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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

“Momentos de Poesia”- Portalegre

Evento de Julho

 

Neste Post nº 403, volto à Poesia!

E à divulgação de um Evento “Momentos de Poesia”, sobre que já tenho falado várias vezes neste blogue.

Após a exposição do cartaz divulgador, anexarei um Poema de uma das Pessoas participantes na Antologia:Portalegre em Momentos de Poesia”, coordenação de Drª Deolinda Milhano, igualmente coordenadora do Evento; “Edições Colibri”, Lisboa, 2011.

Como no blogue já publiquei a Poesia com que participei, “Timor”, divulgarei uma das Poesias, precisamente de Deolinda Milhano, “PRINCESA AQUÉM-TEJO”.

Posteriormente, e sempre que tenha oportunidade, irei dando a conhecer online Poesias de outros Antologiados, como, aliás, procedi relativamente à  XIII Antologia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia - (C.N.A.P.).

Esta atitude enquadra-se em vários dos objetivos por que criámos este blogue. Caso alguém não autorize a respetiva divulgação é uma questão de me dar conhecimento, por ex., através de um simples comentário neste post.

Nesta Antologia, pela sua temática específica, participam vários Poetas e Poetisas por quem tenho grande estima.

Segue-se o cartaz divulgador:

Cartaz Momentos Poesia Julho 2016.PNG

 

 

Algumas explicações...

Algumas explicações sobre a publicação dos textos hoje divulgados:

  • I - Primeiro

O texto “Diálogo através duma máquina fotográfica”, publicado hoje, 4ª feira, 5 de Novembro, era para tê-lo sido na pretérita 2ª feira, dia 3 de Novembro, o primeiro dia que tivemos realmente de “inverno”, nesta estação outonal.

Mas acabou por não ter sido porque me questionei que sentido faria divulgar um texto que fala de sol, de luz ferindo a vista, de verão de calor ardente…  num dia tão escuro, cinzento e chuvoso como foi a passada segunda-feira?!

Por tal motivo ficou em stand–by.

  • II - Segundo

Seguidamente perspetivei publicar uma poesia que tinha acessível, especificamente na Antologia sobre “Portalegre em Momentos de Poesia”, precisamente e também porque estava na cidade de Portalegre e tinha um exemplar do livro na minha posse.

A poesia designa-se “De Portalegre para Timor”.

Por estranha coincidência apercebi-me, entretanto, que havia notícias online sobre Timor. Notícias relatando acontecimentos que não percebia muito bem o respetivo significado.

Por esse motivo também deixei ficar a divulgação do poema suspensa até entender melhor a situação. O que agora, apesar de mais algumas leituras talvez tenha vislumbrado um pouco melhor, embora ainda não compreendendo tudo…

  • III – Terceiro

De modo que, HOJE, 5 de Novembro, depois do dia muitíssimo especial que foi Ontem e embora os dias continuem cinzentos, como é natural nesta estação outonal e apesar de ainda não ter percebido tão bem como gostaria o que está acontecendo em Timor, tendo, inclusive, alguma apreensão pelo que toda esta realidade possa significar…

Mesmo assim e apesar de todas as contrariedades, decidi divulgar estes dois textos, um em prosa, outro em poesia, seguindo o princípio estabelecido de divulgar prioritariamente trabalhos já publicados noutros suportes (papel), no que respeita a poesia e prosa de ficção.

 

No concernente ao texto em prosa, porque apesar de ser outono quase inverno e o verão já ter terminado, ele virá novamente e, queira Deus, nós cá estejamos com ele!

 

O texto em verso, porque ele nos reporta para um acontecimento em que, nalguma quota-parte, Portugal e os Portugueses, a Nação Portuguesa e o Estado Português, desempenharam um papel fundamental, em que a Solidariedade de cada um e de todos nós, do Povo Português, permitiu, contribuiu, muito ou pouco, conforme o nosso papel, função e poder, para um desfecho que levou à Independência de Timor-Leste.

 

Foram atos e ações, momentos, gestos e atitudes, que com o peso relativo e a importância da respetiva origem e proveniência, contribuíram, a seu modo, para um construir, para um fluir positivo e progressivo da História de um Povo e quiçá da Humanidade. Poderá ter sido pouco, não terá sido o suficiente, mas foi certamente um exemplo que convém lembrar aos Homens, que quando as vontades se centram em objetivos positivos estes podem ser alcançados.

 

Paralelamente chegou-me às mãos uma carta com um folheto da unicef e um pedido de dádiva para Timor-Leste, com imagens carregadas de significado sobre a situação naquele País, especificamente no referente à obtenção de água potável e em que se destaca: “Timor-Leste é um dos países mais pobres do mundo.” (…)

Digitalização Timor 001.jpg

Não há muito mais a dizer. Mas friso que é nestas realidades que os dirigentes mundiais, os senhores do mundo, os dirigentes dos países, se deveriam concentrar. Primeiramente os dirigentes dos próprios países que, antes de tudo e de todo o mais, têm a primeiríssima responsabilidade sobre a situação dos Povos que regem e governam! Que têm a obrigação e o dever de elevar o nível de vida dos seus cidadãos a um patamar de dignidade.

 

Muitos se esquecem deste DEVER, quando atingem o Poder! Que o Poder deve ser para servir e não para se servir!

 

Por tudo o que foi dito e o que fica sub dito, divulgo o poema que nos reporta para um ato de DIGNIDADE, profundamente belo e construtivo, prova de que Povos, Nações, Estados, Cidadãos, Todos e cada Um de nós, todos juntos e unidos, somos capazes de construir um Mundo Melhor!

De Portalegre, para Timor.

De Portalegre

Para Timor

 

Timor, Timor

Palavra que rima com dor

Com guerra e opressão

Genocídio, humilhação.

Mas também quadra com Amor.

Timor, Timor. Tanto horror!

 

Setembro, oito, noventa e nove

Portugal pára, não se move

Solidário por Timor

Irmanado pelo Amor

Partilhando sua Dor

Gente, Terra Portuguesa

Capaz de grande lhaneza.

 

Três em ponto, pela tarde

Calor sufocante, que arde

Alentejo, Portalegre

Cidade, port’alegre

Mas triste meu coração

Olhos choram de emoção.

Pouco faço. Estendo a mão

Daqui, pensando em Dili.

 

À sombra de plátano secular

Simbólica árvore, tutelar

Ouço sirene a tocar.

Um convite a respeitar

Três minutos de silêncio.

 

De silêncio, por Timor

Terra que quadra com Dor

Pátria rimando com Amor

Nação valente, sem temor.

 

Em Portalegre, cidade

Com respeito e dignidade

Por Timor! Por Liberdade!

 

Notas:

Este poema está publicado na Antologia "Portalegre em Momentos de Poesia", coord. Deolinda Milhano; Edições Colibri, Lisboa, Setembro 2011.

Também está publicado em Boletim Cultural de C.N.A.P. - Círculo Nacional D'Arte e Poesia, Maio/2000.

E no Boletim da A. P. P. - Associação Portuguesa de Poetas, Nov. 1999.

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