Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Querem ver que o José, pensa que eu, estando a publicar tão pouco, preciso de energia extra?!?!
Abro! E o que vejo?!
Comprimidos tonificantes?!
Acompanhando o recipiente, este “escrito” manual...
...Tão ao jeito e modo dos "tempos antigos", em que se escrevia manualmente, se poupava no correio… se poupava em tudo... porque vivíamos numa "economia de subsistência"...
Tantas lembranças me ocorreram. Porque esta prática de enviar escritos, acompanhando encomendas simples ou elaboradas, foi um costume que todos usámos, ricos e pobres, antes do eclodir de todas estas funcionalidades modernas com que hoje lidamos tu cá, tu lá!
(Até aos anos sessenta, setenta, talvez ainda nos oitentas, do século XX, eram práticas vulgaríssimas.)
E no texto, vem a explicação: Frutos / Sementes de Dragoeiro.
Achei o máximo! Adorei!
E logo tratei de semear.
Nuns vasos, coloquei uma base de “estrume” vegetal, um pouco de terra em cada um e as sementes espalhadas. Quatro ou cinco por cada vaso.
Depois, tapei com um pouco de terra.
E, agora?!
Agora é aguardar a Primavera!
Obrigado, José, pela sua extraordinária lembrança!
Foi um “Presente de Natal” maravilhoso!
Muitíssimo Obrigado e também “Votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo”!
E, O/A Caro/a Leitor/a, o que acha desta prenda tão interessante?!
(...) (...)
(Igualmente, também para si, votos de Excelente Natal e Óptimo Ano Novo!)
E ainda sobre idas ao espaço, em turismo, promovidas por alguns multimilionários que assim experimentam e põem em funcionamento as respetivas empresas, com que querem lançar-se em concorrência, levando a passear outros endinheirados como eles.
Nem a propósito, no dia 24 de Julho, saíram duas notícias no SAPO, versando estes temas.
No respeitante aos javalis referem a questão do carbono libertado da terra, pela fossada dos bichos. Algo que desconhecia completamente. E pelos vistos o espaço territorial de intervenção destes animais é muito mais alargado do que eu supunha. Julgaria que se restringia principalmente a Portugal e Espanha. Pelos vistos não.
É necessário promover as batidas e caçadas aos ditos cujos, para controlar as respetivas populações. Entre outras vantagens, haverá sempre algum ganho económico com essa atividade.
Lancem mãos à obra!
*******
Quanto aos aspetos negativos das viagens espaciais para turismo, no respeitante ao Ambiente, à partida elas são evidentes.
Uns indivíduos, mais que milionários, resolveram dar umas voltinhas no espaço, para verem a Terra lá de cima. Como se não bastassem os milhares de aparelhos que por lá andam a monitorizar o Planeta, há dezenas de anos.
Se queriam vivenciar uma experiência verdadeiramente imersiva sobre a realidade terrestre, múltiplas e variegadas opções poderiam viver por cá. Ele há tanta gente a viver vidas tão díspares, sem o mínimo de condições básicas de sobrevivência, que eles se poderiam juntar a elas e, vivendo em pé de igualdade, talvez valorizassem os milhões, de que dispõem, na criação de condições para que a vida de milhões de outros Seres Humanos melhorasse.
Um deles, ao que li, não come bifes, para que o impacto negativo sobre a Natureza com a produção de carne seja diminuído.
Não digo que, neste aspeto, não tenha razão. É necessário reduzirmos o consumo. Evitarmos o desperdício, nomeadamente o alimentar, entre outros comportamentos e atitudes que deveremos ter perante a Natureza. Não necessariamente erradicarmos liminarmente o consumo de carne nas nossas dietas.
Mas, convenhamos, a moda que estes multimilionários inauguraram, que de uma moda se trata, e que virá para ficar (?), não será muito mais impactante sobre a Natureza, a Terra, o Planeta, o espaço envolvente?!
Para o Bem? Para o Mal?!
E, a propósito de “Bifes”...
B. Johnson “libertou” os ingleses, das restrições da pandemia, a partir de 19/07/21.
“Dia da liberdade”! Quando os casos de Covid atingiam números record! Contra o parecer de cientistas e de gente avalizada sobre o tema.
Como se a Liberdade se traduzisse no andar a chocalhar por bares, discotecas e pubs, a emborcar cervejas, a encher estádios e arredores, de pessoal de bebedeiras.
Estranho conceito de liberdade!
Sabendo todos como o Reino Unido é uma peça central em todas as comunicações na Europa e no Mundo. São múltiplas e variadas as interações que o conectam com todos os países, de todos os continentes.
E como tem sido também um dos focos transmissores de variantes do Corona.
“Inglesices”, no mínimo.
Outra questão diametralmente oposta ou talvez não.
Li, também muito recentemente, que os lobos a modos que voltaram ao distrito de Castelo Branco. No corpo da notícia depreendia-se regozijo por tal facto.
Eu, que tenho andado atarefado com os efeitos das raves de javalis e javalinas e consequentes “javalinices”, fiquei mais preocupado, do que feliz.
Não fora esse hipotético retorno um mau sinal ou sintoma negativo da vida do nosso Interior: o despovoamento, a desertificação, o abandono dos campos.
Para muito pessoal das Cidades, do Litoral, é “must” a vinda e proliferação dessas bichezas nos campos. Como se o Interior fosse assim uma espécie de reserva cinegética, para contemplar e fotografar aos fins de semana, em experiências muito relaxantes, para cativar amigos no Face e no Insta.
Porque o retorno desses animais ao campo irá provocar destruição desnecessária. Ou pensam que qualquer criador de ovelhas gostará de as ver dizimadas?!
(A propósito, quando retomam a caça aos javalis?! E o abate de cães de matilhas selvagens?)
Não que eu não aprecie a contemplação e vivência natural, sob os múltiplos aspetos que ela nos proporciona: animais, plantas, mundo mineral. Tudo me interessa e a harmonia entre os vários agentes que moldam a Terra cativa-me e toca-me. Pena tenho que fotos de animais, especialmente “selvagens”, tenha dificuldade em tirar. Por isso me volto mais para as plantas e paisagens.
E quanto ao espaço e hipotéticas viagens siderais, atesto que me desinteressam completamente. Não me vejo a viajar por aí. Bastou-me andar de avião. Coisa que não faço há anos. Da última vez que “voei”, foram tais dores de cabeça, que fiquei sem vontade de repetir!
Saúde! Muita! E, Obrigado por me ler até aqui!
(Fotos?! Rosas, rosas e mais rosas / Três rosas e uma hortênsia.)
Esta, dita de Verão, causa-me sempre confusão. De repente, mal damos por isso, já é meio-dia.
Para quando, as entidades competentes, as governanças que nos dirigem, as nacionais ou as internacionais, se decidem por definir um modelo de hora que fique estabelecido, sem precisar de se mudar semestralmente?!
Vejam qual o melhor modelo, são “cabecinhas pensadoras” e decidam-se!
As fotos?!
Continuam da glicínia, fotografada em Óbidos, em Abril de 2019.
E porquê?!
Uma curiosidade. Li numa revista de jardinagem, que as glicínias crescem no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. (Estes deslocam-se da direita para a esquerda.)
Nas fotos da glicínia apresentada verifica-se que a planta se “movimenta” da esquerda para a direita. A base de nascimento está no quintal da casa, que fica à esquerda e o respetivo crescimento processa-se para a direita.
Interessante, não acha?!
Quanto ao “movimento” das plantas, este é um facto. Chamam-se tropismos. São direcionados pela luz, fototropismos; pela água, hidrotropismos... Correspondem ao crescimento da planta, que, na verdade, é um movimento.
E, através, das sementes, também se deslocam, enviando os filhos e filhas, para bem longe. E, para isso, pedem ajuda a outros seres: aves, insetos, mamíferos e outras entidades: o vento, a chuva… Eu sei lá! As plantas são seres também dotados de inteligência! Também comunicam e se ajudam entre si e com outros seres vivos.
Admirado/a?!
Há imensa literatura científica sobre o assunto. Filmografia, reportagens sobre o tema.
A Vida na Terra é extraordinariamente fascinante e o Ser Humano não é o único ser inteligente à face do Universo.
Bem bastas vezes tem dado provas precisamente do contrário.
E onde a conversa já vai… a partir da mudança da hora.
Vou mudar de registo.
E desejar continuação de excelente “Domingo de Ramos”, com muita Saúde.
Uma das temáticas que percorre este blogue é a divulgação de acontecimentos culturais, relevando os de caráter regional, que passam muitas vezes injustamente despercebidos.
Ocorreu na passada 3ª feira, dia 26 de Julho, em Altura – Alagoa, Algarve a “inauguração” do Mercado da localidade, melhor, inauguração da respetiva "requalificação". Espaço muito agradável e acolhedor, cheio de luz, aonde já fora fazer compras: pão, fruta, artesanato. Também se pode aí adquirir bom peixe, como é habitual apanágio dos mercados tradicionais.
A ocorrência da apresentação da mencionada exposição “O que o Mar cria e o Homem recria”, de Ana Paula Frade, estruturada a partir de conchas e carcaças de crustáceos e outros “frutos” do Mar, levou-nos propositadamente a nova visita.
Emoldurados, estes elementos marinhos, abundantes nas belas praias do concelho de Castro Marim, constituem imaginativos quadros artísticos, que muito embelezam e valorizam o espaço comercial. Será de todo conveniente que outras exposições possam aí acontecer, bem como algumas das obras expostas possam constituir um futuro acervo expositivo permanente.
(Permito-me dois comentários – questões.
Não seria mais correto o título “… e a Mulher recria”?
E uma pequena “etiqueta” / subtítulo, para cada um dos quadros, não valorizaria cada um dos trabalhos apresentados?)
Também exposto, um barco tradicional muito bem decorado por trabalhos em crochet - “Barco Lendas e Rendas”, sonhos e poemas, resultantes do trabalho de um grupo de intervenção social “ACASO – Associação Cultural e de Apoio Social de Olhão”.
Embelezando e valorizando este texto, várias fotos originais de D. A. P. L. documentam os trabalhos expostos.
No final da inauguração e abertura da exposição, uma apetitosa caldeirada foi oferecida aos visitantes. E, entre várias outras bebidas, uma fresquíssima e agradabilíssima sangria.
Relativamente à caldeirada, algo que me surpreendeu agradavelmente na sua composição, pois nunca tal ainda constatara. Além do habitual peixe, também havia nacos de carne de porco: chouriço e presunto.
Não esqueçamos que Castro Marim é um concelho simultaneamente com costa marítima, litoral de excelentes praias, frente de rio e uma parte fundamental de terra interior, de tradições campesinas.
Daí talvez esta composição híbrida de Mar e Terra, que resulta muito bem!
Constatei que, entre o público assistente/participante, pouca gente figuraria dessa massa enorme de população que, nestes escassos meses de verão, “invade” as praias algarvias. Atrever-me-ia a dizer que nós seríamos os poucos ou mesmo os únicos “representantes”, que acedemos ao convite expresso e divulgado em variados locais públicos da povoação.
Para além do agradecimento e dos parabéns às entidades organizativas, reforço que as exposições e o mercado, devidamente requalificado, aguardam e merecem uma visita!
Deixo também uma sugestão / questão sobre que já tenho falado com outras pessoas que trabalham em mercados de outras localidades.
Relativamente ao horário, mantendo o habitual e tradicional da manhã, comum a todos os mercados que conheço, não seria de se pensar também noutros horários flexíveis?
Por ex., neste caso e na época de veraneio, experimentar uma abertura também ao final da tarde, para direcionar aos “consumidores” provenientes da praia. Isto digo eu!
Noutras localidades, suburbanas, abrir também ao final da tarde, na hora de regresso dos trabalhos diários, julgo que também seria de experimentar.
E noutras, em que o mercado apenas abre alguns dias, penso que a abertura diária ajudaria a fidelizar clientes.
Isto sobre os horários… Porque haverão outras situações que podem ajudar a dar vida aos mercados tradicionais.
Bem sei que há imensas e enormes superfícies comercias, concorrendo e disputando os consumidores com outras condições muito mais vantajosas!
E onde esta conversa chegou!
Que isto de mercados tem muito que se lhe diga…
E sobre os ditos, uma sugestiva imagem de uma balança tradicional, no referido "Mercado Requalificado", e também foto original de D.A.P.L.!
Seguidamente se apresentam as principais informações disponibilizadas sobre a Paróquia de “Aldea da Mata”, com base nas fontes referenciadas no “post” anterior e com as respostas dadas pelo Pároco: ”O Reytor Cura Jozeph Martins”, respondendo às perguntas formuladas no Inquérito.
Nesta divulgação optei pela utilização da ortografia atual, contrariamente ao que apresentara na versão publicada no Jornal “A Mensagem”, em 2014, de modo a tornar a informação mais entendível, embora considere que não é difícil compreender o texto com a ortografia da época.
Sublinhei alguns termos a negrito para destacar a informação. (As respostas do Pároco estão entre "aspas".)
Só estão apresentadas as perguntas sobre as quais houve respostas.
1.Em que província fica, que bispado, comarca, termo e freguesia pertence?
R: “Aldeia da Mata fica na Província do Alentejo, comarca do Crato no termo da mesma vila, não pertence a outra freguesia.”
Se é d'el-rei, ou de donatário, e quem o é ao presente?
R: “É do Sereníssimo Senhor Infante Dom Pedro como Grão Prior deste Priorado do Crato.”
Quantos vizinhos tem e o número das pessoas?
R: “Tem trezentas pessoas de sacramento, e oitenta menores.”
Se está situada em campina, vale, ou monte, e que povoações se descobrem dela, e quanto dista?
R: “Está situada em campina pequena.”
Se a paróquia está fora do lugar, ou dentro dele, e quantos lugares, ou aldeias tem a freguesia, todos pelos seus nomes?
R: “A paróquia está fora da aldeia mas quase próxima a ela.”
Qual é o orago, quantos altares tem, e de que santos, quantas naves tem; se tem irmandades, quantas, e de que santos?
R: “São Martinho é o seu orago, tem mais três altares, da Conceição, Rosário, e Almas, e tem somente uma nave.”
Se o Pároco é cura, vigário, ou reitor, ou prior, ou abade, e de que apresentação é, e que renda tem?
R: “É reitor cura o qual apresenta o dito Sereníssimo Senhor Infante, tem de ordenado dois moios de trigo, vinte almudes de vinho, e em dinheiro dois mil reis.”
Se tem ermidas, e de que santos, e se estão dentro, ou fora do lugar, e a quem pertencem?
R: “Tem duas ermidas, uma de Santo António outra de São Pedro muito pobres ficam quase fora da mesma aldeia e pertencem ao pároco da dita freguesia de São Martinho.”
Quais são os frutos da terra que os moradores recolhem em maior abundância?
R: “Recolhe centeio, algum trigo e milho.”
Se tem juiz ordinário, etc., câmara, ou se está sujeita ao governo das justiças de outra terra, e qual é esta?
R: “Tem juiz da vintena e é sujeita ao juiz de fora do Crato.”
Se tem correio, e em que dias da semana chega e parte; e, se o não tem, de que correio se serve, e quanto dista a terra onde ele chega?
R: “Não tem correio serve-se do do Crato.”
Quanto dista da cidade capital do bispado, e quanto de Lisboa, capital do reino? Se tem algum privilégio, antiguidades, ou outras cousas dignas de memória?
R: “Dista uma légua do Crato, e vinte e sete de Lisboa.”
Se padeceu alguma ruína no terramoto de 1755, e em quê, e se está reparado? R: “Não padeceu ruína alguma.”
Na parte do Questionário sobre a “serra”, foi respondido: “Não tem serra grande nem pequena.”
Sobre o “rio”: “Não tem rio grande nem pequeno, somente uma ribeira pequena que corre alguns meses no tempo do Inverno e neste mesmo tempo moem dois moinhos de moer pão que estão na mesma ribeira limite da mesma aldeia.”
Em 1758, no reinado de D. José I, três anos após o “Terramoto de 1755”, através de um aviso de 18 de Janeiro do Secretário de Estado dos Negócios do Reino, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, foram enviados interrogatórios para todos os Párocos do Reino, inquirindo-os sobre as respetivas paróquias e povoações.
Nesses inquéritos eram formuladas questões incidindo sobre três temas:
A terra, isto é, a localidade propriamente dita, nomeadamente sobre a sua geografia, dados eclesiásticos e religiosos, demográficos, históricos, económicos, administrativos e jurisdicionais, entre outros. Também se questionava sobre os danos provocados pelo “Terramoto”. Um total de 27 perguntas.
A serra, incluindo 13 questões sobre alguma serra existente na paróquia, seus cursos de água, minas, plantas, caça, povoações, etc.
E os rios, com 20 perguntas sobre a sua designação, volume de águas, navegabilidade, pescarias, cultivos nas margens, eventual ouro de aluvião, pontes, existência de moinhos ou lagares de azeite, etc.
Havia ainda uma pergunta, funcionando como recomendação final: «E qualquer coisa notável que não vá neste interrogatório.»
Após respondidos, deveriam as respetivas respostas ser remetidas à Secretaria de Estado dos Negócios do Reino.
A organização das respostas aos inquéritos coube ao Padre Luís Cardoso (1694 – 1769), que já anteriormente organizara um “Dicionário Geográfico de Portugal”, a partir de inquérito realizado em 1732. As designadas “Memórias Paroquiais” de 1758 só seriam concluídas em 1832.
As perguntas foram iguais para todos os párocos, mas as respostas variaram bastante, em função das características específicas de cada povoação, mas provavelmente também do eclesiástico respondente, conforme se pode verificar nas Memórias das Paróquias do “termo” da “villa” do Crato.
Na “Torre do Tombo” estão depositados 44 volumes manuscritos de “Memórias Paroquiais”, disponíveis online.
A Universidade Nova de Lisboa, em colaboração com o Instituto dos Arquivos Nacionais / Torre do Tombo também disponibiliza informação tratada sobre o assunto.
A Universidade de Évora, através do CIDEHUS – Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora e da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, disponibiliza informação digitalizada sobre várias paróquias do Alentejo, nomeadamente do concelho de Crato.
Foi a partir destes dados que foi coligida a informação referente às paróquias do termo da vila do Crato.
Na “net” também estão disponíveis diversos trabalhos específicos sobre o assunto, de múltiplas localidades e concelhos, praticamente de todo o País.
Há também muita bibliografia disponível sobre esta temática, referente aos mais diversos concelhos do País. Diversas Câmaras Municipais e variadas Instituições culturais têm apoiado a publicação, em suporte de livro ou revista, dos documentos respeitantes às respetivas Paróquias, que na sua essência estruturam o cerne das atuais freguesias, apesar das muitas modificações existentes ao longo destes dois séculos e meio, disponibilizando, deste modo, informação sobre o respetivo passado.
Nos textos que iremos apresentado nos “posts” pretende-se fundamentalmente divulgar informação sobre o passado das paróquias do Concelho, que a memória do que foi vivido, ainda que remotamente, estrutura o presente e condiciona o futuro.
Porque, apesar das muitas mudanças e alterações no mundo atual, e precisamente por elas existirem e fazerem parte integrante do nosso padrão de vida, é importante valorizarmos o legado material e imaterial que nos foi deixado e faz parte da nossa identidade e cidadania. Aproveitando, nomeadamente, este moderno recurso, a internet, que tão democrática e enriquecedoramente nos permite, por um lado, o acesso à informação e ao conhecimento e, por outro, nos proporciona a subsequente divulgação.
Que ao ‘Acender-se uma Luz…’! Usufruindo do direito inalienável da “Liberdade de Expressão”.
Poder-se-á dizer que estes textos memoriais têm lacunas e limitações. Certamente terão e estudiosos avalizados sobre o tema enumerá-las-ão…
Têm também virtualidades. Na minha perspetiva, nomeadamente a utilização da metodologia de inquérito, em que questões estruturadas e comuns foram colocadas a todos os Párocos do Reino, permitindo a recolha relativamente simultânea de respostas de diferentes pessoas, de variadas localidades sobre os mesmos problemas, obtendo informações que, com todas as relatividades inerentes, permitem tirar conclusões sobre aspetos comuns a todo o território.
Frisando, como disse, limitações que existem.
Por ex., pode ficar-se a conhecer e comparar os efeitos do “Terramoto”, pelas diferentes regiões do País. Lendo as Memórias Paroquiais de Almada e do Crato notam-se grandes diferenças sobre os efeitos que este fenómeno geológico teve em cada um dos “termos”.
Também se pode analisar comparativa e regionalmente sobre as produções agrícolas dominantes. E também concluir que, genericamente, assentavam à época ainda na trilogia fundamental desde a época romana: cereal, vinho e azeite, para além da criação de gado. Existiam, contudo, especificidades e preponderâncias regionais de uns ou outros produtos.
Notas Finais:
Através deste “post”, voltamos à temática histórica.
Uma versão deste texto foi publicada no Jornal “A Mensagem”, em 2014.
Imagens:
- mapa do concelho do Crato, in “aquém-tejo.blogsapo.pt/ …”
- Sebastião José de Carvalho e Melo (1699 – 1782), Escola Portuguesa, Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco, in Wikipédia.
- “Gravura em cobre, mostrando Lisboa em chamas e o tsunami varrendo o porto”, in wikipédia.
- imagens de “centeio, uva e azeitona”, in wikipédia.
Também no Canal 2 (RTP2) passa uma série imperdível, embora num horário demasiado tardio: 23h 30’, de 3ª a 5ª feira!
Mas a série não é excepcional. É excepcionalíssima.
Refiro-me a “COSMOS – Odisseia no Espaço.”
É uma 2ª edição desta série científica, cuja 1ª edição ocorrera na década de oitenta e fora realizada e conduzida por Carl Sagan, coadjuvado pela sua mulher, Ann Druyan.
Já nessa edição ficara encantado com a temática abordada e a apresentação pelo cientista de assuntos à partida complexos, mas que ele nos revelava de forma tão simples e extraordinariamente apelativa.
Na altura, década de 80, também li o livro “COSMOS”, em edição da Gradiva / Bolso.
Esta 2ª edição da série não fica nada atrás da primeira. É também magistralmente conduzida, agora pelo astro físico norte-americano Neil deGrasse Tyson.
Também numa forma simples e extraordinariamente cativante dá-nos a conhecer ou chama-nos a atenção para problemas ou situações científicas ou não que, à partida, poderiam ser complexas, ainda que parcialmente possamos ter algum conhecimento sobre elas, mas que nos prendem ao écran, de modo a ficarmos a conhecer ou reconhecer o Mundo em que vivemos e a sabermos mais sobre ele e compreendermos melhor a realidade que nos rodeia.
Sim, porque a Ciência e os problemas científicos fazem parte do nosso dia-a-dia!
E é essa a magistral lição destes programas, mostrar-nos o modo como a Ciência, os cientistas e as suas decisões e principalmente de quem financia a Ciência, determinam o funcionamento das nossas sociedades!
Não posso esquecer o destaque que deu, num dos episódios da semana passada, aos problemas energéticos. Como não faz sentido que a Humanidade continue a utilizar os combustíveis fósseis como fontes de energia, quando o Sol todos os dias ilumina, aquece e põe em funcionamento a Vida na Terra, libertando energia limpa que o Homem não aproveita e que era suficiente para desenvolver todas as atividades em que dela precisamos. E o realce à destruição do homem sobre o seu próprio habitat, com a crescente e incontrolável produção de dióxido de carbono, que num futuro poderá levar à sua própria auto - destruição.
E como as ideias e descobertas dos cientistas nem sempre são compreendidas e aceites à primeira… Às vezes nem no próprio meio científico.
Ocasionalmente, as rivalidades absurdas entre alguns cientistas!
E como os interesses económicos, o imediatismo na obtenção de proveitos financeiros e a cupidez humana condicionam e limitam o progresso da Ciência e da Vida Humana.
E… E….
Pois! É uma série a não perder!
Mas devia ser apresentada num horário menos tardio, talvez até noutros dias da semana, de modo a que fosse acessível, nomeadamente a jovens e estudantes, de qualquer Área, pois as temáticas embora importantes para todas as pessoas, são de especial realce para quem estuda.
Fontes de recolha das imagens:
natgeotv.com/pt/cosmos - national geographic channel
Após a divulgação de cinco poesias relativas ao Alentejo, “viagens no tempo e no espaço” sobre este tema que nos é tão querido, voltamos a divulgar, conforme delineado, um texto em prosa de ficção, uma viagem no Tempo sobre História…
VIAGENS… surreais. No Tempo.
Todos os dias fazia viagens. Casa trabalho, trabalho casa. Pequenas viagens e apenas simples viagens.
Mas, naquele dia, VIAJOU real(mente). Uma verdadeira VIAGEM.
Num tempomóvel viajou. Uma viagem no Tempo.
Entrou num aparelhómetro semelhante a uma cabine telefónica das antigas. A porta fechou-se automaticamente. Carregou numa manivela… Sentiu-se estremecer por todo o corpo.
Um turbilhão de névoas em espiral… Todo o aparelho abanava, como se estivesse em convulsões.
Parou.
De repente achou-se num espaço e tempo desconhecidos.
Era um pátio enorme, cheio de água. Azul, muito azul. No meio, um estrado. Sobre ele uma mulher…
Vestido cor-de-rosa, um grande decote, por onde escorria um líquido. Azul, muito azul.
Entre mãos segurava uma cabeça, cabelo empoado, salpicado de azul.
Reconheceu-a.
Era Maria Antonieta, segurando a própria cabeça, há pouco decapitada.
Só então compreendeu que a água, o líquido azul, era o seu sangue. Azul, muito azul.
Falava. Perguntava.
- “ O meu menino?! O meu menino?!”
- “O menino está bem. Ainda há pouco dormia.” Responderam-lhe, em coro, milhões de mães, angustiadas com os seus próprios filhos.
Tranquilizou-se.
E pondo a cabeça entre um dos braços, apontou. Apontou para cima.
Num céu também azul, muito azul, estava um Sol. Um Sol – deus um Deus – sol. Muito gordo, cada vez mais gordo, uma grande cabeleira empoada, estava. Brilhando, brilhando cada vez mais, resplandecente de ouro, estava Luís XIV, o Rei. O Rei – Sol.
Todo ele era ouro. Barras de ouro, moedas de ouro. Luíses de ouro.
Ficou farto. Farto de tanto ouro, de tanto azul. Ouro e azul…
E mergulhou.
Mergulhou e achou-se numa banheira com Marat, todo ensanguentado.
Mas esse sangue era vermelho. Vermelho de sangue. Sangue de vermelho.
Experimentava, fazia experiências. Consultava manuscritos, equações e fórmulas.
Reconheceu a letra. De alguém que andara… há muito!... consigo, no Liceu.
Era de Lavoisier.
E Marat perguntou qual era a fórmula da água. Esquecera-se. E queria transformar todo aquele sangue em água. Estava farto de tanto sangue.
“H2O”, responderam-lhe milhões e milhões de vozes, de todos os injustiçados que morrem inútil e futilmente, como resultado de todas as atrocidades que os homens cúpidos de ganância e poder cometem contra os próprios irmãos de sangue.
E o narrador desta história mergulhou de novo na banheira ou piscina, não sabia… Também estava farto de sangue. Azul e agora vermelho.
E chegou ao fundo. Viu o fundo. E espantou-se!
Não era esmaltado, nem branco, nem azul. Não era vulgar, de uma banheira ou piscina normais.
O fundo era humano. Era um homem estendido, formando os contornos de uma banheira ou piscina. Enorme, gigante, espraiando-se por toda a França. Crescendo. Crescendo sempre.
Então compreendeu tudo. As ideias aclararam-se. Fez-se Luz. Mas a paisagem escureceu. Escureceu muito, fazendo-se negra, preta, preta de carvão.
Encheu-se de Terror!
Era Robespierre. Robespierre era o fudo de tudo aquilo.
Guinou. Num golpe de rins, infletiu para cima. Deixou o preto, o vermelho, o azul. Tudo sangue.
Veio à superfície.
E de novo foi banhado por todo aquele sol dourado. Daquele gordo, farto de ouro. Que nu, se banhava num cofre cheio de luíses. Luíses de ouro.
Notou que o umbigo crescia. Pouco a pouco delineavam-se contornos, formas. Uma forma única, homogénea, humana.
Nascia um homem do umbigo do rei. Um homem pequeno. Fardado, calças justinhas ao corpo. (Mas não era freak, não!) Trazia um braço metido no casaco… ou na braguilha, não se apercebeu bem.
Ah! Napoleão…
Bonaparte, nascia do umbigo do Rei – Sol!
O Tempomóvel parou. Acabara-se a viagem. Uma luzinha vermelha indicava falta de tempolina, o combustível das viagens no Tempo.
E, subitamente, o narrador regressou ao Real(mente) Presente. Que atualmente também já é Passado.
*******
Viajava, na altura, num comboio de Elvas para Lisboa, quando “escrevi” esta história sobre a História de França e quiçá da Humanidade.
******* *******
De Luíses, julgando-se Donos do Sol e de Tudo e de Todos, está o Mundo cheio.
De Robespierres potenciais e factuais está a Humanidade farta, mas eles continuam atuando por aí, agindo de forma cruel e desumana, matando indiscriminadamente, cada vez mais selvaticamente!
E Bonapartes ávidos de Fama, Glória e Poder, cada Potência tem o seu de maior ou menor envergadura! Grave e perigoso se torna quando pretendem extrapolar essas ambições a outros povos, nações, reinos e países… O século XX teve-os bem catastróficos, em maior ou menor escala, conforme os países ou nações que tutelaram!
Quanto à viagem inspiradora essa sim é irrepetível, pois cada momento é sempre único “ não é possível um Homem banhar-se duas vezes nas águas do mesmo rio”, citando o filósofo.
E contextualizando a narrativa num plano mais realista e prosaico, há que referir que já não se podem sequer realizar essas simples viagens, tão propícias à evasão, ao devaneio, à reflexão, como eram as viagens de comboio…
Pois, muito prosaicamente, já não circulam comboios de passageiros na Linha de Leste, espaço e tempo em que, em viagem, em movimento, esta história foi surgindo.
Só mesmo viajando no tempo e vogando na imaginação.
Notas Finais:
Esta história, inspirada na História de França, foi escrita nos inícios da década de 80, julgo que em 1982.
Foi publicada no JL – Jornal de Letras, Nº 212, Ano VI, 28/07/1986, na rubrica “A Prova dos Novos”, sob pseudónimo: “Zé Manel (Mata)”.
O enquadramento da história foi adaptado, nas explicações iniciais e finais. Na versão inicial era ligeiramente diferente. Também o papel e ação do narrador foram modificados.
Quando já tenho o tema tratado e organizado para publicação, 4ª feira, 07/Jan., por trágica ironia, tenho conhecimento da ocorrência, na capital francesa, dos bárbaros e desumanos atentados, amplamente noticiados. A barbárie, a crueldade, a insanidade, a insensatez humanas, continuam desenfreadas…assassinando inocentes. Quase todos os dias, pelos mais diversos locais da Terra, a sanha assassina abate-se sobre homens, mulheres, crianças, jovens, velhos, adultos, indiscriminadamente, civis que nada têm a ver com as guerras que se eternizam pelos mais diversos locais da Terra!
É a 2ª vez que, quando preparo um post para o blog, em que um país é de algum modo mencionado, acontecem situações problemáticas nesse País. Já sucedera relativamente a Timor!
De qualquer modo divulgo esta história como tinha projetado, isto é, após a publicação da poesia “Alentejo”, também de 1982 e dos quatro poemas escritos em 1988, sobre quatro dos cinco sentidos, reportando-me a idêntica temática “Alentejo”: “Cores…, Sons…, Cheiros…, Mãos…”. Um 5º tema, versando “Sabores..”, nunca chegou a ser escrito…
Continuo dando seguimento ao projeto idealizado: ir divulgando a poesia já publicada, modalidade sobre que me tenho debruçado mais, intervalando com textos em prosa de ficção também já publicados.
Seguidamente tentarei criar um texto novo sobre uma temática atual…
Aguarde para ler!
Uma NOTA FINAL:
No concernente às fotos, e dado o tema versado, foram todas retiradas da net: wikipédia, enciclopédia livre.
As imagens são apenas uma sugestão para os subtemas. O ideal era ter imagens originais diretamente relacionadas…