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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Árvore peculiar: ainda no Outono!

Jacarandá...

...no Jardim da Avenida da Liberdade.

20250424_122712.jpg

(Na Cidade Branca! Cidade de Régio!)

Ainda no Outono!

Com um pé, melhor, uns ramos, ainda no Inverno

E, outros, ansiosos, a quererem entrar na Primavera!

Sobre esta característica Árvore, faça favor de ler, o seguinte soneto.

Para esclarecer melhor a filosofia deste ser vivo, tão emblemático!

***

Saúde! Paz! Poesia! E Viva a Liberdade!

 

Malinha de Mão…

Glosando Poema de Fernando Pessoa.

 

Aqui vou eu, menina, avisá-la

Viajar barato, de avião…

Redobrados cuidados com a mala

Não vá levá-la, um tal gavião!

 

Como posso eu, menina, amá-la

Sem sua mala, malinha de mão?!

Por favor, peço, não deixe levá-la

Estou-lhe lembrando, de antemão.

 

Não há perdão, nem pode haver indulto

Para gavião, mesmo que estulto

Lançando mão do que é da menina

 

Lá por ser quem é, de estar imune

Ilusão sua de ficar impune

Julgar nas malas achar uma mina!

 

***   ***   ***   ***   ***

Este soneto foi escrito glosando um Poema de Fernando Pessoa, de que me ficaram na memória algumas ideias gerais. Está muito aquém do Mote, como é evidente.

O Poema foi publicado num blogue, no SAPO, muito recentemente. Reproduzia o Poema original e reportava uma ligação, onde se referia ser de 1922!

Quando foi publicado, não tive oportunidade de postar como favorito, nem comentar. Entretanto, deixou de estar acessível, nesta voragem comunicacional dos postais nos blogues.

Tenho tentado localizar o blogue e o postal, mas não consegui. Tenho a imagem mental do template do blogue e do poema. Tentei várias ideias de busca, mas sem resultados positivos.

Se algum Leitor tiver ideia do Poema ou do Blogue, agradeço que me deixe ligação, Se Faz Favor! Obrigado.

 

2 Quadras – 1 Sextilha

Não compõem 1 Soneto!

Ou será que formam um soneto?!

 

Meu amor, não vás embora

Não te vás tu d’abalar

Não me deixes nesta hora

Que eu me fico a chorar.

 

Meu amor, não vás agora

Deixa-te aqui ficar

Qu’ o tempo não se demora

P’ra nós dois, enfim, levar!

 

*******

 

Meia-noite, uma guitarra

Uma espada cimitarra

Trespassa teu coração.

Meio-dia, meia-lua

Na minha mão e na tua

Vai nascer nova ilusão!

 

 ***   ***   ***

Continuo com uma de Poesia. Poemas repescados em cadernos de apontamentos antigos, que resolvo ir publicando. Para que não fiquem sufocados, entre folhas resguardados, sem verem a luz do dia, na Casa da Dona Internete! (São de 2021!)

 

Tudo se compra e vende?!

Soneto de irreverência. Estrambótico?!

À moda de Bocage…

 

Num mundo em que tudo se compra e vende

Há algo que por demais todo o mundo dá

Que aos ditos e às cujas nada nos prende

Por vezes se soltam. Voam ao deus-dará!

 

Por ditos e falas muita gente s’ ofende

Sobre tais sons e tais cheiros… D’onde virá?!

Que tal património geral nada nos rende

Transversal, comum a todos, ou não será?!

 

Rico, pobre, nobre, plebeu, todos iguala

E, do assunto, jocosamente se fala

Tal nos manda etiqueta e decência.

 

Por bem e por mal, em nome da ciência

Não nomeio. E o que pense não me rala

Não sabe, não digo. Tenha paciência!

 

Se não dá… Venda! Compre! Por excelência!

*******   *******   *******

(Escrevi este poema antes da pandemia. - (2019).

Resolvi passá-lo a computador, reorganizá-lo.

E publicá-lo! Com uma certa irreverência.)

 

«Outono» - Poema de Deolinda Milhano

(A propósito de “Momentos de Poesia”)

 

«Doce Outono que o intenso calor amainas

Contigo arrastas os primeiros frios e chuvas

Nos campos desempenham-se as mais árduas fainas

Envergam-se casacos, cachecol, as luvas…

 

Amadurecem os marmelos e castanhas…

Colhem-se azeitonas, romãs, prova-se o vinho…

Mostram-se além mais desnudadas as montanhas

Aumenta o caudal dos ribeiros, burburinho.

 

Dias cada vez mais minguados e cinzentos

As folhas rodopiam movidas p’los ventos

Folhas verdes, roxas, castanhas, amarelas…

 

Campos matizados de belos coloridos…

Lindos de apreciar, agradam aos sentidos…

Dignos de pintar, de exibir em aguarelas!»

 

                              ***

 

In. “MISCELÂNEA” PoesiaDeolinda Milhanop. 112

Gráfica: “A Triunfadora – Artes Gráficas, Lda – Depósito Legal: 371835 / 14

 

 

«Aleluia»  (Poema de Miguel Torga)

Ameixoeira. foto original. 16.03.23.

 

 

 

 

 

 

 

 

«Não foi milagre ressurgir, Senhor,

Num dia natural de primavera.

Tudo ressurge quando tem calor.

É por calor que toda a morte espera.

 

Milagre era acordar no inverno, era

Subir da cova frio como a dor,

E, com neve nas dobras da quimera,

Mostrar a Madalena a carne em flor.

 

Contra a seiva da vida e a sua lei

É que valia a pena demonstrar…

Viver dentro da morte é que era um salto!

 

Assim, vejo-te apenas como sei:

Um corpo que parou de levedar,

E veio à tona ver o céu mais alto.»

 *******

Plátano. Foto original. 17.03.23.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poema de “LIBERTAÇÃO” – 1944

In. ANTOLOGIA POÉTICA – Miguel Torga – 9ª Edição –Publicações Dom Quixote – Maio 2019 – pag.72

*******

J. Régio

 

As duas Quadras…  encontraram dois Tercetos!

Mas não acharam a Paz… ainda!

Um ser inominável…

 

Anda, por aí, ser inominável

Invadindo um País Soberano

Almejando ficar homem notável

Só se tornou ainda mais tirano.

 

Assim ficou por demais execrável

Espelhando seu juízo insano

Entre seus sequazes mor detestável

Perdendo sua condição d’humano!

 

Cinismo, crueldade: indecentes

De quem ordena matar inocentes

Destruir casas, civis estruturas.

 

Por mais que tu te expliques, só mentes

Inda que digas bem fazer… perjuras.

Só na tua paranoia perduras!

 

*******

(Este encontro das 2 quadras com os 2 tercetos deu-se ontem, 3 de Julho. As quadras já vinham de 17 de Maio, publicadas a 12 de Junho! Quando se encontrarão, quadras e tercetos, com a tão almejada PAZ?!)

 

 

Um Soneto de Manuel Valente!

«A Meus Paes»

 

«Noite silenciosa em que a tristeza

Fala baixinho ao coração aflicto…

Uma estrella sequer, se o céu eu fito

Brilhar não vejo na amplidão acesa

*

Dorme por toda a parte a Natureza

Na doce paz, no seio do infinito…

No entretanto afanoso eu ressuscito

Uma lembrança entre soluços presa.

*

Talvez que lá no meu Paiz distante

Onde vivem meus paes e irmãos queridos

(recordação que beijo a cada instante!)

*

Talvez nest`hora de silencio eterno,

Que os olhos todos cerrem-se endormidos

Que só não durma o coração paterno!...»

*

Manuel

Rio de Janeiro, 16/4/912

 *******

Voltamos à Poesia. Num modelo clássico: o Soneto! Talvez a forma mais perfeita de expressão do sentimento poético. Para muitos apreciadores de Poesia, não é talvez, é de certeza.

Divulgamos, novamente, Poesia de “Outros Poetas”. Uma estruturação temática transversal ao blogue. Muitos textos poéticos de “Outros Poetas e Poetisas” constituem acervo de “Aquém-Tejo”.

Se quiser saber como surgiu este poema no blogue, é ter a amabilidade de ler os comentários do penúltimo postal “Rota Histórica de Flor da Rosa”. Aí se contextualiza o surgimento deste Poema.

Se quiser saber sobre Manuel Valente, faça favor de consultar.

Obrigado!

Segundo Mª J. Brito de Sousa, de poetaporkedeusker”, “é o único dos sonetos dele que sobreviveu aos anos, às perseguições e aos exílios…”

A temática da Saudade dos Paes e Familiares, para quem está distante. Se faz favor, repare também na “ortographia”.

Muita Saúde e PAZ!

 

Glosas com Rosas (I)

Poetaporkedeusker

Os últimos postais tenho-os dedicado à Poesia!

Caro/a Leitor/a, a divulgação da Poesia foi um dos motivos principais na criação deste blogue.

(Um ligeiro desvio no raciocínio… Já reparou a quantidade de postais em que já não falo da pandemia, nem sequer apresento a etiqueta “Covid 19”? É saudável!)

Voltando ao teor principal da narrativa.

Rosa e Malvas Rosas. Foto original. 2021. 04. jpg

Quando publiquei as duas quadras do texto poético, no penúltimo postal, sob o títuloTem perfume, é olorosa”, Maria João Brito de Sousa, de “motu próprio”, criou uma quadra, a partir do último verso da minha segunda Daí lhe vem azedume”.

 

Achando a ideia original, passei a propor às Pessoas que comentaram o postal, que criassem também uma quadra a partir de um verso, das duas que eu divulgara.

CheiaeMargarida tiveram a amabilidade de responder à sugestão.

Logo pensei como lhes agradecer aos três…

Para esse fim, resolvi publicar um postal para cada uma das criações.

 

Hoje, neste postal, apresentamos em destaque a quadra de Maria João Brito de Sousa:

 

“Daí lhe vem azedume”

Porque inda que frágil sendo,

Ganhou a rosa o costume

De tentar-se ir defendendo…

 

 *******

Mª João Brito de Sousa tem vários blogues, entre os quais:  Poetaporkedeusker 

 

É o blogue que tem mais ativo, onde praticamente todos os dias patenteia a sua classe inexcedível de poetar, na estrutura formal e de conteúdo mais perfeita de “respirar” Poesia: o Soneto!

Aventure-se a navegar e avalie por si. SFF!

Obrigado pela sua atenção e amabilidade.

 

MÃOS de Tactear

 

MÃOS de Tactear

 

Mexer, moldar, amassar o barro

Dar-lhe uma forma de mulher

Numa infusa de asa, num jarro

Empedrar enfeites de malmequer.

 

Traçar sonhos na cortiça

Bordar varandas e janelas

Mãos que agarram na rabiça

Esculpem santos de capelas.

 

Em trança, cabelos sedosos

Sentem escorrer neles, calosos

Grosseiros dedos de trabalhar.

 

Afagar um rosto de criança

Sorrir-lhe, ganhar confiança

Num beijo de amor e de amar.

 

 

Escrito em 1988

Publicado em:

Boletim Cultural Nº 3 de Círculo Nacional D’Arte e Poesia, Maio 1990

 I Antologia Poética do Círculo Nacional D’Arte e Poesia – CNAP – 1994.

 

 

 

 

 

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