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Aquém Tejo

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Há quem do Tejo só veja o além porque é distância. Mas quem de Além Tejo almeja um sabor, uma fragrância, estando aquém ou além verseja, do Alentejo a substância.

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (IX)

A Nossa Antologia

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

*******

 

Foto original DAPL 2517.jpg

 

Introdução:

 

Continuo na divulgação de Poesia da XX Antologiada APP - 2016!

 

Neste 9º Grupo, quatro Poetisas e um Poeta:

- Landa Machado, Liliana Guerreiro, Liliana Josué, Lu Lourenço e Luís Branco.

 

De cada um, selecionei uma Poesia, como habitualmente.

 

Aprecie, caro/a Leitor/a.

 

 

Foto original DAPL 2016

 

*******

 

LANDA MACHADO

 

“SE QUERES SABER”

 

“Se queres saber de mim

Numa tarde de sol-pôr

Pede às rosas no jardim

Que te mostrem sua cor

 

Se quiseres entretanto

Saber de mim com certeza

Estarei em qualquer canto

Onde houver amor, beleza

 

E se de mim tens saudade

Longe não precisas ir

Estou onde há amizade

E alguém saiba sorrir

 

Se me queres encontrar

Pergunta à noite estrelada

À luz branca do luar

Vou subindo a minha estrada”

 

*******

 

LILIANA GUERREIRO

 

“LISBOA”

 

“Acabaram as férias e eu regresso do Sul

Com a alma cheia daquele mar manso e quente

Vejo um belo céu tão brilhante tão azul

Tornando a luz de Lisboa resplandecente

 

Entro na ponte atravessando o rio Tejo

As saudades, que eu já tinha, vão embora

Minha cidade, não sabes quanto te desejo

Quero passear nas tuas ruas, a toda a hora

 

As tuas cores, os teus cheiros, os teus sons

Envolvem-me com tanto carinho e tanto amor

Enchendo-me de tanta força e tanta energia

Fazendo desaparecer toda a amargura e dor

 

Depois de chegar a casa, abro todas as janelas

Para ver teu lindo sorriso dourado pelo entardecer

Antes que o sol se vá embora com as estrelas

E as sombras da noite brinquem até amanhecer”

 

*******

 

LILIANA JOSUÉ

 

“POEMA DEDICADO A ELES”

 

“ Vivo a solidão do tempo

no verde de cada folha

deste espaço que era vosso

 

a ti mãe eu dava a mão

numa indefinida e disfarçada ternura

não queria que te afoitasses

na erva mal aparada

ou no degrau do portão

 

a ti pai oferecia um sorriso

discreto e meio embaraçado

por me pareceres sempre mais longe

mesmo que tão unido ao meu peito.

Junto ao poço pejado de rachas e musgos

permanecíamos em cúmplice silêncio

em jeito desajeitado

que para nós era perfeito

 

voltem para mim

fazem-me falta

mesmo no meu sono fatigado”

 

*******

LU LOURENÇO

 

“MEU CANTO NA CIDADE”

 

“Estes blocos de cimento

que vejo da minha janela

são desalento, cansaços,

Infância sem mimo e regaços,

jardins com sebes e vento.

 

São o céu enegrecido

com densas nuvens cinzentas,

trovoada, enchente e lama,

nestas gentes da cidade

que tem pão e agasalho

mas vivem sem irmandade.

 

Ah, se umas gotas de orvalho

viessem humedecer

o horizonte na janela!

Eu seria barco à vela,

Borboleta em voo alado,

Primavera a acontecer,

E a alegria de viver

num jardim à beira-mar

sem blocos de cimento armado

P’rós meus sentidos turvar.

 

Baloiço no meu quintal,

entre azedas e papoulas,

sem medos, freios, algemas.

E o sol, a pino, a brilhar

Sem blocos de cimento armado

P’rós meus sentidos matar.”

 

*******

 

LUÍS BRANCO

 

“QUEM ÉS TU”

 

“Quem és tu que interrompestes-me em meio à multidão?

Quem és tu cujo olhar penetrou-me a alma e descobriu o

menino que abriga-se em mim?

Quem és tu que com tuas lágrimas regastes a minha esperança?

Quem és tu que do nada criastes-me um novo mundo?

Quem és tu que atraiu-me para mais perto?

Quem és tu que fizestes com que as minhas mais sólidas

estruturas balançassem  com o soprar das palavras que saiam da

tua boca?

Quem és tu cujos lábios despertaram-me a fome?

Quem és tu que abristes a gaiola onde jazia minh’alma?

Quem és tu que como as filhas de Aqueloo fizestes-me

adormecer para a razão?

Quem és tu que tornastes-me o adeus uma tortura cruel?

Quem és tu que fizestes com que meu coração acelerasse seus

batimentos?

Quem és tu que fizestes com que a minha respiração fosse

alongada?

Quem és tu que fizestes-me agir como menino?

Quem és tu que com tuas lágrimas fizestes-me chorar por

dentro?

Quem és tu que com teu sorriso levastes-me ao devaneio?

Quem és tu que fizestes-me sonhar com o impossível, desejar o

inalcançavel, querer o proibido, amar profundamente o

efêmero e tocar o intangível?

Minha agonia é saber que talvez nunca te conheças.

Minha agonia é conhecer todas as distâncias que nos separam.

Minha agonia é sentar-me aqui e escrever meus versos, versos

invólucros, versos que talvez nunca leias e que a ninguém

importa.

Minha agonia é ser assim, sentimento.”

 

*******

 

 

Notas Finais:

- Se alguém de entre os Antologiados, neste grupo ou em qualquer dos anteriores, não concordar com a divulgação, agradeço que me comunique, Se Faz Favor.

- Se, por acaso, verificar algum erro “tipográfico”, ou de outro tipo, involuntário, frise-se, também agradeço que me dê conhecimento.

 

(Fotografias originais D.A.P.L. – 2015 - 2016.)

Antologia da APP – Associação Portuguesa de Poetas (VIII)

A Nossa Antologia

XX Volume - 2016

(57 Autores)

Editor: Euedito

 

Altura Alagoa Original DAPL 2016.jpg

 

 

Introdução:

 

Hoje, apesar de já ter publicado outro post, integrado nesse jogo de “seguir a sexta-feira – “follow friday”, volto a “postar”.

Finalmente, consigo voltar à divulgação de Poesia da Antologia!

Neste 8º Grupo, também apenas de Poetas, continuamos a divulgar Poesia da XX Antologia da APP – 2016, enquadrando o 508º post.

Nele, incluímos: Joaquim Sustelo, Jorge Nuno, José Branquinho, José Manuel Macedo e Joaquim Marques.

E, mais uma vez, o Amor sempre presente.

Aprecie, caro/a Leitor/a.

Este Post, dada a sua temática, é também uma evocação do “Dia Internacional da Mulher”!

 

*******

 

JOAQUIM SUSTELO

 

“ELOGIO”

 

“Tu és, de entre as glórias, a mais alta

Que me aperalta desde o alvor dos dias

Das melodias, a que faz mais falta,

És… luzes da ribalta… que alumias

 

Fonte de inspiração de poesia

Que faço em cada dia e que te exalta!

A que me “assalta” em sonhos na acalmia

E faz de amor, magia, quando “assalta”

 

A companheira de anos deste enlevo…

A que me atrevo a afirmar que adoro

A que namoro desde anos distantes

 

Se te elogio é porque sei que devo!

E se o que escrevo é sempre com decoro,

Mais aprimoro por sermos amantes.”

 

 

*******

 

JORGE NUNO

 

“FOGO SENTIDO”

 

“Quero deitar roupa velha no fogo

Ver aquelas chamas transfiguradas,

Incandescentes brasas acossadas,

Estranhas sombras com que dialogo…

 

Quero lançar as cinzas fumegadas

Às imponentes estrelas, a quem rogo

Ardentes respostas, quando interrogo

Sobre a paz e vidas iluminadas.

 

Sem distorção da minha identidade…

Como projeção de mero holograma,

Surge em mim, imagem da fé de um povo.

 

Num sentido retorno à claridade

Tal como bálsamo que se derrama…

Vejo emergir do velho, um homem novo.”

 

 

*******

 

JOSÉ BRANQUINHO

 

“AO TEU OLHAR”

 

“Doce olhar que me endoidece

E me faz sofrer assim

É esse que em ti se esquece

E eu quisera ter em mim.

Olhas-me e fico fascinado

Todo o meu ser transtornado

Pulsa mais meu coração.

Abraço-te enternecido

Fico assim tempo esquecido

Encontrei a salvação.

 

Quisera-o sempre perto

Do meu peito a palpitar

E o meu árido deserto

Mais suave me tornar.

Com ele no meu caminho

Sentindo um tal carinho

Melhor seria o meu mundo!

Encontraria a felicidade

Outra seria a realidade

Meu viver mais profundo.

 

Quisera-o sempre a fitar-me

Com bondade, com afeição,

Para que à noite ao deitar-me

O levasse em meu coração.

E, de manhã ao acordar

Depois de com ele sonhar

Em meus sonhos de ilusão

Envolto nesta real paixão…

Poder ter o teu doce olhar

Bem juntinho ao coração.”

 

 

*******

 

JOSÉ MANUEL MACEDO

 

“AMOR NA PRAIA DESERTA”

 

“Caminho solitário na praia deserta

deixando marcas efémeras,

que o mar bramindo, recusa guardar.

Olho o horizonte escuso da bruma

onde os corpos se somem em volátil espuma.

O vento quente que o meu rosto roça

leva de mim a vontade de o teu beijar.

 

A música de fundo sobe de tom a cada segundo

e morre na calma da praia.

A tua ausência sente-se forte, intensa,

como a força do mar a bater na rocha densa.

O meu coração bate ao ritmo da ondulação,

incerto, inconstante.

 

O murmúrio do mar absorve-me o pensamento,

e traz-te até mim, provocante.

O sol toca o teu corpo e pinta-o de tons divinos.

Sento-me contigo e abraço-te,

minha amada.

Depois, deixo que o mar nos guarde

enquanto te amo sobre a areia molhada.”

 

 

*******

 

JOAQUIM MARQUES

 

“NÃO TENHO MEDO DE TE PERDER”

 

“Não tenho medo de te perder

De jamais te voltar a encontrar

Mesmo que nunca mais te volte a ver

Tudo me deste pra te recordar

 

Vale sempre a pena quando se ama

Ainda que doloroso seja o adeus

Mesmo apagada fica viva a chama

A iluminar todos os passos meus

 

Se à proteção do amor tudo não fiz

Não poderei deixar de ser feliz

A marca está tatuada no peito

 

Quero ter-te minha toda a vida

Levar longe a loucura consentida

Sustentada no amor e no deleito”

 

 *******       ********       *********

(Fotografia original de D.A.P.L. - 2016)

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