Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Diz o ditado que se volta sempre ao local do crime. Ou ao local em que fomos felizes…
Ou, o bom filho à casa torna…
Na RTP2, após as excelentes séries que foram sendo transmitidas, baseadas em temáticas europeias…
Após Gomorra, de que não vi o derradeiro episódio, presumo que a família Savastano, como que terá ressuscitado. Exceto Imacolata, claro…
No final do penúltimo episódio, Gennaro, que aparentemente ficara morto, começou a mexer os dedos.
O pai, Pietro, que na prisão de alta segurança já parecia um morto vivo, um velho de chinelos a aguardar a morte num asilo, quando foi transferido, num golpe combinado para a sua libertação, transfigurou-se, ganhou vida e pareceu voltar aos velhos tempos.
Terá sido assim?! Terão os Savastano tomado conta dos negócios?!
Negócios?!
Não sei. Não vi o último episódio, só posso imaginar.
E não vou ver na internet, há certamente esse recurso disponível, mas recuso-me a pesquisar. Prefiro imaginar como se terá processado o hipotético desenlace final…
Terá ficado tudo em aberto como noutras séries?!
Na finalização desta série, repetiram a mini, designada Anna Karenina, baseada no livro homónimo de Leão Tolstoi.
Apenas revi o 1º episódio, já vira os episódios na 1ª transmissão, e também não tinha muita paciência para rever aquela atração fatal, daqueles amores românticos contrariados e vilipendiados socialmente, numa época em que casamentos eram supostamente eternos, adultérios repudiados.
E aquele puxar para o destino final e fatal da heroína que se suicida debaixo do comboio, símbolo máximo do progresso, à época.
(Lembremos que a ação ocorre em 1870, segunda metade do séc. XIX, na Rússia czarista, e na Germania, durante a guerra franco – prussiana, ainda antes do nascimento da Alemanha enquanto Estado unificado, sob a égide da Prússia vitoriosa, em 1871.
Unificado?! A História parece repetir-se? Não? Sim?
Em 1990, foi a reunificação, esclareça-se a questão do prefixo. Sendo que o prefixo foram duas Grandes Guerras Mundiais: a I e a II! Para além da chamada “Guerra Fria”.)
Depois desta mini, série, iniciaram outra também italiana, baseada nas 1001 Noites, de que vi também apenas parte do 1º episódio, pois a minha TV prega-me destas partidas. Começa a transfigurar as imagens, que se desfazem como se fossem elementos pictóricos de uma tela impressionista, desvanecendo-se gradual mas eficazmente, ficando apenas as cores, arco-íris desfeito, até que desaparece na totalidade qualquer cor, qualquer imagem. Resta apenas escrito um recado: sem sinal!
E deste modo não vi sequer esse 1º episódio completo em que a bela Sherazade contava as suas estórias dos seus amores com Aladino, como forma de escapar à morte anunciada pelo seu carrasco, o próprio Aladino disfarçado? Bem, não sei, como querem que saiba se depois não tive mais oportunidade de ver TV?!
Certo, certo, é que em cada fatura da EDP, lá vem um montante da taxa do audiovisual.
Até já escrevi, melhor, enviei um mail, para o Provedor do telespetador… a referir que pago a taxa e, de vez em quando, estou impedido de ver TV. E, como eu, estão milhares de telespetadores por esse país fora, que eu sei que estão!
Bem, mas nós nesta croniqueta, estamos a falar de ficção e não da realidade.
Seguidamente, na semana passada, a RTP2 apresentou dois excelentes filmes documentários da N.G.C., sobre os assassinatos de dois presidentes americanos: Lincoln e JFK. De realizadores de referência e também com excelentes atores.
“Killing Lincoln”, com narração de Tom Hanks e “Killing Kennedy”, em que o ator principal é Rob Lowe.
Vi apenas o segundo. Não vi o primeiro, mas não foi devido à TV. Não vi, porque não pude, por outras razões.
Nesta semana, na 2ª feira dia 20 de Julho, iniciaram um documentário “Mares e Oceanos”, de 2008, da TV Valenciana. Também muito interessante, é um género de temas que muito me agradam, mas de que já se têm visto muitos programas diversificados, em diferentes canais, desde os tempos de J. Cousteau.
E eu pensando que não haveria mais séries, quando me surpreendem com um “Coração das Trevas”, “Heartless”, embora ache que a série seja originária de um país nórdico, pela língua que ouvi no pouco tempo que tive paciência para seguir algumas cenas. Não percebi bem de qual, pois decididamente este género não faz a minha onda.
Temas em que o enredo supostamente se desenrole à volta de almas do outro mundo, vampiros, mortos vivos, zombies, bruxarias, fantasmagorias diversas, e afins, não são a minha praia. Não aprecio, não gosto, não vejo!
Gosto de ver filmes, embora consciente de que estou a ver ficção, mas em que há um substrato de realidade. Se as narrativas se baseiam ou documentam casos reais, embora ficcionando como sempre acontece num filme, então tanto melhor! Por isso é que apreciei especialmente as séries que têm vindo a ser transmitidas.
Desde que, por acaso, comecei a ver Borgen. E que me prendeu ao écran, a ponto de, sempre que me é possível, continuar a rever os episódios que estão a ser repetidos aos domingos, pelas 22h.
E, no domingo passado, dezanove de Julho, ocorreu um dos episódios que mais me tocaram. Aquele em que os media invadiram vergonhosamente o espaço completamente privado e mais sagrado a que qualquer cidadão, ainda que desempenhando cargos públicos, tem direito. A vida da filha da protagonista. Que foi exposta no seu lado mais frágil, já que a adolescente está em sofrimento, tratando-se de doença psiquiátrica e foi exposta da forma e do modo como as cenas mostraram. Regredindo no tratamento e com todas as consequências que se seguiram.
No desenlace do episódio, a protagonista conseguiu encontrar uma solução feliz. Interromper temporariamente as suas funções políticas, para se dedicar ao tratamento da filha.
Solução original e moderna, provavelmente só possível em Democracias avançadas. Mas precursora de hipotéticos casos a eventualmente acontecerem no futuro.
Aliás, para quem não possa valorizar o poder dos media em influenciar os comportamentos dos cidadãos, refira-se que a Dinamarca teve, pela primeira vez, uma mulher como Primeiro-Ministro, após esta série de grande êxito. Coincidências?!
E fazendo um pouco de cusquice, termo comum das duas jornalistas louras, só louras… do elenco, esta Primeiro-Ministro é a célebre dita cuja, que tanto furor causou nas redes sociais, no decurso das cerimónias do funeral do aclamado Nélson Mandela, por causa do celebérrimo Presidente Obama! Que até a querida Michelle ficou incomodada!
Sobre o papel imprescindível em Democracia, mas por vezes perigoso, da Comunicação Social, o 4º Poder, será um tema que iremos sempre abordando, direta ou indiretamente, nestas postagens.
Ainda a propósito da separação entre o privado e o público das figuras públicas e das eventuais ou reais consequências do que os media veiculam sobre as mesmas, principalmente quando elas estão fragilizadas, ainda hoje, precisamente, as redes noticiam um acontecimento ocorrido com uma figura pública nacional a que não terá sido alheia essa situação…
E já que pegamos em canais televisivos…
Muitas vezes me questiono para que nos serve termos dois canais privados que se copiam, por vezes mal e… Transmitindo programas indigentes, do mesmo tipo, à mesma hora, cronometrados até na publicidade enganosa, nas vergonhosas chamadas de valor acrescentado para encherem o bolso das operadoras de telecomunicações, com novelas que até no nome se repetem… E baseando-me no que também foi veiculado recentemente, agora até vão programar a realização de duas novelas ao mesmo tempo, no mesmo espaço geográfico?!
Falta de imaginação, diga-se, pese embora o cenário seja amplamente merecedor, é certo!
Mas é este o País que temos!
E terminamos a crónica que, como sempre, é longa de mais.
Obrigado, a quem tenha paciência para me ler até ao fim!
E, aproveito e peço desculpa pelo abuso, mas publicito também o que é meu!
Até porque já temos saudades da nossa querida capitã Laure Berthaud e dos seus Mosqueteiros! E temos tantas perguntas para lhes fazer... Mas ficam para outra ocasião.