Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Há quem do Tejo só veja
o além porque é distância.
Mas quem de Além Tejo almeja
um sabor, uma fragrância,
estando aquém ou além verseja,
do Alentejo a substância.
Continuo com a divulgação, no Blogue, das Poesias publicadas na Antologia.
Neste Post Nº 317, a Poesia que abre a Antologia. Sem título, realcei-a pelo primeiro verso, “Que deleite os teus lábios ternos...”, como é costume nestes casos. Da autoria de Adelaide de Freitas, de Porto da Cruz, Madeira.
Com esta Poesia, sendo a primeira da Antologia, e sendo a última a ser divulgada online, acaba por ficar também em primeiro lugar na estrutura do Blogue.
Através dos links que coloco em cada um dos posts apresentados é possível navegar em toda a Antologia e ficar a conhecer pelo menos um dos Poemas, de cada um dos Antologiados.
E, igualmente, espraiar-se também pelas diversas temáticas versadas no Blogue.
Segue-se o Poema:
“Que deleite os teus lábios ternos
Salteando o meu corpo trémulo
Pelo choque delirante do amor
Que invade o meu corpo nu
Que delícia a tua nudez na minha
O teu suor a seduzir-me até à loucura
Com a tua língua lambes os meus seios
Caindo nas profundezas de doces prazeres
Que sabor doce, salgado, místico
Que brota das minhas loucas emoções
Onde me estendo ao comprido
No vaivém deste sonho lindo”
Adelaide de Freitas, Porto da Cruz (Madeira)
Resolvi ilustrar este Poema com a reprodução de uma Pintura célebre de um Génio desta Arte, GOYA, de que já apresentei reproduções no Blogue, respeitantes à série “Hospital Real”.
Com as ilustrações pretendo sempre valorizar ainda mais os textos. O que julgo terá acontecido sempre.
Qualquer reparo que alguém tenha a fazer, agradeço que me dê conhecimento, se fizer favor!
Não sei se ainda voltarei a apresentar um último post sobre a Antologia...
Neste Post Nº 316, volto a divulgar mais uma Poesia da Antologia. A última vez que publicara Poesia desta XIII Antologia, fora a 06/02/16, no Post Nº 308. Entretanto publiquei sobre outros temas ou estive alguns dias sem editar posts.
Hoje divulgo “Para o Paul”, Poesia de Ana Maria Gonçalves Cardoso Maguire, de Lisboa.
“Para o Paul”
“Vi-te no outro lado da mesa
Rodeado por cores do arco íris
Um instante, um momento
O meu destino, a minha sina.
Eu não queria sucumbir
Ao teu olhar, à tua
Invisível sensualidade,
Beber aquele elixir primordial.
Perguntaste quem eu era,
Mas, como não podia responder
Aos teus olhos penetrando
A minha alma,
Eu só disse donde é que vinha.
Tu seguiste a minha vontade
Para alcançares o meu ser
Gelado, magoado.
Eu enterneci-me e aceitei
O tocar do teu amor.”
Ana Maria Gonçalves Cardoso Maguire, Lisboa
Ilustro com uma reprodução de uma Pintura de Sonia Delaunay, sugestionando “... cores do arco íris...”
Neste Post Nº 307, divulgamos um Poema sem título, de António José Diniz Sampaio, de Lisboa, mas de que realço o 1º verso, “Tudo o que não consigo ter...”, como é costume nestas situações.
De Chagas Ramos, ficaria muito apelativo, como ilustração, um desenho do próprio. Que desenha muito bem! Não tendo eu nada disponível, terei que me socorrer de alguma imagem da net. (...)
Mas não!
Lembrei-me de uma foto de D.A.P.L. Uma ponte, que é um caminho e uma metáfora da Vida, entre cá...e lá! E um corrimão sempre aberto... ao Destino.
"... Assim temos por destino/Dois caminhos predestinados..."
Hoje, neste Post Nº 303, divulgamos o Poema “Pinhão”, de Carvalho Marques, de Santarém.
“Pinhão”
“Arreganhando os dentes
Cachopas e rapazolas
Salpicam os morros
Que encurralam
As águas
Do rio Douro
Eles podam vimes
Eles sacham vinhas
Eles sulfatam bagos
As uvas
São o seu ouro
O seu tesouro
Tesouro
Douro...”
Carvalho Marques, Santarém
Ilustramos com uma foto original, cortesia de “Tâmara Júnior”, in blogue: “Andarilho de Andanhos”. Imagem de uma vindimadeira, em azulejo, de J. Oliveira, na estação ferroviária do Pinhão. Numa linha de caminho de ferro que é um Monumento!
Ilustro com uma foto, também original de D.A.P.L., de Cacela Velha, com placa indicativa do nome de rua atribuída à Poetisa Sophia de Mello Breyner.
Nesta localidade, Cacela, também nasceu um Poeta, na época muçulmana, de cujo nome não me lembro, mas de que também há referência na localidade.
Um lugar mágico e inspirador!
E este post segue na sequência do que foi dedicado, ontem, ao Romance, “O Príncipe com Orelhas de Burro” de José Régio, Poeta que muito aprecio. Talvez, noutro dia, a ele volte novamente. Quem sabe?!
Continuamos na divulgação de Poemas da Antologia. Hoje, neste Post Nº 292, “João de Carvalho (Entre o Palco e a Dor...)”, de João Francisco da Silva (Poeta d’Arruda), de A – Do – Mourão, Arruda dos Vinhos.
“ (Ao Grande Actor e meu Querido Amigo,
Com um genuíno, fraterno e solidário abraço) ”
“João de Carvalho
(Entre o Palco e a Dor...)
I
Encontrou-se a família, a arte e a amizade,
Reforçando bons laços de afecto e harmonia;
Só um Grande Homem dá aos outros felicidade,
Transformando a dor em momentos de alegria!
II
Ana Marta, Diogo Tavares, Ricardo Gama,
O teu sobrinho Henrique, novo sangue do poema;
O público, teu amigo, que te admira e ama;
Por todos eles dou uso à minha humilde pena!
III
Surgiram poemas em erudito florilégio,
Grandes poetas ditos em sublimação;
Camões, Pessoa, Bocage, Espanca, Régio...
Gigantes que moram dentro do nosso coração!
IV
Onde a arte germina e o poema floresce...
Usas portentosas “garras e asas de condor”;
Entre genuínos abraços a amizade cresce
No teu nobre “Reino de Aquém e Além dor”!
V
Tens um extremoso pai, que te apoia e ama tanto,
Uma querida irmã, que é por ti apaixonada,
Os verdadeiros amigos, que te adoçam o pranto
Quando a vida é mais cruel e amargurada!
VI
À tua Leninha prestaste sentida homenagem;
Poesia e canto foram beijos de despedida...
Que a felicidade te acompanhe em viagem
Por todo o futuro, em cada palco da vida!”
“Auditório Sra. Boa Nova – Estoril, 12 de Abril de 2014”
João Francisco da Silva (Poeta d’Arruda), de A – Do – Mourão, Arruda dos Vinhos.
Ponto Prévio: Interrompemos a divulgação de Poesia da “Nossa” Antologia, para abordarmos um “tema quente”, que nos diz respeito a Todos, enquanto Cidadãos, embora possamos ter opiniões diversas, mas com Direito a expô-las, que é por isso que vivemos em Democracia. E também porque a “internet”, permite-nos precisamente usar essa Liberdade de Expressão de forma universal, procurando sempre respeitar a Liberdade dos Outros.
Mas, hoje, neste Post Nº 278, divulgamos, novamente, Poesia.
Damos a conhecer, ao Mundo de Internautas, o Poema intitulado: “Poema (incompleto)… do Amor”, de José Narciso, de Trafaria.
Poema (incompleto)… do Amor
O Amor… é um doce condão
…é um olhar que brilha
Na diferença da rotina
… é um cheiro inesquecível
De uma mensagem divina
É um sonho vivo
Eterno enquanto dura
O Amor é… música de embalar
Numa prenda de natal
É a entrega dos corpos
No dar as mãos ao ventre
É um coração aconchegado
No crescimento por dentro
O Amor é… Um solidário beijo
Na palavra de um poeta
É sensualidade e ternura
Sentimento e loucura
O Amor é… a lágrima da felicidade
Como o sol que nos ilumina
O Amor… É a lua que cura a ferida
No caminho para o Amor…
Jnarciso
O AMOR É UMA CAUSA MAIOR!!
MANDELA, UM EXEMPLO DE AMOR A UMA CAUSA…!!
José Narciso, Trafaria
Os Poemas deste antologiado estão ambos ilustrados com sugestivos e originais desenhos do próprio. Não me sendo possível digitalizá-los, apresento uma reprodução de um Cartão de A. P. B. P.., de “…prenda de natal…”.
Caso o Autor me venha a disponibilizar um original, em suporte digital, terei muito gosto em divulgá-lo neste blogue “aquem-tejo...”
Neste Post nº 276, remetemo-nos novamente para a divulgação de Poesias da 13ª Antologia, 2015.
Neste caso, divulgamos a Poesia “A Reforma”, de José da Silva Máximo, de Ponte Velha, Marvão.
No procedimento até aqui seguido, não referimos a idade de nenhum dos antologiados, mesmo quando a data de nascimento estava explicitada.
No respeitante a este Poeta, tomo a liberdade de contrariar esse procedimento, mencionando que nasceu em 1925. Será certamente o decano dos vinte e nove antologiados, pois tem a venerável idade de noventa anos!
“A Reforma”
“Mote:
A vida dum reformado
Se não há ocupação…
É meio caminho andado
Na rota da solidão.
Nunca mais chega até mim…
Dizemos com ironia
No trabalho dia-a-dia
Em constante frenesim
Aliviando-se assim
O desespero tomado,
Ao ver um aposentado
Invejando essa pessoa,
Julgando ser coisa boa
A vida dum reformado.
Só quando nos reformamos
Temos tempo p’ra pensar…
Vemos os anos passar
Para mais novos não vamos!
P’rà velhice caminhamos
Sem lhe podermos ter mão,
Há também a perceção
Que o descanso é merecido
Mas é tão aborrecido
Se não há ocupação…
A quem pode e nada faz
Lhe chamamos preguiçoso,
Ou então de ocioso
Rotulado de incapaz!
É consequência que traz
De um ou doutro ser chamado…
Bom é não estar parado
Se é que ainda vigor tem,
Que isso é rumar p´ro além,
É meio caminho andado.
Eu já sei avaliar
Tudo quanto escrevo e digo;
Se outra coisa não consigo
Vou teimando em versejar…
Procurando improvisar
Sem ter jeito, mas então…
Cá vou indo em contramão
Movendo as pernas e os braços,
Caminhando a largos passos
Na rota da solidão.”
José da Silva Máximo, Ponte Velha (Marvão)
A sugestiva fotografia, também original de D.A.P.L. e de 2015, que acompanha este post, remete-nos para a temática desta Poesia e para uma forma de não entrar “…Na rota da solidão”.