último post, quem herdou o lado artístico da Matriarca Veronika foi Gro. Após a “descoberta” da célebre Obra, em que Signe está representada, de 1989, ano em que a Mãe “abandonou” a Filha, intitulada pelos peritos (Robert e Kim) como “Corpus”, Gro já delineou uma outra, a partir dos restos de coleção da Mãe: uma cabeça de peixe, com uns galhos na boca. Robert já se prepara para a certificar e atestar, preocupado inclusive com o nome a dar-lhe.

 

Então, e as medidas implementadas por Signe no sentido de ter alguma privacidade e independência no Solar?!

Acha que ela conseguiu?! Tiveram os resultados esperados?

 

Tomas Gro Emil In. dailymail.co.uk.jpg

 

Conhecendo as peças que constituem aquele jogo desconjuntado, de personagens destrambelhadas, já se vê que Signe não conseguiu alcançar os objetivos pretendidos.

Não só continuam a invadir-lhe a Casa, a torto-e-a-direito, como lhe tomam conta da própria Vida, fazem asneiras como crianças traquinas e ainda Signe assume a responsabilidade pelas parvoíces daquelas prendas.

Thomas, pai de Gro e de Melody, supostamente pessoa adulta é o mais irresponsável de todos. Não toma conta de si mesmo, nem da filha bebé, deixa Isa tomar álcool, e conduzir sob esse efeito e age com Emil, como se fossem dois adolescentes retardados, à descoberta do tempo perdido.

Tinha que dar bronca. Isa a conduzir, na tentativa de parar, enervada e bêbeda, espetou o carro de Emil no avião estacionado no átrio da Casa. Tomás teve que ser hospitalizado, meteu bombeiros e polícias, mas quem ficou como responsável e encobriu os factos, foi Signe.

Signe herdou o Solar, e aquela família desconjuntada, como os galhos que Gro colocou na boca do peixe, talvez a próxima obra de Veronika, “descoberta” por Gro, atestada por Robert e “comercializada” nos circuitos da “Alta Cultura”, por Kim.

E assim prossegue a saga desta Família.

Signe a tomar conta deles todos, mesmo das asneiras. Sem privacidade, quase sem vida própria, a casa devassada e novamente ocupada, indo ela viver para a barraca de Tomás, que este, convalescendo, foi ocupar o quarto de Veronika, por sugestão de Gro, que mexe os cordelinhos institucionais da Família.

 

Frederik está fora de toda esta trama.

Continua isolado e cada vez mais só.

Robert, entretanto, contou a Solveig do ataque de loucura que ele teve na Tailândia, em que estrangulara Gro, quase a matando, e para ela ter cuidado com os filhos.

Solveig matutou no assunto, proibiu-o de visitá-os, e deu-lhe conhecimento que se vai divorciar.

No final, vê-lo-emos, finalmente, a chegar ao Solar, estava Emil a consertar o automóvel e, muito pesaroso, quase a chorar, abraçado ao irmão e a queixar-se de que a mulher o proibira de ver os filhos.

Retornou ao Solar, a Gronnegaarden, porto de abrigo de todos aqueles náufragos, apesar de todos os contratempos e contrariedades, face ao espaço e tempo em que nele terá sido menos feliz!

Mas o Solar é um espaço referencial para todos eles, memória de um tempo mais ou menos gratificante para todos, como habitualmente é a Infância, sempre imbuída de algum sentido de segurança e felicidade, indispensáveis a qualquer Ser Humano!

 

Quem vemos nesta fase é Melody. Anda e ciranda de colo em colo, de braço em braço, de mão em mão, tal qual as “Pombinhas da Katrina”!

 

Isa resolveu fugir daquele ambiente, gente sempre em movimento e altercação, perturbante para uma pessoa frágil como ela. E levou a filha.

Sorte, Emil e Signe terem-se apercebido e impedido que ela levasse a criança.

Pois que seria da menina entregue aos cuidados daquela rapariga?!

E quem fica a tomar conta da miúda, cada vez mais engraçadinha?!

Signe, pois claro!

“A Herança” – Série Dinamarquesa T 2 – Ep. 4 e 5 (14º e 15º Episódios)

“Arvingerne” / “The Legacy”

 

 (22 e 23/03/16 – 3ª e 4ª Feira)

 

Depois de dois dias sem publicar, fiz como que uma espécie de luto, volto à Série!

 

Signe in. independent.co.uk.jpg

 

Mas, já estou como Signe. Farto daquela Família!

Que viver naquela e com aquela família é um verdadeiro pesadelo!

Diz ela: “Vivo com uma família que estraga tudo e não quer saber de mim!”

Os que fazendo parte daquela família alargada, ali vivem naquela Casa, Solar Gronnegaard, vive cada um a seu jeito, não querendo saber nada de Signe. Basicamente todos se aproveitam dela, da Casa, cirandando por ali, nos seus interesses, sem cuidar dos dela.

Thomas, sempre numa boa, tudo bem, que a passa ajuda muito, teve o desplante de semear cannabis por entre o cânhamo industrial. A fiscalização que, nestes aspetos é rigorosa, mandou cortar tudo e queimar. Lá se foi a produção agrícola. E Signe, que projetara ser agricultora, vê os seus sonhos serem consumidos pelo fogo.

 

O namoro com Martin, com um papel também relevante no Clube de Andebol, em que John é treinador, também se foi abaixo com o estatelamento de Martin, socado pelo Mister, pai da moça.

 

Decididamente a rapariga vai ficar para Tia!

 

Animal mitochondrion diagram In. wikipedia.png

 

Mas ela tem sangue de Verónica e, certamente, as respetivas mitocôndrias.

 

Tenta vender a Casa, prioritariamente a Frederik, cada vez mais alienado, vivendo isolado na casa de campo, com vista para braço de mar ou lago, que não observo sinais de marés. Abandonado pela mulher e filho, que é impossível viver com ele, dedica-se à pesca e abate de árvores centenárias. Acompanha-o a filha Hannah, mas mesmo esta será expulsa pelo pai, cada vez mais em perigo, para si mesmo e para os que o rodeiam.

Frederik não quer comprar.

Gro também não, exalta-se também com Signe, mas acaba por lhe oferecer um empréstimo de 200 mil, para ela continuar com o negócio agrícola e os seus Sonhos!

Signe não aceita.

 

Todavia, face aos fracassos: na venda do solar, no pretendido abandono da família alargada, na impossibilidade de voltar, ainda que temporariamente, à família de adoção, e a uma noite mal dormida no carro, à beira do porto, Signe retorna à sua Casa. O Solar Gronnegaard, seu, por Direito Familiar!

 

Começa por convidar a sair, melhor, expulsa o bando de artistas que Thomas, em mais uma das suas ideias luminosas dos anos sessenta, para aí levara, para formarem uma casa ou família comunitária, que não me lembro bem do termo exato.

Depois decide reunir todos os familiares que ali vivem: Tomás, Emil, Leone, Gro e Isa, entretanto também retornada com Melody.

E decide aceitar o empréstimo de Gro, impondo condições. E define regras e normas de conduta aos irmãos e Thomas, que são os que mais coabitam os espaços e deles usufruem.

Restringe e confina cada um deles a espaços específicos na Casa, proíbe-os de circularem livremente pela sua própria parte da Casa, fechando inclusivamente uma das entradas ao 1º andar.

Impõe-lhes uma renda pela utilização dos locais que lhes destinou, pois, de facto, tudo é sua propriedade. Aos que terão mais dificuldades financeiras, define-lhes trabalho na Casa, que há muito que fazer.

Ou seja, assumiu as rédeas da sua própria propriedade, de que eles usufruíam a seu bel prazer, sem pensarem nela.

Assumiu o Poder. Da sua própria Vida e Destino.

Interiorizou o papel de Matriarca, da matriarca Veronika, que, neste aspeto de Educação, deixara os filhos cada um para seu lado. Custa-me dizer, mas a palavra exata será que ela falhou na educação dos filhos, mais dedicada ao seu lado artístico.

Signe tomou esse papel de Educadora.

Impôs limites, regras, normas. Definiu quem manda ali. Quem é quem!

E, pelo menos aparentemente, todos aceitaram.

Isa até a elogiou: “És fantástica!”

 

No final, Robert regressou novamente cheio de amor por Gro.

Seguindo o seu conselho, fora a Hamburgo visitar os filhos, falar com a mulher Cláudia, mas voltou. Decidido a comprar um apartamento em comum, com quartos para os filhos os visitarem.

Por enquanto, regressaram ainda ao apartamento de Gro, em Copenhague, desejosos de renovarem os votos de amor eterno.

 

Mas quem tinham à espera, no corredor do andar?

 

Hannah, sobrinha de Gro, filha de Solveig e Frederik, que fora expulsa por este e de que não sabiam o paradeiro.

Aflita com o comportamento do pai, recorre à única ajuda, que julga possível.

A tia Gro, de certo modo também a Matriarca daquela Família!

 

Nota final:

Hoje decidi ilustrar o post com uma imagem diferente.

E o que será?!

Poderá ser o protótipo de uma nova instalação de Veronika, ainda não “descoberta” por Gro; também poderá ser o esboço de um berço ou porta bebés para Melody, mas também não.

E o que é?

É o desenho de uma “mitocôndria”, de que sabemos Signe será portadora das de Veronika.

E, hoje, ficamos por aqui, aguardando o desenrolar de próximos episódios, que não me admira que Signe ainda agarre a veia artística da Mãe biológica!

 

“A Herança” – Série Dinamarquesa T 2 – Ep. 3 (13º Episódio)

“Arvingerne” / “The Legacy

the legacy in. theeurotvplace.com

 

 (21/03/16 – 2ª Feira)

 

O episódio de ontem foi dramático e assustador.

 

Porque as condições daqueles prisioneiros são inumanas, terríficas. E, neste ponto, julgo que os guionistas também pretendem acentuar uma questão de denúncia, de uma clara e aviltante violação dos Direitos Humanos.

 

Também foi aterrador aquele excerto em que Frederik se lançou à irmã e quase a estrangulou.

Já antes fora assustadora a sua atitude com o procurador e o advogado, quando naquela reunião, enquadrada numa receção aparentemente cheia de nove horas, mas apenas de pura hipocrisia e falsidade, Frederik se passara, perante a verdadeira chantagem, disfarçada de lábia cheia de finura, em que o procurador procurava extorquir, disfarçadamente, mais dinheiro. Realmente seria difícil manter a calma, para mais para Frederik sempre destrambelhado.

Já anteriormente manifestara esse destrambelho, na visita ao irmão. (E em que condições se processam aquelas visitas!)

E eu que supusera que a leitura daquelas trocas de mensagens ente Emil e Solveig não o haviam perturbado. Que nada! Resolvera ir à Tailândia precisamente para se vingar!

 

Mas sendo inteligente como é e também profundamente apegado aos irmãos, especialmente aquele irmão, Emil, a quem o Pai, Carl, recomendara que o protegesse, em sua substituição, antes de se suicidar.

Todas estas situações marcam tragicamente Frederik, o perturbam, tornando-o um perigo para si mesmo, mais ainda para os outros que o rodeiam, como se viu.

(Neste ator, igualmente para os outros, realce-se o extraordinário desempenho do personagem, pessoa em permanente tensão.

Transparece nele, personagem, um forte recalcamento de pulsões primitivas. Que o ator muito bem evidencia.)

Mas, arrependido, tenso e perturbado como sempre, resolveu ir procurar o Governador, certamente daquela Província, sabendo que ele desenvolvia uma luta contra a corrupção, nomeadamente no respeitante ao Procurador e à Polícia.

E, interrompendo uma sua visita a uma Escola, arriscando-se a ser também preso ou mesmo morto, arrojou-se aos seus pés, tal qual faziam os antigos suplicantes em tempos ancestrais na nossa cultura ocidental, antes da constituição dos Estados de Direito e da consagração dos Direitos Humanos. E lhe rogou insistente e emotivamente que se dignasse ler o relatório que apresentava sobre o “julgamento” e prisão do irmão Emil.

E o Procurador leu e levou consigo para ler com mais atenção.

E, ao outro dia, o advogado, surpreendidíssimo, os informou que o procurador alterara a decisão judicial e que Emil seria libertado no dia seguinte, que podiam ir buscá-lo.

 

E foi Gro. Frederik não se atreveu!

 

E, nos entretantos, como correram as situações no Reino da Dinamarca?!

 

Bem e mal!

 

Bem, porque Signe lá vai dando conta do recado de agricultora.

Também diria que ainda dá em artista, tem veia de Veronika. Observe-se aquela instalação dos espantalhos nos campos de cânhamo. Num determinado campo visual e num certo contexto, pode ser considerada uma verdadeira “instalação artística”! Tal Mãe, tal filha! (Filha fica com letra minúscula, porque, artisticamente, Signe ainda não se compara com Veronika!)

Cumulativamente, a avaliação da Obra que ela adquirira foi um verdadeiro sucesso.

Para mais estando ela própria lá representada.

Todos ficaram agradavelmente surpreendidos com o impacto forte da peça.

“Pode mesmo ser a Obra-Prima dela!” Afirmou Kim.

A avaliadora valorizou-a de pelo menos novecentas mil coroas!

“Fizeste um negócio da China!”, lhe disse a advogada, Leone.

Também de amores as coisas estão a encaminhar-se bem e poderiam ter ido melhor.

Não fora...

 

Então o que correu mal?!

Estava Signe numa boa com o pretendente, julgo que se chama Martin, mas não tenho a certeza, quando chegou um intruso, indesejado.

Henrik, pai de Isa, veio com a própria, buscar a neta Melody e, apesar dos esforços de Signe e de Thomas, entretanto chegado, aquele conseguiu levá-la, melhor, roubá-la, para ser educada em família “normal”!

 

E por aqui ficamos. Que sobre normalidade e patologia há milhares de páginas escritas.

 

(Para mais informações:Ep. 12)

“A Herança” – Série Dinamarquesa - 7º Episódio

“Arvingerne” / “The Legacy”

 

A Herança

(11/03/16 – 6ª Feira)

 

No Tribunal In.gentofte.lokalavisen.dk.jpg

 

As Audiências no Tribunal de Svendorg

 

E chegou o Julgamento!

Acontecimento mediático, com jornalistas à porta do tribunal, repórteres, TVs e rádios, que esta família, o facto de ser a herança de Veronica e o tipo de situações que envolve, brigas entre irmãos, chama a curiosidade pública e mediática.

 

Este julgamento tem o objetivo de verificar a validade do testamento que Veronica Gronnengaard redigiu a favor de Signe Larsen.

O queixoso é Frederik Gronnengaard.” Foi declarado, na abertura da 1ª audiência.

 

E vou narrar, dos acontecimentos, apenas alguns factos essenciais.

 

A Casa é para si, Signe!” A partir do documento assinado por Veronika, “testamento em leito de morte”, em 24 de Dezembro de 2013.

“Gronnegaard é sua!” E estas frases proferidas como sentença, pelo Juiz, no final do julgamento, dão-nos o respetivo veredicto.

Mas foi interessante verificar a sensação de vazio que perpassou em todos, muito especialmente em Signe.

“Eu gostava de ficar sozinha”, disse para o namorado.

 

E sozinha ficou, que dos irmãos, que já a haviam abandonado há muitos anos, apenas Emil dela guardara lembranças e a estimara, mesmo este lhe arremessou:

- “Nunca mais nos contactes!”

E a família a que sempre pertenceu, que a criou e amou, também se desfez.

“Não há mais nada a dizer!”, disse Lise para John. “É melhor arrumares as tuas coisas. Quero-te fora de casa, esta tarde.”

 

E foi esta solidão e vazio, esvaziamento de almas, que se sentiu no final do julgamento e episódio. Em todos os protagonistas. (Até eu próprio senti isso, curiosamente!)

 

Frederik, que sempre supusera ganhar facilmente a causa, afinal é um advogado inteligente, esperto e experiente; afamado, rico e poderoso; capaz até de influenciar, condicionar e manipular notícias; de estruturar toda uma defesa, com base em falácias sucessivas, que, supostamente, e tudo dava a entender que sim, que conseguiria puxar o resultado para o seu lado...

Pois Frederik perdeu a causa.

Perdeu, primeiro, a frieza cínica, quando leu a carta da mãe, datada de 30 de Junho de 2011, dirigida ao advogado Ole, em que esta declarava Signe como herdeira do tão famigerado Solar! Afinal a mãe não estava fora da razão, quando assinara o documento de 2013, nem John andara a pressioná-la. Fora a Mãe, sentindo-se frustrada, talvez culpabilizada por não ter criado Signe, que a queria compensar.

Ele que baseara toda a sua ação jurídica, no sentido de rasteirar John, treinador de andebol, no pressuposto de que ele manipulara e obrigara a Mãe, a dar a Casa à filha de ambos. Só que o treinador tinha uma arma de ataque à baliza do adversário. A célebre carta, que caiu que nem bomba no tribunal, estilhaçando todas as jarras e todas as flores.

 

jarra de flores in. downvids.net.jpg

 

E Frederik não soube perder. E, após o veredicto, ainda disse qualquer coisa ofensiva a Signe, como aliás em todo o julgamento, pois só se baseara em mentiras.

E, esta, que passara ambas as audiências a ouvir as mentiras do irmão e da irmã, não se conteve.

Exaltada, exasperada, atirou-lhe uma tremenda bojarda que o deixou completamente KO e desvairado. Que o Pai dele, Carl, era homossexual e que fora ele que abalara para a Califórnia, com outro homem e não Veronika que o expulsara.

(As palavras exatas não terão sido precisamente estas, mas a ideia base foi.)

E proferidas como arma de arremesso tiveram enorme impacto em todos os presentes, nomeada e muito especialmente em Frederik, que, perdendo completamente as estribeiras, saiu desvairado do tribunal e de cena.

 

Convém dizer que ainda retirou a queixa, cena que não vimos, mas de que o Senhor Doutor Juiz nos informou, antes de declarar o veredicto, em que anunciava que a Casa, o Solar Gronnegaard, era pertença de Signe Larsen.

 

Solar, aonde, no final do episódio, veríamos chegar Frederik, a pé, desencabelado, desgrenhado, encaminhando-se para o célebre palheiro, onde ele encontrara o Pai enforcado na trave mestra.

(Afinal, e reportando para um caso mediático de que recentemente se tem abusado tanto na “faladura”, não é só no Alentejo que os desesperados se enforcam, parafraseando Régio!)

 

E, ainda, antes de findar esta narração, como sempre lacunar, parcelar, pessoal e enviesada, quero citar palavras de Gro Gronnengaard, para o seu amante Robert, no final do primeiro dia de audiência.

“ – É uma loucura estar ali em exposição, a olhar para a minha própria vida!”

 

E esta frase proverbial aplicar-se- ia a todos os protagonistas!

 

E não pode faltar a “sentença” moral, a moralidade.

 

Não teria sido melhor que os intervenientes tivessem chegado a acordo, a consenso entre eles e tivessem partilhado todos, tudo o que tinham?!

Que tivessem sido Altruístas?!

Nesse aspeto, só Signe teve esta qualidade, este sentimento, perfilhou este Valor: Altruísmo. Só ela apresentou uma proposta em que todos compartilhavam tudo, dividindo e não querendo tudo para si.

Sim, porque Frederik queria a Casa, dispensava as “Obras Artísticas”, para serem vendidas, que não lhes tinha valor estimativo e lucrarem. Dividindo o dinheiro. Dando ao irmão Emil, de que sabia até o valor exato que a Mãe lhe mandara para a Tailândia, dando à irmã Gro e omitindo completamente Signe, que não considerava sequer irmã, nem da família.

Emil, o que queria era dinheiro líquido, “Money! Money!”, para esturrar na Tailândia e pagar à respetiva máfia, a que pedira emprestado para “comprar uma ponte!”, e continuar “o seu estilo de vida”!

Gro, com a célebre Fundação, de que a Matriarca nunca assinara os papéis, sobre que ela falsificara a assinatura, acabava por querer tudo para ela e para as suas “Altas Culturas”. De facto, os irmãos acabavam por ser deserdados.

Todos eles se aproveitavam da “ingénua” Signe, como Frederik a categorizou.

 

De facto foi ela a única que equacionou uma proposta, contemplando todos como irmãos e nela incluindo também Thomas. Que podia ficar na sua “Cabana do Pai Tomás”!

E, lá vai a Moralidade: importância dos Consensos, dos Acordos, de que tanto tenho falado.

 

E, sobre o sétimo episódio, tenho dito! Que muito ainda fica por dizer...

Vamos ver como se vão desenvencilhar todos e cada um com a solução encontrada!

 

A Herança” – Série Dinamarquesa - 3º, 4º e 5º Episódios

“Arvingerne” / “The Legacy”

 

 “A Herança”

 (7, 8 e 9 de Março de 2016 – 2ª, 3ª e 4ª feira)

 

Não voltei a escrever sobre a Série, desde o 2º episódio, apesar de ter visualizado os episódios três, quatro e cinco. Tentarei abordar algumas questões do enredo, de forma lacunar, diga-se.

 

A partir do terceiro episódio, foram-se criando e/ou estreitando laços entre os irmãos, foram-se congeminando conluios entre as partes, no sentido de articular o modo de cada um obter o máximo da herança para si mesmo e os respetivos interesses egoístas.

 

Até tudo explodir.

 

frésias in floresonline.com.br..jpg

E aqui aproveito para falar sobre a imagem do genérico. Numa jarra, um lindo “bouquet”, como sói dizer-se. Lindas flores, parecem-me rosas, túlipas, frésias coloridas e cheirosas, imagino eu, pelas que tenho agora, no jardim.

Um simbolizado da Mãe, Veronika, ausente, mas sempre presente?!

Da Família?!

Que subitamente se estilhaça, se desfaz em mil pedaços, como se houvesse uma explosão no seu seio.

(Tal como aconteceu com as cinzas da Matriarca... no último episódio. Quebra-se o vaso e espalham-se as cinzas e precisamente sobre quem?! ...)

Que é isso que acontece naquela Família, naquelas Famílias, na sequência da herança da célebre Casa. Explodem. Quebram-se, partem-se todos os laços...

 

As posições de Gro e Frederik situam-se praticamente em polos opostos. São só irmãos do lado da mãe e rivais, de ódio figadal. Ainda que recalcado, por puro interesse.

 

O papel de Signe é fundamental e imprescindível em qualquer esquema possível de solução.

Gro entendeu isso perfeitamente, que a advogada lhe explicou. Sabe que sem Signe, ou contra ela, não poderá fazer nada.

Daí, tentou e conseguiu conquistá-la, seduzi-la, manipulá-la, puxá-la para o seu lado, “integrá-la” na Família, enredá-la, através das memórias guardadas e gravadas de quando ela era criança e frequentava o Solar, antes de ser definitivamente adotada e impedida de voltar junto da mãe verdadeira e dos irmãos.

E até lhe ofertou um vestido...

Fios, teias, em que Signe se foi deixando prender, embora ainda distante da questão da herança propriamente dita, que esse continua a ser o fito dos outros três.

A ponto de, no final do 3º episódio, dizer para o namorado, Andreas, que não queria voltar a ver os Pais que a criaram: o Pai verdadeiro, John e Lise, a Mãe Adotiva.

 

Esta atitude irá provocar complicações nesta Família e nos seus diversos membros, especialmente em Lise, em que se observam sinais perturbantes: devolver os objetos pessoais de Signe, quando criança, a pintura total do quarto, de branco; como se quisera riscar e apagar, branquear, parte da sua Vida, no respeitante à Filha que adotara.

 

Frederik, sempre com sinais de perturbação.

Na sua relação com a irmã Gro, imagem recalcada da Mãe, Veronika, que ele odeia.

Paradoxalmente no episódio de ontem, ele que tanto odeia a Mãe e quer afastar-se das suas lembranças, da sua memória, acabaria embebido, empoado, embrenhado, nas cinzas da própria mãe...

Esse ódio é projetado, no presente, sobre a irmã. Ao ponto de se lhe atirar a matar.

Ela devolve-lhe ódio igual, como se viu na reunião que Signe promoveu, na sua própria casa, e que se transformou numa cena de pancadaria. E ódios subitamente explodidos, mal Gro lhe arremessou pedra a um ponto sensível. Que foi Carl, pai de Frederik e Emil, que se suicidou no palheiro, tendo sido Frederik a encontrá-lo pendurado na trave mestra. Após aquele ter vindo da Califórnia, doente, no final dos célebres anos oitenta e Veronika o ter expulsado da sua própria casa. E sequencialmente os rapazes terem ido viver com uma tia, praticamente também expulsos...

Essa perturbação também se expressa no seu relacionamento com os filhos.

Na sua relação, ausente de relação, com a mulher.

Na sua obsessão com o trabalho e com a herança, que nem a esposa compreende, pois estão muito bem materialmente.

 

Gro, a todos tentou enganar, falsificando a assinatura, mas acabou desmascarada por Frederik, precisamente no dia da reunião com os investidores e promotores da Fundação. Em que também Signe já participava. E até Thomas, que inicialmente Gro lhe dissera que o excluía, como fizera no livro sobre a Mãe. E, zangada, também o ameaçara de expulsão, juntamente com a barraca onde vivia. E, nessa sequência, Thomas, despeitado, a denunciara a Frederik sobre as assinaturas. Não, sem antes confirmar, que não seria expulso da cabana, caso Frederik ficasse com a Casa.

E foi com essa delação que terminara o 4º episódio.

 

Emil, no meio destas lutas entre irmão e irmã, o que precisa urgentemente é de dinheiro líquido, que já foi ameaçado, de forma velada e subtil, pela máfia oriental a quem pediu emprestado.

 

E, no sexto episódio, ontem, Frederik conseguiu ser ele a comandar as hostes e a questão da herança. Promoveu uma reunião com os irmãos, às dez, com Gro, ameaçada de denúncia à polícia, e com Emil, definindo previamente uma estratégia para “derrotar” Signe, com quem marcou só para as onze, oferecendo-lhe 2,5 milhões e assim ver-se livre dela, que a não considera da Família. Que ele tem plena consciência que o direito à Casa é de Signe.

E não a considerar da Família e dizer-lho na cara, foi o erro tático dele.

Que ela não aceitou a sua oferta.

E foi assim que terminou o 5º episódio.

 

E Signe, para o bem ou para o mal, continua a ser a charneira em todo o processo da Herança, que até apresentou uma proposta muito conciliatória, no quarto episódio, mas que os dois irmãos rivais não aceitaram e na sequência da qual se gerou aquela luta de morte.

 

Vamos ver como ela vai conduzir o processo. Que também já aprendeu o cinismo com os irmãos!

 

“A Herança” – Série Dinamarquesa – 2º Episódio

 “Arvingerne” / “The Legacy”

 “A Herança”

(Reposição na RTP2)

(4 de Março 2016)

 

Solar in. nordicstylemag.com

 

Um Velório encenado em Festa de Passagem de Ano!

Que Artistas são Artistas!

 

E uma Artista de vanguarda, como fora Veronika, só podia ter um velório transmutado numa Festa. De Final de Ano. Um “happening”, acontecimento bebendo nos anos sessenta, ou não fossem esses os tempos e modos que enformassem o “modus vivendi” e os conceitos artísticos de Veronika Gronnegaard!

 

Conceito muito bem aproveitado pela filha Gro, uma personagem que sente com a cabeça. Fria. E calculista! Mas também sempre bem acompanhada de bons vinhos!

 

Mas voltando ao 1º episódio, introito de toda a narrativa. Que atirou ela à matriarca que a fez ficar com tantos remorsos e chorar desalmadamente perante o cadáver da mãe, no hospital? (Afinal não é tão fria assim, como aliás já nos mostrou quando se agarra a Robert...)

 

Quando a mãe se ufanou do facto, isto é, de ser Mãe, de amar, ser amada, que lhe arremessou a filha?

 

Que ser mãe era esse, que um filho, Frederik, não queria nada com ela e não colocava os pés naquela casa, há anos... Outro, Emil, só lhe ligava quando precisava de dinheiro... E, ela própria, Gro, não era mais que a sua secretária. E uma outra filha não fazia sequer ideia de quem ela era... Pois, que ser mãe, seria aquele?!

(Não terá sido exatamente assim, nesta sequência, que as palavras azedas e ressabiadas foram proferidas, mas o conceito será este.)

 

E estas palavras definem os sentimentos dos quatro filhos sobre a Mãe, Veronika.

E vão mostrar-se nessa encenação de velório, simultaneamente festa de fim de ano, final de ciclo de vida e projetos de ano futuro: “Ano Novo, Vida Nova!”. Na congeminação da posse da herança: o Solar. E tudo o que contém, as Obras e as Memórias da Artista.

 

Frederik acha-se nos direitos sobre o Solar, que afinal era do pai e da sua família há dois séculos, sendo ele o filho mais velho e com direitos de opção de compra.

Emil o que quer é dinheiro líquido. Que a mãe lhe prometeu, para ele investir em mais um projeto de esturrar a massa, agora na Tailândia.

Gro quer transformar tudo aquilo numa Fundação, o que até seria o projeto mais adequado, não fossem também os seus interesses particulares a sobreporem-se, pois, dessa forma, teria o controlo total sobre tudo, podendo continuar a brilhar, administrando o legado da matriarca, no fundo, continuando a ser a sua secretária.

 

E Signe, Sunshine?!

Pois, Sunshine ainda está alheada de tudo, vagueando de fato de trabalho naquele ambiente sofisticado de intelectuais de fim de ano. Apanhando memórias da infância, vendo fotos suas de criança, com a ajuda de Thomas, talvez o único personagem que sentiu a morte de Veronica e não se move por interesses materiais naquele contexto. Também não é herdeiro, diga-se.

 

Sunshine, Signe, está ainda fora da realidade.

Mas há quem não esteja. E, o pai, John, já tratou de mostrar a um advogado o papel que Veronika lhe escreveu e assinou, declarando-a como herdeira do Solar. Que é válido, comentou com o namorado daquela, Andreas.

Testamento no leito de morte! A casa, avaliada em dez milhões, é de Signe.

 

E estão lançados os dados, afiadas as garras, lançadas as armas, para a disputa da herança, na “Herança”!

“A Herança” – Série Dinamarquesa – Reposição na RTP2

“Arvingerne” / “The Legacy” 

“A Herança”

 

Ainda há poucos dias escrevera, no post anterior, a 29/02/16, a propósito do Reino Unido ponderar a saída da União Europeia: “E, nestas coisas de dinheiro, mesmo os irmãos mais irmãos...

E o que constatei ontem, 5ª feira, 3 de Março, na programação da RTP 2, no habitual horário noturno, após a “Página 2”?

 

Pois! A transmissão da série “A Herança”.

 

the legacy in visitdenmark.com

 

Mas a 2ª Temporada? Ou a “finalização” da 1ª Temporada, que aquele último episódio da primeira teve tudo menos aspeto de episódio derradeiro? Ficara tudo tão incompleto... Situação sobre que exprimi a minha perplexidade no post sobre “Séries Europeias na RTP2”, publicado a 15/04/15.

Não! A reposição da primeira temporada.

Como gosto de rever as séries, até porque ficam sempre aspetos que não me apercebo no início, quando conheço mal as personagens, é claro que revi o 1º episódio, e, se puder, irei tentar rever os outros.

Que, segundo averiguado, existe uma 2ª temporada e, até se prevê, uma terceira.

 

Bem, mas por agora, contentemo-nos em visualizar de novo, com outra atenção, o que nos é mostrado na 1ª temporada.

 

O local central onde decorre a ação é o “Solar de Gronnegaard”, no sul da Dinamarca, embora, no decurso da narrativa, vários outros locais surjam como enquadrantes do enredo. Este Solar também é o leitmotiv da história: a herança.

O tempo narrativo ocorre nos tempos atuais: terceiro lustro do século XXI.

 

Veronika Gronnegaard, papel desempenhado por Kirsten Olesen, é uma mulher de 68 anos, artista/escultora/performer, dinamarquesa, internacionalmente reconhecida e admirada, que vive e trabalha, desde os anos sessenta, no mencionado solar, de inícios do século XIX, e que fora pertença do marido, Carl Gronnegard, já falecido.

Na aproximação do Natal e correspondentes festividades, na sequência de exames que vinha efetuando, há alguns meses, no Instituto de Oncologia, no total desconhecimento de todos os familiares, tem a confirmação de que tem um cancro em estado bastante adiantado.

 

Tem três filhos reconhecidos como Gronnegard:

Frederik, papel desempenhado por Carsten Bjornlund e Emil, papel de Mikkel Boe Folsgaard. Ambos filhos de Carl.

E Gro, desempenho de Trine Dyrholm, filha de uma das suas paixões por um músico de vanguarda, Thomas, que não edita nada há vinte e cinco anos, vivendo retirado, meio ausente, quando não ganzado, no seu mundo de fantasia musical, numa cabana, no parque do Solar.

 

E tem uma outra filha, de uma outra paixão, já ela passara dos quarenta, por um indivíduo que lhe fora fazer uns arranjos ao Solar, bastante mais novo, ex-andebolista e atual treinador de uma equipa importante da Dinamarca.

Essa filha é Signe Larsen, papel de Marie Bach Hansen, que foi dada para adoção precisamente para o pai, entretanto casado.

Signe desconhece completamente a situação, que nem o pai nem a suposta mãe alguma vez lhe contaram alguma coisa, mesmo sendo ela já adulta e a viver a sua própria vida com o namorado, Andreas Beggensen, defesa direito, na afamada equipa de andebol, SHK, treinada pelo pai.

 

Perante a iminência da Morte... Veronika tenta a aproximação da filha Signe, que é vendedora numa florista, precisamente indo à respetiva loja encomendar-lhe um ramo de flores, para entregar no Solar.

Aí, no ato de entrega, procura reter Signe, para desatar os nós que tem dentro de si e prender-se à filha. Inicia um modo de conversa, oferece-lhe uma bebida, que não sendo aceite, insiste num chá.

Signe, um pouco renitente, surpresa, mas algo a prende ali, talvez o sangue, quiçá as memórias, acaba por aceder. E, enquanto bebe, observa o estúdio, as obras, mira o trabalho no computador... Entretanto Veronika, tentando manter uma chama de diálogo, acender um rastilho para o fogo que há-de vir... vai esboçando um desenho, supostamente de Signe, e oferece-lho. “Para a Signe, da Veronika.”

Desenho que, mais tarde, em casa, Signe mostrará aos pais...

Calcule-se a estupefação e receio destes...

E poderia ficar por aqui, que assim seria apenas um começo de conversa.

(...)

Mas não!

Ainda acrescento que, na véspera de Natal, já noite, Veronika, sentindo-se mal, telefonou a Signe e pediu-lhe que fosse ter com ela ao Solar.

(...)

E, esta, não sei se perplexa, se meio “aparvalhada”, que não acho palavra melhor, foi! Talvez seguindo um chamamento primordial, um apelo da infância passada, mas de que não tem consciência presente...

 

E aí chegada encontrou a matriarca já bastante combalida.

Mas Veronika ainda conseguiu soltar as palavras que a sufocavam, e revelar-lhe ser sua mãe.

E deu-lhe um texto escrito e assinado de momento, em que a declarava herdeira do Solar.

“É meu desejo que herdes o Solar. Para criares uma família. Os restantes bens são divididos entre os teus irmãos.” (...) “Não cortes muitas árvores lá fora!”

 

E o seu estado piorou.

Signe teve que chamar os serviços de socorro...

Por sua vez, a filha Gro, reconhecida como tal, telefonara à mãe, precisamente quando Signe andava nestas diligências.

Imediatamente acorreu ao Solar.

E, desconhecendo-se, colaboraram na resolução da situação, sendo a paciente assistida e transportada ao Hospital.

 

Aonde viria a falecer no dia de Natal!

E este 1º episódio, de que omiti imensos excertos, funciona como introdução à história.

 

E ainda se lembra do que escrevi no início?

 

“E, nestas coisas de dinheiro, mesmo os irmãos mais irmãos...”

 

Podemos substituir “dinheiro” por “herança”.

 

E, nestas coisas de heranças, para mais sendo irmãos tão desunidos...

 

Sim, porque eu não contei as palavras “azedas” que Gro atirou à mãe, sobre os filhos desta, ou seja, ela própria e os irmãos, quando a mãe a “picou”, por ela supostamente não saber amar nem ter filhos...

Cujo remorso de as ter proferido a fez telefonar, em boa, mas má hora, precisamente quando Signe diligenciava por uma ambulância...

 

(...)

 

Pois, continuemos a visualizar a Série.

 

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