Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Abordando, agora, a situação de alguns personagens.
Gustave Larcher, filho de Marcel, resistente comunista, executado em 13 de Novembro de 1943, (temporada 5, episódio 12); sobrinho de Daniel e Hortense é, em 1945, um adolescente, órfão de mãe e pai.
Vive com um grupo de meliantes, que se dedicam ao mercado negro, traficando os mais diversos produtos, nomeadamente os que os americanos trouxeram como novidades, para uma França depauperada pela guerra e mais atrasada, industrial, económica e socialmente. Contrabandeia com os gringos, rouba. É apanhado por Raymond Schwartz a extorquir dinheiro à sua secretária, na fábrica de serração, ameaçando-a com uma arma.
É preso pela polícia, cuja delegação é chefiada por Loriot.
Vale-lhe, que este viva com Suzanne Richard, militante comunista, que fora a namorada de Marcel, seu pai e que, a pedido dela, Loriot o tenha libertado.
Fica uns dias com Suzanne, esta aproveita para lhe dar a conhecer aspetos do seu progenitor, tal como o local onde ele está sepultado e entrega-lhe um famoso caderno, título do 2º episódio.
Nesse caderno de manuscritos, vai ele lendo o que o pai fora apontando: seus pensamentos, seu ideário, suas reflexões…
Terão essas ideias alguma influência no jovem?
(O futuro o dirá…)
Apenas sabemos que nessa estadia em casa de Suzanne teve oportunidade de conhecer a respetiva filha, Leonor, que terá regressado da Bretanha e que entre outras possíveis e hipotéticas afinidades, a miúda denota especial interesse pelo rapaz, apesar dele aparentar algum alheamento.
Acaba por fugir para junto dos meliantes, não sem antes prometer encontro com a rapariga na igreja.
Os capangas mandam-no matar Tom, o americano.
Antoine, afamado resistente, organizador do célebre desfile do onze de Novembro de 1943, comandante de guerrilheiros, participante da guerra, como soldado, na expulsão dos boches, regressa a Villeneuve, esperançado em encontrar a sua Geneviéve, a quem prometera casamento, quando regressasse no fim das hostilidades.
Encontrada esta, que vivia na quinta com a avó, saldam contas em atraso de um ano, mas ele não se adapta ao viver na quinta, nem consegue arranjar uma ocupação satisfatória, apesar do seu excelente currículo.
Procura trabalho na polícia e o que Loriot lhe oferece, por especial favor, é entregar jornais de porta em porta.
Vagueia pela cidade, encontra um outro resistente como ele, Anselme, ainda mais desesperançado, a dormir em banco de jardim, sem eira nem beira, que este, Anselme, quando retornou ao lar, já nem a mulher encontrou, que, fartando-se de esperar, se acomodara com outro.
Conversam como antigos camaradas de armas, bebem uns copos, fazem desacatos, que já ninguém se lembra do seu papel enquanto resistentes… são presos.
Mais tarde, libertos, não sei se também a pedido de Suzanne, regressam ambos à quinta, onde, apesar da penúria, a velhota ainda faz umas sopas quentinhas!
Anselme oferece-se para trabalhar no campo, que a velha até acha que seria com ele que a neta deveria casar. Amanhava-lhe o prado, à idosa.
Antoine fica a saber que a camponesa, que se queixa de dores nas costas, como se fosse reumatismo, o que tem é um cancro, que deveria ir a Besançon tratar-se no hospital, mas não tem dinheiro para pagar os tratamentos.
Antoine resolve ir pedir dinheiro aonde supõe ele existir e vai à serração de Raymond Schwartz, aonde já trabalhara em quarenta e três, quando sua irmã era segunda esposa de Raymond.
Este aceita emprestar-lhe a massa, oferece-lhe trabalho, um pouco melhor remunerado até que anteriormente e o empréstimo dos dez mil, pagando em dois anos.
Será que, deste modo, Antoine e Geneviéve conseguem as condições para se casarem?
Prosseguindo nesta narrativa, perseguindo personagens e seus amores…
Professores primários, casados, mal amados. Jules ama a esposa loucamente, mas esta não o ama, vive ainda acorrentada a um amor, que jaz no cemitério, sepultado como Étienne Charron, falso nome, do antigo namorado, soldado alemão, de nome Kurt e pai biológico de sua filha Françoise.
Bériot, chefe da resistência na cidade, presidente da câmara, em exercício desde quarenta e quatro, ainda em quarente e cinco, no início desta 3ª temporada, vê a sua eleição contestada pelos comunistas, devido a erros eleitorais.
Ainda no exercício das suas funções, discutem alguns dos problemas fundamentais da gestão camarária, com destaque para o problema crucial à época e comum a todas as épocas, que é o do alojamento/habitação. Naturalmente acrescido após uma guerra, em que muita habitação foi destruída pelos bombardeamentos.
Bombardeamentos que não pouparam o cemitério, onde foi descoberto um obus, que necessita remoção. Que nem os mortos têm o merecido e eterno descanso!
Para tal, há que remover campas, nem mais, e uma delas será a de um desconhecido Étienne Charron, de que não se sabem familiares, mas onde se sabe que Lucienne deposita flores, de manhã bem cedinho! Afinal, um seu primo afastado, como Bériot esclareceu Loriot.
E neste remover e remexer e relembrar o passado, alguém, anonimamente, lembrou a Bériot em carta sem assinatura, com palavras escritas com letras tiradas de jornais que: Lucienne era amante de boches e Étienne Charron era Kurt. Outra bomba na vida do ex presidente e, de momento, um dos candidatos a futuro exercício camarário.
Bomba que leva a desmentido na imprensa.
Caso para se dizer que, ‘pior a emenda que o soneto’!
Mas a vontade de exercer as funções de presidente…
Este assunto azeda completamente o relacionamento Bériot – Lucienne, marido e mulher, que, frisa ele, ter-lhe perdoado Kurt, até Marguerite, o socorrer-se de Madame Berthe, mas não lhe perdoará se, por causa dela, perder a eleição da câmara. E em todo este relacionamento, estes esposos ainda se tratam por você!
Que no fundo e essencialmente, eles são, antes de tudo, colegas de trabalho.
E preparam o próximo ano letivo. Consultam os manuais e naturalmente o de História, nomeadamente o exemplar recente em que as problemáticas da ocupação, do colaboracionismo e da resistência são branqueadas, apresentando a resistência à ocupação, como se todos os franceses nela tivessem participado. O que não corresponde de todo à Verdade, mas é um caso típico de revisionismo da História e da realidade.
Situação que incomoda especialmente Lucienne Borderie que afirma ‘que lhe pedem para participar numa grande mentira’. (Mas talvez fosse melhor estar calada!)
E não só se calou, como se afastou, ao chegar um inspetor armado em bom, ufanado de prosápia e ameaças veladas, porque um exemplar da carta anónima também chegara ao ministério.
Para além de vir desenterrar acontecimentos passados há anos, especificamente as crianças mortas no piquenique do primeiro episódio, na temporada inicial, quando ocorreu a invasão alemã!
Bériot, na sua frontalidade e/ou honestidade, acutilância sem dúvida, ainda manifestou surpresa, por tal personagem vir investido de funções tão importantes, (Inspetor), quando fora apenas um “resistente tardio”.
Mas não lhe terá valido de muito, que o outro ficou na dele.
Jules Bériot, verdadeiro resistente, vê-se, assim, cada vez mais encurralado.
Veremos o que lhe acontecerá…
Esta é uma característica deste iniciar desta sétima temporada.
Os cidadãos que realmente foram resistentes a sério, desde a primeira hora, que enfrentaram os “boches”, os que foram verdadeiramente honestos consigo mesmos e com a França Livre, veem-se em palpos de aranha para poderem singrar normalmente na vida e se reintegrarem. Contrariamente, os oportunistas, que aderiram à causa da Liberdade na última hora, estão na mó de cima, prontos a pisarem todos os outros!
Mas retomemos com outros amores, nestes casos, mais desamores…
Jeannine, já constatámos, foi praticamente ilibada da sua condição de “colaboracionista”!
Costuma-se se dizer que uma mão lava a outra.
Ela fartou-se de colaborar, de toda a forma e feitio, com os ocupantes, sob todos os aspetos e mais um.
Mas como ela também ajudou a resistência, não só financeiramente, mas também como informante, e, segundo se observa, continua a ter muito dinheiro… atribuíram-lhe aquela sentença. “Admoestação simples”!
E agora que o exército americano se encontra em França, há que negociar com eles.
E tem em mente um grande negócio, que oferece compartilhar com o antigo marido, Raymond Schwartz, que também continua com a sua serração.
O negócio que ela tem em vista com o ex., com quem foi casada dez anos, é mais abrangente do que apenas dólares americanos.
Mas Raymond, ainda que lhe desse jeito um grande negócio, lembra-se da sua Marie Germain, e diz-lhe que não.
Mas não é essa recusa que detém Jeannine.
E é vê-la a brindar com o general americano!
Os últimos personagens a abordar nesta crónica sobre este reiniciar da série, perspetivando-os pelo lado romanesco, não formam um par, mas um triângulo. Um célebre triângulo amoroso. O elementar: marido, mulher e amante.
Daniel Larcher, personagem ímpar neste seriado, constatámos que está a ser julgado como colaboracionista.
O próprio não se sente muito confiante num veredicto auspicioso.
As testemunhas, arroladas para sua defesa, ainda que tenham falado a verdade, não diremos que sejam muito confiáveis, perante o júri e os juízes.
Mas o que importa, agora, nesta análise, é constatar o lado romanesco da situação.
Daniel detém um amor incondicional pela mulher, a ruiva e fogosa Hortense. Tão incondicional, que raia quase o descomedimento. Em linguagem vulgar e vernácula, como se diz na ‘minha e nossa terra’, diríamos que ele é um “corno manso”!
Hortense destrata-o e ele perdoa-lhe e recebe-a sempre de braços abertos!
Ela, por sua vez, aproveita-se desta fraqueza completa do marido e faz o que muito bem entende. É completamente louca pelo alemão, o “boche”, Heinrich Muller!
No julgamento de Daniel, Hortense foi chamada como testemunha de defesa e estas cenas foram antológicas, sob todos os aspetos.
Apesar da veracidade das suas afirmações, mas contrapondo todos os factos inerentes à situação, nomeadamente a sua condição invocada de amante de Muller e mulher de Daniel, terão deitado por terra todos os seus argumentos, ainda que verdadeiros.
Foi e sentiu-se completamente humilhada, para além da ignomínia sobre o próprio marido.
Aí também se soube que Heinrich, o amante, terá morrido.
Após esta participação no julgamento, a que não terá sido alheia a notícia da morte do amante, Hortense foi-se ‘ausentando’ da realidade, tendo comportamentos completamente alienados em casa e afirmando-se permanentemente perseguida por estranhos, que da própria rua a vilipendiavam.
Num momento crucial em que ela, com o estetoscópio do marido, auscultava as paredes da sala, para ouvir o que se passava na casa ao lado, toca o telefone.
Daniel atende.
E informa que localizaram Heinrich Muller na Alemanha, afinal não morreu, e que é funcionário dos americanos.
Uma luz clareou as ideias de Hortense!
E foi vê-la a embonecar-se, para a próxima sessão do julgamento do marido, em que Muller iria testemunhar, e ainda pedir opinião a Daniel sobre que vestido trajar.
No julgamento esteve num permanente deslumbramento perante o desejado amante, Heinrich, que raiava a quase loucura, tão embasbacada estava.
Aquele pouco lhe ligou, frio e impertinente perante o próprio tribunal, mas perspicaz e acutilante, sempre superior, a típica arrogância dos iluminados nazis perante as outras raças.
Mas não só, também sobre aquela condição de tribunal e respetivos magistrados, como já referi.
Mas foi verdadeiro no seu testemunho e deu a volta a tudo e todos!
(Também saberemos mais tarde, que tem as costas quentes…
Não sabemos é se as suas verdades, partindo de quem partiram, terão algum efeito nas decisões do tribunal.)
Mas Hortense não é mulher para desistir de amores, e foi-se pespegar no hotel.
(Interessante esta “village français” / “aldeia francesa”, que tem todas as comodidades de uma cidade, e não uma qualquer cidade!)
Heinrich chegaria mais tarde, agarrado a uma flausina americana, toda apegadiça ao galã, mas que ele, com maestria, mandou subir para o quarto, quando reparou em Hortense.
Censurando-a por ela ali estar e dando conhecimento que a americana é sua mulher, apesar de tudo, concordou em arranjar um tempo para ir falar com Hortense, às 22h, a um restaurante, onde habitualmente se encontravam e que agora mudou de nome e se chama ‘Em Casa do Rogério’! (…)
E aí chegado, já Hortense o esperava sentada a uma mesa, bebendo champanhe!
Acomodando-se ele também, bebericando igualmente, que champagne é champagne, ela de tudo se lembra, ele tudo quer esquecer, que tem um currículo enorme de crimes de guerra, em França e na Europa de Leste.
Agora trabalha para a Inteligência Americana, a celebérrima CIA, casado com Linda, a beldade flausina a quem vimos abraçado, no hall do hotel, que é filha do nº 2 da referida agência. Brevemente será “american citizen”! Nem mais, nem a propósito!
Mas estes foram preliminares de conversa, que sabemos ao que Hortense ia, e a fogosa amante não esteve com meios termos, explicitou o desejo preto no branco, que ‘fosse ter com ela aos lavados para possuí-la uma última vez’!
E como desejos de Hortense eram ordens, ele nem esperou e foi logo atrás da amante.
Tão desejosos estavam, que quase nem se aperceberam da chegada das autoridades francesas que vieram prendê-lo, que nem fizeram nada de mais, pois que haviam de esperar e desperdiçar oportunidade única para acorrentar este verdadeiro criminoso, a pavonear-se de superior e intocável.
Mas não esqueçamos que ele tem as costas quentes dos americanos!
(…)
Hortense, pareceu-me sorrir, naquele seu jeito de raposa matreira e dengosa.
E, por aqui ficamos, aguardando próximos episódios.
*******
Fotografia Original DAPL - 2017 - Flores de Aldeia - Rosas por detrás do muro!
Teve início o 1º episódio com o discurso do General De Gaulle, proferido na Câmara Municipal da Cidade e transmitido na rádio, anunciando a “Libertação de Paris”.
“...
Paris ! Paris outragé ! Paris brisé ! Paris martyrisé ! mais Paris libéré ! libéré par lui-même, libéré par son peuple avec le concours des armées de la France, avec l'appui et le concours de la France tout entière, de la France qui se bat, de la seule France, de la vraie France, de la France éternelle.
...”
Discurso heróico, encomiástico e galvanizador da França... O apelo ao ego dos Franceses, mobilizando-os para a reconquista da Liberdade. Portador de Esperança!
Em Villeneuve, como provavelmente em toda a França, terá ele sido escutado por todos os franceses, pelo menos os que tivessem acesso a rádio.
As reações ao mesmo, as expetativas de cada um, as esperanças, os receios, as alegrias e tristezas concernentes, dependiam do respetivo posicionamento durante a ocupação.
Entre os “milicianos”, grupo paramilitar fascista, o seu chefe, Janvier, ameaçou desde logo que, antes da Libertação, em Villeneuve, ainda haveria de correr muito sangue...
E se ameaçou, melhor fez cumprir.
Ele e o seu grupo de fanáticos delinquentes não tiveram pudor de chacinar Vernet, a mulher, e os dois filhos. Uma família inteira.
(Lembremos, ironicamente, que a ideologia fascista, entre outros pressupostos, assentava na célebre trilogia: Deus, Pátria, Família...)
Entre os “Resistentes” aumentava a Esperança, agora que os exércitos libertadores, encabeçados pelos americanos, também se aproximavam.
A ação dos Resistentes o seu papel na “Libertação” era cada vez mais fundamental. O apoio logístico dos americanos e a colaboração com os mesmos já se iniciara há algum tempo, ainda que de forma limitada, pois as tropas aliadas ainda estavam a alguma distância, o exército alemão ainda ocupava a cidade, a estrutura político-militar de Vichy ainda estava operacional.
Os recursos, os meios e os efetivos humanos ainda eram poucos, mas havia ação.
Contudo esta nem sempre era possível de concretizar.
E, caso exemplificativo: Antoine e Suzanne assistiram, impotentes, revoltadíssimos, ao assassinato de Vernet e família.
Mas juraram agir, que não podiam ficar indiferentes a tal massacre.
Mais tarde, com a ajuda de Max e outros camaradas, invadiram a casa do facínora, deixando-o ferido de morte.
Fugindo à perseguição que lhes foi movida, acoitar-se-iam em casa de Gerard, o ex-marido de Suzanne, viúva de Marcel, como sabemos e, novidade, embeiçada por Antoine! Aliás é namoro assumido, ainda não concretizado, porque os tempos são difíceis, as oportunidades não são muitas, para quem anda sem eira nem beira, e o rapaz ainda está como veio ao mundo e, nessa condição, há sempre uma maior inibição, acanhamento... Aguardemos!
(Dirá o leitor que começámos com um registo heróico, abordámos um tema trágico, continuámos em temática amorosa e terminámos em registo irónico...
Mas a estrutura narrativa aborda estes e muitos outros cambiantes. Para além de que o “teclado” me vai levando por caminhos que, à partida, não delineei de todo.)
Em casa de Gerard, que vive com uma prima e a sua filha e de Suzanne, o amor pela ex-mulher ainda não se extinguiu da parte dele, que não dela, que, como sabemos, já dele se desligara há muito.
A reação da filha relativamente a Suzanne, foi de muita carência, necessidade de afeto, da presença da mãe, pedindo-lhe que voltasse...
Já aqui falei noutras vezes, como seria interessante abordar a guerra, segundo o olhar das crianças: Gustave, Tequiero, os filhos de Vernet, assistindo à execução sádica dos progenitores, e, agora, a filha de Suzanne... as crianças na Escola...
Parafraseando precisamente Suzanne, é imprescindível nunca esquecer o olhar das crianças!
(E lá está o sentido, o fio condutor da narrativa a desviar-se novamente...)
Acoitados por Gerard, pela prima, chegaram os milicianos que vasculharam a casa.
Alban, o executante das crianças de Vernet, a mando do padrinho Janvier, dialogou com a filha de Suzanne, questionando-a... viu os foragidos que procurava, mas não os denunciou...
Nestas personagens perdidas de si mesmas, em tempos tão incertos e de tantas mudanças e perplexidades, nestas e nestes personagens há muitas dúvidas, muitas ambivalências.
Muitos não sabem para que lado balançar, nem onde está o certo e o errado.
E, questiono-me, haverá sempre, simplesmente e apenas o preto e branco?!
O que acha?!
Mesmo entre os Resistentes, unidos num propósito comum é certo, persistiam muitas dúvidas: sobre os caminhos a prosseguir, como e quando agir, a quem seguir e obedecer, o que fazer e como fazer...
Também, ainda que irmanados nesse objetivo comum, a estrutura funcional, o ideário, as ideologias em que se integravam, por vezes dividiam-nos.
E Antoine e Suzanne sairiam de casa de Gerard que a prima deste, supostamente, fora avisar um resistente a trabalhar no café, para os vir buscar de carrinha.
Combinação feita, ao chegar a carrinha, eventualmente libertadora, tiveram a desagradável surpresa de terem Marchetti a esperá-los.
Levá-los-ia para a esquadra, mas isso veremos apenas no 3º episódio...
O célebre par amoroso que tem percorrido a narrativa, Hortense e Muller, está de pedra e cal.
Vão selando o seu amor, (e porque não Amor?!), até ao final. Arrastando-se para o abismo.
Prossegue o seu enlace, que Hortense é persistente, também não tem para onde cair morta, que é como quem diz... Ele também está de beiço caído por ela e ambos abandonam tudo e todos. E fogem para a Suíça.
Pelo caminho, as incertezas, dúvidas, perplexidades, medos, face ao futuro.
Conscientes do passado maldito (?), amaldiçoados no futuro, prosseguem a sua senda em direção ao precipício em que inexoravelmente cairão.
As autoridades francesas “legais”, que é como quem diz, Servier, Marchetti e os polícias, só pensam como sair ilesos ou o menos chamuscados, no futuro, que aguardam e temem.
Projetam negociar com os “Resistentes”, representantes da nova e futura legalidade e daí a captura de Antoine e Suzanne, como penhor de futuras negociações, encetadas inicialmente, mas goradas, com a ajuda do médico, Daniel Larcher.
Os Resistentes, já com a ajuda dos americanos, planeiam e agem no sentido da destruição da ponte que liga Villeneuve ao mundo exterior e que serviria, e servirá, para a saída das tropas alemãs.
Os americanos ajudam com logística e homens, mas o ataque saiu gorado, o detonador não funcionou, obter um substituto demorou e foi muito mais complicado do que seria expectável, os americanos também revelam muitas hesitações, que a tática é sempre perder o menor número de vidas possível e não correr riscos desnecessários.
A ponte não será destruída e, como veremos no 3º episódio, os alemães por ela abandonarão a cidade.
Em toda esta problemática da ponte, na tentativa de a sabotar, na sua ocupação posterior, nas negociações entre as várias fações, tem tido um papel determinante, como aliás já há bastante tempo, em toda a “Resistência”, a personagem de Marie Germain.
Que terá um destino cruel e trágico no 3º episódio: “A corda”!
Aqui termino esta narração tão incompleta, tardia e enviesada.
Obrigado por me ter lido até aqui!
Que nesta estória, muita história fica por contar e ainda mais História por narrar!
5ª Temporada – 1943 - “Choisir la Résistence” – “Escolher a Resistência”
A ação decorreu em 1943, durante os meses de Setembro, Outubro e Novembro.
.Episódios:
Travail obligatoire - (23 septembre 1943) – “Trabalho Obrigatório”
Le jour des alliances - (24 septembre 1943) – “O tempo/ o momento das alianças”
Naissance d'un chef - (25 septembre 1943) – “Nascimento de um chefe”
La répétition - (25 octobre 1943) – “A repetição”
L'arrestation - (26 octobre 1943) – A captura / A detenção
Le déménagement - (27 octobre 1943) – O despejo / A mudança de casa (?)
La livraison - (8 novembre 1943) - A entrega /A entrega ao domicílio (?)
Les trois coups - (9 novembre 1943) – Os três golpes/pancadas/tiros (?)
Un acte de naissance - (10 novembre 1943) – “Uma Certidão de Nascimento”
L'Alsace et la Lorraine - (11 novembre 1943) – “A Alsácia e a Lorena”
Le jour d'après - (12 novembre 1943) – "O dia seguinte" (?)
Un sens au monde - (13 novembre 1943) - “Um sentido para o mundo”
Desenvolvimento:
Terminou a 5ª Temporada, cujo título era “Escolher a Resistência”. Porque essa foi a temática global do enredo: a escolha do caminho, da opção de resistência e luta face ao invasor alemão.
De uma forma mais ou menos organizada, maior ou menor empenhamento, foi essa a atitude de cada vez mais personagens, para além dos que se foram constituindo como resistentes, logo desde o início. Muitos ficaram pelo caminho, muitos sofreram torturas e opróbios. (...)
Outros, cada vez menos, permaneceram indefetíveis no apoio e colaboração com os ocupantes... e, supostamente, em obediência ao governo de Vichy.
Também com 12 episódios, desde a Libertação de Paris, ocorrida a 25 de Agosto de 1944, até à Libertação de Villeneuve, ocorrida em Setembro, também de 1944, mas sem um dia específico, pois, como sabemos, a cidade é fictícia, e por isso os guionistas não sabem uma data exata sobre a respetiva libertação. (!)
Apresento a listagem e títulos dos episódios, um brevíssimo resumo do conteúdo de cada um deles, “traduzido” por mim.
Espero que ajude para quem queira ficar com uma breve ideia sobre a temática de cada um deles.
Anexei também este link original, em francês, para quem se possa aventurar nesse campo melhor que eu.
EPISÓDIOS
Episódio 1 - "Paris libéré" – Paris Libertada
Episódio 2 - "Le pont" – A Ponte
Episódio 3 - "La corde" – A Corda
Episódio 4 - "Sur le quai" – No Cais / Na Gare
Episódio 5 - "L'homme sans nom" – O Homem sem Nome
Episódio 6 - "Le groupe" – O Grupo
Episódio 7 - "Une explosion" – A Explosão
Episódio 8 - "Le procès" – O Processo
Episódio 9 - "Le crépuscule avant la nuit" – O Crepúsculo antes da Noite
Episódio 10 - "La loi du désir" – A Lei do Desejo
Episódio 11- "Arrestations" – Detenções
Episódio 12 – "Libération" - Libertação
Episódio 1 – “Paris libéré” – Paris Libertada
25 de Agosto de 1944
O General De Gaulle anuncia, na rádio, a Libertação de Paris.
Villeneuve vive as suas últimas horas sob a “Ocupação”. (...)
Episódio 2 – “Le pont” – A Ponte
26 de Agosto de 1944
Hortense e Heinrich prosseguem o seu caminho em direção à Suíça, enquanto Suzanne e Antoine são ativamente procurados pelas autoridades. (…)
Episódio 3 – “La corde” – A Corda
27 de Agosto de 1944
Jean Marchetti e o sub-prefeito, Servier, contam aproveitar-se da prisão de Antoine e Suzanne, para negociarem, algumas garantias de proteção, com os Resistentes e o C.D.L. (…)
Episódio 4 - "Sur le quai" – No Cais / Na Gare
28 de Agosto de1944
Na estação de caminho de ferro, Jean Marchetti, os milicianos e as suas famílias, aguardam o comboio que os deverá levar para longe de Villeneuve. (…)
Episódio 5 – “L'homme sans nom” – O Homem sem Nome
28 de Agosto de 1944
Agora, nas mãos dos americanos, Heinrich e Hortense são separados. (…)
Episódio 6 – “Le groupe” – O Grupo
29 de Agosto 1944
Daniel, ajudado por Lucienne, cuida dos feridos da unidade alemã, refugiada na Escola, a fim de se salvar bem como Gustave. (…)
Episódio 7 – “Une explosion” – Uma Explosão
Setembro de 1944
Os alemães deixaram Villeneuve, mas um grupo de milicianos retem ainda reféns na Escola. (…)
Episódio 8 – " Le procès " – O Processo
Setembro de 1944
Após a rendição dos milicianos e perante a impossibilidade de os transportar para Besançon, para o respetivo julgamento, Bériot decide instalar um tribunal marcial na Escola de Villeneuve. (…)
Episódio 9 – “Le crépuscule avant la nuit” – O Crepúsculo antes da Noite
Setembro de 1944
No decurso do grande baile comemorativo da Libertação , Villeneuve canta, dança e liberta as suas pulsões. (…)
Episódio 10 – “La loi du désir” – A Lei do Desejo
Setembro de 1944
Dez milicianos são executados, no fim de um processo falseado. Bériot propõe a Antoine, que encetou uma relação com a irmã de um miliciano, de se tornar chefe da polícia. (…)
Episódio 11- “Arrestations” – Detenções
Setembro de 1944
Enquanto que Jean se esconde permanentemente em casa de Rita, os problemas do quotidiano se agravam : Abastecimento, saúde, alojamento… É a penúria. (…)
Episódio 12 – "Libération" – Libertação
Setembro de 1944
Daniel e Hortense, sós e vilipendiados pela multidão, (turbamulta), apressam-se a deixar a cidade.
Antoine prendeu Marchetti. Bériot pede-lhe para o transferir secretamente para Dijon, mas a notícia espalha-se como um rastilho de pólvora.
Em breve, Antoine, Suzanne, Marchetti, Daniel e Hortense vão enfrentar o seu Destino…
*******
Epílogo :
Este post estrutura, de forma muitíssimo sintética, alguns dos tópicos dos episódios futuros.
É um convite à visualização desta nova temporada, para conhecermos o desenrolar da vida em Villeneuve, após a Libertação.
E o evoluir dos Personagens nesse novo contexto.
Apetecia-me tecer já alguns comentários. Mas prefiro guardá-los para quando visualizar algum episódio...
Iniciou-se, na passada 3ª feira, 3 de Maio, a 4ª Temporada da Série “Un Village Français”. Também de 12 episódios, reportados igualmente a um dia específico de 1942, desde Julho a Novembro, conforme link da wikipedia, apresentado anteriormente.
Episódio 1 – “Le train” / “O comboio” – 20 de Julho de 1942.
Um comboio militar alemão aportou a VIlleneuve para deixar, temporariamente, cerca de uma centena de homens, mulheres e crianças, famílias completas, de judeus, em trânsito para um destino incerto, para os próprios, para os franceses residentes na cidade, para as próprias autoridades francesas colaboracionistas nessa ação. Para uns supostamente designados “campos de trabalho”!
No primeiro episódio, somos nós telespectadores, desde logo, também transportados para uma das situações mais trágicas, mais vis, mais absurdas, mais chocantes, mais humilhantes, mais degradantes, mais repugnantes, da 2ª grande guerra: a deportação de judeus, com todo o cortejo de horrores que lhe conhecemos. Sim. Que conhecemos e que, hoje, não podemos ignorar, ainda que passadas sete décadas.
Não é fácil abordar a temática desta temporada, como habitualmente tenho feito nas abordagens das outras séries, dado que os acontecimentos narrados têm uma base demasiado verdadeira e chocante, tanto mais porque, ao que observamos, passados setenta anos do final da guerra, a Humanidade não aprendeu, a respeitar-se. Nem a respeitar o Outro, enquanto Ser Humano!
Mais do que narrar sobre o enredo vou, antes, questionar:
- Como foi possível que tais acontecimentos tivessem ocorrido e durante tanto tempo, sob o olhar indiferente, complacente, colaborante, de tanta gente responsável?!
- Como foi possível que seres humanos tenham tratado outros seres humanos assim e daquele modo?!
- Mais... Como é possível, e agora no presente, que tais situações, ou semelhantes, ainda aconteçam e humanos continuem a cometer atrocidades iguais ou idênticas às perpetradas?!
- Que, ao longo destes setenta anos, a humanidade tenha continuado a exercitar todo um cortejo de horrores pelos mais diversos países, por esse mundo afora?
- E como é possível que os descendentes das vítimas, dos agredidos e sofredores nessa guerra atroz, sejam eles agora que agem como agressores, exercendo sevícias análogas às que sofreram os seus ascendentes?
- E como explicar que após setenta anos em que líderes tresloucados dirigiram os destinos de várias potências beligerantes nessa guerra, um deles, o detonador de todo aquele enredo catastrófico, eleito, ainda seja possível haver um candidato de igual cariz, a tentar ser eleito para a chefia do estado mais poderoso do planeta?
- Sim! Como é possível?!
Falta demasiado bom senso à Humanidade. Pelo menos a uma parte significativa dessa humanidade!
E fico-me por aqui, que o comboio chegou à cidade de Villeneuve, mas ainda não partiu.
Mas, e ainda sobre o enredo, não posso deixar de referir que assomam sinais de Esperança e Altruísmo nalgumas personagens, que, apesar de todas as atrocidades, nos fazem crer numa Redenção possível!
É de visualizar a Série e refletir sobre as ocorrências!
Nesta série, apesar de a considerar muito interessante, não tive oportunidade de visualizar a maioria dos episódios. Por isso, não comecei a escrever sobre ela, pois não tinha uma perceção adequada da mesma, nem sequer dos personagens. Fiz alguma pesquisa para ir percebendo melhor o enredo. Deixo um novo link, informativo das várias temporadas, para quem tiver oportunidade e curiosidade de aprofundar o respetivo conhecimento. No qual me baseei para redigir os excertos subsequentes.
No post atual irei deixar a estruturação das primeiras três temporadas e a designação dos vários episódios, traduzindo os títulos, desconhecendo se foi essa a tradução apresentada pela RTP2, nem garantindo que esteja sempre bem feita.
Na estruturação da narrativa, para além do jogo de personagens, centrado nos grupos sócio familiares que apresentei, cada temporada refere-se a um determinado tempo da ocupação alemã, a partir da data de chegada dos invasores, em 12 de Junho de 1940.
Cada episódio narra os acontecimentos reportados a um dia específico.
Alguns dias, para além do contexto resultante da situação de país invadido e ocupado, são também dias especiais para a França.
É o caso do dia 11 de Novembro, relatado no episódio 6, da 1ª temporada, que visualizei e sobre o qual escrevi.
Não sei se há mais, pois não conheço suficientemente a História de França.
Esta série será especialmente significativa para os franceses, principalmente para os mais velhos que terão vivido ou vivenciado aqueles tempos conturbados.
Que as gerações mais novas estarão longe dessas ocorrências, não só pela idade, mas também porque a população e a composição sócio cultural de França alterou-se imenso a partir da década de 60, do século XX, com a imigração maciça de outros povos, de diferentes países: europeus, africanos, do médio oriente...
Segue-se então a designação correspondente, de cada episódio das primeiras três temporadas, sendo que decorre atualmente a terceira. Ontem, 20 de Abril, ocorreu o quinto episódio: “A escolha das armas”.
1ª Temporada
1940: “Viver é escolher.”
Episódio 1 – O Desembarque – 12 de Junho de 1940
Episódio 2 – Caos – 24 de Junho de 1940
Episódio 3 – Atravessar a Linha - 30 de Setembro de 1940
Episódio 4 – Assim na Terra como no Céu – 15 de Outubro de 1940
Episódio 5 - Mercados Negros – 7 de Novembro de 1940
Episódio 6 – Rajada de Frio – 11 de Novembro de 1940.
Esta 3ª temporada retrata as ocorrências em Villeneuve durante o Outono de 1941.
O quotidiano dos habitantes degrada-se.
A ocupação e as consequências da guerra acentuam-se.
Os racionamentos, a penúria e falta de víveres essenciais, o mercado negro, as requisições forçadas, os toques a recolher e o recolher obrigatório, as arianizações, fazem sentir-se pesadamente nas populações.
Sofre-se no corpo, os espíritos exaltam-se, táticas delineam-se... estruturam-se estratégias.
Mas cada um vive as suas próprias escolhas, que nem sempre são tão fáceis quanto aparentam. São sempre condicionadas pelas circunstâncias, mesmo para os mais corajosos, como se viu no episódio cinco: “A escolha das armas”.
Há os que colaboram com os alemães, os que celebram o marechal (Pétain), mas também os que radicalizam a luta, arriscando as suas próprias vidas e a de familiares. Os comunistas agem e preparam ações contra os invasores, sendo por isso procurados, perseguidos, presos e torturados.
O Amor circula sempre no ar, ou não tivesse esta série também o seu lado romanesco bastante acentuado, para captar igualmente os espetadores. E que é das séries sem relações/ralações amorosas?!
Há quem se ligue de amores, mais ou menos idealistas, mais ou menos sinceros, mesmo com o inimigo.
As ligações entre os diversos personagens intensificam-se, tornam-se mais complexas e intrincadas.
1 - Le temps des secrets (28 Setembro 1941) / O tempo dos segredos
2 - Notre père (17 Outubro 1941) / O nosso Pai
3 - La planque (19 Outubro 1941) / O esconderijo
4 - Si j'étais libre (20 Outubro 1941) / Se eu fosse livre
5 - Le choix des armes (23 Outubro 1941) / A escolha das armas
– Daniel, enquanto presidente da Câmara, procurou saber, com a ajuda providencial de Sarah, a origem da falta de abastecimento de víveres essenciais a Villeneuve... Paralelamente, os laços amorosos de sua mulher, Hortense e da professora, Lucienne, com alemães, são do conhecimento público... Simultaneamente Marcel “invade” o bordel e tira a arma a um oficial alemão...
6 - La java bleue(25 Outubro 1941). / (A Java Azul) (É o nome de uma canção em voga.)
A rede da Resistência, encabeçada pelo Partido Comunista, continua os preparativos para um atentado contra um oficial alemão, planeando assassinar o comandante, quando ele visitar R. Schwartz.
Daniel tem conhecimento disso e tenta dissuadir o irmão, Marcel, de participar nessa ação.
Kurt é enviado para a frente russa, que estava no auge do ataque nazi, porque o seu relacionamento com Lucienne foi denunciado por uma carta anónima.
Hortense abandonou Daniel e vive no hotel.
O corpo de Caberni, que foi assassinado por Raymond Schwartz, é encontrado.
7 - Une chance sur deux (26 Outubro 1941) / Uma oportunidade para dois / Uma oportunidade em duas?
Agora, que Kurt foi enviado para a frente russa, Lucienne está só e grávida. Aceita casar-se com Jules Bériot, colega e diretor da Escola.
O Presidente da Câmara, Daniel Larcher, quer ficar de refém, em vez dos seus munícipes.
Yvon e Marcel encontram-se numa farmácia e atiram sobre dois oficiais alemães, antes de escaparem.
8 - Le choix (27 de Outubro de 1941) / A escolha
Um dos oficiais alemães foi morto em Villeneuve, certamente no atentado realizado por Marcel e Yvon.
Se os “terroristas”, era assim que os “Resistentes” eram considerados pelos alemães e governantes de Vichy, não se denunciassem, vinte reféns seriam fuzilados.
O sub-prefeito propõe estabelecer ele mesmo a lista, caso o comandante alemão consinta em diminui-la para dez nomes. (!!!!!)
Crémieux pede novamente a Marie e Raymond para trazerem uma encomenda do outro lado da linha de demarcação.
Jean Marchetti, recentemente promovido, volta a Villeneuve, encarregue de encontrar os autores do atentado.
9 - Quel est votre nom ? (28 Outubro 1941) / Como se chama? / Qual é o nome?
O farmacêutico identifica Yvon como a atirador do atentado.
Marchetti desejaria que ele os levasse a Marcel... Mas o sub-prefeito insiste para que ele seja preso...
Heinrich informa...
Yvon foi preso, mas morre antes de dizer o que quer que fosse, a não ser o seu nome.
Gustave está convencido que o seu pai está na Suíça e decide dirigir-se para lá, para o encontrar. Tira dinheiro ao tio Daniel e apanha o autocarro, acompanhado de Helena, a filha de Crémieux. Cai numa ribeira.
10 - Par amour (29 Outubro 1941) / Por amor.
Heinrich informa Hortense que ele será transferido para a frente russa, a partir do dia seguinte, se não encontrar Marcel.
Gustave apanhou uma pneumonia, na sequência da fuga e descansa na casa do tio Daniel, que cuida dele.
O seu pai, Marcel, prometeu passar para vê-lo e conta isso a Hortense, sua cunhada, que o denuncia a Heinrich, seu amante.
Enquanto Jules Bériot organiza a festa dos seus esponsais com Lucienne, Kurt volta a Villeneuve por escassas horas e considera desertar para se refugiar na Suíça com Lucienne e aí cuidarem do filho de ambos. Mas, após ter revisto Kurt, ela volta para festejar os seus desposórios com Jules Bériot.
Marcel escapa a Heinrich, que prende o seu irmão Daniel, após tê-lo espancado a pontapés, na barriga.
Hortense lamenta ter denunciado Marcel a Heinrich, ao ver que Daniel foi preso e está ferido. Vai pedir ajuda a Marchetti para o libertar. É torturada pelo seu amante para fazer falar o seu marido a respeito de Marcel.
Raymond oferece uma quinta a Marie e aos filhos, que deixam a casa de De Kervern e Judith.
Sarah é presa e enviada para um campo para judeus, em Pithiviers.
De Kervern aceita a proposta do sobrinho do sub-prefeito: dinheiro em troca do nome do assassino de Caberni.
O Partido Comunista procura o traidor que terá denunciado Yvon.
Heinrich é transferido para Minsk, na frente russa.
12 - Règlements de comptes (1er Novembro 1941) / Liquidação de contas / Ajuste de contas.
O Partido Comunista encarrega Marcel de eliminar Suzanne, que eles pensam ter sido a traidora que denunciou Yvon. Depois mandam-no esconder-se em Paris.
(Que acha?! Irá ele eliminar a sua amada ou recambiam-se os dois para Paris, a ver a Torre Eiffel?!)
Daniel tenta libertar Sarah.
Crémieux pede ajuda a Bériot para imprimir panfletos para a Resistência. Lucienne é contra, porque eles prestaram juramento ao Marechal. (Pétain, já se vê!)
(Seria caso para fazer algumas perguntas à menina, mas ficamos por aqui!)
Raymond considera deixar a mulher para se juntar com Marie.
De Kervern e Judith deixam Villeneuve, dirigindo-se para Paris, a fim de que ela seja operada.
Raymond informa a mulher que a deixa. É ferido com uma bala nas costas, pelo sobrinho do sub-prefeito.
Daniel pede, exige(?) à mulher, Hortense, para abandonar a casa de ambos. Ela faz uma tentativa de suicídio! (Sempre melodramática, "a nossa Joséphine”, nesta série, Hortense!)
Notas Finais:
- Estes textos, que são uma tentativa de tradução dos que pesquisei no link que explicitei, mereceriam muito mais comentários, como habitualmente faço. Mas falta-me tempo, a narração já vai longa e os assuntos são sérios, apesar de ser apenas um seriado. (Veja também, SFF)
- Nem sempre é possível ser isento perante as situações e os personagens.
- Também, sem ver os episódios, por vezes é difícil saber o significado exato das palavras francesas que podem ter cambiantes diferentes consoante o contexto. (Foi o caso do nome do resistente preso, torturado e morto, que só entendi mais tarde, já na 4ª temporada e entretanto emendei.)
- A tradução é a possível. Caso encontre mais algum erro flagrante, informe-me, se faz favor.
Estou a redigir este texto sinopse sobre as personagens da série, quando se está iniciando a 3ª temporada. Concretamente na 6ª feira passada, 15 de Abril, ocorreu o 14º episódio global da série, o 2º da Temporada 3.
As duas primeiras temporadas tiveram, cada uma, seis episódios. A 3ª temporada tem 12 episódios. E as duas subsequentes, 4ª e 5ª, também têm, cada uma, 12 episódios.
Hei-de apresentar sinopse.
Tenho visto apenas alguns episódios, esporadicamente e nalguns, apenas excertos. De modo que não conheço muito bem todo o enredo, nem sequer muito bem todos os personagens. Daí ter resolvido pesquisar e organizar um texto sobre as personagens principais, com base no que li e também no que tenho apreendido, a partir dos episódios que tive oportunidade de visualizar.
PERSONAGENS
(Algumas que considero principais. E que têm aparecido até ao momento e baseando-me no que eu tenho observado. Ao longo do seriado ainda surgirão outros personagens, que não desenvolvo, deixando aqui o link para o original do texto.)
“Os Larcher”
- Daniel Larcher (Robin Renucci): médico e presidente da Câmara de Villeneuve. Marido de Hortense, pai adotivo de Tequiero, a cujo nascimento assistiu. Irmão de Marcel e, portanto, tio de Gustave.
- Hortense Larcher, (Audrey Fleurot, a “nossa célebre Joséphine de “Crime e Castigo”), enfermeira e esposa de Daniel e, correlativamente com os graus de parentesco respeitantes aos familiares do marido. Mulher sedutora, foi amante de Jean Marchetti e será também de Muller. No episódio 13, num célebre jantar, exibe todos os seus dotes de “femme fatale”, sobre o alemão, para ciúmes do marido.
- Sarah Meyer, (Laura Stainkrycer), judia, de origem checoslovaca. Inicialmente fora empregada dos Schwartz, atualmente, nesta 3ª temporada, dos Larcher. Será amante de Daniel Larcher, na 4ª temporada.
- Marcel Larcher, (Fabrizio Rongione), irmão de Daniel, pai de Gustave. É viúvo de Micheline, que morreu na 1ª temporada. É empregado na serração, é ativista contra a ocupação alemã e, já antes da guerra, nos finais da década de trinta, era perseguido pelas suas ideias e atividades políticas. É amante de Suzanne, militante local do Partido Comunista clandestino. (Não cheguei ainda a perceber muito bem se ele é também militante ou apenas ativista, dado ter visto poucos episódios.)
Gustave Larcher, (Maxim Driesen), filho de Marcel e Micheline. E, logicamente, sobrinho de Daniel e Hortense. (Tem um papel interessantíssimo no desenrolar do enredo, pelas particularidades dos seus ascendentes e de como se entrosam as respetivas vivências. E como ele se desenvolve, naquele contexto da ocupação alemã, face aos vários contratempos que vão surgindo. Logo desde o 1º episódio em que ele desaparece, na sequência do bombardeamento do caça alemão ao piquenique das crianças da escola.)
(Neste enquadramento familiar também se inclui Tequiero Larcher, que nasceu no 1º episódio, e cujo nome me suscitou a referência a Marcel Pagnol, aspeto que terei que esclarecer melhor.)
“Os Schwartz”
Raymond Schwartz, (Thierry Godard, o nosso célebre “Gilou” da série “Um Crime, Um Castigo / “Les Engrenages”). É o patrão da serração. Colabora com os ocupantes alemães de quem é fornecedor. É casado com Jeannine, a verdadeira patroa, cujo pai é o capitalista da firma. É amante de Marie Germain, empregada na fábrica, e agente da rede anti alemã.
Pai de Marceau.
(A sua situação familiar, bem como a sua relação face aos ocupantes, irá mudar ao longo das várias temporadas. Mas aguardemos, que ainda agora começou a terceira.)
Jeannine Schwartz, (Emmanuelle Bach, a jornalista intrépida da série “Les Hommes de L’Ombre”). Esposa de Raymond e mãe de Marceau. Mulher atraiçoada, ama loucamente o marido, de quem tem, fundamentadamente, ciúmes exacerbados.
A sua situação também irá mudar no desenrolar da série.
Marceau Schwartz, (Max Renaudin), filho de Raymond e Jeannine. É amigo de Gustave Larcher, de quem é colega de escola. (Ao longo do seriado, têm oportunidade de apresentar a sua versão pessoal de crianças sobre o mundo dos adultos e a situação da ocupação alemã.)
(Neste campo familiar ainda irão surgir outros personagens.)
Joséphine Schwartz, (Natalie Bienaimé), empregada dos Schwartz, na 3ª e 4ª temporada; esposa de Raymond na 5ª temporada.
“Os Germain”
Lorrain Germain, (Dan Herzberg), caseiro dos Schwartz, marido de Marie Germain, pai de Raoul e Justin. Morreu na 2ª temporada, morto pela mulher. (Não vi este episódio.)
Marie Germain, (Nade Dieu), mulher de Lorrain e mãe de Raoul e Justin. Faz parte da Resistência Gaullista, juntamente com Albert Crémieux e Jules Bériot. Torna-se chefe dum movimento da Resistência. É amante de Raymond.
Desempenha um papel relevante no seriado não só no contexto político-social, como no campo romanesco.
Neste enquadramento familiar incluem-se os filhos do casal, Raoul e Justin, mas que ainda não me apercebi da sua participação nos episódios.
“Os Crémieux”
Albert Crémieux, (Laurent Bateau), industrial judeu, que nesta 3ª temporada está em negociações com Raymond Schwartz, para este lhe comprar a sua fábrica de betão, como forma de os alemães não se apropriarem da mesma.
Não tendo este dinheiro, nem sendo o do sogro suficiente para tal fim, Crémieux oferece-lhe emprestado, a juros convidativos e na condição de que ao terminarem as hostilidades e a serem abolidas as leis anti-semitas, metade da firma reverta para os Crémieux.
(Esta situação ocorreu no episódio treze, julgo que o negócio terá sido concretizado, talvez no episódio catorze, o último, que não vi.)
Após a transação, Albert envolve-se na Resistência, juntamente com Marie Germain, Jules Bériot e Vernet.
(Segundo li, será morto na temporada quatro, no decurso de uma ação movida pela polícia de Vichy contra a sua rede.)
Nesta família incluem-se ainda Anna, a esposa de Albert e a filha de ambos, Hélène, e igualmente judias. Terão sido ambas assassinadas em Drancy.
“No Comissariado”
Henri de Kerven, (Patrick Descamps), companheiro de Judith Morhange. Inicialmente era o Comissário Chefe da Polícia de Villeneuve, mas será substituído por Marchetti. Está envolvido na Resistência, deixa Villeneuve, na temporada quatro e será prefeito de De Gaulle, em 1944, temporada seis. Tem um papel fundamental na guerrilha anti alemã e anti colaboracionista, pela posição e função nefrálgica que ocupa e desempenha na vila.
(Será ferido pelos milicianos e salvo por Daniel com a ajuda de Kurt.)
Jean Marchetti, (Nicolas Gob), agente dos Serviços de Informações Gerais, uma espécie de “Polícia Política”. Esteve encarregue da perseguição aos comunistas, desde a primeira temporada, ainda antes do começo da guerra. Inicialmente comissário de polícia de Villeneuve tornar-se-á chefe. É colaboracionista.
Amante de Hortense Larcher, mais tarde de Rita Witte, uma judia, que ele esconde. Terão um filho: David.
(Como já referi, nesta série, o Amor não conhece barreiras!)
No final da sexta temporada, será preso pela Polícia Francesa e transferido para Dijon, para aí ser julgado.
No Comissariado ainda há mais um agente também pertencente à Resistência, Vernet, que será assassinado pelos milicianos, juntamente com a mulher e os dois filhos.
“Na Escola”
Lucienne Borderie, (Marie Kremer), jovem professora primária, ingénua e apaixonada, protagonista e despertadora de amores e paixões, desde o primeiro episódio, em que o seu colega, e primeiro flirt, foi abatido pelo caça alemão , durante o piquenique dos alunos.
Ao longo dos poucos episódios que tenho visto, essa faceta amorosa está sempre presente, para além do lado carinhoso e maternal que transparece na sua relação com as crianças.
Violada pelo chefe da Gestapo, Henrich Muller, na sequência da sua luta pela libertação do colega e diretor da Escola, Jules Bériot, que fora preso por esconder uma velha arma de caça, no relógio de sala, existente na Escola.
Jules que tem uma verdadeira idolatria por ela, a ponto de a desposar, apesar de a saber grávida de uma outra sua paixão, Kurt, um soldado alemão, após este ter sido enviado para a frente leste da guerra.
Judith Morhange, (Nathalie Cerda), inicialmente diretora da Escola, perdeu o lugar, por ser judia. Companheira do comissário da Polícia, Henri de Kerven, será enviada para Drancy, mas escapa à deportação, graças à intervenção do sub-prefeito, Servier. Voltará a Villeneuve, morrendo na temporada quatro.
Jules Bériot, (François Loriquet), sucede a Judith na direção da Escola. Apaixonado por Lucienne, com ela casará, na temporada 4.
É franco-maçon, opõe-se ao regime de Vichy, tornando-se responsável pela Resistência em Villeneuve.
“Resistentes Comunistas e Gaulistas”
Destaca-se Suzanne Richard, (Constance Dollé), funcionária dos Correios, protagonista de vários enredos e ações anti alemãs e anti governamentais, enquanto militante na rede clandestina. É amante de Marcel Larcher, como ele próprio declarou, no célebre episódio dos panfletos “Boches, fora!”
Deste enquadramento ainda se nomeiam: Edmond, Max, Natacha, Émilie, Madame Berthe, Yvon, Victor, Vincent, Claude, Anselme.
Outro contexto de personagens enquadra “Os Habitantes de Villeneuve”, em que se incluem Ezechiel, judeu, Eliane e Inès, secretária de Raymond, na serração.
As “Autoridades Francesas”, incluindo Servier, Philippe Chassagne, Morel e Dupas. Todos “pétainistas” e colaboracionistas.
“Autoridades Alemãs”
Helmut von Ritter, (Gotz Burger), Kreiskommandant de Villeneuve. Transferido para a frente de Leste, no final da 2ª temporada.
Heinrich Müller, (Richard Sammel), Chefe da Gestapo. Torna-se amante de Hortense no decurso desta 3ª temporada. Tem ainda muita história para contar, para além do que já protagonizou.
Kollwitz, (Peter Bonke), Kreiskommandant de Villeneuve em substituição de Von Ritter.
Kurt, (Samuel Theis), soldado alemão, amante de Lucienne e pai biológico da sua filha. Será enviado para a frente russa, regressando posteriormente a Villeneuve. Safou-se de morrer na frente Leste...
Há ainda outros intervenientes: Ludwig, Schneider, Krüger.
As “Milícias Francesas”, um corpo para-militar armado, formadas por fascistas, incluem: André Janvier, Alain Blanchon, Alban, Xavier.
E ainda “As Autoridades Americanas”, capitaneadas por Bridgewater, (John-Christian Bateman), a quem Maria pede para se dirigirem para Villeneuve, para afastarem os alemães e impedirem uma repressão, como certamente eles teriam feito ao retirarem, face ao avanço dos Aliados.
Mas isso ocorrerá só lá para a sexta temporada e ainda a série vai na terceira!
Vamos acompanhando a Série, à medida que pudermos!
Intitularam este episódio de “Coup de Froid”. Que significa? Rajada de frio? Hipotermia? Gripe? ‘Gripalhada’?
Eu designá-lo-ia antes como “Coup de Foudre – Paixão Súbita”. Que a paixão anda no ar. Apesar de ser Novembro, tempo propício às frialdades e ‘gripalhadas’, mas o Amor circula assolapado, apesar da ocupação alemã. Que o Amor não conhece diferenças de classe, nem posicionamentos estratégicos, nem linhas de demarcação ou de fronteiras e nacionalidades.
“O nosso Gillou” / Raymond Schwartz, patrão da serração, com a sua Marie Germain, empregada na fábrica; a “nossa Joséphine” / Hortense Larcher, mulher do presidente da Câmara, Daniel Larcher, mas cujos olhares trocados com Jean Marchetti, não enganam ninguém, sendo ele o policial do governo colaboracionista e fascista do Marechal Pétain.
E como “Joséphine” consegue ser sedutora, com aquele olhar de soslaio, na cara sardenta de mulher miúda. (E, já se sabe que, por Joséphine, até Napoleão se perdeu!)
E até Lucienne Borderie, a jovem professora e igualmente sedutora, já se perde de amores por um soldado alemão e ele por ela.
Decorre a ocupação alemã de França.
Comemora-se o “Dia 11 de Novembro”, feriado nacional em França, “Dia do Armistício” de 1918, que pôs fim às hostilidades na frente ocidental da I Grande Guerra.
Em 1940, sob ocupação alemã, apesar das evocações realizadas, as forças ocupantes pretendiam que fosse o menos entusiasticamente comemorado.
Nessa precaução, os representantes do Governo de Vichy, foram muito mais zelosos que os próprios alemães.
Aliás, neste episódio, (e desculpem-me os erros de perceção, que anteriormente só vi o 1º episódio) a presença opressiva nota-se mais nos policiais representantes do governo francês, fascista e colaboracionista, que propriamente nos ocupantes.
Que, paradoxalmente, até falam francês! (?!) (Só faltará o piano...)
Jean Marchetti, em “coup de foudre”, vulgo, “paixão assolapada” com Hortense, ainda que não assumida por nenhum deles; agente da Polícia Política, é o mais acirrado nas buscas de eventuais detratores da segurança do Estado.
E outro subtítulo para o episódio, poderia ser: “Boches, au-dehors de France!” – “Boches fora de França!”, que eram as palavras de ordem de panfletos postos a circular em Villeneuve, através da distribuição do correio, metidos dentro dos jornais, atados com fio barbante, da fábrica de Raymond Schwartz.
E a descoberta da autoria destes panfletos foi a base da investigação realizada por Marchetti.
E com pesquisas aqui e acolá, prisão e interrogatórios de diferentes e hipotéticos envolvidos, concluíram que o autor fora Marcel Larcher, empregado na serração, irmão do presidente da câmara, Daniel, e pai de Gustave, a criança que se perdera logo no 1º episódio, na sequência do pique-nique, em que o grupo de alunos e professores foram alvejados por um caça alemão. Que, pelos vistos, terá encontrado o caminho de casa, não sei eu como, que nunca mais vi nenhum episódio.
Marcel, consciente que iria ser descoberto, resolveu fugir. Foi à Escola, irrompeu pela sala de aula, levou o filho, apesar dos protestos da Professora Lucienne. Explicou muito bem ao menino o que pretendia, que a criança até já está bastante consciente das realidades, veja-se a respetiva redação dirigida ao Marechal Pétain. E levou-o para casa do irmão Daniel, presidente da câmara e médico.
E preparou-se para fugir, voltando à sua casa, a recolher os pertences e o resto dos panfletos. Vendo sinais de polícia no lado principal da frontaria, encaminhou-se para as traseiras, onde, ao abrir a porta, já tinha uma arma apontada por outro policial.
Não teve outro remédio senão aceitar a sua prisão. O que ocorreria após interrogatórios, na presença da empregada dos Correios, Suzanne Richard, assumindo ele a total responsabilidade e ilibando-a a ela, frisando que os respetivos encontros mútuos, eram também encontros de Amor. Até no cemitério!
E assim termina e terminamos também nós, que no “Campo Santo” todos terminamos.
Mas, por enquanto, Marcel Larcher foi apenas para a prisão.
Mas, ainda me cumpre fazer um comentário final, reforçando o facto de poder estar sendo muito incorreto, por ter visto poucos episódios, mas acho que esta “ocupação”, estes “interrogatórios” em contexto de guerra, aparentam ser muito “suaves”.
E, não posso esquecer, que os ocupantes falam francês!
Mas, sempre que puder, vou continuar a visualizar a Série!
E, claro, reportar as minhas notas transversais...
Au revoir!
E, já depois das despedidas, ainda me lembrei de um pormenor, que não é de somenos importância. É até muito relevante no contexto da época.
Repararam qual é o principal e único prato, comido com toda a cerimónia e desvelo, mesmo na casa do Senhor Presidente da Câmara?!
Pois: sopa.
Em tempo de guerra, e nos anos quarenta, e nos trinta, e vinte, e cinquenta, muita fome se passava por essa Europa.
Estupidez humana que encaminha os recursos para guerras destrutivas de bens e recursos, serviços e vidas, ficando toda a gente a passar fome, a troco de e para Nada.
Volto novamente à temática da série “Un Village Français”.
Especialmente para leitores que gostam de perceber os contextos em que se desenrolam as temáticas das séries. Que embora sendo elas fictícias, mas baseadas em factos históricos, mais ou menos verosímeis, reportam-se a tempos e espaços próprios.
Neste caso especificamente para contextualizar o enquadramento espacial em que decorre a ação.
Fundamentalmente, o enredo desenrola-se em Villeneuve, subprefeitura francesa fictícia, do departamento do “Jura”, situado no “Franco Condado”.
No Centro Nordeste de França, junto da fronteira com a Suíça.
E próximo da zona de demarcação, definida pelo exército alemão, durante a ocupação de França, de 1940 a 1945.