Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Que saudades já tinha de ver o sol. Apesar da seca persistente. Que tarda e teima em não chover! Mas que podemos nós?! Não mandamos, não temos poder!
Nesta semana, houve dias que o sol nunca se viu. Parecíamos estar num “Inverno nuclear”!Desde segunda-feira, catorze de março, com especial incidência na terça e quarta-feira, quinze e dezasseis, uma concentração de persistentes poeiras, provindas do deserto do Saara, tapava completamente o céu. Não eram várias nuvens altas, era uma só nuvem, baixa, contínua, homogénea, impedindo-nos do acesso à visibilidade do azul celestial. Este adquiriu tons de castanho avermelhado, uma luz coada por esse manto de partículas contínuas, de pós, cobrindo casas, carros, territórios. O sol nunca se dignou mostrar aos olhos destes povos peninsulares. Melhor, não nos foi permitido vê-lo! Com maior incidência para o centro da Península, também no interior de Portugal o fenómeno terá sido mais marcante. Uma irritação respiratória constante, dores de garganta, expetoração, alergias…
Ontem quinta-feira, dezassete, ao aproximarmo-nos de Arraiolos, foi com alegria que observámos a luz poente, ainda coada por essa poalha castanho avermelhada, ilustrando o castelo, a escola secundária, o casario da Vila, as Ilhas.
Hoje, 6ª feira, dezoito, na Cidade de Régio, a luminosidade já nos permitiu observar o azul do céu, algumas escassas nuvens destacando-se, libertando-se da submersão desse manto de poeiras, agora já mais cinzentas, alertando-nos para a perigosidade de um “holocausto nuclear”.
Para quê provocar guerras, para quê invadir territórios de povos livres, para quê ameaçar com o botão nuclear, se, periodicamente, a Natureza faz valer as suas próprias leis naturais?!
…São os vulcões, os terramotos, os maremotos, os tsunamis, os ciclones, as cheias, as secas, os fogos naturais, as epidemias… outros tantos desastres, que periodicamente assolam a face da Terra, independentemente da vontade humana.
Para além dos desastres que a Humanidade provoca por desmazelo, inépcia, ganância!
Ainda provocar as guerras… De vez em quando, solta-se um louco do manicómio do poder e põe o mundo em polvorosa. Prendam-no, a esse louco que quer abrir a caixa de pandora da guerra nuclear. Já basta que abrisse a da guerra!
Agora, que o Verão se aproxima a passos largos, se é que não chegou já, com o calor que está, os campos já amarelos, os fenos colhidos e a secar… vou, finalmente, relatar a passeata que fizemos ainda em Maio, a doze, precisamente há um mês.
O designado percurso do “Salão Frio” tem um dos seus inícios no final da Avenida frente à Rádio Portalegre.
Segue em ziguezague pela encosta a norte do Colégio e do Convento de Santo António, antigo Hospital Mental, sempre com vistas para a Cidade. Por caminho vicinal, de BTTs e de “cabras”, com altos e baixos, vai quase até à Fonte dos Amores.
Quando encontra a Estrada da Serra, inflete para o lado esquerdo, direção Norte, prosseguindo pela estrutura que costumo designar por “Passadiço”, até ao Miradouro. Daí, continua sempre subindo, pouco acentuadamente, até Centro Vicentino da Serra e prossegue.
Nas caminhadas que fazemos nem sempre “respeitamos” as sendas definidas, guiamo-nos pelo nosso sentido de orientação. Aliás, nestes territórios só se perde quem quer.
A Cidade é sempre uma bússola e o Sol um relógio e GPS!
Neste percurso e na data referida, o nosso objetivo era mesmo chegarmos ao Salão Frio, peculiar e serrana povoação aonde fomos, retornando em seguida. (Há um café restaurante e esplanada, com um nome sugestivo.)
Muito movimento de trânsito, carros sempre em alta velocidade, nas curvas até parece que se dirigem a nós.
A partir do Miradouro, deixa de haver o “Passadiço”: caminhar mais dificultado.
Nalgumas habitações há cães, que defendem os territórios. Nunca mordem, como dizem os donos!
Foi junto a uma dessas habitações que fiz uma pergunta, cuja resposta me lembrou célebre Poema de António Machado!
A seguir a essas habitações rústicas, entronca o prosseguimento do caminho, no lado direito, continuando a subir na direção Leste.
Avistam-se, no lado direito de quem sobe, habitações imponentes na paisagem, uma moderníssima e outra tradicional.
Prossegue-se nessa estrada, mais estreita que a designada “da Serra”, sempre para Leste.
(Parando e olhando para donde viemos e alargando o nosso olhar, avistamos, a NW, a imponência das montanhas Beirãs e também Marvão, alcandorado na sua escarpa serrana.)
Chegamos a nova bifurcação, junto a um portão em ferro, antigo e artístico, que seria entrada de quinta, talvez senhorial, embora não se veja qualquer brasão, todavia de gente de posses. Vê-se que está abandonada há anos. De quem seria ou quem terá mandado construir tão robusto e aperfeiçoado muro que a delimita?!
Quando escrevi o postal “Sabe que Planta é esta (VII)?”, estive para documentá-lo com a foto que apresento neste. Mas como me tivesse parecido que a planta tinha no centro da inflorescência em umbela, uma espécie de inseto, resolvi publicar a que consta no respetivo postal.
Nesse mesmo postal acrescentei outra planta. As dúvidas que tinha estão explícitas e implícitas no escasso texto.
Entretanto foram surgindo comentários. Com eles esclarecimentos sobre dúvidas, troca de opiniões e enriquecimento pessoal, pois houve aprendizagens adquiridas. Os meus agradecimentos.
Aprendi que, afinal, Cicuta e Embude são espécies diferentes, do mesmo ramo geral das Umbelíferas. (Durante muitos anos não sabia sequer que Embude e Cicuta estavam relacionadas. Outros tantos ou mais, julguei que fossem uma e mesma planta com nomes diversos. No postal referido, através das pesquisas sugeridas, soube que são diferentes, embora eu não as consiga distinguir muito bem.)
Por sugestão de MJP, entre outros sites, que constam nos comentários, acedi a “Arca de Darwin”, um verdadeira Enciclopédia Naturalista.
E aí soube que a planta da 1ª foto e que também abre este postal é Cenoura Brava.
Nesse postal de “Arca de Darwin”, explica a estratégia destas plantas para atraírem os insetos. Soberbo! Extraordinário!
É essa estratégia que explica a cor escura no centro, que eu julgava mesmo ser uma espécie de inseto, que tinha captado na foto e que até tivera cuidado para ele não ter voado!!!!!!!!!
Ora, Caro/a Leitor/a, se a planta me enganou a mim, que sou um Ser Humano, mais facilmente enganará os insetos, não acha?!
E voltamos às questões iniciais, reformulando as perguntas.
Serão os Outros Seres Vivos, que não apenas os Humanos, também capazes de ações "Inteligentes"?
Fica a questão para quem tiver a amabilidade de responder.
Obrigado pela sua atenção.
Anexo mais umas fotos de plantas familiares entre si! Mas cujo nome não sei exatamente.
(Nota Final: A campinaalentejana que, ainda há dias, estava verdejante, com estes poucos dias de calor, já deu de si e o verde transmuta-se nos vários tons de amarelo: claro, escuro, creme, amarelo torrado, eu sei lá de tonalidades amareladas… de sol. E castanhos.)
Os dias de chuva continuam. Não é sempre igual em todo o lado, mas parece que onde estamos e quando estamos, é tempo de chover. A Senhoradas Candeias ou se enganou ou nos trocou as voltas bem voltadas. Seja lá como for ou pelo que for, continua a chover. Aquela chuva miudinha, todos os dias, quase todo o dia. A chamada “molha parvos”!
Parvos ou não, cá estamos em confinamento. E certo seja que, gostemos ou não, observa-se correlação entre confinamentos e diminuição do número de novos casos Covid 19. E com as temperaturas haverá alguma correlação?!
Não se apressem a desconfinar. Deixem estar as coisas como estão, por enquanto, sem pressas nem atropelos, nem folias carnavalescas. Mascarem-se online!
As Escolas, a não funcionarem presencialmente, colocam objetivamente muito menos gente a circular.
E, saindo, mesmo à hora de almoço, muito menos gente se observa. A rapaziada das escolas, pura e simplesmente, não circula. Os papás e as mamãs também não. Não precisam ir a correr nos popós, buscar e levar meninos e meninas. O trânsito é muitíssimo menos.
Em dias de aulas presenciais, na hora de almoço, nas ruas de acesso aos estabelecimentos de ensino, é um ver se te avias e um castigo ter de atravessar as passadeiras. Agora não. Uma calmaria! “Há males que vêm por bem”!
Compras a um dos supermercados mais antigos da povoação. Antes de todas as grandes superfícies, de lojas por todo o país e estrangeiro. Bem antes do Fórum.
Este, a que chamo sempre “Europa”, mas cujo nome de registo é diferente atualmente, já nem sei há quantos anos. Para mim é sempre “O Europa”. Gestão da mesma família há vários anos. Já numa segunda geração.
Indo a este supermercado, dou, com muito gosto, uma volta maior, ando mais a pé e percorro a povoação e “vejo as montras”. Isto como quem diz. Que impressiona tantas lojas, cafés, serviços vários, restaurantes, fechados.
Alguns destes últimos, em serviço de comida para fora, mas com muitíssimo menos movimento, sem os habituais comedores e bebedores, em cavaqueiras amenas. Enfim, tempos… Sem as esplanadas.
As lojas das raspadinhas, lotarias e afins têm sempre filas. Ele há pessoal que tem cá uma fezada! São lojas indispensáveis?! Para onde vai todo esse dinheirame dos jogos de fortuna e azar?
Mas há sempre gente a circular ou “confinados” em grupinhos, debaixo das arcadas ou das varandas, resguardando-se da chuvinha. Pessoal de “negócios”!
Também há quem não se coíba de cavaquear no meio do passeio, impedindo a passagem dos transeuntes.
Ainda os habitués passeantes de canídeos. Nem sei como tão boa e santa gente consegue colocar cães enormes, nos modestos apartamentos que possuímos! Animal sofre!
E, a gente também sofre. Tomara que isto da Covid acabe! E venha o Sol!
Também no Canal 2 (RTP2) passa uma série imperdível, embora num horário demasiado tardio: 23h 30’, de 3ª a 5ª feira!
Mas a série não é excepcional. É excepcionalíssima.
Refiro-me a “COSMOS – Odisseia no Espaço.”
É uma 2ª edição desta série científica, cuja 1ª edição ocorrera na década de oitenta e fora realizada e conduzida por Carl Sagan, coadjuvado pela sua mulher, Ann Druyan.
Já nessa edição ficara encantado com a temática abordada e a apresentação pelo cientista de assuntos à partida complexos, mas que ele nos revelava de forma tão simples e extraordinariamente apelativa.
Na altura, década de 80, também li o livro “COSMOS”, em edição da Gradiva / Bolso.
Esta 2ª edição da série não fica nada atrás da primeira. É também magistralmente conduzida, agora pelo astro físico norte-americano Neil deGrasse Tyson.
Também numa forma simples e extraordinariamente cativante dá-nos a conhecer ou chama-nos a atenção para problemas ou situações científicas ou não que, à partida, poderiam ser complexas, ainda que parcialmente possamos ter algum conhecimento sobre elas, mas que nos prendem ao écran, de modo a ficarmos a conhecer ou reconhecer o Mundo em que vivemos e a sabermos mais sobre ele e compreendermos melhor a realidade que nos rodeia.
Sim, porque a Ciência e os problemas científicos fazem parte do nosso dia-a-dia!
E é essa a magistral lição destes programas, mostrar-nos o modo como a Ciência, os cientistas e as suas decisões e principalmente de quem financia a Ciência, determinam o funcionamento das nossas sociedades!
Não posso esquecer o destaque que deu, num dos episódios da semana passada, aos problemas energéticos. Como não faz sentido que a Humanidade continue a utilizar os combustíveis fósseis como fontes de energia, quando o Sol todos os dias ilumina, aquece e põe em funcionamento a Vida na Terra, libertando energia limpa que o Homem não aproveita e que era suficiente para desenvolver todas as atividades em que dela precisamos. E o realce à destruição do homem sobre o seu próprio habitat, com a crescente e incontrolável produção de dióxido de carbono, que num futuro poderá levar à sua própria auto - destruição.
E como as ideias e descobertas dos cientistas nem sempre são compreendidas e aceites à primeira… Às vezes nem no próprio meio científico.
Ocasionalmente, as rivalidades absurdas entre alguns cientistas!
E como os interesses económicos, o imediatismo na obtenção de proveitos financeiros e a cupidez humana condicionam e limitam o progresso da Ciência e da Vida Humana.
E… E….
Pois! É uma série a não perder!
Mas devia ser apresentada num horário menos tardio, talvez até noutros dias da semana, de modo a que fosse acessível, nomeadamente a jovens e estudantes, de qualquer Área, pois as temáticas embora importantes para todas as pessoas, são de especial realce para quem estuda.
Fontes de recolha das imagens:
natgeotv.com/pt/cosmos - national geographic channel