XIII Antologia de Poesia do CNAP – Poema: “A Reforma”
Círculo Nacional D’Arte e Poesia
Antologia
Neste Post nº 276, remetemo-nos novamente para a divulgação de Poesias da 13ª Antologia, 2015.
Neste caso, divulgamos a Poesia “A Reforma”, de José da Silva Máximo, de Ponte Velha, Marvão.
No procedimento até aqui seguido, não referimos a idade de nenhum dos antologiados, mesmo quando a data de nascimento estava explicitada.
No respeitante a este Poeta, tomo a liberdade de contrariar esse procedimento, mencionando que nasceu em 1925. Será certamente o decano dos vinte e nove antologiados, pois tem a venerável idade de noventa anos!
“A Reforma”
“Mote:
A vida dum reformado
Se não há ocupação…
É meio caminho andado
Na rota da solidão.
Nunca mais chega até mim…
Dizemos com ironia
No trabalho dia-a-dia
Em constante frenesim
Aliviando-se assim
O desespero tomado,
Ao ver um aposentado
Invejando essa pessoa,
Julgando ser coisa boa
A vida dum reformado.
Só quando nos reformamos
Temos tempo p’ra pensar…
Vemos os anos passar
Para mais novos não vamos!
P’rà velhice caminhamos
Sem lhe podermos ter mão,
Há também a perceção
Que o descanso é merecido
Mas é tão aborrecido
Se não há ocupação…
A quem pode e nada faz
Lhe chamamos preguiçoso,
Ou então de ocioso
Rotulado de incapaz!
É consequência que traz
De um ou doutro ser chamado…
Bom é não estar parado
Se é que ainda vigor tem,
Que isso é rumar p´ro além,
É meio caminho andado.
Eu já sei avaliar
Tudo quanto escrevo e digo;
Se outra coisa não consigo
Vou teimando em versejar…
Procurando improvisar
Sem ter jeito, mas então…
Cá vou indo em contramão
Movendo as pernas e os braços,
Caminhando a largos passos
Na rota da solidão.”
José da Silva Máximo, Ponte Velha (Marvão)
A sugestiva fotografia, também original de D.A.P.L. e de 2015, que acompanha este post, remete-nos para a temática desta Poesia e para uma forma de não entrar “…Na rota da solidão”.
Para se entender melhor, deverá consultar: Aqui!