“Un Village Français” - Temporada 4
Uma Aldeia Francesa
Início de Temporada 4 – 3 de Maio de 2016
Iniciou-se, na passada 3ª feira, 3 de Maio, a 4ª Temporada da Série “Un Village Français”. Também de 12 episódios, reportados igualmente a um dia específico de 1942, desde Julho a Novembro, conforme link da wikipedia, apresentado anteriormente.
Episódio 1 – “Le train” / “O comboio” – 20 de Julho de 1942.
Um comboio militar alemão aportou a VIlleneuve para deixar, temporariamente, cerca de uma centena de homens, mulheres e crianças, famílias completas, de judeus, em trânsito para um destino incerto, para os próprios, para os franceses residentes na cidade, para as próprias autoridades francesas colaboracionistas nessa ação. Para uns supostamente designados “campos de trabalho”!
No primeiro episódio, somos nós telespectadores, desde logo, também transportados para uma das situações mais trágicas, mais vis, mais absurdas, mais chocantes, mais humilhantes, mais degradantes, mais repugnantes, da 2ª grande guerra: a deportação de judeus, com todo o cortejo de horrores que lhe conhecemos. Sim. Que conhecemos e que, hoje, não podemos ignorar, ainda que passadas sete décadas.
Não é fácil abordar a temática desta temporada, como habitualmente tenho feito nas abordagens das outras séries, dado que os acontecimentos narrados têm uma base demasiado verdadeira e chocante, tanto mais porque, ao que observamos, passados setenta anos do final da guerra, a Humanidade não aprendeu, a respeitar-se. Nem a respeitar o Outro, enquanto Ser Humano!
Mais do que narrar sobre o enredo vou, antes, questionar:
- Como foi possível que tais acontecimentos tivessem ocorrido e durante tanto tempo, sob o olhar indiferente, complacente, colaborante, de tanta gente responsável?!
- Como foi possível que seres humanos tenham tratado outros seres humanos assim e daquele modo?!
- Mais... Como é possível, e agora no presente, que tais situações, ou semelhantes, ainda aconteçam e humanos continuem a cometer atrocidades iguais ou idênticas às perpetradas?!
- Que, ao longo destes setenta anos, a humanidade tenha continuado a exercitar todo um cortejo de horrores pelos mais diversos países, por esse mundo afora?
- E como é possível que os descendentes das vítimas, dos agredidos e sofredores nessa guerra atroz, sejam eles agora que agem como agressores, exercendo sevícias análogas às que sofreram os seus ascendentes?
- E como explicar que após setenta anos em que líderes tresloucados dirigiram os destinos de várias potências beligerantes nessa guerra, um deles, o detonador de todo aquele enredo catastrófico, eleito, ainda seja possível haver um candidato de igual cariz, a tentar ser eleito para a chefia do estado mais poderoso do planeta?
- Sim! Como é possível?!
Falta demasiado bom senso à Humanidade. Pelo menos a uma parte significativa dessa humanidade!
E fico-me por aqui, que o comboio chegou à cidade de Villeneuve, mas ainda não partiu.
Mas, e ainda sobre o enredo, não posso deixar de referir que assomam sinais de Esperança e Altruísmo nalgumas personagens, que, apesar de todas as atrocidades, nos fazem crer numa Redenção possível!
É de visualizar a Série e refletir sobre as ocorrências!