Versos semeados nas paredes (I)
"Poesia na Rua"!
Lisboa – Olivais Velho – Calçadinha dos Olivais
14/04/2017
"Sexta Feira Santa"
Este poema iniciou-se a partir de uma frase, um “verso” escrito numa parede de Lisboa, que li, que achei, nos vários sentidos da palavra, uma verdadeira preciosidade. Num local que é uma ilha perdida dos séculos XVIII e XIX, implantada na Lisboa dos finais do século XX e do início deste 3º milénio: Parque das Nações, Olivais Norte, Av Infante Dom Henrique, Gare do Oriente, Av. De Berlim…
Precisamente a norte da Rua Américo de Jesus Fernandes, onde se situa a sede da APP – Associação Portuguesa de Poetas.
Num muro, nos Olivais Velho, na Calçadinha dos Olivais, na parede da Escola “Primária”, um graffiti, com o verso: “Empresta-me um sonho”, assinado HK.
*******
Num muro li: «Empresta-me um sonho»
Como se comprassem uma ilusão.
E ao beberem água de medronho
Quisessem que ardesse o coração.
Não te empresto, não posso, um sonho
E dar, mais não posso, que Poesia
Talvez um cheiro, sabor a medronho
Certamente um riso d’ alegria.
Um sonho emprestado é sonho teu
Tuas as palavras que’ achei na rua.
Texto publicado será sempre meu?
Ou, tal verso, é do sol, é da lua?!
Quem versos grava, órfãos, em paredes?
Poemas, quem lavra, dispersos, perdidos nas redes?!
Não sei. Não tenho resposta.
Que versos e poesia são para quem gosta.
E há muito… foi o correio e a mala-posta!
***
“Empresta-me um sonho”
Que eu dou-te um poema
Travo de medronho
Traço de grafema.
… … …
Fotografei. Quando tiver oportunidade, talvez divulgue foto. Talvez!
(Houve, hoje, dia 19/07/17, oportunidade para divulgar uma foto original de FMCL.
Consulte também o post específico, S. F. F.)
Lanço um repto aos Poetas e Poetisas.
Quando virem, lerem, acharem versos, perdidos nas paredes… Tentem construir um Poema!
(Imagem in. - pt.wikipedia.org.)