Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Poeta – Cantor – Declamador – Tertuliano – Sportinguista – Professor
Ontem, soube do falecimento de José Garção Ribeiro Branquinho (08/07/1931 – 16/02/2021), através de mail enviado de Direção da APP – Associação Portuguesa de Poetas.
Para homenagear um Poeta nada melhor que dar a conhecer a sua Poesia.
José Branquinho é várias vezes referenciado no blogue e com textos poéticos aqui divulgados. Ser igualmente sócio da APP e do CNAP e participante em “Momentos de Poesia” é determinante para esse facto.
Também sobre José Branquinho e “Momentos de Poesia”, escrevi talvez a minha primeira crónica cultural, em 2013, antes de ter blogue. (A léguas de tal assunto!)
“Crónica breve dos dias de hoje”, publicada no Boletim Cultural Nº 111 de CNAP – Junho 2013. Hei-de divulgar no blogue.
José Branquinho também organizou, enquanto pôde, uma Tertúlia Poética, na Sala VIP do Estádio José Alvalade – Sporting. Ocorria nas terceiras quartas – feiras de cada mês. Nunca cheguei a participar.
Na Poesia de José Branquinho alguns dos temas dominantes são “O Amor”, “O Alentejo” e a sua e nossa também, “Portalegre”. (Era natural de Ribeira de Nisa, também uma das suas fontes de inspiração.)
Da X Antologia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia – CNAP – 2009, transcrevo:
Também para falar da Associação Portuguesa de Poetas. E para continuar na divulgação dessa nobre Arte, a Poesia!.
A APP é uma Associação, com uma enorme vitalidade.
De certo modo, só faz sentido que assim seja, dado que está nos seus trinta e dois anos, mas esse facto também se deve ao dinamismo dos Associados e, obviamente, da respetiva Direção. Ao seu trabalho e competência.
Consultando as atividades mensais desenvolvidas e as previstas de realizar, verificamos uma grande azáfama, tanto da Associação, como dos Associados:
- Lançamentos de antologias coletivas, de livros individuais, de boletins culturais; organização de tertúlias variadas, eventos diversos de caráter cultural, por todo o Portugal e também no Brasil, centrados ou com a participação de sócios; prémios de poesia; reconhecimento do mérito e do trabalho de poetas e poetisas associados da APP, em ambos os Países irmãos, por diversas, diferentes e prestigiadas Instituições; programas de rádio, workshops poéticos, palestras, peças de teatro, blogues… artes plásticas, música, canto. Eu sei lá!
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Vou falar apenas e um pouco de três eventos a que assisti e/ou participei, no finado mês de Outubro.
A vinte e nove, (29/10), a habitual Tertúlia da APP, de final do mês, na sede da Associação: Rua Américo de Jesus Fernandes, nº 16 - A, aos Olivais, Lisboa.
Integrada e inaugurada nesse contexto, uma bela Exposição de Pintura, “Momentos”, da associada, pintora Helena Cruz.
São de sua autoria, os quadros, que tomei a liberdade de enquadrar como ilustradores deste post.
Obrigado!
Também nesse enquadramento, foi apresentada a XXI Antologia, “A Nossa Antologia”, com 89 Autores. (Quase a bater o record da “V Antologia de Poesia Contemporânea”, organizada por Luís Filipe Soares, sócio nº 1 da APP, em 1988! Com 97 autores.)
Com uma sugestiva capa, ilustrada a partir de “Camões”, desenho a tinta-da-china, de Teresa Maia. (Composição e arranjo gráfico de João Luís.) Editor: Euedito.
No decurso da Tertúlia, todos os Poetas e Poetisas presentes, a maioria participantes da Antologia, tiveram oportunidade de ler/dizer/recitar/declamar um dos seus poemas. Alguns até nos demonstraram o seu estro de cantantes!
No dia quinze, (15/10), reiniciou a APP a já tradicional “Tertúlia do VÁ VÁ”.
Evento já com história, dado que proveniente de anteriores Direções da Associação. Interrompido algum tempo, devido às obras no café – restaurante.
Oportunidade para a apresentação do livro de poemas de Alcina Viegas, “Versos Do Meu Sul”, Edições OZ, 2017.
A imagem de capa reproduz um óleo s/ tela, também da Autora. (A capa e paginação são de Paulo Reis e a revisão de Paula Oz.)
Deste livro, tomei a liberdade de transcrever o poema “Além do Tejo”, pag. 22.
«Para além do Tejo,
os campos que vejo
são de sol dourado…
Os verdes trigais
e o chão semeado
são pão amassado
com dores e com ais.
E os verdes fatais,
cor dos olivais
são belos poemas,
às moças morenas.
Tem de Florbela
a dor e a candura
são amores em chama,
de uma alma pura,
alma alentejana.»
(Já conhecia a poesia desta Autora do blogue “Rumo ao Sul”.)
(Neste evento, de sala cheia, com mais de quarenta pessoas, apenas assisti. Não participei na tertúlia.
Tenho a realçar que a sala, per si, é adequada. Mas é pena que a porta que dá para o café, tendo um bonito rendilhado na sua estrutura, este não esteja coberto com algum material, vidro, por ex., de que resulta que, mesmo estando fechada, é como se estivesse permanentemente aberta…
Mas lá diz o ditado: “ a cavalo dado…”)
A APP prevê continuar a realizar estas tertúlias, mensalmente, nos segundos domingos.
A próxima está prevista para 12, do corrente mês, pela 16h. 30’.
Café – restaurante "VÁ VÁ", Lisboa, cruzamento da Avenida de Roma, com a dos Estados Unidos da América!
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Ainda no domínio das tertúlias também a APP iniciou recentemente uma nova.
Em Almada, a “Tertúlia Almadam”: terceira 3ª feira de cada mês.
No Café “Le Bistrô”, Rua dos Espatários, 2.
(Junto da Igreja de S. Sebastião, bonita de visitar, diga-se e perto da paragem de Metro, precisamente de Almada.)
Tem coordenação de Maria Melo e responsabilidade de Maria Leonor Quaresma.
A próxima será dia vinte e um, (21/11), pelas 16 horas.
Participei, com muito gosto, na anterior, a segunda a ser realizada, no transato dia dezassete, (17/10/17).
Apresentei: “Aquém – Tejo” e “Retalhos do Alentejo”.
Excelentes “dizedores” de Poesia. (Que me sinto pequenino!)
Oportunidade ainda para mostrarem outros talentos.
Clara Mestre leu e cantou o belíssimo poema de Maria Guinot, “Silêncio e Tanta Gente”, canção que venceu o Festival da Canção de 1984.
Mabel Cavalcanti também cantou uma canção sobre um pássaro da Amazónia, que, quando canta, todos os outros se calam, cujo nome não consegui fixar. Não sei se é “irapunu”!
Retomamos a Poesia, neste blogue “aquém-tejo.blogs.sapo.pt/” e, novamente, a temática do Amor, rio que corre em variados versos desta Antologia, umas vezes de correnteza mais calma, noutras mais atribulada.
Neste Post Nº 281, o Poema “Quadras Ao Meu Amor”, de José Garção Ribeiro Branquinho, de Ribeira de Nisa (Portalegre).
“Quadras Ao Meu Amor”
“Meu Amor é minha vida
Por ti vivia a cantar
Mas desde a tua partida
Sem te ver, é só chorar.
Choro longe sem te ver
Por ti saudade de morte
Sofre por ti o meu ser
À espera de melhor sorte.
É tão grande a minha dor
Não queiras ver-me sofrer
Volta breve-meu Amor
Sem ti não posso viver.
Quero abraçar-te e beijar-te
Teu corpo bem junto ao meu
Em meu altar adorar-te
Viver contigo meu céu.”
“Quinta da Piedade, 29 de Março de 2015”
“JGRBranquinho – Zé do Monte”
José Garção Ribeiro Branquinho, Ribeira de Nisa (Portalegre)
Ilustra-se este Poema com um bonito cartão de A. P. B. P. – Associação de Pintores com a Boca e o Pé, Caldas da Rainha, de um original pintado com a boca, por Fu-Tsai Tung.
Sobre o Poeta José Branquinho escrevi uma das primeiras, se não a primeira, das minhas crónicas culturais, com o título “Crónica breve dos dias de Hoje!”, publicada no Boletim nº 111, do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, em Junho de 2013, ainda não tinha este blogue.
Relatava a excelente atuação deste Poeta e Cantor, numa sessão de “Momentos de Poesia”, realizada na Biblioteca Municipal de Portalegre. Acontecimento cultural que ocorre mensalmente na Cidade de Régio e sobre que também já aqui me debrucei num post.
Este nosso confrade, sportinguista, organiza mensalmente uma Tertúlia Poética, na terceira 4ª feira de cada mês. Em Janeiro será no dia 20, pelas 15 horas. Na Sala VIP Sporting!