“Tempo de Poesia” - António Gedeão
“TEMPO de POESIA”
Hoje, resolvo divulgar, no Blogue, um POEMA, de um Grande POETA. Talvez um pouco esquecido, como é apanágio dos POETAS - ANTÓNIO GEDEÃO. É a primeira vez que publico um Poema de um Poeta Consagrado e não é um aproveitamento dessa consagração.
Trata-se de um “Dia Especial” e este Poeta, paralelamente com Outros, José Régio, por ex., é um dos meus preferidos.
Daí ter decidido relembrar este POEMA e este POETA, hoje!
Amanhã, talvez lembre também Alguém consagrado.
Talvez!
No ano transato, neste mesmo dia, resolvi questionar: " As Árvores também têm História?!"
Segue-se, então, o POEMA!
“Tempo de poesia”
“Todo o tempo é de poesia.
Desde a névoa da manhã
à névoa do outro dia.
Desde a quentura do ventre
à frigidez da agonia.
Todo o tempo é de poesia.
Entre bombas que deflagram.
Corolas que se desdobam.
Corpos que em sangue soçobram.
Vidas que a amar se consagram.
Sob a cúpula sombria
das mãos que pedem vingança.
Sob o arco da aliança
da celeste alegoria.
Todo o tempo é de poesia.
Desde a arrumação do caos
à confusão da harmonia.”
In: Gedeão, António. “Poesias Completas”, (1956 – 1967). Livraria Sá da Costa Editora (Nona edição), 1983. Lisboa.
“Movimento Perpétuo” - 1956
Ilustro com uma foto original de D.A.P.L., de 2015.
"Desde a arrumação do caos / à confusão da harmonia."
Vários Poemas deste Autor foram musicados e cantados. Consulte Aqui!
(Tenho pena de não ter conseguido a versão de Duarte Mendes, no album "Fala do Homem Nascido")