Retalhos do Alentejo...
AQUÉM TEJO
Há quem do Tejo só veja
O além, porque é distância
Mas quem de Além Tejo almeja
Um sabor, uma fragrância
Estando aquém ou além, verseja
Do Alentejo, a substância.
MATA, ALDEIA e encanto
Terra aonde eu nasci
Corra este mundo e tanto
Hei-de voltar sempre a ti.
À chuva e sol a pino
Com amor e devoção
Vai tecendo o seu destino
ARRAIOLOS, bordado à mão.
ARRONCHES, és linda terra
Vila grata, de agradecer
Teu poder em ti encerra
A arte de bem receber.
Monte forte e altaneiro
Tem nome e gente de fama
Sendo antigo é prazenteiro
Vila, MONFORTE, se chama.
MOURA, moira e mourama
Leve seja o teu penar
Que o destino te chama
Sem encantamento quebrar.
Ode ao Mira é ODEMIRA
Lindo som, lindo grafema
Quem a viu não se admira
Que tenha nome de poema.
Não sabia que havia
Uma igreja numa anta
Minha admiração foi tanta
Espantei-me em PAVIA!
Ser VILA é um privilégio
NOVA será uma condição
De MIL FONTES é sortilégio
Estar em nosso coração!
PORTALEGRE, porto ou porta
Na encosta, ridente alegria
Cidade e serra comporta
Capital do meu dia-a-dia.
Do nascer do sol ao poente
És Alma subtil, bem amada
De norte a sul está presente
Em nós, querida ALMADA.
NOTAS:
- Este Poema, resultante da junção de várias quadras e uma sextilha, escritas em diferentes momentos, algumas quadras da década de 80, está publicado na VIII Antologia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, 2005.
- As quadras sobre Aldeia da Mata, Arronches e Monforte fazem parte de décimas, também publicadas, na IX Antologia do Círculo Nacional D’Arte e Poesia, 2006.
- Gostaria de as ilustrar com fotos ou desenhos originais.